Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 456
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Capítulo 456: Jantar no Chalé
Encontre-me no último chalé da mansão.
Assinado: co-aniversariante.
Atena sorriu ao ler a mensagem. Seu polegar passou pela tela, traçando as palavras como se carregassem calor. A caligrafia de seu ex-marido—digital ou não—ainda tinha uma forma de agitar algo em seu peito.
“Jantar às 23h?” ela murmurou sob a respiração, os lábios se curvando em um meio-sorriso pesaroso. Ela esfregou a parte de trás do celular contra a palma da mão, discutindo consigo mesma se ria ou suspirava. “Com meu ex-marido…”
Isso era uma boa ideia?
O pensamento pressionava-a como um sussurro de tentação e razão ao mesmo tempo.
A mansão estava silenciosa, todos provavelmente dormindo depois da longa noite. Ninguém questionaria sua ausência por uma ou duas horas. Ainda assim… jantar tão tarde, a sós com Ewan, parecia brincar com brasas que ela não deveria tocar.
Mas, novamente—era o aniversário deles. O aniversário compartilhado deles. Uma estranha coincidência que a vida havia se recusado a desenredar mesmo após o divórcio.
E ela estava curiosa—talvez curiosa demais—sobre sua culinária.
Ela exalou, suave e prolongadamente, tentando acalmar o nervosismo em seu peito. “É só um jantar,” ela lembrou a si mesma. “Apenas um jantar.”
Sua voz estava baixa, incerta, enquanto ela se levantava da cama e caminhava até o espelho de corpo inteiro. O chão frio de mármore gelou seus pés descalços antes que ela os deslizasse nos sapatos prateados baixos ao lado da penteadeira. Ela parou em frente ao espelho, as mãos deslizando por seus lados.
A reflexão que a encarava era ao mesmo tempo familiar e desconhecida.
Seu vestido era vermelho—não o tipo gritante de vermelho que exige atenção, mas o tom profundo e elegante que brilhou sob a luz. O tecido abraçava seu corpo superior com precisão modesta, sem mangas, mas drapejado com uma queda suave nos ombros que dava graça aos seus movimentos.
O decote era de bom gosto, mostrando apenas pele suficiente para sussurrar sedução sem gritar. Abaixo da cintura, o vestido caía suavemente, se abrindo sutilmente na coxa onde o tecido se dividia—suficiente para facilitar o caminhar, ainda ousado o bastante para atrair o olhar de quem observasse por tempo suficiente.
Seu cabelo estava preso em um coque suave na nuca, com delicados fios soltos emoldurando seu rosto. Sua maquiagem era mínima—apenas um toque de brilho nas pálpebras, um suave blush para aquecer suas bochechas, e batom vermelho que combinava com o vestido mas aprofundava seu olhar. O visual era modesto, sensual, deliberado.
Um sorriso lento curvou seus lábios. “Talvez não seja uma ideia tão ruim,” ela murmurou, embora o tremor em seu estômago traísse seu exterior calmo.
Ela virou-se para sua penteadeira, conferiu seu perfume, e aplicou um pouco atrás das orelhas. O aroma de rosas e baunilha misturou-se levemente no ar.
O relógio na parede marcava 10:45.
Com um último olhar para seu reflexo, Atena pegou seu xale, drapeando-o ao redor dos ombros, e deixou o quarto silenciosamente.
A mansão estava em silêncio, respirando apenas o som suave do velho relógio de parede no corredor. Os lustres acima estavam diminuídos, lançando sombras douradas sobre as paredes. Ela passou silenciosamente pela sala de estar onde os restos do banquete ainda permaneciam—taças de vinho, pratos de sobremesa, e risadas que haviam se desvanecido em memória.
Tinha sido um bom banquete mais cedo. Até mesmo Areso, que decidira dormir no quarto de Chelsea—uma decisão incomum, dada a exigência dela com comida—admitiu que a refeição estava maravilhosa. Todos estavam satisfeitos, saciados, perdidos em sonhos agora.
E lá estava ela, caminhando em pontas de pés pela mansão adormecida como uma mulher saindo para um caso amoroso.
Seus lábios se contraíram com o pensamento. Bem, tecnicamente… não.
Lá fora, o ar da noite estava fresco, acariciando sua pele assim que passou pela porta principal. A suave fragrância do jardim—rosas e sebes aparadas—misturou-se com o cheiro terroso do orvalho. A lua estava cheia e brilhante, do tipo que iluminava tudo com graça prateada.
Ela puxou seu xale mais perto e seguiu pelo caminho de pedra.
A propriedade era grande, pontilhada com pequenas casas estilo chalé espalhadas por sua extensão. O cascalho rangia sob seus sapatos enquanto ela seguia a curva familiar que se afastava das rotas principais de segurança, aquela com menos câmeras.
Ewan havia prometido cuidar disso também.
Enquanto caminhava, seus pensamentos se espalhavam como vagalumes. O que exatamente ela esperava naquela noite? Uma refeição? Uma conversa? Encerramento? Ou algo mais?
Seu coração bateu um pouco mais rápido quando ela avistou a última casa na fileira. Suas janelas brilhavam suavemente, luz dourada derramando-se através das cortinas fechadas.
Ela diminuiu o passo, seu pulso acelerando.
O ar ao redor da casa carregava um leve aroma—algo quente, doce, talvez canela ou cardamomo. Música flutuava suavemente na noite, baixa e reconfortante. O tipo de música dela.
Quando subiu na varanda, ela percebeu que a porta não estava totalmente fechada. Estava aberta, apenas uma fração—como um convite.
Sua mão hesitou na maçaneta. “Será que isso realmente é uma boa ideia?” ela sussurrou.
Seu coração estava batendo rápido demais agora, como uma adolescente prestes a confessar algo proibido.
Respirando fundo, ela empurrou a porta gentilmente e entrou.
O ar mudou instantaneamente—quente, perfumado, romântico.
Ela congelou.
A sala de estar havia sido transformada. A luz das velas tremulava em cada canto, suave e dourada, lançando sombras dançantes nas paredes. Uma melodia lenta e melódica tocava de alto-falantes ocultos—seu instrumental de piano favorito. O aroma de sândalo e algo floral pairava no ar, delicado e convidativo.
Almofadas estavam dispostas pelo chão e nos longos sofás, posicionadas cuidadosamente para formar uma área aconchegante—como um espaço esperando por duas pessoas para se aconchegar e assistir a um filme antigo juntas. As cortinas estavam fechadas até a metade, deixando a luz da lua se juntar ao brilho das velas.
Seus olhos se voltaram para a área de jantar—e sua respiração parou.
A mesa estava posta para dois.
Talheres de prata brilhavam ao lado de pratos de porcelana, as taças de vinho capturando a luz das velas como cristais. Um pequeno bolo de veludo estava no centro—sem inscrição, sem mensagem—apenas um pequeno símbolo de coração com suas iniciais gravadas ao lado. Simples. Sutil. Perfeito.
Sua garganta apertou. Eles estavam mesmo apenas jantando naquela noite?
Antes que pudesse formar um pensamento, o suave tilintar de utensílios veio da cozinha. Ela se virou—e congelou novamente.
Ewan apareceu.
Ele vestia uma camisa branca impecável, as mangas arregaçadas até os cotovelos, e calças escuras que lhe caíam como se fossem feitas para ele. Um avental estava frouxamente amarrado na cintura, o cabelo ligeiramente desgrenhado, como se ele tivesse passado os dedos por ele muitas vezes. A luz suave da cozinha atrás dele destacava as linhas do seu maxilar, a facilidade nos movimentos, a confiança tranquila que sempre fazia sua respiração parar.
Ele sorriu—devagar, genuíno, desarmante. “Você veio,” ele disse suavemente.
Atena piscou, momentaneamente sem palavras. Seus lábios se entreabriram, mas as palavras se recusaram a sair. Ele estava… surpreendentemente lindo. Atraente daquela maneira tranquila e sem esforço como sempre fora—mas naquela noite havia calor, gentileza e algo mais profundo em seus olhos.
“Eu não pensei que você realmente concordaria em jantar a essa hora,” ele continuou, sua voz profunda, marcada com divertimento.
Atena encontrou sua voz então, embora tremesse um pouco. “Você não me deu muita escolha. O convite foi… convincente.”
Ele riu, o som baixo e familiar, e caminhou em direção a ela, secando as mãos em uma toalha. “Feliz aniversário, Atena.”
Seu coração bateu forte. “Feliz aniversário, Ewan.”
Por um instante, eles ficaram ali—apenas se olhando, o espaço entre eles vivo com coisas não ditas.
Então Ewan gesticulou em direção à mesa de jantar. “Vamos?”