Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 334
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Capítulo 334: A Verdade de Fiona
Atena estava imóvel como um poste elétrico no exato instante em que a chocante revelação de Fiona se desdobrou.
Isso deve ser uma piada, certo? Ela pensou, seus olhos se desviando da imobilidade atônita, movendo-se freneticamente de Fiona para todos na sala.
Na sala agora iluminada pelos raios filtrando pela janela aberta – enquanto o sol ascendia no leste, pronto para cumprir seu dever para o dia – ela podia ver claramente o espanto estampado nos rostos de todos.
Espanto e descrença. Incredulidade. Estupefação. Sobressalto. Perplexidade. Até confusão.
Ela não os culpava; ela estava tão atormentada por essas emoções quanto eles.
“Fi… Fiona… o que você… acabou de dizer?” Florence gaguejou, quebrando o silêncio tenso que durou mais de um minuto. Seus passos vacilaram enquanto ela cambaleava em direção a Fiona, cujos olhos pareciam ter ganho a confiança de milhares, mas cujos ombros caíam em derrota.
“Eu respondi sua pergunta. As perguntas de todos. Está tudo bem deixar aqui? Está tudo bem alcançar a liberdade desta casa de tortura? Eu realmente quero sair.” Fiona declarou calmamente, cruzando as pernas, fazendo uma careta enquanto a dor perturbava seus nervos.
Ela realmente iria ficar aleijada a esse ritmo, se ninguém lhe mostrasse misericórdia.
Deveriam. Ela pensou, colocando as mãos em sua coxa. Deveriam mostrar misericórdia. Ela faria qualquer coisa para sair deste lugar. Mesmo que significasse lavar sua roupa suja em público.
O que havia para salvar a aparência? Ela não achava que alguém se lembrava dela mais – nas redes sociais, blogs, ou até na sociedade. Ela era uma narrativa esquecida agora.
Fiona riu amargamente de seu eu dilapidado e de sua reputação arruinada. Tanto fazia lutar por seu lugar.
Ela levantou a cabeça quando o silêncio se recusou a ser quebrado após sua declaração e pergunta, sem estar surpresa, ela viu todos parados.
Essa verdade era uma que ela deveria levar para o túmulo; portanto, deveria manter todos tão silenciosos quanto o túmulo, já que ela quebrou o pacto que fez com seu pai. Pelo menos, o segredo merecia essa reverência.
Fiona riu novamente, humorada desta vez, em sua tentativa de ser engraçada. Era um bom sinal, ela concluiu – sua mente ainda poderia tentar piadas neste ponto.
“Ninguém vai dizer nada? E você?” Ela perguntou, cansada do silêncio, virando-se para encarar diretamente Atena, ignorando os gestos que Morgan fazia em sua direção – gestos que ela não ligava ou entendia.
De que servia ele quando não conseguia cumprir suas palavras, quando ele falhava em suas promessas?
Enquanto isso, Atena hesitou.
Para começar, ela levantou-se de seu assento como se tivesse levado um choque, então deu passos hesitantes para longe da cena até suas costas baterem na parede.
Ela, uma Thorne? Como?
O que no mundo isso deveria significar? Que ela era filha de Emily? E também salvadora de Ewan?
Sua cabeça começou a latejar de dor – ela queria se lembrar.
Lembrar de algo! Ela comandou sua mente desesperadamente, mas tudo o que conseguiu foi mais dores de cabeça e tontura.
Seus remédios. Ela se preocupou, suas mãos nervosamente batendo nos bolsos – tanto na frente quanto atrás. Nada. Ela os havia esquecido. Ou melhor, não pensou em trazê-los.
No entanto, como ela poderia saber que seria atingida com algo capaz de abalar seu mundo como ela conhecia? Como ela deveria saber que sua identidade sofreria outro golpe? Ou era essa agora uma evolução?
Calma, Atena. Respire fundo.
Cecilia Thorne.
Não, deve haver um erro em algum lugar.
Primeiro, era impossível para ela ser amiga de Ewan em tão tenra idade. Em segundo lugar, Emily simplesmente não poderia ser sua mãe!
“Fiona, você acha isso engraçado? Não tenho certeza de que jogo está tentando jogar aqui – me colocando como alguma outra identidade – mas acho que Connor poderia fazer muito para resetar sua mente…” Ela finalmente falou, calma, sua voz cheia de perplexidade, seus olhos fixos em Fiona.
Fiona deu de ombros em resposta. “Você pode fazer o que quiser, Atena. Afinal, você finalmente venceu. Você venceu, mulher. Achei que ficaria feliz. Você é relacionada aos Thornes… certamente essa é a única razão pela qual estariam me perguntando sobre a pulseira…”
Ela fez uma pausa, os olhos se estreitando ligeiramente. “O que você é? Uma filha perdida? Ou é sobrinha? Neta, talvez?”
Nenhuma resposta saudou Fiona. Ela suspirou cansada, juntando as mãos. “Você já se perguntou por que eu te odiava? Acha que isso surgiu do nada?”
Atena não tinha resposta, mas o jeito como olhava para Fiona implicava que ela mesma ansiava por respostas. Ela não estava sozinha nesse campo.
Fiona riu, um som amargo. “Sim, eu te odiava porque você estava se casando com Ewan. Mas na verdade começou antes disso. Na verdade, minha raiva era porque você se recusava a morrer, a desaparecer da vida dele.”
Uma pausa. Uma tosse.
“Água. Por favor…” A voz de Fiona tremia quando ela se interrompeu.
Connor não esperou ser instruído sobre o que fazer desta vez. Ele correu para trazer outra garrafa de água, depois cuidadosamente soltou as algemas em torno das mãos de Fiona.
Fiona suspirou aliviada, uma lágrima escorrendo de seu olho. A liberdade estava perto. Não importava se era nas celas negras.
Ela pegou a garrafa de água, suas mãos tremendo, ignorando o odor pungente que emanava de seu corpo. Ela bebeu avidamente, só parando quando o líquido estava pela metade.
“Começou há muitos anos…” Fiona preparou sua língua pesada para a história adiante, lambendo os lábios inferiores—satisfeita com a umidade. Boa água fresca. Um luxo que veio apreciar desde seu tempo aqui.
“Sim, muitos anos atrás. Acho que vinte a vinte e um anos atrás, quando Ewan encontrou um novo amigo. Antes disso, já éramos amigos, considerando o relacionamento próximo que nossas famílias compartilhavam. E na verdade encontramos esse novo amigo juntos.” Ela riu suavemente, uma lágrima caindo de seu olho.
“Nós éramos audaciosos então, veja. Sempre querendo desobedecer—ou melhor, Ewan era—e eu sempre desejando segui-lo por aí. Ele era como o irmão mais velho que eu não tinha.” Seus olhos, cheios de tristeza e nostalgia, fixaram-se em Ewan.
Ewan, cuja postura revelava um homem em choque, mas cujos olhos eram frios como gelo enquanto observava ela contar sua história.
“Bem, naquele dia fatídico, estávamos apenas correndo em direção às fronteiras, nos perguntando o que havia de tão especial em ser proibido, quando a vimos, bem antes das linhas de limite. Ela estava observando o ambiente, cheio de gramados altos—e ainda assim, não tinha medo. Se tivesse alguma coisa, seus olhos brilhavam com curiosidade, inteligência. Mesmo então, eu pensava que ela era corajosa, pensava que faria uma grande adição ao nosso grupo… até que nos disse que era da outra cidade, que era filha de Zack Moore.”
Uma pausa, onde Fiona lambeu o lábio inferior novamente.
“Eu disse a Ewan que deveríamos ir embora—eles eram inimigos das nossas famílias. Não deveríamos nos misturar com eles. Mas Ewan…”
Ela riu suavemente, balançando a cabeça. “Ele recusou. Insistindo que ela não era seu pai, apenas uma garotinha. Então, ele a tomou sob sua asa, mostrou para ela as cidades—áreas onde ele tinha certeza de que nossos pais não nos veriam… Eu não tive escolha senão acompanhar, achando que era só por aquele dia… e então ela voltaria para a cidade dela, e nunca mais voltaria.”
Uma risada amarga, uma zombaria de si mesma. “Cara, como eu estava tão errada…”
Ela destampou a garrafa e tomou um gole de água, ignorando o olhar longo e ansioso de Morgan para a garrafa.
Pegue a sua, idiota! Ela o amaldiçoou mentalmente, redirecionando seu foco para o público que a ouvia.
Quando foi a última vez que ela comandou tanta atenção? Ela se perguntou, um sorriso suave tocando seus lábios.
Se ela tivesse visto o futuro—ela teria desviado dinheiro dos Thornes, de Ewan, por essa verdade, antes do caso no tribunal que lhe custou sua liberdade.
“Bem, isso se tornou algo diário. Ou íamos à cidade dela, ou ela vinha à nossa. Jogávamos juntas. Eu gostava, sendo sincera. Era bom ter uma amiga mulher—muitas vezes os meninos não serviam.”
Ela lançou um olhar afiado para Atena, cuja boca caiu ligeiramente aberta.
Ela tinha sido amiga de Fiona?
“Tenho certeza que está achando difícil acreditar, Atena, certo?”
Atena não tinha resposta. Ela preferiu arrastar para si, a cadeira reclinando ao lado dela na parede, sentou-se, e continuou a ouvir.
Fiona sorriu com a descrença de Atena. Era esperado. “Tudo desmoronou quando fiquei doente. Foi uma doença terrível que durou quase uma semana. Nada importante para mencionar—exceto que Ewan ficou mais próximo de Atena durante esse período. Quando me juntei novamente a eles, a amizade deles já estava muito avançada. Eles até tinham apertos de mão secretos e gestos com os olhos. Eu fiquei tão irritada por ser deixada de fora, por me tornar um terceiro elemento, por não ser mais o centro da atenção de Ewan, que comuniquei a amizade à minha mãe, que então comunicou o assunto ao pai de Ewan.”
Uma risada amarga. Um gole de água.
“Tio Samuel interveio como eu esperava; repreendeu Ewan, e até o castigou por uma semana. Mas isso só serviu para aliená-lo de mim, pois ele nunca me perdoou por revelar o segredo aos pais dele.”
Uma ligeira pausa.
“Não só minha delação fez isso—também o aproximou de Atena, para minha irritação e ciúme.”