Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 418
- Home
- Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus!
- Capítulo 418 - Capítulo 418: Vá para casa II
Capítulo 418: Vá para casa II
As palavras afiadas de Atena chegaram como um tapa no rosto de Antonio, deixando-o atônito na calma do ar noturno.
Vá para casa.
Ela não tinha gritado, ela não tinha levantado a voz, mas o aço entrelaçado em seu tom doía mais do que mil gritos poderiam.
Antonio ficou paralisado, incapaz de acreditar que ela o tinha rejeitado tão facilmente. Seus lábios se abriram ligeiramente, mas nenhuma palavra saiu de início. Suas sobrancelhas se franziram, juntando-se em confusão enquanto a dor da rejeição se assentava em seu peito.
Seu maxilar se moveu, cerrando-se uma vez, depois de novo, como se estivesse triturando todas as palavras que queria cuspir, mas não podia.
A tormenta dentro dele era violenta. Ela não via? Ela não se lembrava? Ele estava lá quando Ewan tentou destruí-la. Ele esteve ao lado dela no tribunal, esteve com ela anos atrás quando sua força vacilou, carregando o peso de suas batalhas mesmo quando não era dele para suportar.
Ele lutou por ela, protegeu-a, escolheu-a em vez de seu próprio conforto. E agora, Atena olhava para ele como se tudo isso não significasse nada. Ela podia dispensá-lo com três palavras, como um homem que não tinha lugar em seu mundo.
Os ombros de Antonio se enrijeceram, seu peito arfava, punhos se cerravam e relaxavam ao lado. Seus lábios tremiam, presos entre a mágoa e a descrença. Finalmente, quando o silêncio arrancou muito profundamente, ele encontrou sua voz.
“Você não pode estar falando sério, Atena…” Sua voz falhou, mal mais alta que um sussurro. Ele balançou a cabeça sutilmente, olhos fixos nos dela com uma intensidade desesperada, uma tempestade se formando em suas profundezas escuras. “O que é um relacionamento sem confiança? Como você pode dizer que está em um comigo, e ainda manter coisas escondidas de mim?”
Ele se aproximou, sua voz ganhando força, afiada pela angústia. “Eu não estava lá quando você derrubou Lucas? Mesmo no caso judicial? Por que não pode confiar em mim da mesma forma agora? O que Ewan está enchendo sua cabeça? Aquele idiota?”
Ainda em Ewan. Sempre em Ewan. O peito de Atena subiu com um suspiro cansado, seu olhar caindo momentaneamente ao chão. O cansaço em seus ossos parecia se derramar em sua expressão, suavizando seu rosto, mas endurecendo seu silêncio.
Ela queria contar tudo a ele—apesar do aviso de seu avô—mas não podia. Fazer isso colocaria Antonio em risco. Isso o tornaria um alvo.
Seus amigos entendiam. Eles tinham aceitado as meias-verdades, as evasivas, porque confiavam nela. Mas Antonio—Antonio era tão teimoso quanto a própria palavra teimoso. Ele sempre pressionava, sempre exigia. Ele não via que ela estava tentando protegê-lo, escudá-lo do fogo em que já estava queimando.
“Antonio, isso é mais que o caso no tribunal,” disse Atena finalmente, sua voz carregando o peso do cansaço. Ela se mexeu nos pés, seus ombros pesados. “Isso é maior do que todos nós. Eu não quero que você se torne um alvo.”
Sua confissão foi quieta, mas firme. Ela amenizou um pouco a dureza na raiva de Antonio, a defensiva quebrando levemente. Seus ombros caíram um pouco, sua respiração falhou, e por um momento, seu coração amoleceu.
Sem hesitar, ele deu um passo à frente, circundando os braços ao redor de sua cintura, puxando-a para perto como se temesse que ela pudesse desaparecer se ele não o fizesse. Sua testa pressionou contra a dela, olhos fechados, voz áspera com sinceridade.
“Estou lisonjeado que você queira cuidar de mim, meu amor. Mas eu consigo me cuidar. Também quero cuidar de você.”
Os olhos de Atena se levantaram lentamente, seu coração se torcendo com culpa. Ela queria—realmente queria—que ele pudesse. Mas a realidade era mais dura. Seu olhar segurou o dele, firme e inabalável, mesmo enquanto seu peito doía.
“Você não pode, Antonio. Desta vez, não,” ela sussurrou. Suas palavras eram suaves, mas cada sílaba carregava um peso que pressionava contra seu peito como chumbo.
Por um momento fugaz, o rosto de Antonio amoleceu. Então suas palavras o atingiram completamente, e a suavidade evaporou. Suas mãos caíram de sua cintura novamente. Seus olhos se estreitaram, confusão e dor colidindo, e sua boca se abriu em protesto.
“Mas ele pode?” Sua voz carregava uma borda amarga, gotejando de acusação. Seus lábios se retorceram, suas sobrancelhas se arquearam rapidamente, e sua voz tremeu com orgulho ferido.
Sempre voltando a Ewan. Sempre. A paciência de Atena se esvaiu, sua própria frustração borbulhando à superfície.
Ela balançou a cabeça lentamente, o movimento pequeno, mas incisivo. Por que Antonio não conseguia ver além do seu ego, da sua obsessão com o ex-marido dela, para o quadro maior? Por que ele não conseguia confiar nela para lidar com o que estava por vir, deixar que ela o protegesse ao invés de lutar contra ela a cada passo?
“Não podemos continuar assim, Atena. Então não é um relacionamento.” A voz de Antonio se elevou novamente, justa, ferida, firme. Suas mãos subiram, descansando firmemente nos braços dela, como se para mantê-la no chão, como se ela estivesse girando e ele fosse a âncora de que ela precisava.
No entanto, os olhos de Atena eram de aço. Seus lábios se abriram, e embora suas palavras fossem silenciosas, caíram mais pesadas que um golpe de martelo.
“Então talvez precisemos de uma pausa.”
O rosto de Antonio empalideceu instantaneamente, toda a cor drenando. Suas mãos caíram dos braços dela como se queimadas. Sua boca se abriu, fechou, então abriu novamente, mas nenhum som saiu no começo. O choque alargou seus olhos, seu peito subindo em respirações rápidas e rasas.
“Você está terminando comigo por causa do Ewan?” Sua voz falhou, a incredulidade sufocando suas palavras.
Atena revirou os olhos, sua paciência acabada, e deu um passo atrás. Sua expressão estava cansada, resoluta, inflexível. “Volte quando você superar sua obsessão com meu ex-marido.”
Ela não se demorou. Seus olhos passaram por ele, já acenando para um dos guardas perto dos portões. “Eles vão acompanhar você para fora. Tenha uma boa noite, Antonio.”
O peito de Antonio se contraiu dolorosamente. Ele não conseguia respirar, não conseguia pensar. Sua mente girava enquanto observava ela se afastar. Assim, de repente?
Ele estendeu a mão impulsivamente, sua mão agarrando o braço dela com força.
Atena sibilou suavemente, fazendo uma careta com a pegada repentina, sua cabeça se virando rapidamente em direção a ele.
“O que diabos você está fazendo?”
A intensidade do tom dela o sacudiu. Suas mãos caíram instantaneamente, a culpa o atingindo. “Sinto muito. Você simplesmente… você me deixa louco.” Sua voz estava tensa, quebrada de desespero.
“Isso não significa que você pode me segurar como quiser, Antonio.” Seus olhos ardiam contra os dele, sua voz baixa e ameaçadora.
Eles ficaram assim por uma pausa carregada, olhos fixos, ambos respirando mais pesadamente do que deveriam, o ar noturno denso de tensão.
A mente de Antonio corria, verificando, contemplando, buscando uma forma de consertar o que havia se desfeito. Mas o olhar de Atena não vacilou.
“Vá para casa, Antonio,” ela disse finalmente, mais suave desta vez, mas não menos firme.
O tom dela não deixava espaço para discussão. E desta vez, Antonio foi sábio o suficiente para não tentar tocá-la novamente. Ele ficou enraizado ao chão, observando fixamente enquanto ela se virava, a figura dela se afastando em direção à sala de estar sem olhar para trás.
Seus punhos se fecharam firmemente ao lado do corpo, unhas cravando nas palmas. Sua mandíbula se tensionou, seu peito ardia, mas ele permaneceu em silêncio, engolindo a tempestade que rugia dentro dele.
Quando finalmente sentiu a presença do guarda atrás dele, seu temperamento explodiu. Ele sibilou duramente, virando-se bruscamente, lançando olhares furiosos para o homem inocente como se ele fosse o culpado de sua miséria.
Então, com um pisar pesado o suficiente para ecoar no pavimento, ele saiu em disparada na noite, maldições queimando o nome de Ewan em sua mente.