Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 443
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Capítulo 443: Interceptado II
O ronco do motor do carro era o único som entre eles por um tempo, até que Ewan finalmente o rompeu.
“O que está acontecendo, Connor? O que Kael está tramando?” Ele encarou o colega que fingira anteriormente estar sob as instruções de Kael, com a mente girando.
Se Connor quisesse traí-lo, haveria uma arma apontada para sua cabeça agora. O piscar também, de volta ao aeroporto, tinha sido… reconfortante.
Enquanto isso, o aperto de Connor no volante era firme, os nós dos dedos pálidos contra o couro escuro. Sua mandíbula flexionou, e quando ele falou, sua voz era firme, mas carregava uma corrente de urgência.
“Na noite passada,” Ele começou, olhando rapidamente para Ewan antes de voltar a olhar para a estrada, “Eu ouvi Kael ao telefone. Ele não foi exatamente cuidadoso. Ele estava falando sobre a Operação E… disse para começar com ela no aeroporto ao amanhecer. Ele não mencionou nomes, mas estou com ele há tempo suficiente para saber como ler nas entrelinhas. O jeito que ele falou, o tom… era você, Ewan. Ele sempre quis sua cabeça.”
Ewan virou-se, a garganta apertando. “Operação E…” As palavras tinham um gosto amargo. E de seu nome, provavelmente.
Connor assentiu sombriamente. “Eu juntei tudo a partir de outras coisas que ele disse recentemente. Ele queria que esperassem no aeroporto, para ‘limpar a bagunça antes que chegasse em casa.’ Essa bagunça era você… Eu não tinha certeza, mas decidi verificar.”
Uma pausa. “Ele nunca me disse diretamente porque…” Ele deu uma risada curta e sem humor. “…porque ele acha que somos amigos há muito antes de você entrar na gangue. Pena que ele não conseguiu calar a boca… bem, sorte, ou você teria sido frito…”
A admissão ficou entre eles como uma pedra jogada em águas calmas, ondulações se espalhando pelo ar.
“Connor…”
“Você tem sido um bom amigo, Ewan.” Connor cortou, seus olhos brevemente desviando para Ewan, procurando em seu rosto.
“Você salvou minha vida mais vezes do que posso contar. Diabos, mesmo ao custo da sua, você se colocou em perigo. Como eu poderia ficar parado e deixá-los te matar? É por isso que estou aqui. Para te avisar. Para te tirar daqui. Claro, isso significa que minha capa com Kael está arruinada, mas tudo bem. Prefiro perder meu lugar com ele do que te perder. Sei que estarei seguro com você, com Sandro, com Zane. Isso é suficiente para mim.”
Suas palavras vieram rapidamente no início, como água estourando de uma represa rachada. Mas ao notar o silêncio de Ewan, o fluxo desacelerou.
As sobrancelhas de Connor se juntaram, sua boca se apertando. Ele roubou outro olhar, este mais longo, um lampejo de dúvida tremulando em seus olhos.
“Você não acredita em mim?” ele perguntou calmamente, o toque de defensividade se infiltrando.
Ewan estava olhando para suas mãos, flexionando-as contra os joelhos como se estivesse buscando a realidade. Ele finalmente exalou, balançando a cabeça lentamente. “Não é que eu não acredite em você.”
Sua voz estava rouca. Ele levantou o olhar para encontrar o de Connor, sinceridade ardendo em seus olhos. “Eu acredito. Acredito em cada palavra. Obrigado, Connor. De verdade. Você salvou minha vida lá atrás. Eu nem quero pensar no que teria acontecido se você não tivesse aparecido. Eu te devo.”
Os ombros de Connor relaxaram, embora a preocupação em seus olhos persistisse.
Ewan reclinou-se, mas sua mente era uma tempestade. A raiva contra Kael fervia quente em suas veias, emaranhada com um medo mais afiado e frio por sua família. Susan estava realmente bem? Atena estava segura? Seus dedos se contraiam, ansiosos para discar seu telefone novamente.
Ele clareou a garganta. “Você ouviu de Sandro ou Zane?”
A cabeça de Connor se inclinou, um rápido movimento de negação. “Não. Não desde ontem. Isso é outra coisa….” Ele perdeu a fala, os olhos se estreitando enquanto olha no espelho retrovisor. Seus lábios se pressionaram em uma linha fina. “Estamos sendo seguidos.”
Ewan se contorceu em seu assento. De fato, cinco carros os seguiam, cada um mantendo distância, mas estáveis, como sombras costuradas ao seu caminho. Seu pulso martelou.
Antes que ele pudesse xingar, seu telefone vibrou. O alívio surgiu quando ele viu o nome. “Zane.” Ele atendeu rapidamente.
“Ei, como você está?” Sua voz carregava uma calma forçada.
Do outro lado, Zane riu fracamente. “Ainda vivo, acredita ou não. Os ferimentos de bala não doem tanto hoje. Posso respirar sem sentir como se uma faca estivesse alojada em minhas costelas. Então… melhor que ontem, eu diria.”
“Bom,” Ewan murmurou. Onde você está agora?”
“Em casa, descansando. Por quê?”
Ewan hesitou, olhando para os carros em perseguição. Ele não queria colocar mais peso nos ombros de Zane. “Só verificando. Estou na estrada de volta da visita ao antigo chefe.”
“O antigo chefe, hein? Como foi isso?”
“Bem,” Ewan disse rapidamente, engolindo a mentira como uma pedra afiada. “Foi bem. Produtivo, até. Sorte.” Ele se mexeu, seu olhar alternando entre o espelho lateral e o foco constante de Connor. “Como está minha família?”
“Eles estão bem,” Zane respondeu, seu tom confiante e firme. “Se algo tivesse acontecido, Sandro teria me avisado. Não se preocupe.”
A garantia afrouxou algo dentro de Ewan. Seu peito se expandiu com uma respiração trêmula, embora a inquietação ainda formigasse sob sua pele. “Certo,” ele murmurou. “Isso é bom.”
Eles se despediram, e quando a linha ficou muda, Ewan guardou o telefone. Ele se virou para Connor, cujos lábios se curvavam naquele sorriso perigoso que Ewan conhecia muito bem.
“Perca-os,” Ewan disse.
Connor arqueou uma sobrancelha, sua voz carregada de falsa ofensa. “Pensei que você nunca pediria.”
Ambos afivelaram os cintos de segurança, Ewan segurando a alça acima dele, se preparando. Connor pressionou o acelerador, e o carro avançou como uma fera solta.
A cidade ficou embaçada ao redor deles—ruas se estreitando, letreiros de neon piscando, pedestres assustados se jogando para fora do caminho.
Pneus chiaram, motores rugiram atrás deles, e Ewan sentiu seu estômago revirar a cada curva acentuada. Seu coração batia forte, não apenas pela emoção da perseguição, mas pela confiança insana que foi forçado a depositar na condução selvagem de Connor.
“Desacelere,” ele quis gritar, mas mordeu a língua. Este era quem Connor era—imprudente ao volante, assim como ele era implacável em uma briga. Frenético, caótico, mas de alguma forma sempre no controle.
Os minutos se esticaram em algo que parecia horas. Quando Connor cortou por um beco e surgiu em uma rua menos movimentada, os perseguidores haviam desaparecido no labirinto da cidade atrás deles.
Connor diminuiu a velocidade, sorrindo satisfeito. “Trinta minutos,” ele disse casualmente, como se tivesse sido uma tarefa simples.
Ewan soltou a mão da alça, flexionando os dedos doloridos. “Você é insano.”
Connor apenas sorriu mais. “Você me ama por isso.”
Eles seguiram em silêncio até que os portões da mansão Thorne apareceram. Mas em vez da agitação habitual—guardas nos postos, servos entrando e saindo—havia uma quietude inquietante.
As sobrancelhas de Ewan se franziram enquanto ele saía do carro com Connor. O ar estava quieto demais.
Dentro da mansão, o silêncio se intensificou. O eco de seus passos sobre o chão de mármore soava alto demais, quase desrespeitoso.
Finalmente, uma serva apareceu, os braços cheios de equipamentos de limpeza. Ela se assustou ao vê-los, inclinando a cabeça rapidamente.
“Onde está todo mundo?” Ewan perguntou.
A serva se mexeu, sua voz mal passava de um sussurro. “Madame Florence… ela foi hospitalizada. Todos foram ficar com ela.”
O coração de Ewan despencou. Ele fechou os olhos brevemente, praguejando entre os dentes, lembrando-se da mensagem de texto de Atena.