Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 389
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Capítulo 389: Laboratório Secreto
O primeiro batida veio como uma ondulação contra o frágil casulo do sono de Atena. Ela se mexeu, mas não acordou totalmente, seu corpo afundando mais fundo no abraço sedoso dos lençóis.
A luz da manhã se infiltrou em finas faixas através das cortinas semi-abertas, pálida e hesitante, como se o próprio sol temesse perturbá-la. Pintou seu travesseiro de ouro fraco, tocou com fogo os fios soltos de seu cabelo, e pressionou uma promessa de paz na qual ela não tinha certeza se confiava.
Uma segunda batida seguiu, mais firme desta vez, mais insistente.
Atena gemeu suavemente, puxando o lençol sobre sua cabeça por um instante, tentada a se entregar novamente à escuridão. O quarto estava fresco, cheio do silêncio suave que seguia longas noites de preocupação, e seu corpo ansiava por mais uma hora roubada de descanso.
Mas a batida retornou, educada, mas inflexível, o ritmo de pequenas mãos contra madeira pesada.
Com um suspiro suave, ela se forçou a levantar. Seu cabelo caiu solto ao redor do rosto, capturando os raios de sol como fios de bronze. Ela os afastou, olhos semicerrados, e deixou seus pés deslizarem da cama para o piso polido.
As tábuas estavam frias sob sua pele, aterrando-a. Cada passo que dava pelo quarto carregava a pesada relutância de alguém preso entre a segurança dos sonhos e as demandas da realidade.
Quando abriu a porta, duas figuras pequenas ficaram aguardando, brilhantes como faíscas contra a manhã solene.
“Mamãe!”
As vozes soaram juntas, altas e irrestritas. Antes que ela pudesse se ajoelhar, Kate e Nate avançaram, lançando-se em seus braços com a força irresistível de sua afeição.
O calor deles pressionou contra ela, confortando-a. Atena se envolveu neles instintivamente, pressionando sua bochecha contra o topo da cabeça de Kate, respirando o leve e limpo cheiro de sabonete.
“Vocês acordaram cedo,” Ela murmurou, sua voz suavizada pelo peso do amor e da fadiga. Ela se afastou apenas o suficiente para olhar para eles, suas mãos emoldurando seus pequenos rostos. “Dormiram bem?”
Ambos acenaram com entusiasmo, rostos iluminados com aquela luminosidade descomplicada que apenas as crianças carregam.
“Sim!” Kate respondeu, seu cabelo saltando enquanto se movia. “Susan disse que nos levará à escola hoje.”
“Só queríamos dizer adeus antes de ir,” Nate acrescentou orgulhosamente, puxando a manga dela como se temesse que ela pudesse perder o foco.
O olhar de Atena lingerou nos uniformes deles. Eles pareciam muito prontos, muito crescidos para seu gosto, os anos escapando mais rápido do que ela podia segurar. Uma dor apertou em seu peito enquanto alisava a gola de Kate.
“E suas tias? Gianna? Chelsea?” ela perguntou suavemente, embora já suspeitasse da resposta.
“Já foram trabalhar,” Kate disse, seu tom casual, seus pequenos ombros levantando em um encolher de ombros factual.
Atena deu um leve sorriso, apertando suas mãos nas dela. “Então venham,” ela disse calorosamente, embora a firmeza em seu tom revelasse o hábito de comando que jamais poderia perder. “Vamos cumprimentar seus avós antes de vocês irem.”
Os gêmeos acompanharam seus passos ao lado dela, sua conversa derramando como música no corredor enquanto os conduzia para baixo. Por um momento fugaz, Atena se deixou afundar no ritmo das vozes deles, do modo como o riso de Kate e Nate suavizava as bordas de seus próprios pensamentos. Em sua presença, o peso que assombrava suas manhãs afrouxava, mesmo que ligeiramente.
Mas, ao entrarem na sala de estar, o ar mudou.
Florence, sua avó, sentava-se junto à janela de grandes vidros, sua figura ainda majestosa apesar dos anos. Ela segurava uma xícara de porcelana com ambas as mãos, vapor se enrolando levemente para cima, carregando a fragrância marcante de café torrado escuro.
Sua expressão estava calma, mas Atena, sintonizada com as menores mudanças em sua família, percebeu o jeito como os dedos de Florence apertavam na alça delicada.
A segunda sala de estar ficava próxima, suas portas de carvalho esculpidas fechadas. De além delas, vinham vozes baixas, abafadas e pesadas, a cadência de estratégia e presságio. O peso disso infiltrou-se até ali, grudando como fumaça.
Atena hesitou. As crianças não pertenciam a essa atmosfera.
Ela se abaixou ao nível delas, escovando uma trança rebelde do rosto de Kate. “Vão,” ela sussurrou, sua voz terna, mas com urgência. “Despeçam-se direito, então me esperem lá fora.”
Kate e Nate acenaram, obedientes da forma que as crianças eram quando percebiam a seriedade de sua mãe. Eles correram para abraçar Florence, murmurando seus doces adeus, antes de permitir que Atena os guiasse até a porta.
Nos degraus da frente, Susan aguardava junto ao carro. Sua postura estava estável. Atena se curvou, plantando beijos na testa de cada gêmeo, demorando um momento mais do que o necessário.
“Ouçam seus professores,” ela os lembrou, sua voz presa entre afeição maternal e a sombra de medo. “E se comportem.”
“Nós vamos!” Nate prometeu, inflando o peito como um pequeno soldado.
A garganta de Atena apertou com tanto orgulho quanto dor. Ela se endireitou, estendendo a mão para Susan. “Cuide deles.”
Susan apertou firmemente. “Sempre,” ela respondeu com tranquila certeza.
Atena ficou na entrada, braços cruzados suavemente, e observou enquanto as crianças subiam no carro. As portas se fecharam com ruídos ocos, motores rugiram para a vida. O veículo avançou, seu brilho desaparecendo enquanto se movia em direção aos portões, flanqueado de perto pela escolta.
Atena não se virou até o último lampejo vermelho das luzes traseiras desaparecer na estrada. Só então ela inalou profundamente, forçando a rigidez de volta aos seus ossos.
Lá dentro, Florence estava esperando. Ela colocou uma xícara fresca de café na mesa baixa.
“Bom dia, vovó…”
“Você vai precisar disso, meu amor…” ela disse suavemente. Sua voz carregava o peso da experiência, e seu rosto marcado revelava tanto sabedoria quanto preocupação.
“Obrigada.” Atena envolveu suas mãos em torno da porcelana, deixando o calor penetrar em suas palmas. Ela tomou um gole, a amargura aterrando seus sentidos, então levantou-se. Ela empurrou a porta da segunda sala de estar.
O ar dentro estava denso, saturado de tensão.
O que deu errado em sua ausência?
Ewan estava ao lado da lareira, braços cruzados sobre o peito, olhos escuros como nuvens de tempestade. O velho Sr. Thorne estava rígido em sua cadeira, sua bengala repousando próxima, cada linha de seu rosto esculpida mais profundamente pela idade e tensão. Outros permaneciam nos cantos sombreados da sala, seus olhares afiados e cansados.
Até o alegre Zane não estava alegre naquela manhã alegre.
Atena deixou seus olhos percorrerem por eles antes de fixá-los em Ewan. “O que aconteceu?”
Ewan não se moveu. “Kael sabe.”
As palavras pousaram como pedras em seu peito. Sua respiração parou. “Sabe… da nossa participação?”
“Sim.” Seu tom era grave, cortante. “Ele enviou uma mensagem na noite passada. Como ele descobriu, não sabemos. Talvez a missão não tenha sido uma vitória de fato, mas uma armadilha. Talvez ele estivesse nos enganando desde o começo.”
Atena apertou a mão na parte de trás de uma cadeira, os nós dos dedos ficando brancos. “Então o que fazemos?”
“Por enquanto,” o velho Sr. Thorne resmungou, sua voz pesada pela idade, mas inflexível, “fazemos o que sempre fizemos — permanecemos vigilantes. Nossos agentes já estão buscando, mantendo seus olhos nos movimentos da gangue. Não seremos pegos desprevenidos.”
Ewan mudou de postura, olhar fixo em Atena. “E o laboratório. Devemos ir hoje?”
Atena pausou. Sua mente correu por possibilidades como peças em um tabuleiro de xadrez. Se Kael soubesse de sua participação, então seu patrocinador certamente saberia também. Qualquer movimento, qualquer passo em falso, poderia levantar suspeitas.
“Não,” ela disse por fim, calma mas firme. “Não nós. Apenas eu.”
Ewan franziu a testa, seu maxilar apertado. “Sozinha? Isso é imprudente.”
“É necessário.” Os olhos de Atena seguraram os dele, firmes como ferro. “Se eu chegar com mais alguém, a suspeita segue. Sozinha, sou apenas outra médica. Posso cuidar de mim mesma.”
Antes que Ewan pudesse discutir mais, o telefone de Atena vibrou contra a mesa. Ela o pegou, escaneando a mensagem. O presidente.
Seus olhos passaram pela sala enquanto ela lia em voz alta: “O assunto foi contido. Dois locais da gangue foram identificados. Serão atingidos hoje.”
Um murmúrio percorreu o cômodo, surpresa misturada com inquietude.
Aiden franziu a testa, as palavras perturbadoras. “Dois mais? Como isso veio à tona?”
“Spider,” Ewan respondeu sombrio. “Deve ter sido ele. Ele deve ter compartilhado na dark web, antes de desconectar. Seja qual for o caso, os ataques provocarão Kael ainda mais. Todos fiquem alertas.”
Mais tarde, quando a tensão se acomodou como poeira, Atena virou-se para seu avô. “Você está confortável com o número de pessoas aqui, Avô? Com Margaret e sua família, a mansão parece mais cheia.”
O velho Sr. Thorne deu um aceno lento, sua voz firme. “Esta casa é vasta. A presença deles não é um fardo.”
Mas Atena notou a ruga na testa de Ewan. Ela estreitou o olhar. “O que foi?”
Ele deslizou seu telefone pela mesa.
Atena o pegou, seu pulso apertando enquanto lia.
As palavras de Kael reluziam: Devolva o Spider. Se não o fizer, alguém importante para você pagará. Não pense que não posso encontrar o que está faltando.
O silêncio depois era pesado, sufocante.
A voz de Sandro o rompeu, baixa e sombria. “Será que ele sabe que Spider o traiu?”
A expressão de Atena endureceu apesar de seu coração bater mais rápido. “Não vamos assumir nada. Não até Spider acordar. Então teremos nossas respostas.”
Ewan suspirou e endireitou-se, sua voz contida. “Ninguém fala disso fora desta sala. Nem uma palavra. Não vamos arriscar vazamentos.”
Risadas abafadas surgiram, um alívio da tensão, enquanto todos se levantaram para cuidar de seus assuntos do dia. Nenhum deles era tolo o bastante para compartilhar tais notícias.
Atena permaneceu, entretanto, sua mão tocando a xícara de café esquecida, agora morna. Seu olhar caía sobre o líquido escuro, sua reflexão fracturada na superfície.
Até onde Kael pode chegar?