Vendida como Reprodutora do Rei Alfa - Capítulo 982

Capítulo 982: Capítulo 45 : Fique

*Sasha*

“Seu cabelo é tão bonito,” Trina exclamou enquanto penteava meus longos fios loiros. Outra nova amiga estava fazendo minhas unhas, assim como eu tinha feito para ela.

“Eu gostaria de ter esses cachinhos apertados que você tem,” eu respondi.

Phoebe tomou um gole de sua mimosa e então ergueu seu copo para nós. “Pedicure em seguida!”

“Gosto do jeito que você pensa,” Trina disse.

Era uma tarde adorável, em uma série de tardes adoráveis. As mulheres de Nova Dianny me acolheram de braços abertos. Nunca fui tão mimada, nem me senti tanto como se eu… pertencesse. Havia mais dançarinas dos sonhos em Nova Dianny com quem eu podia trocar experiências. Nenhuma delas tinha meu tipo de poder, mas ainda assim era bom conversar com pessoas que “entendem”.

“Sabe,” Trina refletiu, piscando para outra garota, “você deveria ficar aqui, tipo, permanentemente. Fazer de Nova Dianny sua casa.”

Pisquei para ela, surpresa. “Você… você realmente gostaria que eu ficasse?”

“Claro, boba!” Trina disse. “Você é a pessoa mais legal que já conhecemos!”

“Mas eu trago… um monte de problemas comigo,” eu respondi com uma careta.

Trina deu de ombros. “Nosso Alfa era um pirata incrível. Tenho certeza de que qualquer problema que você trouxer só vai acabar caminhando na prancha.”

O riso subiu dentro de mim e logo estávamos todas dando risadinhas. “Sim, eu tive essa impressão dele,” eu disse.

“Não há nada que o Alfa Robbie não possa lidar. Só pense nisso, tá?” Trina pediu.

“Tá,” concordei com um aceno. “Vou pensar sobre isso.”

“Oh!” Trina exclamou. “Quão animada você está para o seu aniversário?! Luna Alison e Joy estão planejando a festa do século!”

Eu corei. “Elas realmente não deveriam se dar tanto trabalho.”

“Claro que deveriam! Não é todo dia que uma dançarina dos sonhos descobre seu lobo,” Trina piscou.

“Bem… Suponho que não, embora deva acontecer aqui com mais frequência do que em qualquer outro lugar desde Licennia,” eu disse.

“Provavelmente. Mas ainda é um grande acontecimento.” Trina terminou minhas unhas e se jogou de volta na sua espreguiçadeira, aproveitando o sol. “E você vai descobrir que é parceira daquele diabo bonito com quem você anda.”

Eu empurrei meu cabelo para trás da orelha nervosamente. “Na verdade, estou meio preocupada com isso. Tenho sentimentos por ele. Mas e se ele não for meu parceiro?”

“Ele é seu parceiro,” todas as mulheres ali, inclusive Phoebe, insistiram.

“E… você sabe… tem toda a confusão que temos em casa e no Reino Escuro e….” eu continuei.

“Ai. Honestamente, pessoas apaixonadas são TÃO bobas às vezes!” Trina suspirou. “Se ele é seu parceiro, e todos nós sabemos que ele é, essas coisas não vão importar. Sério. Vocês vão querer apenas ficar juntos o tempo todo.”

“Eu já quero estar com ele o tempo todo,” eu admiti suavemente.

“Então você deveria dizer isso a ele,” Phoebe disse. “Quero dizer, o que esse negócio de parceiro realmente significa? Se meu verdadeiro parceiro passasse bem na minha frente agora, sabe o que eu faria? Correria de volta para Brady. É biológico, sim, mas também é uma escolha. Por que vocês dois simplesmente não decidem ficar juntos, independentemente?”

Eu considerei isso. “É. Poderíamos decidir ficar juntos, independentemente.”

“Exatamente,” Phoebe respondeu. “Amor é amor. Pode não ser um enorme turbilhão de hormônios de lobos, mas é algo mais profundo e importante.”

“Você está certa. Você está certa,” eu concordei. “Eu….”

Trina se levantou e me puxou da espreguiçadeira pelo pulso.

“O que você está fazendo?” eu perguntei, tropeçando para me levantar.

“Bem, obviamente você tem que ir falar com ele agora,” Trina disse.

“Agora?” eu repeti.

“Oh sim. Agora mesmo. Resolva tudo antes de amanhã,” Trina confirmou.

Olhei para Phoebe, que também estava assentindo.

“Melhor curso de ação, realmente,” Phoebe disse.

Todas as mulheres estavam assentindo agora. Respirei fundo e endireitei os ombros. “Certo, vou falar com ele agora.”

Uma comemoração surgiu quando voltei para dentro da casa do grupo do pátio.

Lucas não foi difícil de encontrar. Ele estava meditando em nosso quarto, olhando para o orbe como se fosse uma cobra prestes a mordê-lo.

“Com medo de tocá-lo novamente?” eu perguntei, batendo levemente meus nós dos dedos na moldura da porta do quarto.

“Como você adivinhou?” Lucas respondeu com um sorriso torto.

“Bem, considerando o fato de que quase te lançou para fora da nossa cabana da última vez….”

Lucas riu e cobriu o orbe novamente com a seda. “Eu estava apenas pensando em como será o outro orbe, onde ele está e o que diabos faremos com AQUELE quando o tivermos.”

Eu me sentei na cama ao lado dele. “Essas são muitas perguntas.”

“São. Temos tanto pairando sobre nossas cabeças, e além disso estamos ambos tentando ser Engenheiros Reais,” Lucas disse.

“Verdade.” Eu torci uma mecha de cabelo atrás da orelha. “Ah… Lucas?”

“Hmm?” ele perguntou, aninhando o orbe de volta no saco entre suas roupas.

“Eu… você sabe que eu te amo, certo?” eu comecei.

Lucas se virou para me olhar, franzindo a testa em confusão. “… sim…,”

“Você me ama?” eu perguntei a ele.

“Sasha, você sabe muito bem que esta não é uma conversa que deveríamos ter até amanhã à noite,” Lucas disse severamente.

Eu coloquei minha mão em seu joelho. “Eu estou falando sério. Quero dizer, Brady não é o verdadeiro parceiro de Phoebe e eles decidiram ficar juntos. Se… se NÓS não formos parceiros, poderíamos fazer o mesmo. Eu não posso… eu não posso imaginar amar alguém além de você.”

Lucas bateu levemente na minha mão. “Sasha. Eu nunca poderia te privar do seu verdadeiro par. Vamos discutir isso amanhã à noite, ok?”

“Você não quer ficar comigo mesmo que não sejamos pares?” Eu sussurrei, sentindo meus olhos arderem.

“Eu não disse isso…” Lucas disse.

Eu puxei minha mão debaixo da dele e me levantei, profundamente magoada com o quão calculado ele estava sendo a respeito de tudo isso. “Deixa pra lá, Lucas. Se ser verdadeiros pares é tãooo importante para você, talvez eu não devesse te privar do SEU.”

“Sasha…”

Eu peguei o orbe na bolsa de Lucas sobre seus protestos e marchei em direção à porta. “Não ouse me seguir, Lucas Black!”

Decepção me inundou quando Lucas não seguiu. Às vezes, os homens eram TÃO estúpidos.

Eu fiz meu caminho até a praia, encontrando uma pequena e escondida alcova só para mim. Se Lucas fosse ser tão decepcionante hoje, então talvez eu tivesse mais sorte com o orbe.

Envolvendo minhas pernas embaixo de mim, sentei em estilo lótus na areia e segurei o orbe nas minhas mãos, deixando meus poderes de dançarina dos sonhos se desdobrarem.

Inicialmente, tudo parecia estar funcionando como de costume. Minha visão girou e me trouxe para algum lugar… diferente. Só que desta vez era um lugar que eu reconhecia.

Me vi, sentada em minha pequena clareira sozinha, pousada em um velho toco de árvore. Eu tinha talvez… nove anos de idade? O livro no meu colo quase me engolia, mas era esse tipo de coisa que eu lia naqueles dias.

Sorrindo afetuosamente, comecei a me aproximar para ver o que eu estava lendo naquele dia, apenas para congelar quando um bando de meninos entrou na minha clareira.

“Ei, nerd, não te vimos muito no parquinho esses dias,” um deles zombou, se alinhando em uma fileira em frente a mim. Na linha estavam Lucas e Brady.

“Não sabia que você se importava,” meu eu de nove anos respondeu com um encolher de ombros, nem mesmo olhando para cima do meu livro.

“Eu não,” o garoto gaguejou, olhando ao redor para garantir que os outros também soubessem que ele não se importava.

“Bom. Agora você pode ir embora,” meu eu de nove anos bufou, virando uma página.

O garoto que tinha começado a me provocar ficou vermelho brilhante. “Você está tentando me dizer o que fazer?”

“Nem em sonho,” meu eu de nove anos respondeu friamente.

“Arrogante. Você está me insultando agora,” o garoto disse enquanto os outros meninos riam da situação dele. Ele devia ter doze anos ou mais, e ainda assim essa pequena sombra de nerd estava mandando ele ir dar um passeio.

“Bem notado,” meu eu de nove anos grunhiu, voltando uma página. “Você poderia simplesmente ir, por favor? Você está interrompendo um capítulo importante.”

O garoto marchou e deu um tapa no livro da minha mão, fazendo-o aterrissar na terra rica e úmida ao redor das raízes do toco. “O que você disse pra mim, aberração?!”

Então outro garoto marchou e deu um soco no queixo do valentão.

Meu eu de nove anos olhou para cima, cuidadosamente limpando a lama do livro, para ver Lucas enfrentando o garoto.

“Ei, Lucas, qual é o teu problema?” o garoto rosnou, esfregando o queixo. “Você tem desejo de morte ou algo assim?”

“Venha em mim e vamos descobrir,” Lucas disse, erguendo os punhos à frente.

O garoto rosnou e deu um soco em Lucas, que o acertou no nariz desta vez.

Sangue escorreu do nariz do garoto e ele soltou um som de raiva pela garganta. “Droga, Lucas Black! Você está morto, me ouviu? Você está completamente morto!”

“Ainda não vi sinais disso,” Lucas zombou.

O garoto deu outro soco em Lucas, que desviou o golpe, e depois acertou o garoto nas costelas.

Com um grunhido, o garoto caiu de joelhos, segurando as costelas. “Pu-uxa…”

“Lucas,” Brady disse. “Talvez você devesse parar com ele agora. Você não quer se meter em problemas.”

“Talvez eu queira. Além disso, já é tarde demais para isso. Esse covarde vai correr para a mamãezinha dele contar o que o grande e mau Lucas Black fez com ele,” Lucas provocou o garoto.

O garoto rosnou. “Me acerta com o seu melhor golpe, Lucas. Vai em frente. Eu te desafio.”

“Lucas… sério… não…” Brady implorou.

Lucas deu uma joelhada bem no rosto do garoto, forçando sua cabeça a se inclinar para trás e seu corpo inteiro a cair no chão.

Então Lucas se acomodou no peito do garoto e começou a socá-lo sem piedade.

“Lucas… LUCAS!!!” Brady disse e ele e alguns dos outros meninos correram para puxar Lucas de cima do valentão.

“Doces misericórdias da Rainha Branca, Lucas…” Brady sibilou enquanto todos olhávamos para a bagunça que Lucas fez do garoto.

O garoto se levantou cambaleando um pouco.

Dois garotos foram até ele, cada um colocando um braço ao redor dos ombros.

“Eu não vou contar para minha mãe,” o garoto disse, cuspindo sangue e erguendo o queixo desafiador. “Vou contar para meu PAI.”

“Pode ir reclamar pra Deusa em pessoa, pra mim tanto faz,” Lucas latiu de volta. “Você só certifique-se de estar ouvindo – que todos vocês estejam ouvindo – quando eu disser que NINGUÉM CHAMA A ABERRAÇÃO DE ABERRAÇÃO ALÉM DE MIM!!!”

Os meninos se entreolharam, então assentiram em uníssono, até mesmo o valentão.

“Ninguém chama Sasha de aberração além de você,” eles disseram, quase no mesmo ritmo.

“Bom. Agora me leve para um curandeiro. Acho que posso ter machucado meu dedo chutando a bunda do Jordan,” Lucas resmungou.

Ele piscou para mim enquanto passava e os outros se afastaram cambaleando.

Meu eu de nove anos olhou para ele. Então, fiel ao seu jeito, ela se sentou de volta e começou a ler novamente.

Minha visão ficou escura e o orbe parou de me revelar qualquer coisa, mesmo eu tentando direcioná-lo de volta para as pessoas do passado que provavelmente deveria salvar. Eu tentei e tentei, mas nada aconteceu. Nenhuma visão veio.

Franzindo a testa, coloquei o orbe de lado, me perguntando por que ele tinha me mostrado aquela visão em particular.

Será que toda a minha vida realmente girava em torno de Lucas Black?

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