Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 411
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Capítulo 411: Duas Equipes IV
Ewan sempre se perguntava se estaria nesta posição novamente—diante de uma enxurrada de balas, coração batendo forte, adrenalina correndo—depois de assumir seu lugar na empresa da família.
Por anos, ele havia convencido a si mesmo de que negociações na sala de reuniões, acordos corporativos e papelada interminável haviam substituído os dias de desviar do fogo e liderar missões. Mas algumas coisas nunca deixam um homem.
O pensamento o assombrava com frequência durante noites tranquilas, a pergunta sussurrando: e se acontecer de novo? E se você se encontrar diante do cano de uma arma, e sua equipe não estiver lá para te cobrir? E se você estiver sozinho?
Agora, com paredes ecoando com tiroteio e gritos, com gesso lascando acima de sua cabeça de um rolo de balas, essa pergunta não era mais hipotética.
E estranhamente—ele sorriu.
Porque assim que o gatilho foi puxado, assim que o perigo pressionou de todos os lados, seu corpo lembrou. Seu treinamento ganhou vida nele como memória muscular. Suas mãos e pernas se moveram como se tivessem esperado, ansiado por este exato momento.
Tudo sincronizado: sua respiração, seus olhos, o ritmo de seu coração. Ele se movia em uníssono, em um fluxo único, como uma corrente de água correndo pelas rachaduras na pedra.
O primeiro homem veio pela esquerda, avançando, arma levantada. Ewan nem sequer piscou. Sua pistola levantou, latiu uma vez, e o homem desmoronou, sua arma tilintando contra os azulejos.
Mas Ewan não ficou em um lugar, não com os homens irados chegando. Ele avançou rápido, botas batendo forte contra o chão, então saltou na parede em um arco suave. Suas pernas encontraram apoio onde nenhum homem normal deveria encontrar firmeza, e ele impulsionou-se, girando seu corpo no ar.
Balas rolaram sob ele, mas sua pistola falou mais de duas vezes antes de pousar, cada tiro acertando seu alvo nos homens abaixo. Quatro corpos caíram no chão, seus objetos de combate inertes ao lado, antes mesmo de ele tocar no chão.
No momento em que suas botas beijaram o chão, ele já estava rolando, já disparando de costas para os inimigos perseguindo-o por trás. Seus movimentos eram tão fluidos que quase parecia coreografado, como se tivesse ensaiado cada passo.
Ele se agachou enquanto balas passavam voando, disparando de volta, faíscas piscando de metal raspando contra concreto. Ele abaixou-se abaixo de um bastão balançando, empurrou seu ombro no peito do assaltante, e disparou à queima-roupa antes que o homem pudesse sequer ofegar. Ele não ficou, não se vangloriou. Cada movimento era uma transição para o próximo, um dançarino em um balé da morte.
Ele avançou mais fundo no corredor, cada passo medido, cada respiração controlada. Porta a porta, ele se movia, ombro contra madeira, arma levantada. Ele chutou uma aberta logo depois e parou por uma fração de segundo.
Lá dentro havia coisas que faziam seu estômago revirar—cenas obscenas, mulheres abusadas nuas forçadas a se encolher nos cantos, olhos arregalados de terror, os criminosos as usando como escudos.
Seu dedo tensionou no gatilho, instinto gritando para ele atirar, mas a disciplina o segurou. Ele não poderia arriscar acertar inocentes.
O bandido mais próximo sorriu, pensando que Ewan estava hesitando com medo. Ele não percebeu que Ewan estava esperando o momento perfeito.
E quando ele chegou—quando os criminosos finalmente desviaram seu foco dele por um segundo, para sair da cama para atacá-lo, deixando assim as mulheres desprotegidas—Ewan agiu imediatamente. Sua pistola cuspiu fogo, limpa e precisa. Três tiros. Três homens caíram. Ele abaixou sua arma lentamente, deixando o silêncio ressoar pela sala.
As mulheres piscaram para ele, tremendo. Uma delas gemeu. O maxilar de Ewan se contraiu, mas ele não disse uma palavra. Ele se virou, deixando a porta aberta, um convite silencioso para elas correrem. Para escapar.
Mas mesmo que elas não o fizessem, o serviço de segurança do estado logo invadiria o prédio. Aiden tinha dado uma dica para eles, tarde, intencionalmente.
Ewan, enquanto isso, repetia isso pelos cômodos. Chutar. Entrar. Julgar. Atirar. Sair. Sempre se movendo, sempre fluindo. Alguns cômodos fediam a fumaça e suor. Outros eram antros de jogo ou drogas. Cada vez, ele encontrava criminosos, e cada vez, ele os derrubava com a precisão implacável de um homem treinado para esse exato pesadelo.
Sangue acumulava-se no assoalho de madeira, sombras se estendiam sob as lâmpadas oscilantes, e ainda assim ele avançava, uma porta após a outra, um corpo após o outro.
Quando chegou às escadas para o último andar, sua respiração estava mais pesada, mas seu foco mais intenso. Ele subia degrau por degrau, sua pistola firme, olhos vasculhando cada canto.
O segundo andar o cumprimentou com silêncio—um silêncio em que ele não confiava. Ele caminhava devagar, quase agachado, o cano de sua pistola liderando o caminho. E então…
Uma figura estava no final do corredor, logo fora de uma porta pesada. Uma garota. Ela não podia ter mais de vinte anos, seu cabelo amarrado de forma bagunçada, um rifle firme em suas mãos.
Ela estava pálida sob a luz fraca do corredor, mas seus olhos eram duros, desafiantes. Ela levantou sua arma, e Ewan congelou.
Algo sobre ela o parou instantaneamente. Ela o lembrava de Heronica. O ângulo do queixo, a linha teimosa da boca, até a maneira como as mãos tremiam mas permaneciam firmes.
Por um instante, ele hesitou.
E essa hesitação lhe custou caro.
O estampido de um tiro rasgou o corredor, e uma dor lancinante rasgou sua coxa. Ele gemeu, cambaleando para trás, batendo na parede com um grunhido, acomodando-se atrás dela, bem próximo às escadas. Sua pistola quase escorregou da mão, mas ele cerrou os dentes e segurou firme.
A garota continuava atirando, cada disparo atingindo as paredes ao redor dele. Pelo som e ritmo, ele sabia que ela estava se aproximando, passo a passo.
“Está com medo de lutar, velho?” ela gritou, a voz trêmula mas alta. “Venha, bêbado!”
Ele? Um bêbado?
Apesar da dor ardente na perna, Ewan quase riu. Não porque fosse engraçado, mas pela absurdidade da situação—ali estava ele, sangrando, caçado, encurralado, e ainda assim seu orgulho achava o insulto ridículo.
Ele tocou o ferimento na coxa, fazendo uma careta. A almofada que usava tinha absorvido a pior parte, mas ainda assim o sangue escorria. Um ferimento superficial, talvez, mas não menos doloroso.
Seu olhar se voltou para sua alcateia. Apenas um cartucho sobrando.
“Uma bala,” ele murmurou para si mesmo. “Melhor que valha a pena.”
Ele inalou lentamente, contando os segundos, mente calculando, coração se estabilizando. Ele precisava que ela se posicionasse—em algum lugar previsível, onde ele pudesse acabar com precisão.
Então ele viu: o vidro quebrado espalhado no chão, captando pouca luz, refletindo sua sombra enquanto ela se aproximava. As botas dela estalaram contra o vidro, revelando sua posição exata sem que ela percebesse.
Perfeito.
Ele firmou a mão, alinhou o tiro e disparou—não no peito dela, não na cabeça, mas na perna direita; a misericórdia prevalecendo.
O grito dela cortou o ar, agudo e cru. Ela desabou, a arma espalhando-se quando ela caiu.
Ewan revirou os olhos, expirando fortemente enquanto a tensão se dissipava. Ele se empurrou da parede e saiu da cobertura, mancando levemente, a arma ainda levantada.
“Não,” ele disse asperamente, quando a mão dela se moveu em direção à arma. Sua voz carregava aço, fria e definitiva. “Se quer viver, não faça.”
A mão dela ficou frouxa. O rosto dela se contorceu de dor, mas ela não tentou alcançar a arma novamente.
Ewan se abaixou, pegou a arma, e endireitou-se com uma careta.
“Há alguém lá dentro?” ele perguntou, movendo o queixo em direção à porta atrás dela. Sua voz era direta, sem rodeios.
A garota lançou-lhe um olhar zangado e cuspiu no chão.
“Você não sabe quem irritou,” ela sibilou. “Você não sabe o que trouxe sobre si mesmo…”
Ewan inclinou a cabeça, seu rosto ilegível. Então, com um leve encolher de ombros, ele respondeu, “Na verdade sei. E se você soubesse quem eu sou, não seria tão otimista sobre minha queda.”