Zenith Online: Renascimento do Jogador Mais Forte - Capítulo 523

523: Poder Ressentido 523: Poder Ressentido As suspeitas de Kieran se aprofundavam a cada pensamento subsequente que ele tinha.

A Chama ficou quieta após entregar sua mensagem, deixando Kieran remoer o significado enigmático de suas palavras.

Quando seus pensamentos a respeito do significado do Julgamento, a aspiração da Chama e seu propósito ganhavam um vislumbre de perspectiva… tudo era virado de cabeça para baixo, deixando Kieran perplexo.

As origens da Chama e as condições atuais eram definitivamente mais complexas do que ela deixava transparecer. A cada virada, uma nova faceta de seu poder e identidade era desvendada, mas o cerne ainda estava por ser tocado.

Os Enlouquecidos, Ressentimentos, Ruínas e uma miríade de outros poderes infernais e ilimitados tinham uma coisa em comum — a Chama. O que também parecia estranho a Kieran era que a Terra da Ruína estava impregnada com esses princípios.

Isso significava que sua história era intrinsecamente conectada à presença da Chama aqui? Fazia sentido.

Segundo o Cardeal da Guerra e da Chama e as histórias da Chama… ela havia despertado no meio do Passo Inerte.

Mas por que lá?

Kieran suspeitava que a Chama havia surgido lá porque a enorme perda de vidas deixou uma série de destinos mortos para se alimentar e recuperar um pouco de seu poder original. Se Kieran considerasse tudo até agora, até a sede de sangue era uma forma de ressentimento, pois geralmente era uma reação a um estímulo irritante.

Mas o poder do destino não era o Domínio de Hécate?

‘Não, esse pensamento está errado.’
Kieran percebeu que havia entendido tudo errado.

A Chama não havia manipulado o destino de ninguém, e os Hécate eram mais como Guardiões do Destino do que seus ditadores. Isso significava que tinha que existir uma presença acima deles que pudesse ditar um conceito esotérico como o destino.

A ideia de manipular o destino de alguém fez Kieran estremecer. Que nível de poder isso exigiria? O poder de um Deus, talvez até além disso.

‘Então o que é a Chama, uma ladra?’
Kieran ruminava sobre essa noção.

A Chama era, de fato, uma ladra por completo, mas não da maneira como Kieran a acusava. Os destinos mortos que ela consumiu não tinham dono. E sem um dono, não podia mais ser considerado roubo. No entanto, a Chama realmente roubava razão e senso de identidade daqueles que tentava reforjar em um Filho do Ressentimento.

No entanto, isso estava além do entendimento de Kieran, levando-o a afastar o pensamento perplexo.

O que permanecia importante era que este era o caminho que ele havia escolhido para si mesmo e, apesar de suas dificuldades, contratempos ou obstruções… ele trilharia o caminho com coragem inabalável.

Esperançosamente.

Com sua mente afastada da Chama, por ora, Kieran focava no Testamento diante dele. Seu entendimento sobre ele era superficial, apesar de ter sido ele quem o criou.

Mas Kieran esperava esse resultado por causa da natureza do Julgamento.

A desconexão da Frequência Zenith impedia Kieran de entender as mudanças notáveis, mas ele sentia que a Runa de Sangue havia alcançado uma revisão completa.

Não era necessário a Frequência Zenith para lhe dizer o quão benéfica era essa situação.

Ele havia fundido os princípios de quatro habilidades seguindo a metodologia de Integração Maníaca. E apesar de estar longe de perfeito, o puro deleite de ele ter dado um passo em um caminho fiel à sua natureza deixou Kieran se sentindo efervescente e inquieto.

O Testamento de Desafio de um Demônio deixou Kieran se sentindo estranho, mas era uma estranheza eufórica — enchendo-o de júbilo triunfante.

Parte dessa alegria vinha da natureza servil de seu sangue após alcançar um acordo. Ele havia entendido que Kieran não era seu inimigo, apesar de ser a razão de agora existirem como ressentimento.

Havia uma ameaça maior — um inimigo que só poderia ser derrotado se chegassem a um acordo.

Ao considerar o que havia aprendido sobre a Chama, Kieran deu a ela o apelido de Fazedor de Demônios, o que era apropriado considerando o que ela havia feito em busca de um filho digno.

Ansioso para testar sua força transformada, Kieran deixou os limites de seu Reino, retornando à visão de muitos Demônios inquietos observando-o com olhares fervorosos.

O próximo Demônio mais forte, capaz de falar, falou.

“Está pronto para o combate, Valdu? Eu não te perturbei, mas não consigo conter meu desejo por batalha por muito tempo. Vamos testar quem é superior.”

Kieran olhou para este Demônio em particular, que empunhava dois grandes machados gêmeos. Ele parecia como Kieran esperaria — de aparência selvagem, com um físico maior que o seu e olhos assassinos.

Kieran respondeu com um aceno enquanto se levantava da pedra em que estava sentado, mas antes de poder se preparar, o grande Demônio estava sobre ele, o gigantesco machado em sua mão direita viajando em um belo arco que colidiu com o peito nu de Kieran.

No entanto, ao contrário de quando Cardeal Weiss o atingiu, Kieran não foi lançado para trás. O golpe era feroz, carregando uma força absurda, o que era evidente pelos dois sulcos profundos que os pés de Kieran fizeram no chão endurecido e arrasado.

Mas Kieran já havia vivenciado pior.

O grande Demônio ria estrondosamente de sua barriga, as pedras próximas tremendo com a intensa vibração. Mas a risada encontrou um silêncio pesado e estranho. A tensão cresceu e o alarme surgiu na mente do grande Demônio, levando-o a parar de rir.

Embora nunca tenha sido explicitamente declarado, havia uma hierarquia entre os seguidores, e eles desfrutavam da distinção de poder. A presença de Kieran era uma espécie de intrusão na santidade dessa ordem.

Não havia malícia aberta, pois a Chama coibia isso, mas permitia que os seguidores nutrissem um senso de orgulho em relação à sua posição atual.

Isso lhes dava um senso de pertencimento nesta mistura de pessoas selvagens.

Nesse aspecto, os seguidores da Guerra e Chama eram mais bestiais do que humanos. A Chama havia instilado neles tendências de matilha, onde apenas o predador do ápice poderia liderar depois de provar sua capacidade de liderar.

Compreendendo esse pensamento, Kieran abraçou sua natureza inata. Afinal, uma de suas habilidades era a Caçada Selvagem — que aprimorava a predação de Kieran.

Um sentido primal de medo despertava nos Demônios que permaneciam perto de Kieran. Eles olharam e viram seu peito praticamente intacto por aquele golpe assustador. Não porque ele era muito mais robusto, mas porque seu sangue havia formado uma couraça densa para absorver o impacto.

Isso não era algo que Kieran pretendia fazer. Seu sangue havia reagido à sua necessidade subconsciente de proteção e, compreendendo que sua salvação nunca viria se ele morresse… respondeu instantaneamente.

Kieran tocou a couraça brutalizada com um brilho de surpresa no olhar.

Então, ele explodiu com tal rapidez assustadora que o grande Demônio só conseguiu reagir sobrepondo seus machados gêmeos em uma guarda cruzada para se defender.

Um turbilhão de golpes destrutivos martelava contra os machados do Demônio enquanto ele recuava com passos desajeitados. O chão rachava sob a pressão tirânica que o pressionava, e os ossos nos braços do Demônio também.

Suportar aquele ritmo impiedoso e incessante era uma luta.

Logo, a lâmina de sangue de Kieran cresceu tanto que lançou uma sombra maior do que seus corpos, e então ele a levantou para o céu. A espada carmesim parecia majestosa e ameaçadora, mas caiu com a intensidade arrasadora de um cataclismo.

Demônios não conheciam o significado de ceder.

Assim, o grande Demônio resolveu enfrentar aquela guilhotina iminente… até que não pôde mais. O grande Demônio quase desmoronou e pereceu sob a pressão até Kieran dispersar o ataque.

Havia uma mão em suas costas, e ela parecia familiar.

“Demônio Condenado… você cresceu muito mais forte na minha ausência.”

O Cardeal da Guerra e da Chama finalmente havia emergido de seu isolamento.