Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 422
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Capítulo 422: Hora da Festa
Atena estava diante do amplo espelho de sua penteadeira, sua reflexão emoldurada por uma luz dourada suave.
Por um longo momento, ela apenas olhou, ombros erguidos, queixo levantado como se o vidro em si fosse seu primeiro público. Esta noite não era apenas outra noite; era sua introdução formal ao mundo, não como a boa médica que se misturava nas sombras dos laboratórios e crises, mas como Athena Cecilia Caddels Thorne, neta do infame Edward Thorne, e herdeira do vasto império que carregava seu nome.
Ela deixou o peso do nome rolar silenciosamente em sua língua, a decisão que havia feito apenas horas antes ainda ecoando em seu peito.
O advogado da família havia pedido, quase esperando, que ela abandonasse “Athena Caddels”, como se a pessoa que ela era até agora fosse uma pele descartada. Mas ela havia insistido, calma mas determinada, para que seu nome permanecesse intacto—cada parte dele.
Athena Cecilia Caddels Thorne. Uma declaração de passado e presente, de raízes e reinvenção.
Um suspiro escapou de seus lábios enquanto seu olhar caía para o vestido fluindo ao redor de seu corpo. Ela se virou ligeiramente, admirando, mas também criticando, a peça que a levaria para este novo capítulo.
Era uma obra-prima de seda e brilho, de cor marfim com um sussurro de prata que capturava a luz quando ela se movia. O decote se mergulhava modestamente à frente, chamando atenção para o delicado bordado de diamantes costurados como constelações.
As mangas, longas e transparentes, terminavam em punhos adornados com rendas que roçavam seus pulsos a cada movimento. Mas foi a parte de trás que a fez parar—um corte ousado, completamente sem costas, expondo pele que arrepiava sob o frio do quarto. O vestido se ajustava onde deveria, alargava onde necessário, a barra se formando como luz líquida ao redor de seus pés.
Areso realmente se superou com esta coleção feita sob medida.
Ela alisou as palmas das mãos sobre o tecido, coração palpitando. Lindo, admitiu, embora sua expressão permanecesse tensa. Ela era a personagem principal esta noite, quer quisesse o papel ou não.
Seus dedos permaneceram no colarinho, tocando o pingente de diamante que sua avó insistiu que ela usasse. Em algum lugar profundo, ela se perguntava se beleza era armadura suficiente para a investida que este novo trono lhe dará.
Seu olhar vagou, desfocado, enquanto seus pensamentos escorregavam nas semanas que construíram este momento.
Tudo havia parecido avassalador, como ser capturada por uma maré que a arrastava de uma margem de caos para outra. Mas agora, não parecia tanto.
A captura de Morgan ainda ecoava em todo canal de notícias, sua imagem estampada em ciclos intermináveis de humilhação—algemado, condenado à prisão perpétua. No entanto, ela sabia melhor. O presidente havia concordado com a persuasão de Aiden, garantindo a Morgan um lugar nas celas negras, a verdade cuidadosamente ocultada dos olhos do público.
Ainda assim, a visão de seu rosto em cada televisão, em cada manchete, era um lembrete de que sua luta estava longe de terminar.
E então Kael. A noite anterior ainda grudava em sua pele como fumaça. Sua ameaça havia se estabelecido em suas veias como veneno, uma pergunta sem resposta se torcendo mais a cada hora de silêncio. Onde estavam os médicos agora? Qual esconderijo os abrigava, que plano eles colocavam em movimento enquanto o mundo fora dançava em banquetes e sussurrava sobre champanhe? O vírus seria liberado hoje, nesta própria cidade, enquanto ela estava aqui polindo diamantes e alisando seda?
Seus dedos tremiam enquanto ela se aproximava da borda da penteadeira, unhas batendo contra a madeira polida. Ela inalou rapidamente, forçando seus pulmões a expandirem. E se eles falhassem? E se ela tivesse calculado errado?
Mas sua mente, teimosa como sempre, desviou de lado, criando outros fragmentos dos dias recentes. A queda de Bolin—sua captura e sentença por crimes cometidos, o escândalo de sua desherança estampado pelos tabloides. Os outros dois, privados de privilégio e sanidade, mantidos em um hospital psiquiátrico.
Os lábios de Atena formaram uma linha fina; ela não estava surpresa nem comovida. A mãe delas tinha se afundado ainda mais, exibindo sua desgraça nos subúrbios da cidade. Atena não tinha mais espaço em seu peito para choque.
Ethan realmente tinha ido muito além das instruções que ela havia dado. Ela havia pedido apenas para ele cuidar das coisas, mas ele executou com uma precisão que excedeu suas expectativas. Ela quase podia sentir um toque de orgulho quando pensava nisso. Sim, o trabalho dele a tinha agradado.
E havia Aiden, que insistiu em pagar pelo apartamento arranha-céu onde ela havia morado, algumas horas atrás, apesar das tentativas dela de presenteá-lo, incluindo o edifício. O orgulho do homem não tinha igual!
Seus ombros relaxaram enquanto sua mente vagava novamente, desta vez em direção a terras mais gentis. Aos seus avós. A Rodney, que se acomodou rapidamente em seu papel, conduzindo-a com eficiência silenciosa, nunca fazendo perguntas.
No início, seus filhos haviam resistido a ele, tensão marcada em seus pequenos corpos sempre que ele aparecia, sussurros trocados que ela não conseguia decifrar. Durante dias, ela se perguntou se havia cometido um erro ao confiar nele. Mas então, como se um acordo silencioso tivesse sido alcançado, a resistência desapareceu. Seus filhos aqueceram-se a ele, e a paz que se seguiu foi um bálsamo.
Ela ainda não sabia qual era a mágoa deles, mas deixou passar, grata pela calmaria.
Ewan, também, encontrou seu ritmo. Seu negócio prosperou, a parceria deles floresceu, e ele se mostrou não apenas competente, mas atencioso. Cavalheiresco, até. Só esta manhã foi uma prova disso, seu pequeno ato de consideração permanecendo em seu peito como calor em um dia frio.
Ela não esqueceria isso, não tão cedo. Com ele, sempre havia estabilidade, do tipo que a ancorava mesmo quando tempestades se agitavam.
Tudo, ela pensou, estava tão perfeito quanto poderia ser—perfeito, exceto pela ameaça iminente do vírus. Essa ameaça singular quase apagou todas as luzes, manchou todas as vitórias. Seu peito se apertou, o peso pressionando contra seus pulmões.
Seu telefone vibrou contra a penteadeira, tirando-a de seu devaneio. Ela o alcançou, os lábios se curvando enquanto seus olhos percorriam a tela. Uma mensagem. Outra nota de amor, assinada com a confiança familiar de Antonio.
Seu sorriso se tornou fino, suave nas bordas, enquanto a memória se desenrolava em sua mente.
Nos portões nesta manhã, Antonio saiu do carro, flores na mão, quando ela bateu em sua janela. A sinceridade dele havia rachado sua armadura de indiferença. Seus olhos escuros carregavam um cansaço que ela não esperava, sombreados de arrependimento, e ela havia deixado de lado a mágoa que não percebera que carregava.
“Você veio,” ela disse, de forma um pouco monótona, estudando-o.
“Claro que vim,” ele respondeu, o buquê tremendo ligeiramente em seu aperto. “Você achou que eu não viria?”
Ela não disse nada, deixando o silêncio se estender, desafiando-o a preenchê-lo.
“Eu estava errado,” Antonio admitiu finalmente, voz baixa. “E teimoso. Eu deveria ter confiado em você antes.
Agora, olhando para o texto dele—Todos estão esperando—os lábios de Atena se curvaram novamente, desta vez em um sorriso mais firme, mais forte.
Era hora de brilhar.