Verdadeira Luna - Capítulo 278

278: CAPÍTULO 278 Devolva 278: CAPÍTULO 278 Devolva POV da Sofia
Comecei a soluçar assim que a vi.

“Mãe!” gritei enquanto corria para a janela.

Ela olhou para mim e me deu um pequeno sorriso.

“Não!” gritei em alto e bom som.

Meu coração se partiu e senti a urgência de quebrar o vidro entre nós. Eu não podia deixar minha mãe fazer isso. Eu não podia deixá-la se machucar. A escuridão era minha, não dela. Era eu quem deveria estar naquele quarto, não ela. Era eu quem deveria lutar contra isso, não minha mãe. Ela já tinha sofrido o bastante. Ela fez o bastante. Ela passou por demais. Ela merecia ser feliz com meu pai. Ela não merecia estar presa naquele quarto.

“Oi, minha bebê”, minha mãe disse, colocando a mão na janela.

Algo entre um soluço e um grito escapou dos meus lábios. Eu não conseguia conter a dor que sentia. Eu tinha que tirá-la daí. Eu tinha que trazer a escuridão de volta.

“Por quê, mãe?!” Eu gritei colocando minha mão no vidro também. “Por quê?!”

Senti as mãos do meu pai nos meus ombros. Ele me puxou para o seu peito e me envolveu com os braços firmemente.

“Eu não podia deixar nada acontecer com você, bebê”, minha mãe disse, sua voz permeada de dor. “Eu tinha que te proteger. Eu deveria ter feito isso anos atrás.”

Balancei a cabeça e outro soluço me escapou.

“Não, mãe”, gritei. “Devolva para mim. Me deixe entrar e devolva.”

Meu pai beijou o topo da minha cabeça. Senti Lex segurar minha mão na dele.

Minha mãe sorriu através das lágrimas.

“Essa maldição é minha, Sofia”, minha mãe disse. “Nunca foi sua ou de mais ninguém. Sempre foi destinada a mim. Eu não vou deixar que passe para os seus filhos. Essa maldição vai terminar comigo.”

Meu coração acelerou e eu não pude segurar um soluço que escapou.

“Mãe, por favor”, eu solucei. “Não faça isso. É minha e eu preciso lidar com isso.”

Minha mãe balançou a cabeça e respirou fundo.

“Não é sua, Sofia”, ela disse. “É minha. Sempre foi minha.”

Lex me tirou dos braços do meu pai. Enterrei meu rosto no peito dele e ele me abraçou firmemente.

“Deusa, Emma”, meu tio suspirou. “O que diabos você está planejando fazer agora?”

Eu queria olhar para minha mãe, mas Lex não me deixou. Ele colocou a mão na minha cabeça e me pressionou mais contra ele. Eu podia perceber que ele precisava de conforto, então envolvi meus braços ao redor dele e o abracei com força.

“Encontrar uma maneira de se livrar disso”, eu ouvi minha mãe dizer.

Houve alguns momentos de silêncio antes da minha mãe falar novamente.

“Eu estive lendo sobre maldições e encontrei algumas coisas interessantes”, ela disse e dessa vez Lex me deixou olhar para ela.

“O que você encontrou?” Anna perguntou enquanto se aproximava da janela.

Eu observei minha mãe se ajoelhar e puxar uma caixa de baixo da cama. Franzi a testa. Não a vi colocar aquilo ali.

Ela abriu a caixa e tirou um livro antigo e rasgado. Sentou-se na cama e o abriu.

Eu queria me aproximar da janela, mas Lex apertou os braços ao redor de mim e eu não pude me mover.

“O que é isso, Emma?” Anna perguntou. “Eu nunca vi esse livro antes.”

Minha mãe olhou para ela mas não respondeu. Ela continuou virando as páginas que pareciam desmoronar.

“Emma”, meu tio a chamou com um toque de raiva na voz.

Eu nem conseguia olhar para ele. Eu nem conseguia imaginar pelo que ele estava passando. Ele amava tanto minha mãe e eu apenas podia presumir o quão assustado ele estava. Se algo assim acontecesse com o Lex, eu perderia o controle.

Minha mãe também ignorou meu tio. Ela continuou virando as páginas e franzindo a testa.

“Emma, eu juro pela Deusa…”, meu tio falou após alguns momentos, mas minha mãe o interrompeu.

“Aqui está!” ela exclamou enquanto se levantava e voltava para a janela de vidro que nos separava.

Hunter veio se postar ao lado de Lex e de mim. Ele cruzou os braços sobre o peito e apertou a mandíbula. Ele manteve os olhos em minha mãe.

Respirei fundo e apertei os braços ao redor de Lex. Ele acariciou minhas costas gentilmente.

Estou tão feliz por ter você de volta. Lex me comunicou telepaticamente.

Engoli em seco e respirei fundo.

Queria que não fosse ao custo de nossa mãe estar lá dentro em vez de mim. Respondi.

Lex apertou os braços ao meu redor e beijou o topo da minha cabeça.

Eu sei. Ele disse. Ela vai encontrar uma saída. Tenho certeza disso.

“Certo”, minha mãe murmurou enquanto terminava de ler a página. “Este livro descreve a escuridão como algo que nos machucou no passado. Diz aqui que lidar com essa dor pode se livrar da escuridão para sempre.”

Franzi a testa.

“Eu não entendo”, meu pai disse. “Como você deveria lidar com algo que machucou a Sofia?”

Minha mãe olhou para mim e suspirou.

“Eu não posso”, ela disse. “Mas eu posso lidar com as coisas que me machucaram.”

Ela olhou para meu pai e engoliu em seco.

“Eu acho que essa escuridão sempre me pertenceu”, ela continuou. “Eu acho que essa é a razão pela qual não conseguíamos nos livrar dela antes. Sofia não podia lidar com isso porque a dor não era dela. Era minha.”

Ela olhou de volta para o livro em suas mãos e respirou fundo.

“Eu nem sabia que esse livro existia até eu decidir pegar a escuridão da Sofia”, ela disse. “Eu vasculhei cada canto da nossa biblioteca e nunca vi esse livro antes.”

Ela olhou de volta para nós e fechou o livro.

“Essa escuridão foi destinada a mim e eu tenho que ser a única a lutar contra ela”, ela disse e meu coração começou a bater mais rápido.