Zenith Online: Renascimento do Jogador Mais Forte - Capítulo 481
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481: Ar Fresco 481: Ar Fresco Kieran abriu os olhos dentro de seu quarto de pedra.
Já fazia algumas horas desde que ele havia terminado de montar Igualdade, Julgamento e Além em um aparelho funcional. A menos que fosse desafiado, o aparelho não exercia nenhum custo sobre o poço místico que se acumulava lentamente no fundo do Reino do Eu de Kieran.
O Três em Um — como Kieran o chamava por ora até que pudesse construir um melhor — formava um ciclo fechado, reciclando e equilibrando a energia que era infundida durante sua formação.
Segundos depois que ele abriu os olhos, o Cardeal Weiss entrou pela porta com uma expressão complexa. Sua expressão estava carregada daquela mesma coloração fanática, mas havia algo mais profundo e complexo — mais sombrio, também.
Era inveja.
O Cardeal Weiss invejava o sem-nome Mudo à sua frente.
Esse ódio era parcialmente porque Kieran não precisava participar do Expurgo dos Sem Voz até seu último dia, mas era principalmente resultado da segunda regra que Kieran deu à Chama.
Ele queria ir para fora. Ele precisava de estímulos externos.
Mais do que isso, ele precisava entender onde diabos ele estava. Não havia Ordem da Guerra e Chama durante sua época, então ele não fazia ideia de onde um templo assim pudesse sequer existir.
Esse desejo foi atendido.
A Chama também estava com ele, vigiando-o e monitorando suas ações como um supervisor excessivamente zeloso. Mesmo agora, era como se uma vaga encarnação da Chama pairasse sobre seu ombro, sussurrando comentários obscenos em seu ouvido.
“Não fuja. Ou você se quebrará, meu brinquedo. Não completamente. Mas o suficiente.”
Claro… a Chama não confiava em sua capacidade de controlar Kieran. Então, precisava de algo mais concreto e material. E, qual a melhor opção do que o Cardeal, cujo poder superava muito o de um Demônio?
Kieran considerava que o Cardeal Weiss fosse algum tipo de Demônio ele mesmo. Que tipo? Isso ele não sabia.
O Condenado estava vinculado pelo Juramento Acorrentado. Weiss não ostentava tal encadernamento, mas mesmo assim possuía poder.
‘Weiss provavelmente foi um dos primeiros a aceitar a Chama, é por isso que ele é tão forte. Então… é possível que Weiss estivesse vivo durante o Fracasso do Juízo Final?’
Kieran se perguntava se um aumento de poder significava um aumento de expectativa de vida naquela época. Mais importante, quando o significado de Ascendência se tornou tão envolto em desinformação?
Segundo Hekaina, a Ascendência — a jornada ao zênite — tinha alguns desvios no caminho.
Muito poucos sabiam como começar a ascender corretamente, então muito poucos entendiam a importância do Eu.
Deve haver uma razão para isso ter sido enterrado e escondido. Se fosse para permanecer um caminho claro… isso teria acontecido. Em algum ponto, alguém teve que fazer alguma coisa por algum motivo.
‘Quem foi?’
Para perturbar o conhecimento dessa maneira, Kieran só conseguia pensar em uma resposta — Eni. Mas por que o Senhor dos Mistérios e Buscador da Verdade… espalharia conhecimento fragmentado e desviaria intencionalmente as pessoas.
Dúvidas começaram a se formar na mente de Kieran. Isso contradizia tudo pelo que Eni lutava. Ele buscava conhecimento para garantir que permanecesse puro, e pediu a Kieran para buscar entendimento vasculhando o potencialmente desconhecido.
‘Tem que haver outro motivo. Talvez Hekaina soubesse, mas não quis me dizer naquela hora.’
Quanto mais Kieran considerava esse Julgamento, mais ele percebia que ele tinha fios que se espalhavam por toda parte. Esse Julgamento provavelmente incorporava um evento integral que pivotava a história como ele a conhecia.
Kieran então se viu ponderando outras coisas enquanto olhava para Weiss.
Se Weiss fosse trazido para os tempos atuais, o que ele seria? Um Mestre? Algo além de um Mestre?
Ele era, sem dúvida, intenso e definitivamente Despertado. A Chama garantiu isso. Claro, a Chama também garantiu que algumas coisas nunca despertassem, o que tornava difícil avaliar a força de cada seguidor.
O Cardeal Weiss talvez não apreciasse o olhar longo e penetrante de Kieran.
“A Chama lhe deu privilégios demais. Você é forte, mas é jovem e tolo. Felizmente, a Chama é sábia e sabe disso. Eu vou te impedir de fazer tolices.”
O Cardeal Weiss falou calmamente, e seu fanatismo estava subjugado, mas foi substituído por uma devoção implacável e lealdade absoluta. Cada palavra que ele disse estava cheia de intenção de assegurar que a Chama não fosse desonrada.
Um calafrio percorreu a espinha de Kieran quando enfrentou o olhar frio do Cardeal da Guerra e da Chama. Ele estava confiante de que o Cardeal provavelmente o quebraria se tentasse escapar. E, Weiss tinha a permissão da Chama, o que significa que a Chama não interviria até que Kieran fosse trazido de volta ao Templo da Guerra e da Chama.
Kieran suspirou com resignação.
‘Inescapável. Não que eu precise fugir. Há mais que eu devo aprender sobre a Chama.’
Com um aceno, Kieran seguiu enquanto o Cardeal Weiss o levava por um corredor úmido e abafado, seguido por uma escada desgastada pelo tempo, e finalmente, através de uma grande porta de adega.
Eles surgiram em uma cripta com um teto arqueado baixo. Os corredores estavam iluminados com tochas cheias de fogo pálido. Elas irradiavam uma luz azul pálida e suave. Abaixo das tochas havia um suporte com tochas não acesas.
“Pegue uma, acenda-a e então me siga.”
Kieran obedeceu com um aceno e se comprometeu a memorizar tudo o que estava acontecendo. Aprender a estrutura inteira do Templo era uma necessidade, e isso começava com o conhecimento de sua área da cripta, que provavelmente existia entre a Fortaleza de Pedra e o próprio Templo.
Como se soubesse o que Kieran estava pensando, o Cardeal Weiss lançou um olhar severo por cima do ombro. O ambiente escuro da cripta e a radiância pálida da tocha conferiam a esse olhar uma atmosfera inquietante.
Kieran enfrentou aquele olhar com desafio. Ele veio para aprender como os seguidores viam a bravura. Eles sentiam que todos deveriam ser corajosos e cheios de valor quando abençoados pela Chama.
Ter um caráter fraco era mal visto porque se pensava ser indigno da glória da Chama.
O Cardeal Weiss sorriu. Era leve, mas estava lá. Uma leve aprovação brilhava em seus olhos severos.
Após chegarem ao final da cripta, Kieran se viu em um vestíbulo subterrâneo. Além estavam os degraus de um enorme portão de ferro em direção ao qual Weiss se aproximou. Sua grande espessura e a forma como abraçava a parede transmitiam uma sensação de imobilidade.
Como se esses portões titânicos fossem destinados a manter o mundo interno e externo separados.
O metal austero gemeu enquanto o Cardeal Weiss convocava uma quantidade absurda de poder da Chama e os empurrava para abrir.
Uma energia terrível e nociva inundou através da abertura do portão. Era apenas uma fenda, mas Kieran foi assaltado por uma torrente de algo parecido com miasma.
E então, ele percebeu que essa sensação era algo que ele já havia sentido antes — a corrupção das Terras Selvagens, agora conhecidas como Selvagens.
‘Bem… isso explica tudo, eu acho.’
Kieran lançou um olhar julgador ao Cardeal Weiss.
Não é de admirar que todos eles fossem tão bárbaros e pouco refinados. A Chama só ajudava a acentuar o que as Terras Selvagens podiam fazer a uma pessoa.
‘Não… isso está certo? O que aconteceu com as Terras Selvagens para torná-las o que são hoje? E onde estamos exatamente?’
O Cardeal Weiss gemeu.
“Vamos, garoto! Pare de enrolar. Você queria viajar, sim? Bem, é melhor se mexer!”
Kieran passou pelo portão, e o Cardeal Weiss seguiu.
Segundos depois, um estrondo trovejante explodiu atrás deles.
Os portões colossais haviam se fechado, e Kieran estava fora do Templo da Guerra e da Chama.
E pegando um pouco de ar fresco.
‘Não exatamente…’