Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 438
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Capítulo 438: Sortudo
Com as quase-inexistentes comodidades desta cidade — ou seria vila — Ewan não podia acreditar que seu predecessor tinha vivido aqui por mais de seis anos, desde que entregou a gangue a ele, precisando viver uma vida sem balas, drogas e sangue.
Ele não teria acreditado, se não estivesse encarregado dos registros também; o velho homem recusara sua parte dos lucros do negócio, preferindo desviar para a filantropia.
Tudo por causa de uma mulher.
Bem, ele mesmo também não saiu quando se casou? Ewan questionou a si mesmo, estreitando os olhos enquanto olhava ao redor da cidade.
Vestindo shorts cor creme que paravam logo acima dos joelhos, uma polo branca e sapatos de caminhada, com um chapéu de praia descansando em suas costas, cordas frouxamente amarradas ao redor do pescoço, ele passava facilmente por um turista. E também havia a câmera que ele usava.
Isso explicava por que foi abordado pelos locais para tirar fotos de seus artesanatos, até mesmo persuadido a dar uma olhada no que eles consideravam uma praia nessas áreas.
Mas Ewan recusou. Tinha um motivo para estar presente neste pequeno canto do mundo.
Inspirando profundamente, ele virou-se da praça central — com estradas levando em quatro direções — em direção ao caminho à sua esquerda, uma trilha com vegetação que o levaria até o lugar onde seu antigo chefe vivia com sua jovem esposa. Uma mulher que havia eliminado o gosto deste último por sangue e violência. Uma missionária.
Ewan mal podia acreditar na mudança que ocorrera na vida do homem mais velho, até agora. Balançando a cabeça enquanto as lembranças do amor do casal passavam por sua mente — momentos dos quais ele foi testemunha, incluindo seu casamento — ele não podia concordar mais que o amor realmente comete uma infinidade de mudanças na humanidade.
Os locais sorriam para ele enquanto ele passava, seus rostos abertos e calorosos. Ele os saudava em seu idioma, as palavras saindo de sua língua de forma desajeitada, mas gentil.
Alguns até paravam para perguntar de onde ele vinha, se tinha visto seus rios, suas construções, seus artesanatos. E em resposta, ele diria sim para alguns e para os outros, negativamente — o que ele sentisse no momento.
Quinze minutos se passaram antes que ele chegasse à pequena casa onde o antigo chefe vivia. Ele hesitou em atravessar a pequena cerca de madeira ao redor da casa, que não poderia ter mais que quatro quartos.
Um bangalô pintado de amarelo, com lajes de vermelho amarronzado contornando as janelas e portas. O telhado era baixo, folhas corrugadas brilhando opacas sob o sol. Uma pequena varanda se estendia na frente, emoldurada por dois pilares de madeira, com vasos de flores alinhados de cada lado.
Lembrando-se da mensagem de Atena, ele empurrou a parte da cerca destinada a deixar as pessoas entrarem e saírem e entrou no terreno da casa.
Olhando ao redor do pequeno campo antes da varanda, ele podia ver brinquedos espalhados — cavalos de madeira, um carrinho pequeno — pistas que o deixaram saber que Kael teria irmãos mais novos.
Homem de sorte, ele pensou, os lábios se curvando, referindo-se ao seu antigo chefe. Ele teve filhos em sua velhice.
Antes que Ewan pudesse chegar à varanda, a porta da sala de estar se abriu abruptamente e duas crianças correram para fora, seus pés descalços batendo nos degraus de madeira enquanto corriam em direção à cerca. Elas pararam de repente quando o notaram, suas risadas barulhentas desaparecendo rapidamente.
“Quem é você?” uma das crianças exigiu.
Corajosas. Ewan pensou, divertido, olhando para as duas crianças que ele podia deduzir que eram gêmeas, não mais de quatro anos. “Sou um amigo do seu pai,” ele respondeu suavemente quando um dos meninos levantou uma sobrancelha desconfiada.
Ele sorriu, estendendo a mão para um aperto de mão. “Sou Ewan.”
Os meninos não apertaram sua mão. Em vez disso, eles se viraram de volta, alertando-o sobre uma terceira presença. Seu sorriso se alargou quando viu a mãe deles parada na varanda, as mãos firmemente plantadas nos quadris. Ela estava muito grávida, seu vestido esticado gentilmente sobre a barriga.
O sorriso nem sequer vacilou quando a mulher não o retribuiu.
“Ewan… o que você está fazendo aqui?” ela perguntou, a voz firme, mas cautelosa.
“Para ver o velho,” Ewan respondeu, deixando os gêmeos para trás, embora não sem bagunçar os cabelos deles — uma ação à qual eles bufaram e se afastaram. “Ella, faz tempo…” ele mencionou, parando diante dela, o sorriso ainda nos lábios.
“Você está grávida,” ele acrescentou, apenas para receber um deboche antes que ela de repente avançasse e o abraçasse.
Suas mãos automaticamente a circundaram. Ela tinha sido a primeira pessoa a convencê-lo a deixar a gangue, e uma boa amiga também. Ele deu um beijo gentil em sua testa.
“Como você está se sentindo?” ele perguntou em voz baixa.
“Bem. Só o pequeno me dá dores de cabeça às vezes…” Enquanto falava, ela acariciava a barriga saliente carinhosamente, seus olhos suavizando.
Ewan sorriu. “Parabéns, Ella…”
“Obrigada.” Seguiu-se uma pausa, durante a qual ela escaneou seu rosto cuidadosamente. “Antes de eu convidar você para entrar, tenho que perguntar… você está aqui para causar problemas?”
Ewan balançou a cabeça com firmeza. “Está tudo bem. Só vim visitar e conversar com o velho.”
Ela soltou um suspiro de alívio, relaxando os ombros. “Então entre.” Virando-se para as crianças, ela chamou, “Vocês dois, entrem. Vocês têm sorte de termos visitantes…”
Lá dentro, a casa parecia acolhedora. A sala de estar cheirava levemente a madeira e ervas. Um sofá gasto, mas limpo, estava arrumado cuidadosamente junto à parede, almofadas brilhantes empilhadas sobre ele, um tapete feito à mão cobrindo parte do chão.
Sobre uma mesa baixa repousava um vaso cheio de flores frescas, enquanto fotos de momentos em família adornavam as paredes. Ao lado, a sala de jantar conectava-se suavemente, com uma pequena mesa de madeira e quatro cadeiras posicionadas juntas, um pano xadrez sobre ela. Havia toques agradáveis em todos os lugares — evidência de cuidado, amor e uma vida tranquila.
“Você vai ter que esperar um pouco,” Ella disse, afastando uma mecha de cabelo do rosto enquanto se abaixava cuidadosamente em uma cadeira, interrompendo a observação de Ewan.
“John ainda não está em casa. Ele ainda não voltou da pescaria.”
O silêncio pairou entre eles por um instante, antes de ambos quebrarem em altas risadas.