Verdadeira Luna - Capítulo 281
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281: CAPÍTULO 281 O Primeiro Toque 281: CAPÍTULO 281 O Primeiro Toque POV de Emma
— Tinha que ter outro jeito, Emma! — Jake gritou, como se fosse a centésima vez. — Você não precisava fazer isso!
Ele andava de um lado para o outro diante da janela, gesticulando com as mãos e gritando comigo. Parecia irritado e nem sequer me deixava falar. Sempre que eu tentava dizer algo, ele me interrompia.
Logan estava encostado na parede com os braços cruzados sobre o peito, deixando Jake desabafar.
— Eu tinha que fazer isso, Jake — eu disse. — Eu não podia deixar meu filho sofrer.
Jake me olhou e estreitou os olhos.
— Nós encontraríamos um jeito de libertá-la disso — disse Jake. — Você encontraria um jeito.
— E eu encontrei — eu disse. — Ela está livre disso.
— Não desse jeito, Emma — Jake disse, revirando os olhos. — Não se colocando em perigo.
Eu suspirei e balancei a cabeça. Jake era o mais difícil de convencer. Ele abriu a boca para gritar novamente, mas foi interrompido quando Daisy entrou correndo.
— Emma! — ela gritou enquanto corria em minha direção.
Ela colocou as mãos no vidro e engoliu em seco.
— Oh, Em — ela choramingou. — Você está bem?
— Estou bem — eu disse ao me aproximar da janela.
Eu sorri e coloquei minha mão no vidro também.
— Eu senti sua falta — eu disse a ela. — Como estão as crianças? Como está o Mike?
Eu sentia muita falta do meu sobrinho. Saudades do seu sorriso contagiante e do seu senso de humor. Ele sempre sabia como me fazer rir.
— O Mike está ótimo — disse Daisy, me dando um pequeno sorriso. — Ele está passando tanto tempo com o Harry. Janet veio buscar o Harry, mas ele se recusou a sair de perto do Mike.
Um pequeno sorriso se espalhou pelo meu rosto.
— Você acha que eles são companheiros? — perguntei e ela assentiu.
— Não tenho certeza se eles já conseguem sentir isso, mas acho que sim — disse Daisy. — Estou feliz por ele.
Eu sorri, radiante. Eu também estava feliz por ele.
— Como estão as outras crianças? — perguntei, olhando para Jake. — Como estão a Hazel e o Danny?
— Eles estão bem — disse Jake. — Amy e Drake estão se divertindo com eles e tentando evitar que façam muitas perguntas.
— Jake está certo — acrescentou Daisy. — Eles estão levando eles para caminhar, acampar, nadar. Seja lá o que for, eles estão fazendo.
Eu sorri e um calor se espalhou pelo meu corpo. Fiquei feliz em saber que eles estavam bem.
— Hazel e Haley estão sempre perguntando pela Sofia — disse Daisy. — Elas mal podem esperar para vê-la.
Eu sorri novamente. Finalmente poderiam vê-la, agora que ela estava fora deste quarto.
Respirei fundo e olhei para o meu irmão. Ele estava ao lado de Logan. Seus punhos estavam cerrados e ele olhava fixamente para o chão. Meu coração se apertou de dor. Eu sabia o quanto ele estava preocupado e nunca quis que isso acontecesse. Tudo o que eu queria era proteger minha filha.
— Andrew — eu o chamei e ele olhou para mim.
Ele apertou a mandíbula e engoliu em seco.
— Eu sinto muito — eu disse. — Eu precisava proteger a Sophie.
Ele respirou fundo e se aproximou da janela. Daisy segurou sua mão na dela. Andrew estudou meu rosto por alguns momentos.
— Eu sei — ele disse depois de um tempo. — Eu sei que você fez isso para proteger sua filha. Eu só queria que houvesse algo que eu pudesse fazer para proteger a minha.
Não consegui conter as lágrimas que caíram em minhas bochechas. Andrew era tanto um irmão quanto um pai para mim. Ele era meu porto seguro e eu o amava tanto.
— Eu te amo — eu lhe disse. — Eu vou sair daqui em breve. Eu vou encontrar um jeito.
Andrew engoliu em seco e assentiu.
— É melhor que sim — ele disse baixinho. — Eu não posso perder você, Emma.
— Você não vai me perder, Andrew — eu disse. — Eu não vou deixar essa coisa me matar.
Andrew se encolheu um pouco e Daisy apertou sua mão com mais força.
— É melhor mesmo, Emma — disse Jake, com raiva. — Eu juro pela Deusa se você…
Parei de escutar porque uma sensação estranha fez meus joelhos fraquejarem. Era como se alguém tivesse enrolado uma mão gelada ao redor dos meus pulmões. Ficou difícil respirar.
— Emma? — Andrew me chamou, preocupado.
Vi Logan se desencostar da parede e caminhar em direção à janela.
— O que há de errado? — perguntou Logan, com a voz carregada de pânico.
Eu não sabia o que dizer. Eu não sabia o que estava errado.
— Eu não… — falei, balançando a cabeça, mas a mão fria apertou mais os meus pulmões.
Coloquei a mão no peito e ofeguei.
— Emma! — Andrew gritou, batendo a mão contra o vidro.
Eu recuei alguns passos e tentei respirar fundo. Era muito difícil fazer isso.
— Droga! — Logan gritou e correu em direção à porta.
Ele sabia que não conseguiria abri-la, mas mesmo assim começou a puxar a maçaneta.
— Chame a Anna! — Logan gritou. — Ela precisa abrir essa maldita porta!
Balançei a cabeça veementemente. Era a escuridão. Era o primeiro toque da escuridão e eu estava perigosa. Anna não podia abrir aquelas portas.
Eu podia sentir se espalhando do meu peito para o restante do meu corpo.
— Estou bem — eu me forcei a falar. — Vou ficar bem. Ela não pode abrir a porta.
Logan correu de volta para a janela e bateu com as duas mãos no vidro.
— Respire, Emma! — ele gritou comigo.
— Deusa, os lábios dela estão azuis! — Daisy exclamou, ofegando alto.
Caí de joelhos e ofeguei por ar. Eu ouvia os gritos e as mãos batendo no vidro, mas não conseguia entender o que diziam.
Minha visão ficou embaçada.
A mão fria mudou-se dos meus pulmões para o meu coração. Ela o apertou, fazendo-me gemer de dor.
— Emma! — ouvi o soluço desesperado da minha companheira.
Meu coração doía por ele. Minha alma gritava por ele. Meu corpo desejava seu toque e seu consolo.
— Eu te amo — consegui murmurar com o pouco de ar que restava nos meus pulmões.
Minha visão escureceu e senti algo frio contra a minha bochecha. Eu podia ouvir gritos e soluços altos, mas não conseguia mais levantar o olhar.
Não me importava mais.
— Emma! — ouvi alguém gritar meu nome uma última vez antes de eu desmaiar.