Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus! - Capítulo 333
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Capítulo 333: Fuga? II
Morgan estava radiante. A liberdade havia chegado. Finalmente, ele fugiria desse inferno.
Com os ombros, ele cutucou os companheiros ao lado dele, enquanto usava a perna para tocar levemente em Fiona, que estava acorrentada a uma haste perto do meio da sala.
Os três abriram seus olhos cansados, fixando o olhar em Morgan, que tinha um sorriso triunfante nos lábios.
“Idiota, por que está sorrindo?” Fiona conseguiu perguntar através de seus lábios secos e sangrando, a irritação vincando suas feições.
“A equipe de resgate chegou, meu amor. Logo estaremos fora daqui,” Morgan disse, sua voz espessa de esperança.
O coração de Fiona disparou imediatamente, sua mente tomando a esperança como asas e voando livre de uma fantasia para outra.
Quando saísse daqui, ela se mudaria direto para outro continente; longe de Morgan, longe de Atena, e de qualquer coisa relacionada a ela — incluindo Ewan. Nenhuma dessas pessoas valia sua sanidade.
Estar aqui dia após dia, suas prioridades tinham sido marteladas firmemente, especialmente após o incidente de algumas horas atrás, onde mais de cinco homens haviam subido nela, enquanto Morgan assistia e gritava.
Ela não achava que já tinha ouvido um grito mais angustiante. Ela quase mandou ele se calar, pois seus gritos altos estavam impedindo-a de permanecer vazia durante a tortura maníaca. Era um milagre que ela ainda tivesse sua mente intacta.
Pensar que ela havia dito a Morgan para fazer o mesmo com Atena meses atrás…
Fiona balançou a cabeça. Isso era realmente carma. Foi por isso que ela não emitiu um som até que os homens terminassem — nem mesmo quando eles a esbofetearam durante o ato. Ela merecia. Isso tudo.
Mas talvez, o universo estivesse lhe dando uma segunda chance. Fiona jurou não desperdiçá-la.
Ela sorriu quando ouviu os passos frenéticos de Connor pela casa. Logo estaria livre para recomeçar.
Ela também sorriu para Morgan, não parando quando as lágrimas começaram a escorrer por seu rosto incessantemente — em breve, estaria livre.
“Não se preocupe, meu amor. Vou garantir que você esqueça todas essas experiências terríveis. Vamos nos casar e ter nossa lua de mel… não importa que seu corpo tenha sido contaminado…”
Fiona sorriu mais, seu rosto tremendo com uma esperança agridoce. Contaminado? Bem, era culpa dela.
Talvez ela estivesse grávida, já que aqueles homens não pensaram em retirar. Não. Nunca mais. Quando saísse daqui, ela tomaria medicação. Não precisava de um bebê para recomeçar. Não precisava de ninguém.
No entanto, ela continuou sorrindo para Morgan porque ele era sua única chance de liberdade.
“Obrigada, Morgan.” Ela sussurrou suavemente, fazendo cena ao estender a mão para as mãos dele como uma donzela faria, mesmo sabendo que não poderia alcançá-lo. Ela nem mesmo queria tocá-lo, não queria alcançá-lo de jeito nenhum.
Ela deixou a mão cair quando as balas finalmente pararam de voar. Seria isso? Liberdade? Ela permitiu que a paz se instalasse dentro dela, e começou a contar os segundos.
Dez minutos depois, a porta se escancarou de repente, assustando-a. Sua atenção se fixou no intruso. Ela conteve um grito quando Connor entrou, sorrindo radiante.
Por que ele estava sorrindo — e não sangrando? Por que ele não estava morto?
——————
Corpos mortos espalhavam o ambiente, Florence notou com uma expressão assustadoramente calma enquanto caminhava elegantemente ao lado do marido em direção à varanda da casa que Ewan havia mencionado — pertencente a Connor, um associado dele.
Mas Florence sabia exatamente quem era Connor Brafus. Afinal, ela já havia utilizado os serviços do velho dele. Parecia que o instinto assassino sedento corria fundo no sangue dele.
Na verdade, ela estava mais do que feliz que o plano de fuga de Morgan havia falhado. Ainda assim, sua mente estava girando — por que o plano de fuga havia acontecido em primeiro lugar?
De acordo com Ewan, isso não deveria ter acontecido, a menos que um deles estivesse usando um rastreador. Morgan foi a primeira pessoa que veio à mente.
Mas, segundo os agentes que estavam de guarda ao redor da casa, que Florence podia ver claramente, Morgan e seus homens estavam livres de qualquer software de rastreamento. Então, como poderiam os membros da Gangue dos Vipers saber?
“Você está bem, amor?” O Velho Sr. Thorne perguntou suavemente, um sorriso gentil brincando em seus lábios, preocupação piscando em seus olhos.
“Estou bem, preocupadinho. Você deveria estar perguntando por Atena e sua amiga Susan,” Ela respondeu.
O Velho Sr. Thorne riu. “Não. Essas duas estão acostumadas a esse tipo de carnificina.”
Florence resmungou levemente, seus olhos se apertando enquanto observava as duas mulheres passando pelos corpos mortos como se fossem nada mais do que troncos de madeira bloqueando o caminho. Seu marido estava certo — aquelas duas eram impenetráveis a assuntos como esse, assim como ela.
Dentro da espaçosa sala de estar, as cadeiras já estavam arrumadas em círculo perfeito, como para uma reunião de mesa redonda. Só que, em vez de uma mesa no centro, havia Fiona, Morgan e sua equipe de dois.
Não havia nenhum membro vivo da equipe de resgate presente—Connor os havia apagado da face da terra, muito provavelmente para proteger seu lugar na gangue onde ele ainda servia.
“Por favor, sentem-se,” Connor disse com um sorriso astuto, indicando os assentos. Ele ocupou um e os visitantes obedeceram. Os homens enviados por Spider permaneceram eretos como soldados guardando o perímetro, seus olhos inabaláveis e aguçados.
“Morgan, como você está?” O velho Sr. Thorne começou, com os braços cruzados sobre o peito, impassível diante do estado ensanguentado de Morgan ou de seus homens. “Como você trouxe a equipe de fuga aqui?”
Morgan deu de ombros. “Eu não sei, velho.” Ele respondeu friamente.
“Eu teria cuidado com suas respostas, se fosse você.” Florence advertiu, seu tom calmo, mas autoritário.
Atena não estava nem um pouco surpresa. Ela sabia que Florence era tão dura quanto seu marido. Ela se reclinou mais na cadeira, optando por permanecer em silêncio. Ela não faria as perguntas hoje.
“Vou perguntar novamente…”
“Não se incomode. Eu realmente não sei. Eu nem esperava ser salvo,” Morgan interrompeu bruscamente, fazendo uma careta de dor enquanto Connor pisava forte em seus dedos danificados.
“Por favor…” Morgan gritou, agarrando desesperadamente a perna de Connor. “Eu realmente não sei.” Ele acrescentou, sua voz tensa.
“Deixe-o,” O velho Sr. Thorne afastou Connor com um gesto, seu olhar frio. “Vou lidar com ele depois. Estou aqui por ela—Fiona Adams.”
A cabeça de Fiona, que estava inclinada, ergueu-se em choque. Ela era a razão do infame homem estar aqui? O que ela tinha feito de novo?
Ela vasculhou sua memória, tentando descobrir onde havia importunado o velho pessoalmente, vendo o ódio em seus olhos—mas nada lhe veio à mente. Ela parou de pensar quando as dores de cabeça começaram a visitá-la pela enésima vez.
“Como você está, Fiona?”
Fiona apenas assentiu, sua língua se sentindo pesada e seca. Ela não tomava água há dois dias. Quando pediu a Connor, ele disse para ela lamber a urina no armário.
Fiona pensou que ele estava louco, mas sabia que se isso continuasse, ela poderia realmente… uma lágrima escorreu de seu olho. Certamente, as celas negras eram melhores do que isso?
“Estou feliz que você está bem,” O velho Sr. Thorne continuou, ignorando que ela estava mais pálida do que os homens mortos lá fora.
“Você reconhece este bracelete? Ewan me disse que você o roubou de quem ele pertencia…” Ele perguntou, levantando o bracelete.
Os olhos de Fiona se arregalaram por um nanossegundo antes de relaxar ao normal. Mas o velho Sr. Thorne já tinha sua resposta. Ela sabia o que era, lembrava a quem pertencia.
“Diga-me, e talvez eu deixe você ir para as celas negras. Com certeza você preferiria isso a estar aqui…”
Desta vez, Fiona não assentiu. Ela olhou fixamente para o velho, mas em sua mente, ela amaldiçoava Atena—e a qualquer sorte que apoiava a mulher.
Como? ela se perguntou pela terceira vez. Como isso estava acontecendo? Por que estava acontecendo? Por que Atena tinha todas as coisas boas? Por que ela não podia tê-las em vez disso? Por que Atena?
Lágrimas escorriam livremente de seus olhos, surpreendendo todos ao seu redor.
Por que ela estava chorando? Florence se perguntou, observando-a de perto.
Ewan deu de ombros com um leve sorriso. “Você pode falar, Fiona, ou podemos fazer o Connor fazer o necessário.”
Antes de conhecer a maldade de Connor, Fiona teria desafiado Ewan—preferiria morder a língua a expor essa verdade.
Mas ela sabia quem era o diabo. Ela conhecia as maneiras dolorosas como ele a tratava, fazendo-a desejar a morte. Seus olhos desviaram para sua perna, que possivelmente estava aleijada para sempre, e ela deixou mais lágrimas fluírem.
Talvez fosse hora de desistir dessa luta. Até mesmo a equipe de resgate falhou. Não havia como escapar dessa realidade agora, especialmente com a família Thorne envolvida nessa questão.
“Água,” Ela sussurrou rouca, sua voz áspera como a de um sapo.
O velho Sr. Thorne fez um aceno em direção a Connor, que se apressou para atender. Duas garrafas de água foram entregues a ela.
Ela bebeu ansiosamente, seu rosto e cabelo ainda sujos do calvário. Fiona estava pronta para falar a verdade pela primeira vez em sua vida.
“Você recebeu água. Agora, fale. De quem é o bracelete?” O velho Sr. Thorne ordenou.
Fiona, sem hesitação, virou-se para Atena e inclinou a cabeça em direção a ela. “Ela é a dona do bracelete.”