Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 392
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Capítulo 392: Testes
Ewan sentiu uma vontade insistente de dar um tapa na própria boca. Ele se xingou mentalmente, furiosamente, como se pudesse expulsar a tolice de sua cabeça.
Qual era esse novo hábito seu — trazer Antonio para cada conversa com Atena, fosse necessário ou não — sempre que ficava sem palavras?
Era vergonhoso. Tolo. E com o jeito que Atena o olhava agora, suas sobrancelhas erguidas em leve confusão, ele se sentia duas vezes mais estúpido.
“Desculpe…” ele gaguejou por fim, as bochechas esquentando, “ainda estou me acostumando com a dinâmica.”
Atena não tinha certeza do que ele estava falando. Mas como não estava com vontade de encenações ou de explorar desconhecidos e incertos, deixou passar.
Quanto a informar Antonio, ela o faria mais tarde — no fim do dia. No entanto, uma pausa puxou seus lábios enquanto ela os mordia levemente. Informá-lo significaria confessar as outras coisas que vinha escondendo dele.
Importava, porém? Ela daria aos blogs umas poucas horas no máximo, e toda essa situação atual inundaria as redes sociais para todos verem.
“Está tudo bem?” A voz de Ewan veio mais suave agora, quase um sussurro, como se ele tivesse medo que ela o repreendesse.
Atena balançou a cabeça levemente, depois suspirou. “Sim, está tudo bem. Você está livre agora?”
Ewan assentiu sem hesitação. Para Atena, ele limparia toda a sua agenda sem questionar.
“Está bem então, estou indo ao laboratório para deixar isso. Quer me acompanhar? Talvez ajudar a afastar os vizinhos zelosos demais.”
Um sorriso serpenteou pelos lábios de Ewan, lento e genuíno. “Claro, Atena. Claro.”
Ele se levantou, e antes que ela pudesse reagir, ele pegou a bolsa dela e carregou ele mesmo. O pequeno gesto provocou um sorriso divertido em sua boca.
Indicando a porta, ele fez uma reverência leve. “Depois de você, minha senhora.”
Atena riu então, e o som trouxe-lhe alívio. Alívio e felicidade em uma respiração.
—
Fora do hospital, Atena entrou no carro de Ewan após dizer a Rodney para fazer uma pequena pausa antes de buscar as crianças na escola.
No banco de trás, ela se sentou ao lado de Ewan enquanto o motorista permanecia em silêncio ao volante. O silêncio entre eles se alongou o suficiente para se tornar desconfortável. Sem saber como lidar com isso, ela finalmente puxou seu celular.
“Atena!” A voz de Antonio soou calorosamente pelo receptor. “Como você está, meu amor?”
Atena sorriu sem vontade. “Estou bem. Só cansada, acho.”
“Ah, sinto muito por isso. Quer fugir para almoçar? Prometo que vai valer a pena…”
“Não hoje, desculpe. Já estou indo para meu laboratório.”
Uma pausa pairava do outro lado. “Seu laboratório? Aconteceu algo?”
Atena exalou fraca, encostando a cabeça no assento. “Sim. Descobri que dois dos meus médicos tinham um laboratório secreto pessoal na unidade de armazenamento do hospital — os mesmos que eu suspeitava estarem por trás da Doença Cinzenta.”
Outra pausa.
“Antonio, acho que estão criando uma versão pior do vírus. E receio que já esteja atrasada.”
Silêncio novamente. Então, suavemente — “Atena…”
“Estou aqui, amor. Estou aqui,” Antonio a tranquilizou rapidamente. “E você não precisa se preocupar. Tudo vai ficar bem. Tenho certeza de que você pode lidar com isso — você sempre lida. Apenas respire, certo? Os malfeitores já foram presos?”
Atena balançou a cabeça, então lembrando que estava no telefone: “Não. Estão fora do radar.”
Um suspiro audível crepitou pelo telefone. “Você contou ao Aiden?”
“Sim. Ele está trabalhando nisso, mas ainda não temos respostas.”
“Tudo bem. Tenho certeza de que ele encontrará algo. Vou entrar em contato com um velho amigo que trabalha com software de computador. Talvez ele possa ajudar de alguma forma.”
“Vou apreciar isso, Antonio. Muito obrigada.”
“Qualquer coisa por você, meu amor. Devo te encontrar no laboratório? Você pode me enviar as coordenadas mais tarde…”
E arriscar que ele se encontrasse com Ewan? Seria como assinar um formulário de promessa de destruição. Ela não poderia permitir que isso acontecesse, não quando estava lidando com isso.
“Não se preocupe, Antonio. Eu cuidarei disso. Você já tem dias estressantes — não quero piorar isso com produtos químicos e afins.”
Antonio riu. “Tudo bem então, se você diz. Nosso encontro de quinta-feira ainda está de pé? Devo cancelar nossa reserva, considerando a situação?”
“Não. Ainda está de pé.” Ela precisaria de algo normal depois de todo esse caos, e um encontro no cinema com pipoca e bebidas parecia o tipo certo de normal.
“Tudo bem então. Te vejo amanhã. Amo você…”
A chamada terminou — cortada abruptamente, como se ele já soubesse que ela não estava pronta para dizer as palavras de volta.
Quando ela devolveu o telefone para o colo, Atena notou Ewan olhando pela janela. Ela não tinha certeza do que havia chamado a atenção dele, mas seus punhos continuavam se fechando e abrindo contra suas coxas.
Insegura se queria romper o silêncio, se romper o silêncio sequer era uma boa ideia, ela se voltou para sua própria janela, assistindo ao borrão do mundo passar até chegarem ao laboratório.
—
Foi como antes. Atena pensou enquanto ela e Ewan subiam na varanda do seu novo apartamento transformado em laboratório.
Geraldine, aquela vizinha caseira e sempre sorridente, já estava esperando na porta, uma pequena bandeja de torta de chocolate nas mãos e um largo sorriso estampado no rosto.
O estômago de Atena roncou com o cheiro. A mulher deveria abrir uma padaria ou algo assim. Todo mundo do bairro deveria.
“Ei, Doutora Atena…” Geraldine cumprimentou, suas bochechas ficando rubras no momento em que seus olhos pousaram sobre Ewan.
Atena conteve um suspiro. Por que as mulheres sempre coravam para ele? O que tinha de especial em Ewan?
Ninguém jamais olhou para Rodney, seu motorista bonito, desse jeito. Mas Ewan? Sua presença sozinha parecia causar ondas nas pessoas.
“Estou bem,” Atena respondeu secamente, sendo suavemente cutucada por Ewan como se para lembrar de suas maneiras. Ela forçou um pequeno sorriso. “E como você está? Como estão as crianças?”
“Tudo ótimo!” A voz de Geraldine subiu uma oitava, seu olhar sem vergonha fixo em Ewan.
Atena quase revirou os olhos. Se a mulher não fosse já casada, talvez tivesse se jogado em cima dele.
O som de vozes atrás deles deu a Atena sua escapatória. Esta era a razão pela qual ela tinha pedido para Ewan acompanhá-la aqui.
“Ele vai cuidar de tudo isso,” Atena murmurou rapidamente. “Preciso entrar.”
Ela passou por Geraldine, sem esperar por uma razão, abriu a porta e entrou, exalando fortemente com as costas pressionadas contra a porta.
“Não demorou muito…” ela murmurou com irritação dois segundos depois, enquanto a suave voz de Ewan atravessava a porta—encantando Geraldine facilmente.
Você fez esta? Bem, claro que fez. Uma mulher com mãos tão belas…
Balançando a cabeça e afastando pensamentos sobre a doce língua de Ewan de sua mente, ela se apressou mais para dentro do laboratório.
Havia muito trabalho esperando. Seu ex-marido poderia encantar o bairro se quisesse; ele poderia se juntar a ela mais tarde.
—
“Você deveria provar este biscoito, Atena…”
A voz de Ewan encheu o laboratório enquanto ele entrava, uma bandeja equilibrada nas mãos.
Atena já estava no trabalho—jaleco e óculos de proteção, inclinada sobre um béquer, uma pipeta em sua mão firme. Ainda trabalhando. Sempre trabalhando.
Notando isso, ele se moveu em direção ao pequeno espaço de cozinha na extremidade da grande sala e colocou os biscoitos no balcão de mármore. Ele quase pulou quando se virou e encontrou Atena parada bem atrás dele.
“Que diabos, Atena…” ele sussurrou suavemente, seu coração martelando.
Mas ela estava rindo, seus olhos iluminados. “Você deveria ter visto seu rosto,” ela brincou, tirando suas luvas. Ela tirou os óculos e o jaleco também, colocando-os cuidadosamente em uma cadeira perto da entrada.
“Não sabia que você assustava tão facilmente.” Ela sorriu, indo para a pia lavar as mãos completamente com sabão.
Ewan bufou suavemente, cruzando os braços. “Eu não estava assustado. Você deveria estar trabalhando. Eu pensei que você estava—”
“Bem, eu estava. Mas estou terminada agora.”
Ewan franziu a testa inconscientemente, e Atena percebeu isso enquanto se virava da pia, secando as mãos com um pano limpo. Sua risada borbulhou novamente.
“Ah, vamos lá. Não é tão difícil, é?”
Ele deu de ombros. “Eu não sou um fanático por ciências como você.”
Atena arqueou uma sobrancelha. “Você acabou de me chamar de fanática?”
“Você não é uma? Você deveria—”
“Não complete essa frase,” Atena avisou, tentando conter sua risada. Mas ela perdeu a batalha no momento em que percebeu o esforço que Ewan estava fazendo para conter sua própria risada.
“Você é louco, Ewan,” ela disse, rindo enquanto pegava um biscoito da bandeja e se acomodava em um dos bancos altos.
“Você não pode me culpar,” ele defendeu. “Um minuto você está sobre um copo, e no próximo você está atrás de mim na cozinha.”
“Não é um copo!” Atena explodiu em risos novamente. “É chamado de béquer. Você pelo menos não fez ciência no ensino médio?”
Ewan apenas deu de ombros, secretamente satisfeito por ter conseguido fazê-la rir e dissipar parte da tensão que a pesava. Claro que ele sabia o que era um béquer.
“Mas você realmente terminou?” ele perguntou.
Atena assentiu, mordiscando o biscoito. “Agora só esperamos, para a solução se estabilizar, para que eu possa analisá-la.”
Ela inclinou a cabeça ligeiramente, os olhos suavizando sobre ele. “E mais uma vez obrigado por isto…” ela gesticulou com o biscoito meio comido em direção ao laboratório. “Isso facilita muito meu trabalho.”
“Não é nada,” Ewan disse rapidamente, embora as pontas de suas orelhas queimassem vermelhas.