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- Vingança Sombria de uma Esposa Indesejada: Os Gêmeos Não São Seus!
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Capítulo 307: Revelações V
Não é de se admirar que o homem fosse tão leal a ele!
Com cada segundo que passava, Atena começou a entender que as coisas nem sempre eram o que pareciam ser à primeira vista. A menos, claro, que você estivesse falando de beleza física. Ewan era exatamente como parecia—um pecado atraente.
Enquanto examinava seus traços sob a luz suave do restaurante, ela podia ver claramente por que ele atraía o público feminino. Inferno, ela mesma não era completamente imune a esse encanto.
Aqueles lábios pecaminosos e…
Saiessemuitodamentesuafinal! Atena se repreendeu freneticamente enquanto mantinha um exterior calmo.
— Então, se você odiava tanto o tráfico e o negócio das drogas, por que não parou com isso? Por que não chamou a polícia e derrubou tudo? —
— Porque eu precisava da proteção — Ewan respondeu, suas sobrancelhas franzindo como se a resposta devesse ser óbvia.
Atena amaldiçoou mentalmente sua mente por ter se desviado, mesmo que por um momento. Agora, ela tinha falado sem pensar!
— Eu sei que é egoísta, Atena. Mas naquela época, eu tinha que fazer o que era necessário para sobreviver, especialmente desde que parei de receber as ameaças de morte — Ewan continuou, confundindo o silêncio de Atena com julgamento.
— E os outros membros da gangue? Eles simplesmente aceitaram tudo felizmente quando você se tornou o sucessor? —
Ewan balançou a cabeça lentamente, sua expressão sombria. — Não, eles estavam longe de estarem felizes. O filho do chefe começou a me ameaçar a cada passo, indo tão longe a ponto de armar acidentes—sem saber o quanto suas ações me abalavam, especialmente considerando o que eu tinha passado e por que entrei na gangue de seu pai em primeiro lugar.
— Então, como você lidou com ele? Você o denunciou ao pai? — Atena perguntou, a curiosidade atiçada.
Ewan sustentou seu olhar firmemente. — Não. Eu o incriminei. —
Atena inclinou a cabeça para a esquerda, um olhar de descrença em seus olhos. — Você é realmente louco, —
O coração de Ewan parou.
Mas então ela sorriu maliciosamente.
E ele sentiu seu coração voltar ao ritmo normal. Será que essa mulher estava tentando lhe causar um ataque cardíaco com suas rápidas mudanças emocionais?
— Ele está morto? —
Ewan balançou a cabeça. — Ele está na prisão. Ele ficará lá por um bom tempo. —
— E eles não suspeitam do que você fez? —
Ewan balançou a cabeça novamente. — Está bem escondido. —
Atena assentiu lentamente, seus dedos tamborilando um ritmo em sua coxa. — Como, então, você conseguiu governar a gangue? Você aboliu algumas práticas? —
Ewan sabia o que ela queria ouvir, mas a vida nem sempre segue as expectativas. — Não até o chefe morrer. Mesmo assim, não pude abolir as coisas da maneira que gostaria. O comércio ilegal diminuiu, claro, mas causou algum transtorno. No entanto, eu achava que isso não era suficiente. Ainda assim, das duas vezes que tentei interromper as operações, quase não escapei com vida. —
— Por que você não envolveu a polícia naquele momento? Você era mais velho então, não era? —
— A maioria dos policiais estava na folha de pagamento. E mesmo sendo o chefe, eu tinha certeza de que alguns dos meus subordinados ainda estavam fazendo negócios pelas minhas costas. Fiquei tão aliviado de deixar a gangue. —
— Sério? Como isso aconteceu? —
Ewan fez um som de desaprovação, sua leve frustração evidente. — Eu era o chefe. —
— Tão simples assim? —
— Não exatamente. Fiz outro pacto—não me envolver mais com os assuntos deles, nem com a polícia. Em outras palavras, eu estava dizendo que não os trairia, ou eles viriam atrás de tudo que eu me importava, incluindo a empresa… e você. —
— Eu? — Atena fingiu surpresa, levantando as sobrancelhas.
— Sim, eles sabiam que eu ia me casar; fazia parte da desculpa que usei para me retirar daquele estilo de vida—para manter você fora disso. —
— Apenas para me lançar em uma situação pior… — Atena murmurou, sua voz mal passando de um sussurro. Mas ela não conseguiu esconder de Ewan, que estava sentado do outro lado dela.
— Desculpe, Atena. Naquela fase da minha vida, eu estava incerto sobre tudo. Eu tinha vinte e três anos e era um tolo, deixando as situações ditarem minhas decisões—especialmente após o acordo de Alfonso. Eu odiava ser um peão… irônico, considerando que fui um de Fiona por anos. —
Compartilharam uma risada amarga, ambos perdidos nas memórias assombrosas de um passado turbulento.
— Sabe, sem a intervenção do seu pai adotivo, eu poderia ter te convidado para sair naturalmente. Talvez não para casamento, mas eu teria te namorado. Notei você no conselho uma vez… —
Atena manteve sua expressão neutra enquanto Ewan narrava a primeira vez que a vira, a primeira vez que ela o vira também. Foi um pequeno alívio em meio às suas feridas pensar que ela não fora a única a sentir aquela faísca naquela época.
Se ao menos Alfonso não tivesse intervindo. Se ao menos… Ela suspirou, seu olhar se afastando de Ewan, franzindo as sobrancelhas ao notar Rodney cuidando de uma bebida enquanto os observava.
— Ele está nos observando assim há vinte minutos. Qual é a sua questão com ele? Por que você deu seu número a ele? —
— Ele parecia alguém que precisava de ajuda, — Atena respondeu, voltando seu foco para Ewan. — Você vai verificar isso, não vai? —
Ewan não negou. “Preciso garantir que ele seja um bom homem.”
Da mesma forma, Atena não o impediu ou tentou negar suas intenções. Deixou-o fazer o que achava certo.
“Então, você não está planejando fazer nada sobre a gangue?”
“Não, mas você pode.” Ewan chamou o garçom para pedir uma bebida.
“Estou com sede,” Ele explicou, notando o franzir de cenho no rosto de Atena.
“Você está dirigindo, sabe disso, né?” Ela gesticulou para que o garçom os deixasse.
Ewan não protestou.
“Então, você quer que eu derrube sua antiga gangue? Eu não trabalho com a CIA.”
“Mas você trabalha com a Nimbus. Você poderia desmantelar a operação; Spider o ajudará. Embora ele trabalhe para eles, alega que é para obter mais informações. Tenho certeza de que ele gostaria de trabalhar com você, especialmente depois do que aconteceu com a irmã dele.”
Claro. Era perfeitamente aceitável fazer isso com as irmãs dos outros até que acontecesse na própria casa.
Atena estalou a língua, empurrando a cadeira para trás. “Acho que é hora de irmos embora daqui. Podemos conversar mais enquanto voltamos para a cidade. Está ficando tarde.”
Ewan acenou com a cabeça e se levantou, sufocando um gemido enquanto uma sensação de peso tomava suas pernas e corpo—devia ser as drogas reagindo. Ele precisava desesperadamente de sono.
Atena deve ter visto a expressão de cansaço em seu rosto, porque pegou na mão dele sem pensar duas vezes, conduzindo-o em direção à saída.
“Deveria ter te levado direto para sua casa em vez de fazer você me deixar na casa da Fiona,” Atena comentou enquanto caminhavam para o ar livre.
Ewan soltou uma leve risada, seguida de uma tosse. “Você não me fez fazer nada, mulher,”
O momento deles foi interrompido quando um atendente saiu correndo do restaurante, alcançando-os. “Vocês não pagaram a conta…”
Atena riu e tirou o cartão.
Quando Ewan tentou protestar, ela o beliscou de brincadeira nas costas enquanto sorria para o garçom atrapalhado, que agora estava corado segurando a máquina de cartão.
“Eu deveria ter feito o pagamento disso…” Ewan resmungou assim que o atendente saiu.
“Entra no carro, Ewan. Vamos para casa.”
Casa. A palavra causou uma onda de calor nele. Se ao menos…
“Ewan, apresse-se…”
Ele resmungou baixinho e entrou no carro.
“Então, estamos numa boa?” Ewan finalmente perguntou, o peso em seu coração aliviando um pouco enquanto ele segurava o volante com força, os nós dos dedos ficando brancos. Eles estavam a poucos momentos da cidade.
“Sim, estamos numa boa. Eu entendo muito melhor agora. Espero que encontremos seu agressor em breve. No entanto…”
A frequência cardíaca de Ewan aumentou.
“Espero que suas ações passadas não ressurgam nas redes sociais um dia. O público não entenderia seu lado da história.”
“Isso não vai acontecer. Spider tem tudo sob controle,” Ewan afirmou com convicção.
Atena acenou em resposta, esperando que o homem realmente tivesse tudo sob controle—pelo bem de seus filhos.
Ewan levou Atena até a casa do Velho Sr. Thorne primeiro. Enquanto se aproximavam, ele fez uma pausa ao notar Antonio saindo do Porsche elegante estacionado à beira da calçada. “Parece que Antonio esteve esperando por você.”
Atena suspirou, percebendo a aspereza no tom de Ewan enquanto observava Antonio se aproximar.
Ela saiu do carro imediatamente, e por não ter dito nada a Ewan—nem mesmo um boa-noite—ele também saiu, se recusando a ser dispensado.
“Ewan…” Antonio cuspiu o nome como se fosse amargo na língua. “O que está fazendo aqui?” Ele girou para Atena, sua voz carregada de acusação. “O que você está fazendo com ele?”
“Tínhamos algum trabalho para terminar,” Atena respondeu simplesmente, esperando uma conversa pacífica.
Ela não tinha recebido uma resposta de Antonio após seu texto; deveria ter sabido que ele queria discutir os assuntos pessoalmente. Isso era algo que ele desejava há muito tempo.
“E que trabalho é esse?” Antonio perguntou, os olhos suspeitos se estreitando.
Mas Ewan não estava disposto a ouvir isso. “Você é apenas o pai adotivo dos meus filhos…”
“Você está errado, Ewan,” Antonio interrompeu, ansioso para inflar o peito. “Ela acabou de aceitar ser minha namorada há poucas horas.”