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  3. Capítulo 301 - Capítulo 301: Visitando Uma Bruxa
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Capítulo 301: Visitando Uma Bruxa

Quer ver ela?

Atena conteve uma risada sarcástica. Não era essa a principal razão pela qual ela havia perguntado em primeiro lugar? Para ver a mulher que se achava digna de brincar com a vida de alguém.

Desde que Ewan havia levado Fiona para o hospital psiquiátrico, Atena estava, até certo ponto, curiosa sobre o estado de sua antiga inimiga.

Houve um tempo em que ela expressou suas dúvidas sobre o arranjo para o velho Sr. Thorne, mas o velho havia dito a ela para confiar em Ewan nesse aspecto, que ele sabia o que estava fazendo.

Ela tinha deixado pra lá, mas agora, vendo que eles precisavam de todas as informações que pudessem obter sobre Morgan, quem melhor para interrogar do que Fiona? E por que ela desperdiçaria a oportunidade de ver a última e sua condição recente?

“Atena, tudo bem se você não quiser vê-la. Eu sei o quão traumático…”

Atena riu antes que pudesse evitar. Traumático? Ah, por favor… não era Fiona quem estava por trás de seu trauma ou pesadelos. A bruxa não tinha tanta importância assim.

“Ewan, é claro que eu quero vê-la. Quero saber se os médicos estão tratando-a corretamente.”

Ewan deu uma risada leve e olhou para a estrada. Por que ele havia pensado que ela diria não? Essa mulher ao seu lado não era a mesma que se agarrava a ele durante o casamento quando a chuva vinha com trovões e relâmpagos.

Alguns minutos depois, quando o sol finalmente se pôs e a lua e as estrelas espiaram no céu, Ewan estacionou em frente ao lugar de Connor.

“Chegamos,” ele anunciou para Atena, que olhava ao redor deles com as sobrancelhas franzidas.

“Onde é este lugar? Não acho que já ouvi falar deste lugar antes. E onde está o nome da clínica?”

Ewan riu, abrindo a porta. “Você realmente pensou que eu a tinha levado para uma clínica?”

Atena sorriu, seus olhos brilhando de curiosidade. “Se você não a levou para a clínica, onde então a levou?”

“Bem, venha e veja.” Ele saiu do carro, e Atena o seguiu, a curiosidade a levando a dar pulinhos enquanto caminhava, para o divertimento de Ewan.

Ela estava tão ansiosa assim? Bem, ele estava curioso para ver até onde Connor tinha ido.

“Você tem certeza de que está pronta para isso? Connor pode ser bastante bárbaro…” Ele pausou, dando de ombros. “Bem, eu disse para ele ser. Então, você está interessada nisso?”

Atena assentiu com um sorriso. Ewan pensava que ela era uma princesa Barbie? Ela tinha visto muita coisa no campo; não pensava que algo a deixaria nervosa agora.

Ela estava errada.

Na sala de estar—a porta não havia sido trancada; eles simplesmente entraram ao invés de bater—encontraram o fedor de sangue. Era tão forte que Ewan se perguntou se eles tinham chegado durante um dos períodos de tortura de Connor.

“Connor…” Ewan chamou, ciente de que Atena estava franzindo o nariz de tempos em tempos enquanto olhava ao redor, como se procurasse a fonte do cheiro.

Quando viu Connor descendo calmamente a escada, limpando as mãos com um lenço bege, soube que sua premonição anterior estava correta.

Pelo menos o último estava vestido adequadamente…

“Chefe, boa tarde.”

Atena virou-se na direção da voz áspera, suas sobrancelhas franzindo ainda mais ao ver o homem alto que até era quase um pé mais alto que Ewan.

Quem era esse? Connor? Ela se perguntou, notando a camisa branca limpa, a calça marrom-cartonada e os mocassins pretos.

Ele era realmente um médico?

Seu raciocínio parou, entretanto, quando ela avistou o trapo vermelho nas mãos dele. Sangue. Aquela era a fonte do odor.

Ele estava fazendo uma operação? Qual era a especialidade dele?

“Atena, conheça Connor. Connor, Atena…”

Atena estendeu a mão para cumprimentar o homem que de alguma forma conseguiu parecer inocente, apesar de sua postura rude—exceto pelos olhos cinza-gelo—mas ele deu um passo para trás e fez uma reverência no lugar.

“Desculpe, minha senhora,” Connor disse, ainda curvado. “Minhas mãos estão sujas; caso contrário, eu teria tomado sua mão e beijado-a MILADY…”

Uma risadinha escapou dos lábios de Atena antes que ela pudesse evitar. Ele era um comediante também.

“Sem problemas, cavalheiro. Estamos aqui para ver um paciente seu…” Atena falou, fazendo com que Connor levantasse a cabeça e olhasse para Ewan.

Mesmo, chefe? Isso é uma boa ideia? Sua expressão quase neutra parecia se comunicar.

Ewan deu de ombros em resposta. “Leve-nos até Fiona.”

Connor hesitou, olhando novamente para Ewan. A bela senhora poderia lidar com a visão? Ela parecia muito… elegante para o ambiente deles.

“Ela pode aguentar. Ela é mais forte do que parece,” Ewan declarou com confiança, lendo os pensamentos de Connor, que estavam escritos em todo o seu rosto.

Connor exalou, olhou para Atena, e se virou. “Sigam-me.”

A boca de Atena caiu, momentos depois, ao ver a cena no quarto 704, onde Fiona, ou alguém que se parecia com ela, estava.

“Essa é a Fiona?” Ela perguntou, sua voz mal acima de um sussurro.

Nada poderia ter preparado Atena para a visão diante dela.

Fiona estava agachada no chão nu, que cheirava a sujeira, urina, até fezes. Moscas zumbiam ao redor dela no quarto mal iluminado, enquanto baratas e outros insetos corriam ao seu redor, fazendo barulho; ainda assim, Fiona não se movia.

A bruxa permanecia agachada, alheia a eles, perto do que Atena podia ver que era o vaso sanitário, se as fezes em cima dele fossem uma indicação.

Atena imediatamente cobriu o nariz e deu um passo para trás, seus olhos percorrendo Fiona novamente. A última estava em um vestido hospitalar simples, ensanguentado, e seu cabelo… parecia estar caindo.

“O que está acontecendo com ela? Ela tem câncer?” Atena soltou a pergunta na mesma voz suave.

Antes que Ewan pudesse fornecer uma resposta, Fiona se virou em uma velocidade surpreendente, tendo ouvido a voz da mulher que agora invadia sua existência turva.

Atena engasgou de incredulidade.

Havia cicatrizes de faca em quase todas as partes da pele de Fiona, incluindo seu rosto. Seus membros pareciam ter sido queimados pelo calor, se as lacerações que ela via fossem uma indicação. Seus olhos estavam frios, e não havia sobrancelhas. Raspadas?

Atena não sabia o que pensar, apenas que Fiona parecia ser a bruxa que era—no máximo, um zumbi. Ela estava tão magra que Atena podia ver seus ossos pontiagudos. Seus dentes brancos agora estavam descoloridos—podiam ser vistos porque ela mostrou um sorriso para Atena.

“Está feliz agora, Atena?” Fiona perguntou, sua voz parecendo a de um sapo.

Ela estendeu as mãos em direção a Atena, que levantou a sobrancelha ao notar a ausência de unhas e a presença de sangue preto, com moscas ao redor.

Feliz? Atena não estava feliz—não exatamente. Mas ela não sentia pena da situação de Fiona também.

“Você está apenas recebendo o que merece, Fiona. Não tente mexer com minhas emoções; isso não vai funcionar. Ou você prefere as celas negras?”

Fiona assentiu, sem hesitação.

Por pior que fossem as celas, ela não achava que poderiam ser piores do que o inferno que estava passando aqui.

A sobrancelha de Atena ergueu-se. “Sério?” Ela perguntou, finalmente percebendo o que esse lugar era. Uma câmara de tortura.

Ela balançou a cabeça, se perguntando como Connor poderia ficar aqui para administrar a tortura. Ela parou para olhar para ele, observando o brilho excitado em seus olhos.

Poderia ser? Ela balançou a cabeça. De jeito nenhum. Mas a curiosidade não perdia o domínio sobre ela.

“Você é Connor Brafus?” A pergunta escapou antes que ela pudesse detê-la.

Connor começou, desviando os olhos entre Ewan e a senhora, como um cervo pego pelos faróis.

“Não minta,” Atena murmurou, uma sensação de que algo estava errado a envolvia como uma nuvem. Se este era Connor Brafus, então onde isso deixava Ewan?

Connor olhou novamente para Ewan, mas a expressão deste não era encorajadora; ele ainda estava lutando contra o choque e a confusão.

“Sim, você vai me prender?” Connor finalmente respondeu, lembrando as agências que Spider havia mencionado que a mulher trabalhava.

“Se eu ainda estivesse trabalhando com a CIA, talvez… você realmente nos deu uma boa caçada… e pensar que você está aqui…” Ela olhou ao redor do quarto. “Trabalhando para ele…” Ela se virou para Ewan.

“Como vocês dois se conhecem? Como você conhece Connor da gangue Víbora Demoníaca?”

Ela foi surpreendida pela risada maníaca de Fiona.

“Por que está rindo?” Atena perguntou, irritada pela intrusão.

Mas a atenção de Fiona estava em Ewan, enquanto Connor lutava contra o impulso de cortar a garganta de Fiona ali mesmo.

Quando ele contou a Fiona coisas que não deveria, ele fez isso pensando que não haveria nenhum estranho ali, exceto Ewan e seus amigos.

Como ele deveria saber que o chefe traria uma ex-oficial da CIA ali?

Ele já estava lutando pela sua segurança, considerando a presença dela; agora estava aterrorizado com a potencial perda da língua, caso Ewan descobrisse sua falta de discrição.

“Ele deve saber,” Fiona respondeu, ainda rindo. “Ewan, devo cantar?”

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