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Capítulo 302: Visitando Uma Bruxa II
Você quer vê-la?
Atena segurou um escárnio. Não era essa a principal razão pela qual ela tinha perguntado, em primeiro lugar? Para ver a mulher que pensava ser digna de brincar com a vida de alguém.
Desde que Ewan tinha levado Fiona ao hospital psiquiátrico, Atena tinha estado, até certo ponto, curiosa sobre o estado de sua antiga inimiga.
Houve um tempo em que ela havia expressado suas dúvidas sobre o arranjo ao velho sr. Thorne, mas o velho homem tinha dito para confiar em Ewan nesse aspecto, que ele sabia o que estava fazendo.
Ela tinha deixado para lá, mas agora, vendo que eles precisavam de todas as informações que pudessem obter sobre Morgan, quem seria melhor para interrogar do que Fiona? E por que ela perderia a oportunidade de ver a última e sua condição recente?
“Atena, tudo bem se você não quiser vê-la. Eu sei o quão traumático…”
Atena riu antes que pudesse evitar. Traumático? Ah, por favor… não era Fiona quem estava por trás de seu trauma ou pesadelos. A bruxa não tinha tanta importância assim.
“Ewan, é claro que eu quero vê-la. Quero saber se os médicos estão tratando-a adequadamente.”
Ewan riu levemente e olhou para a estrada. Por que ele achou que ela diria não? Esta mulher ao seu lado não era a mesma que se agarrava a ele durante o casamento quando a chuva vinha com trovões e relâmpagos.
Alguns minutos depois, quando o sol finalmente se pôs e a lua e as estrelas apareceram no céu, Ewan estacionou em frente ao lugar de Connor.
“Estamos aqui,” Ele anunciou para Atena, que estava olhando ao redor com as sobrancelhas franzidas.
“Que lugar é esse? Acho que nunca ouvi falar deste lugar antes. E onde está o nome da clínica?”
Ewan riu, abrindo a porta. “Você realmente achou que eu a levei para uma clínica?”
Atena sorriu, seus olhos brilhando com curiosidade. “Se você não a levou para a clínica, então onde você a levou?”
“Bem, venha e veja.” Ele saiu do carro, e Atena o seguiu, a curiosidade a empurrando a saltitar enquanto caminhava, para a diversão de Ewan.
Ela estava tão interessada? Bem, ele estava interessado em saber até onde Connor tinha ido.
“Você tem certeza que está pronta para isso? Connor pode ser bastante bárbaro…” Ele pausou, dando de ombros. “Bem, eu disse para ele ser. Então, você está interessada nisso?”
Atena assentiu com um sorriso. Ewan achava que ela era uma Princesa Barbie? Ela havia visto demais enquanto estava no campo; não achava que nada a deixaria nervosa agora.
Ela estava errada.
Na sala de estar—já que a porta não havia sido trancada; eles apenas entraram em vez de bater—encontraram o cheiro de sangue. Era tão espesso que Ewan se perguntou se eles haviam entrado durante um dos períodos de tortura de Connor.
“Connor…” Ewan chamou, ciente de Atena enrugando o nariz em intervalos enquanto olhava ao redor, como se estivesse procurando a fonte do cheiro.
Quando ele viu Connor descendo tranquilamente da escada, limpando as mãos com um lenço branco sujo, soube que sua previsão anterior estava certa.
Pelo menos o último estava vestido adequadamente…
“Chefe, boa tarde.”
Atena virou na direção da voz áspera, suas sobrancelhas se franziram ainda mais quando viu o homem alto que estava quase um pé mais alto que Ewan.
Quem era este? Connor? Ela se perguntou, observando sua camisa branca impecável, calça marrom claro, e sapatos pretos.
Ele era realmente um médico?
Seu pensamento parou, entretanto, quando avistou o pano vermelho em suas mãos. Sangue. Essa era a fonte do odor.
Ele estava fazendo uma operação? Qual especialidade era a dele?
“Atena, conheça Connor. Connor, Atena…”
Atena estendeu a mão para cumprimentar o homem que de alguma forma parecia inocente apesar de seu comportamento áspero—exceto pelos olhos cinza frios—mas ele deu um passo para trás e curvou-se em vez disso.
“Desculpe, minha senhora,” Connor disse, ainda com a cabeça abaixada. “Minhas mãos estão sujas; se não fosse por isso, eu teria pegado sua mão e beijado-a, MILADY…”
Uma risada escapou dos lábios de Atena antes que ela pudesse evitar. Ele também era um comediante.
“Não há problema, cavalheiro. Estamos aqui para ver uma paciente sua…” Atena falou, fazendo Connor levantar a cabeça e olhar para Ewan.
Sério, chefe? Isso é uma boa ideia? Sua expressão quase vazia parecia comunicar.
Ewan deu de ombros em resposta. “Leve-nos até Fiona.”
Connor hesitou, olhando para Ewan novamente. Será que a bela senhora conseguiria lidar com a visão? Ela parecia muito… sofisticada para o ambiente deles.
“Ela pode aguentar. Ela é mais forte do que parece,” Ewan afirmou confiantemente, lendo os pensamentos de Connor que estavam estampados em seu rosto.
Connor exalou, olhou para Atena e virou-se. “Siga-me.”
A boca de Atena caiu aberta, momentos depois, enquanto absorvia a vista da sala 704, onde Fiona, ou alguém que parecia ela, estava.
“Essa é Fiona?” Ela perguntou, sua voz mal acima de um sussurro.
Nada poderia ter preparado Atena para a visão à sua frente.
Fiona estava curvada no chão nu, que exalava sujeira, urina, até fezes. Moscas zumbiam ao redor dela na sala mal iluminada, enquanto baratas e outros insetos corriam ao redor dela, fazendo barulhos; e Fiona não se movia.
A bruxa permanecia curvada, indiferente a eles, perto do que Atena conseguia ver que era o vaso sanitário, se as fezes em cima dele eram um indicativo.
Atena imediatamente tapou o nariz e deu um passo para trás, seus olhos percorrendo Fiona novamente. A última estava em uma camisola de hospital, ensanguentada, e seu cabelo… parecia estar caindo.
“O que está acontecendo com ela? Ela tem câncer?” Atena balbuciou com a mesma voz suave.
Antes que Ewan pudesse fornecer uma resposta, Fiona se virou com uma velocidade surpreendente, tendo ouvido a voz da mulher que agora invadia sua existência nebulosa.
Atena ofegou em descrença.
Havia cicatrizes de faca em quase toda a pele de Fiona, inclusive em seu rosto. Seus membros pareciam ter sido queimados pelo calor, se as lacerações que viu ali eram algum indicativo. Seus olhos eram frios e não havia sobrancelhas. Raspadas?
Atena não sabia o que pensar, apenas que Fiona parecia com a bruxa que era—um zumbi, no máximo. Ela estava tão magra que Atena conseguia ver seus ossos saindo. Seus dentes brancos agora estavam descoloridos—podiam ser vistos porque ela sorriu para Atena.
“Você está feliz agora, Atena?” Fiona perguntou, sua voz soando como a de um sapo.
Ela estendeu as mãos em direção a Atena, que levantou a sobrancelha ao notar a ausência de unhas e a presença de sangue preto, com moscas zumbindo ao redor.
Feliz? Atena não estava feliz—não exatamente. Mas ela não estava triste pelo estado de Fiona também.
“Você está apenas recebendo o que merece, Fiona. Não adianta tentar usar minhas emoções; não vai funcionar. Ou você preferiria as celas negras?”
Fiona assentiu, sem hesitação.
Por mais ruins que as celas fossem, ela não achava que poderiam ser piores do que o inferno que estava passando aqui.
A sobrancelha de Atena se ergueu até sua linha do cabelo. “Sério?” Ela perguntou, finalmente percebendo o que esse lugar era. Uma câmara de tortura.
Ela balançou a cabeça, imaginando como Connor poderia até mesmo ficar aqui para administrar a tortura. Ela parou para olhar para ele, notando o brilho excitado em seus olhos.
Poderia ser? Ela balançou a cabeça. De jeito nenhum. Mas a curiosidade não perdia o controle sobre ela.
“Você é Connor Brafus?” A pergunta saiu antes que ela pudesse evitar.
Connor se surpreendeu, desviando os olhos entre Ewan e a senhora, como um cervo pego pelos faróis.
“Não minta,” Atena murmurou, um sentimento se instalando sobre ela como uma nuvem. Se este fosse Connor Brafus, então onde isso deixaria Ewan?
Connor olhou novamente para Ewan, mas a expressão do último não era encorajadora; ele ainda estava lutando contra o choque e a confusão.
“Sim, você vai me prender?” Connor finalmente respondeu, lembrando-se das agências que Spider mencionou que a mulher trabalhava para.
“Se eu ainda estivesse trabalhando com a CIA, talvez… você realmente nos deu um bom trabalho… e pensar que você está aqui…” Ela olhou ao redor da sala. “Trabalhando para ele…” Ela se virou para Ewan.
“Como vocês dois se conhecem? Como você conhece Connor da gangue Víbora Demônio?”
Ela se surpreendeu com a risada maníaca de Fiona.
“Por que você está rindo?” Atena perguntou, irritada com a interrupção.
Mas a atenção de Fiona estava em Ewan, enquanto Connor lutava contra a vontade de cortar a garganta de Fiona ali mesmo.
Quando ele contou a Fiona coisas que não deveria, ele fez isso pensando que não haveria ninguém de fora aqui exceto Ewan e seus amigos.
Como ele deveria saber que o chefe traria uma ex-agente da CIA aqui?
Ele já estava lutando com sua segurança, considerando a presença dela; agora estava aterrorizado com a possível perda de sua língua, caso Ewan descobrisse sobre sua falta de discrição.
“Ele deve saber,” Fiona respondeu, ainda rindo. “Ewan, devo cantar?”