Verdadeira Luna - Capítulo 286

286: CAPÍTULO 286 Eu Preciso Pegar Isso de Volta 286: CAPÍTULO 286 Eu Preciso Pegar Isso de Volta POV de Sofia
– “Como você está, querida?” minha tia perguntou enquanto passava os dedos pelos meus cabelos.

Eu não conseguia responder aquilo. Eu não tinha certeza do que estava sentindo. Tantas emoções fluíam pelo meu corpo e era tão difícil para mim nomeá-las todas. Eu sabia que estava aterrorizada. Eu sabia que estava triste.

– “Eu não sei,” eu murmurei. “Eu não sei como descrever.”

Minha tia suspirou e beijou o topo da minha cabeça.

– “Seu pai me mandou uma mensagem telepática,” ela disse. “Os meninos estão voltando. Seu pai disse para não deixá-los voltar lá sem antes comer e dormir.”

Concordei com meu pai. Todos nós mal dormimos nos últimos dias. Lex especialmente. Ele precisava descansar um pouco. Eu podia dizer que ele estava tenso e precisava de uma pausa de tudo.

– “Você quer me ajudar a fazer algo para eles comerem?” minha tia perguntou e eu assenti imediatamente.

Eu precisava de algo para me distrair de todas aquelas emoções que eu sentia. Eu tinha que me distrair antes que eu perdesse completamente o controle.

Eu me levantei e me aproximei da minha tia. Ela sorriu e me entregou uma tigela e um batedor. Peguei de suas mãos e coloquei no balcão. Eu estava olhando para a frente e nem percebi que minha tia já havia colocado uma caixa de ovos na minha frente.

– “Sophie?” ela me chamou suavemente. “Por que você não se senta? Eu cuido de tudo.”

Eu estremeci um pouco e olhei para ela.

– “Não, está tudo bem,” eu disse enquanto abria a caixa e pegava um ovo. “Eu quero ajudar.”

Eu não tinha certeza do que estávamos fazendo, no entanto. Minha tia provavelmente me disse, mas eu estava distraída demais para ouvi-la. Ela me deu um batedor e uma tigela então ela provavelmente queria que eu usasse aquilo, certo?

Eu comecei a quebrar os ovos e colocá-los na tigela à minha frente.

Minha mente estava na minha mãe e não importava o que eu fizesse, eu não conseguia parar de pensar nela. Ela ficaria bem? Como ela lidaria com a escuridão? E se algo acontecesse com ela? E se ela se machucasse?

Ela nunca deveria ter tirado isso de mim. Eu estava lidando com isso. Eu seria capaz de enfrentar.

Eu estava tão distraída que nem ouvi os meninos chegando. Senti alguém me envolver com os braços e eu estremeci.

– “Desculpe, Anjo,” Hunter murmurou enquanto dava um beijo no meu ombro. “Eu pensei que você tivesse me ouvido chegar.”

Eu virei minha cabeça e dei um beijo na bochecha dele antes de olhar para meu irmão e Mason. Eles pareciam horríveis e eu sabia que algo havia acontecido.

Meu coração acelerou enquanto eu soltava o batedor e caminhava em direção ao Lex.

– “O que houve?” eu perguntei a ele. “A mãe está bem?”

Minha voz estava tremendo e eu estava à beira das lágrimas.

– “Mase?” minha tia chamou meu primo.

Eu podia dizer pelo tom da voz dela que ela também percebeu que algo estava errado.

Lex sentou e pegou minha mão na dele. Ele respirou fundo e soltou lentamente.

– “A mãe foi tomada pela escuridão,” Lex murmurou, fazendo meu coração parar. “Mas quando ela acordou Sienna estava dentro do corpo dela.”

O quê? Do que diabos ele estava falando?

Houve alguns momentos de silêncio antes da minha tia falar.

– “O que você quer dizer?” Tia Daisy perguntou, sua voz tremendo. “Como Sienna pode estar dentro dela?”

Lex olhou para nossa tia e deu de ombros.

– “Eu não sei,” ele disse baixinho. “Ela estava dentro da nossa mãe e falou com o pai e o tio Andrew. Ela até falou com Mason e comigo. Ela me disse que eu era para ser o filho dela.”

Meu coração se contorceu dolorosamente. Eu tive que me sentar. Eu não conseguia desviar o olhar de Lex. Ele estava brincando, não estava? Mas por que ele brincaria sobre algo assim? Isso era cruel e meu irmão não era cruel.

– “Quem era Sienna?” Hunter perguntou, mas eu não consegui responder.

Eu continuei olhando para Lex, esperando que ele me dissesse que estava brincando. Eu ouvi a Tia Daisy falando com o Hunter. Ela estava explicando para ele quem era Sienna. Lex me olhou e engoliu. Eu tinha a sensação de que sua história não tinha acabado. Eu tinha a sensação de que mais alguma coisa aconteceu.

– “O quê?!” Hunter exclamou em voz alta. “Merda!”

– “O que ela fez, Lex?” eu perguntei, com a voz falhando. “O que ela fez com a mãe?”

Os olhos de Lex se encheram de lágrimas. Ele olhou para minha mão na dele e soltou um suspiro tremido.

– “Ela tentou matar a mãe,” Lex murmurou e eu senti meu corpo desligando. “Ela alongou suas garras e tentou abrir o estômago da mãe.”

O cômodo começou a girar. Eu mal podia ouvir minha Tia Daisy gritar. Eu não conseguia ouvir nada além do meu sangue correndo pelas veias.

Lex começou a falar novamente e eu me forcei a ouvi-lo.

Minha mãe estava morta? Ela se foi?

Não, por favor Deusa, não.

– “Anna usou sua magia para deixá-la inconsciente,” Lex disse, olhando de volta para mim. “A mãe está bem. Ela não está machucada.”

Eu senti uma lágrima cair na minha bochecha.

– “Oh, merda,” minha Tia Daisy gritou. “Obrigada, Deusa.”

Lex se esticou e limpou as lágrimas do meu rosto.

– “Eu preciso voltar,” eu murmurei enquanto tentava levantar.

Duas mãos fortes me impediram e me fizeram sentar novamente.

– “Não, Anjo,” Hunter disse enquanto se inclinava e beijava o topo da minha cabeça. “Sua mãe está bem agora. Você não pode voltar.”

Como ela poderia estar bem se ela tinha aquela coisa horrível dentro dela?! Sienna tentou matá-la! Eu tinha que voltar. Eu tinha que pegar a escuridão de volta.

– “O pai está com ela, Fia,” Lex disse, me fazendo congelar. “Anna deixou ele entrar. Ele está com ela e ela está segura.”

Eu franzi a testa.

– “O quê?” Tia Daisy murmurou. “O que você quer dizer?”

Lex olhou para a Tia Daisy e suspirou.

– “Sabíamos que não podíamos deixá-la sozinha lá dentro então o pai entrou,” Lex disse. “Ele vai mantê-la segura.”

Eu não consegui segurar um soluço que escapou de mim. Lex olhou de volta para mim e me puxou para ele imediatamente. Ele me envolveu em um abraço apertado e eu não pude fazer nada além de soluçar em seu ombro.

Ambos os nossos pais estavam trancados naquele quarto. Ambos os nossos pais corriam perigo. Eu não tinha ideia do que faríamos agora.