Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 393
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Capítulo 393: Testes II
“Então, você descobriu mais alguma coisa no laboratório deles ou talvez tenha notado algo fora do comum?” Ewan mastigou outro biscoito, ignorando o alarme em sua cabeça que dizia que ele já tinha consumido muito açúcar para o dia.
Ele trabalharia isso depois. Prometeu a si mesmo. Não que o açúcar fosse tão ruim, ele justificou, dando outra mordida.
O que essas pessoas tinham usado para fazer isso? Ele nunca tinha provado nada tão doce. Ele lambeu uma migalha do polegar, os olhos se estreitando em pensamento.
“Sim. Conheci a filha dela pela primeira vez.” A resposta suave de Atena interrompeu a obsessão de Ewan pelo biscoito, e sua mão parou no ar.
“Maria tem uma filha? Como não sabemos disso?” As sobrancelhas dele se ergueram, genuína surpresa apertando sua voz.
Atena deu de ombros, bebendo de uma lata de suco que viu na geladeira, uma entre muitas. “Talvez não tenhamos procurado o suficiente. O nome dela é Cairo. Cerca de dez anos.”
Ela sacudiu a cabeça. “Pensar que ela teve o bebê mesmo antes de nos conhecermos…” Uma pausa. “Não houve nenhum sinal. Eu não consegui ver além dos comentários cortantes dela, inveja e ciúmes malignos. Talvez seja parte da fachada para manter seu verdadeiro eu escondido?”
Ela esfregou a linha que se formava entre as sobrancelhas, a lata fria contra a palma da mão.
Ewan zombou. “Não há verdadeiro eu sendo escondido, apenas a criança. Aquela mulher e seu gêmeo são malignos por apenas criar o Vírus Grey, sabendo a quantidade de vidas que seriam trocadas por alguma riqueza estúpida e ensanguentada.”
Outro desdém. “Não. Não há eu escondido. Todos eles são criminosos, e eu vou garantir que eles paguem por isso.” Seu maxilar se apertou enquanto ele falava, raiva brilhando em seus olhos.
Atena arregalou os olhos comicamente, confirmando o mesmo, brindando sem palavras ao discurso recém-concluído de Ewan. A borda da lata tocou levemente seu lábio inferior em uma saudação simulada.
Ewan riu, a raiva se dissipando completamente. “Você é outra coisa. Então você também conversou com ela, Cairo quero dizer.” Ele apoiou o cotovelo no balcão, tentando ler o rosto de Atena.
“Sim. Ela foi quem me contou sobre o laboratório secreto, veja…” Sua voz baixou, pensativa.
Ewan franziu a testa. Ele não entendeu. Uma ruga apareceu entre suas sobrancelhas.
Atena colocou a lata no balcão, o metal fazendo um barulho suave, e começou a explicação. “Saí do escritório para procurar o laboratório, mas depois de duas horas, não encontrei nada. Muito cansada, descansei em um dos bancos no corredor. Foi onde ela me encontrou… acontece que ela estava me procurando.”
A testa de Ewan se aprofundou.
“Ela estava procurando alguém com chaves para a unidade de armazenamento, ou melhor, algum espaço na unidade de armazenamento onde sua mãe havia desaparecido… alguém como o chefe do departamento médico no hospital. Infelizmente… ou seria felizmente?” Ela olhou para Ewan com uma expressão interrogativa, seus olhos procurando os dele.
O homem assentiu. “Felizmente.”
“Sim, isso… bem, ela se perdeu quando veio para meu escritório, e em uma reviravolta do destino, ela me encontrou, me reconheceu… talvez da TV?, e então mencionou que precisava da minha ajuda para encontrar sua mãe.”
Uma pausa.
“Pensei que a mãe dela era paciente, especialmente quando disse que seu pai tinha ido para o céu… mas quando chegamos na unidade de armazenamento, eu não tinha tanta certeza. Então, eu perguntei, e ela confirmou meus pensamentos. A mãe dela era médica, uma das grandes médicas, segundo ela…”
Uma risada descompromissada. “Uma médica que atende pelo nome, Maria. E eu sabia que era Mary Clarkson, foi então que notei a semelhança, esse nariz arrebitado, os lábios ligeiramente cheios…”
Uma expiração aguda. “Acho que é tudo que consegui. Eu disse para ela esperar lá fora, enquanto eu procurava uma abertura. Mas quando saí, ela não estava em lugar nenhum. As enfermeiras na recepção também afirmam que não viram ninguém que correspondesse àquela descrição. E porque eu não sou louca, tenho certeza de que alguém a levou embora… talvez uma toupeira no hospital.”
Ela sacudiu a cabeça. “Há muitas incógnitas, Ewan. Eu apenas…” Um suspiro. “Precisamos de rastreadores. Não sei se Rodney está de volta com as crianças… Eu preciso dos contatos dos amigos deles na dark web…” Seu olhar deriva para a porta, a preocupação mordiscando sua compostura.
“Eu não acho que jamais vou me acostumar a ouvir isso.” Ewan falou finalmente, esfregando a nuca.
“O quê?”
“Meus filhos tendo alguns laços com a dark web na idade deles. Eles dizem que você também não é ruim com rastreamento…” Ele conseguiu um sorriso irônico.
Atena assentiu. “Sim, mas sabemos que quem está apoiando essas pessoas utilizam, provavelmente, o rastreador que teve algo a ver com os ataques a você em seus anos mais jovens…”
“Isso é verdade. Precisamos de mãos mais fortes do que o usual.” Ewan concordou, soltando uma respiração curta. “Mas estamos tentando o melhor que podemos… pelo menos temos aquele frasco… imagine se não tivéssemos nada, se não tivéssemos descoberto o laboratório…”
Atena assentiu lentamente, a nuvem de desânimo se dissipando um pouco. “Teríamos sido pegos de surpresa com os próximos planos deles até que fosse tarde demais. Mas com isso, podemos fazer planos…”
“Posso enviar pessoas de confiança, com ideias na área da ciência, para ajudar…” Ewan sugeriu então.
Mas Atena sacudiu a cabeça. “É muito arriscado. Não confio em ninguém, exceto na família. É como se essas pessoas estivessem por toda parte.”
Uma pausa. “Diminui minha fé na humanidade, sabe, que alguém possa ser comprado por um preço para fazer algo horrível, colocando a vida de muitos em risco.”
Ewan não poderia concordar mais. “Sim… mas vamos ver o lado mais brilhante das coisas ainda.” Ele disse, observando o espírito de Atena se abatendo novamente.
Ele se levantou do banquinho e caminhou até ela, colocando uma mão em seu ombro. “Vamos conquistar isso. Eu prometo.”
Atena sorriu tristemente. “Você não deveria fazer promessas que não pode cumprir.”
Ewan ergueu uma sobrancelha em resposta. “E quem disse que eu não vou cumprir?” Ele piscou para ela, para sua diversão, um brilho brincalhão rompendo a tensão.
“Você é louco.” Ela riu, afastando a mão dele do ombro. “Mas obrigada.”
Ela se levantou e se dirigiu à área principal do laboratório. E Ewan a seguiu.
Como ela não queria contratar ajuda, ele seria sua ajuda, deixaria os produtos químicos tomarem conta dele, embora o cheiro não fosse agradável para seu estômago.
“O que você vê?” Ewan perguntou momentos depois, espiando no frasco colocado em um suporte, sem ter certeza do que ele deveria perceber, embora ciente de que deveria haver uma percepção acontecendo; de que Atena estava percebendo algo.
Ele apertou os olhos, como se focar sozinho pudesse traduzir a ciência em sentido.
Tanto para querer ser um cientista quando crescesse. Ele refletiu, lembrando de repente de seu eu de cinco anos querendo isso.
Ele parou, piscou e tocou na memória novamente.
Ele estava com seu pai em seu escritório, seu pai que estava curvado sobre os papéis, mas ainda assim tinha tempo para responder suas inúmeras perguntas.
Então, o que você quer ser, meu garoto? Você disse que queria ser músico há dois dias, ainda é isso hoje?
O pequeno Ewan balançou a cabeça. Cientista. Quero ser cientista.
Um sorriso apareceu nos lábios de Ewan antes que ele percebesse, um sorriso que desapareceu quando ele tentou lembrar mais, quando tentou ver seu pai mais claramente, quando a dor o tomou. Sua respiração engasgou, apenas uma vez.
“Você está bem, Ewan?” Atena, que vinha percebendo a variedade de emoções passando pelo rosto de seu ex-marido, falou, preocupação envolvendo seus olhos.
Os produtos químicos eram fortes demais para ele? Talvez ele devesse esperar na cozinha?
“Sim, estou. Apenas uma memória que voltou ao lugar. Veio com um pouco de dor…” Ele esfregou a têmpora brevemente, deixando a dor diminuir.
Atena assentiu lentamente, contemplativa. “Isso é uma boa notícia. Suas memórias estão voltando. Mas não force. Seu estoque acabou?”
Ewan balançou a cabeça. “Acho que ainda tenho um pouco.” Uma pausa carregada. “Obrigado, Atena, por me dar isso.” Sua voz suavizou na última palavra.
Atena deu de ombros, sua mente se dispersando em direções diversas. Quanto ele poderia se lembrar? O que acontecerá se ele se lembrar dela? Ele ainda será civilizado?
Porque certamente havia uma diferença entre saber algo como um fato e realmente vivê-lo. Lembrar-se dela poderia tornar as coisas mais instáveis.
Quanto tempo ela teria desse equilíbrio confortável com ele? Ela exalou lentamente, acalmando-se.
“Você quer saber o que eu lembrei?”
Por um segundo, Atena considerou dizer não.
“Sim.” Ela cruzou os braços levemente, se preparando.
Ewan sorriu, e ela achou que havia respondido bem. Ele queria compartilhar. “Eu tinha cinco anos. E estava dizendo ao meu pai que queria ser cientista…”
Silêncio, onde ela procurou em seus olhos evidências de sua declaração ser uma piada, uma artimanha para fazê-la rir, mas vendo a verdade ali, fez sua risada ser ainda mais efusiva.
Ela riu, segurando a barriga, inclinada sobre sua mesa, batendo nela fracamente em intervalos, lágrimas brotando em seus olhos da liberação.
“Ria o quanto quiser, mas meus sonhos são válidos…” Ewan tentou uma expressão impassível e falhou, sorrindo com ela.
Isso só a fez rir mais forte. “Ewan… você…” Um surto de risos. “Você nem sabe o que é um béquer. Você chamou de copo.”
Ewan riu. “Mas é um copo, na verdade. Apenas um tipo diferente. No entanto, ainda é um copo.” Ele levantou as mãos, palmas para cima, como se apresentasse uma evidência irrefutável.
Atena gesticulou com a mão para que ele saísse, o riso não a deixando falar. Ela o afastou com um gesto e afundou no banquinho, recuperando o fôlego.
Ewan sorriu, observando isso, adorando observá-la, ouvir sua risada—o jeito que seu nariz se levantava, o jeito que seus olhos brilhavam. Ele a queria assim o tempo todo, sem as preocupações do vírus, o caos que veio com ele, as vidas que ele reivindicou.
E era sua responsabilidade fazer isso. Ele pensou, jurando interiormente seguir em frente, esforçar-se para fazê-la feliz, não importa as probabilidades contra ela.