Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 394
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Capítulo 394: Testes III
“Então, é ruim?” Ewan juntou-se a Atena para olhar o frasco, após ter sido agitado e deixado para assentar por alguns minutos.
Quando ela suspirou cansada, desanimada, ele soube que era realmente ruim. Seu peito apertou enquanto ele desejava, quase desesperadamente, que pudesse apagar a consequência do que estava diante deles — as repercussões, o caos que se seguiria, o peso que pressionaria implacavelmente nas costas dela.
“Atena…” ele murmurou, precisando de palavras, precisando saber o que estavam enfrentando. “É como você temia?”
Atena assentiu lentamente, endireitando os ombros com esforço. “É uma variante. Muito pior que o Vírus Grey. Não acho que a cura que eu fabriquei seria capaz de fazer qualquer coisa contra isso…”
“Mas você não testou ainda? Talvez—”
Atena balançou a cabeça bruscamente, cortando a resposta apressada de Ewan. “Eu sei o que estou dizendo, Ewan. Isso é muito pior. Vou precisar passar muito tempo no laboratório daqui em diante… e vou precisar que você esteja presente para as crianças. Gianna nem sempre está por perto, como você deve ter notado, e acho que Chelsea está ocupada com suas atividades diárias…”
Um pausa. Suas sobrancelhas se franziram ao perceber que não sabia exatamente por que sua amiga sempre saía de casa logo pela manhã. Se ela não soubesse melhor, diria que Chelsea estava procurando um emprego.
Espere. Atena suspirou internamente. Sua amiga estava realmente procurando um emprego? O que aconteceu com o anterior?
“Atena, qual é o problema?”
“Acho que Chelsea está aprontando algo. Mas isso é só um detalhe…” Ela afastou o pensamento, voltando ao presente. “Como eu estava dizendo, você precisa estar lá para as crianças. Trabalhar nos remédios, nos experimentos… consome muito tempo. Espero que você possa entender…”
“Eu entendo, Atena. Eu entendo perfeitamente,” Ewan interrompeu suavemente, seu olhar encontrando o dela com uma ternura silenciosa. “Você não precisa se justificar. Leve o tempo que precisar para lidar com isso. Estarei aqui se precisar de qualquer coisa.”
Atena procurou algo em seu rosto, demorando-se nos olhos dele em busca de verdade, então expirou suavemente. “Obrigada por isso, Ewan. E sinto muito se—”
“Não se desculpe por fazer o que deve,” ele interrompeu gentilmente. “Você também está fazendo isso por eles. E não, não é um fardo.”
Seus lábios se abriram ligeiramente, então fecharam-se firmemente. “Entendo. Obrigada.”
Ewan quis dizer-lhe que ela não deveria estar agradecendo a ele, que essa era sua responsabilidade tanto quanto dela, mas ele sentiu que já tinha interrompido o suficiente por hoje. Em vez disso, ele disse, “Ótimo. Você começa hoje?”
“Não, não vou. Talvez amanhã. Estou muito mentalmente exausta para fazer qualquer coisa agora. Mas vou falar com Herbert e obter algum tipo de permissão, caso trabalhar aqui interfira em minhas horas no hospital. Felizmente, há muitos médicos competentes nos hospitais Whitman.”
“Isso mesmo,” Ewan murmurou, sua mente refletindo sobre um pensamento particular, um que ele sabia que iria perturbar Atena.
“O que é?” A voz de Atena era afiada. Assim como Ewan era habilidoso em lê-la, ela era habilidosa em lê-lo. Ela afastou o que isso significava em verdade e focou no possível peso pressionando contra a mente dele.
“A gangue…” Ewan pausou, lambendo o lábio inferior. “Se Kael ainda opera da mesma forma, ele não ficará contente sendo apenas um peão no jogo. A gangue raramente é um peão. Sempre quisemos superar o que estava acontecendo. E se eu pudesse arriscar um palpite, diria que Kael ocuparia uma posição como conselheiro. Ele aconselharia liberarem o vírus hoje, no máximo amanhã, já que o esconderijo foi descoberto.”
“Eu sei.” Atena murmurou, parecendo derrotada. Seus ombros afundaram, e seus dedos apertaram a borda do balcão. “Mas eu não posso trabalhar nesse estado mental. Preciso ir para casa, comer, me revitalizar, falar com minhas crianças… e então Herbert. Porque se eu entrar nesse modo de laboratório, muitas coisas precisarão estar funcionando sem minha presença. E por mais que me doa não poder fazer nada por aqueles que serão infectados pelo novo vírus, estou de mãos atadas.”
Um suspiro cansado escapou de seus lábios enquanto ela se virava, sentindo seus olhos arderem com lágrimas. “Por que essas pessoas simplesmente não desistem, Ewan? Por um segundo, até pensei que isso havia se tornado um desafio contra minha teimosia, mais do que o arranjo anterior para ganhar dinheiro ou seja lá o que fosse.”
“E você não está errada em se sentir assim. A gangue pode ser mesquinha… e assim como seu patrocinador. Nós apenas temos que continuar empurrando, continuar segurando o forte. Porque se não o fizermos, nossos filhos podem não ter um futuro.”
Atena assentiu levemente. Ela sabia que ele estava certo. Coisas não tratadas geralmente encontravam um jeito de voltar para assombrar o futuro.
O silêncio reinou entre eles por um tempo.
“Então, o vírus,” Ewan finalmente perguntou, seu tom pesado. “Quanto tempo leva para agir, uma vez que entra no sistema humano?”
Atena sabia por que ele perguntou — e a verdade apenas tornava o ar mais pesado. Enquanto o Vírus Grey levava pelo menos uma semana ou duas antes de mostrar sinais, este poderia se manifestar em meros dias. E criar um fármaco, testá-lo, isso levaria muito mais tempo. Ela precisava de um milagre.
“Apenas alguns dias.” Ela exalou profundamente. “Vamos sair daqui. Eu quero ir para casa.”
–
“Você está bem em ficar na mansão?” Atena perguntou enquanto se aproximavam dos portões dos Thornes. “Não se cansa disso, indo daqui para sua mansão?”
Ewan deu de ombros. “Para ser honesto, não tenho estado na mansão desde o caso no tribunal.”
As sobrancelhas de Atena franziram. “Ainda traumatizado?”
Ewan riu da tentativa de humor dela. “Não tenho certeza. Mas eu não quero ficar lá… traz más lembranças. Os empregados mantêm tudo limpo, mas… Tenho estado na casa do Sandro. Só volto à mansão quando preciso de roupas.”
“Mas o Sandro está morando em um apartamento de solteiro, não está? Por que não ficar com Zane na mansão Whitman? Há mais do que quartos suficientes lá, e é mais perto de casa.”
Ewan balançou a cabeça firmemente. “Eu não quero morar no mesmo espaço com Herbert. Somos dois magnatas dos negócios, e em algum momento vamos nos desentender. E ele é família. Eu não quero misturar negócios com prazer. Tenho certeza de que ele sente o mesmo, mesmo que diga o contrário.”
Atena assentiu, segurando o desejo de apontar que o Velho Sr. Thorne também era um magnata dos negócios. Não era sua pergunta para fazer. O que importava é que ele escolheu o espaço com o qual estava mais confortável.
“Você não precisa se preocupar comigo, Atena. Eu ficarei bem na Mansão Thorne. Não é estranho. E se ficar estranho, eu ficarei com Sandro. Não tem muito o que se fazer.”
Atena assentiu novamente e direcionou seu olhar para a janela. Este bilionário estava se tornando sem-teto. Teria sido cômico, se apenas a situação ao redor não fosse tão grave.
Quando saíram do carro, os gêmeos já esperavam na varanda. No momento em que seus olhares se encontraram, as crianças correram para o abraço de seus pais — Kathleen direto nos braços de Ewan.
Uma garota do papai, Atena pensou, observando sua filha rir e conversar com seu ex-marido antes de vir cumprimentá-la.
“Como foi a escola hoje?” Atena perguntou suavemente, beijando a cabeça da criança.
“Foi ótimo!” Kathleen respondeu animadamente.
Eles entraram na sala de estar como uma família, uma visão que trouxe um sorriso aos lábios do Velho Sr. Thorne — uma boa mudança do mau humor que o atormentava desde que viu as notícias.
“O que está acontecendo?” o velho homem perguntou assim que os gêmeos foram levados para seus quartos por um empregado.
“Uma variante do Vírus Grey,” Atena disse, despreocupadamente. “Muito pior que seu predecessor. Ewan acha que será liberado hoje à noite ou amanhã.”
O Velho Sr. Thorne cerrou os punhos de raiva, o peso disso pressionando contra seu peito. Ele não tinha encontrado sua neta após todos esses anos apenas para vê-la mergulhando em estresse e miséria. Não. Ele aliviaria sua carga, seja como for necessário.
“Então, o que você precisa?”
“Comida. Agora.” Os lábios de Atena se curvaram em um sorriso triste quando a piada não foi entendida de imediato.
Quando foi, o velho homem bufou suavemente.
“É bom que você ainda consiga contar uma piada,” ele disse. “Você precisará manter sua sanidade nesse período. Mas não se preocupe. Ewan e eu já estamos trabalhando para descobrir o centro dessa loucura. E encontraremos, pode confiar em nós.”
Incrivelmente, Atena descobriu que confiava. Pela primeira vez na vida, sentiu que poderia passar as rédeas para a família e focar em sua própria área.
“Obrigada, avô. Mas eu realmente estou com fome.”
O Velho Sr. Thorne riu, acompanhado por Ewan. “Claro, querida. Claro. A comida estará pronta em vinte minutos, segundo sua avó.”