Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 369
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Capítulo 369: Terapia II
Era isso uma piada do universo?
Eram os Destinos se divertindo nesse jogo—jogando Ewan na sua cara em cada uma das menores oportunidades? Estavam eles tão ansiosos para fazê-la desmoronar, para fazê-la finalmente puxar os cabelos em frustração?
E pior? Ele estava sentado ali, bebendo de uma caneca—chá ou seja o que for—como se ela não tivesse entrado, como se ele não tivesse ouvido sua voz, como se ele não tivesse ouvido seu nome, como se ela nem estivesse presente.
Era isso que eles haviam se tornado? Ela se perguntou, ainda o observando, o choque ainda colorindo suas feições e postura. Isso não era o que ela tinha em mente quando disse a ele para parar de invadir seu espaço.
Não podiam ser amigos? Ele não podia pelo menos olhar para ela com um sorriso, com uma saudação, como antes? Era realmente tudo ou nada?
“Doutora Atena, você está bem? Pode se sentar, por favor… Não se preocupe com meu amigo, ele vai embora em breve.”
Uma pausa, onde Damian chutou o pé de Ewan. “Pronto agora.”
E Atena não pôde deixar de ponderar se Damian também fazia parte da gangue, se ele tinha sido o médico da gangue. Ela não ficaria surpresa; nada a surpreendia mais.
Mesmo de pé, ela observou, coração na balança, enquanto Ewan se levantava, mostrava um sorriso Cheshire para seu amigo, então voltava-se para ela e Susan—que, ela tinha certeza, estava se perguntando o que estava acontecendo entre eles.
“Atena. Susan.”
Ele só sorriu quando olhou para Susan, Atena reparou, com as narinas inflando de irritação.
“Como você está?” ele perguntou, direcionado a Susan também.
Ela observou—surpresa para dizer o mínimo—quando Susan desenvolveu mais energia nos passos, cobrindo a distância entre ela e Ewan, engajando-se em conversa fiada, mostrando os dentes, enquanto Damian olhava com leve surpresa. Ele já havia tomado seu assento.
“Tá bom, até mais,” Ewan terminou, então passou por Atena, como se ela fosse invisível.
“Por que vocês dois estão agindo assim? Vocês brigaram de novo?” Susan perguntou, tomando seu assento diante de Damian, que também olhou para Atena, expectante.
“E você, conversando e rindo com ele? Não sabia que vocês eram tão próximos.” Atena não reconheceu a irritação em sua própria voz.
Susan riu. “Você só pode estar brincando, Atena. Isso é como lidamos. E é por isso que estou surpresa por você não estar mais assim com ele. Aconteceu algo? Vocês eram próximos há alguns dias—o que aconteceu? Achei que você tinha aceitado ser amiga por causa das crianças…
E ainda assim o idiota achou que podia brincar com seus sentimentos…
Irritada, sem uma palavra para Susan ou para sua nova terapeuta, ela saiu do apartamento, momentaneamente atordoada quando abriu a porta e viu Ewan chutando os pneus do carro como se estivessem brigando.
Sua própria raiva um pouco deslocada. Então, ela não era a única pessoa frustrada. Bom.
Ela manteve o silêncio, observando-o praguejar, observando-o bagunçar o cabelo—que implorava pelo seu toque—vendo-o chutar os pneus e bater no porta-malas do seu carro.
Ah sim, ela adorava que ele estivesse bravo, que ela não era a única pessoa louca.
“Você está bem?” ela perguntou, com um sorriso condescendente, enquanto percebia que tinha perdido a presença do carro dele na propriedade porque estava muito envolvida em seus próprios pensamentos.
Enquanto cobria o espaço entre eles, também percebeu que seu carro não estava na propriedade. Onde Rodney foi? Mais uma pausa?
Aquela linha de pensamento foi interrompida quando Ewan se virou completamente para ela, seus olhos—que estavam cheios de emoções mais cedo—ficaram vazios. Mas Atena não se deixaria enganar.
“O que você está fazendo aqui?” ele perguntou com indiferença quando ela parou diante dele, braços cruzados sobre o peito.
“Eu vim fazer algumas perguntas antes de você sair, então eu vi você brigando com seus pneus…”
“E…?”
Atena franziu a testa e mordeu o lábio inferior—tirando um prazer doentio quando os olhos de Ewan imediatamente se fixaram em seus lábios.
“Por que você está me evitando?” ela se viu perguntando, relaxando um pouco depois disso.
“Você me disse para sair do seu espaço. Eu só estou fazendo isso. Agora é crime ouvir alguém de quem você se importa?”
Atena balançou a cabeça. “Claro que não.”
Uma pausa, onde ela lambeu o lábio inferior—inconscientemente, para seu mérito.
“Eu só…” Outra pausa. Outra mordida de lábio. “Quando eu te disse para sair do meu espaço, eu quis dizer no aspecto romântico. Eu não queria que meus sentimentos por Antonio se confundissem ou algo assim. Mas você tem sido um bom aliado nesses dias durante essa crise com Morgan, e você ainda será nos próximos dias—nós ainda temos que descobrir quem está por trás disso… Eu só…”
Uma pausa pesada. “Acho que só quero que mantenhamos essa mesma camaradagem. Ser amigos, pelo menos pelo bem das crianças. Eu não quero que as crianças me perguntem se há algum problema entre nós de novo.”
“Eles perguntaram?” Ewan não pôde evitar o lampejo de curiosidade.
“Sim. Esta manhã. Eles não ficaram felizes porque você não ficou para o café da manhã.”
Ewan suspirou cansado. “Eu achei que você não ficaria feliz com isso. Achei que já estava pisando em linha tênue ao dormir aqui, ao dormir na mesma cama com eles… não queria ultrapassar algum limite.”
Atena deu uma risadinha então, sua risada enviando ondas de calor pela espinha de Ewan. “Você pode ficar, Ewan. Você não está ultrapassando nenhum limite.”
O sorriso de Atena se alargou enquanto um sorriso se formava nos lábios dele.
“Obrigado. E sobre o seu pedido…”
Uma pausa, onde ele deu um passo mais perto dela, fazendo o sorriso dela hesitar e seu coração bater fora de compasso.
“Eu não acho que podemos ser amigos, Atena,” ele disse com a voz rouca. “Eu não confio em mim mesmo para respeitar esse limite. Só você rindo já…”
Atena levantou a mão, a respiração se tornando irregular enquanto ela se afastava. “Pare. Pare de falar assim.” Ela olhou para todos os lugares, exceto para ele.
“É disso que eu estou falando. Você sente isso também, não sente?”
Atena não se deu ao trabalho de responder.
“E é por isso que não podemos ser amigos, Atena. Eu não quero confundir seus sentimentos em relação a Antonio.”