Vendida como Reprodutora do Rei Alfa - Capítulo 968

Capítulo 968: Capítulo 31: Mão Pesada

*Sasha*

“Então, o que você está me dizendo é que essa coisa pode ter o poder de transportar várias pessoas para algum tipo de continente ou universo diferente que eles estão chamando de Reino da Deusa?” Lucas disse, me olhando incrédulo.

“Bem… sim,” eu respondi.

Lucas balançou a cabeça vigorosamente. “Não, não, não. Você nunca mais vai tocar nisso. É muito poderoso, seja qual for seu verdadeiro propósito.”

Eu levantei o queixo. “Você disse que consultaríamos sua mãe primeiro. Eu nunca disse que nunca mais tocaria nisso!”

“Eu estou dizendo.” Lucas me tirou do colo e pegou o orbe em sua proteção de seda. “Vou colocar isso de volta na minha bolsa. Não quero que você mexa com isso, combinado?”

“Mas–”

“Vamos apenas concordar até minha mãe olhar para isso. Depois podemos brigar o quanto quisermos,” Lucas suspirou.

Rangendo os dentes, eu assenti. “Tudo bem. Contanto que não precisemos disso antes de nos encontrarmos com sua mãe, eu não vou tocar.”

“O que isso deveria significar?” Os olhos de Lucas se estreitaram.

“Bem, e se a Deusa estiver tentando falar comigo? E se isso começar a brilhar e quiser que eu–”

“Você não vai a lugar nenhum, princesa, não de novo… não se depender de mim,” Lucas resmungou. Ele se levantou e foi em direção à porta.

“Ei!” eu protestei. “Ainda não terminamos de falar!”

“Terminamos de falar,” Lucas discordou.

“Mas–”

“Tira uma soneca, Sasha… ou faça as malas, ou faça qualquer coisa. Mas não chegue perto desse orbe, você me entende?!” Lucas latiu, virando-se para me lançar um olhar severo.

Eu fiz bico. Sabia que estava fazendo bico, e fiz bico mesmo assim.

“Não faça essa cara para mim. Eu conheço essa cara. Jure para mim que vai deixar o orbe em paz,” Lucas exigiu.

Cruzei os braços sobre o peito. “Contanto que ele não precise de mim.”

Lucas resmungou entre dentes. “Deveria só jogá-lo no oceano….”

Ele se virou para ir.

“Espere, para onde estamos indo no Reino da Luz, e quando?” eu perguntei.

“Oliver vai nos encontrar em Nova Dianny. E vamos partir amanhã de manhã. Então faça as malas,” Lucas disse rispidamente.

“Lucas Black, você pode ser um idiota mandão às vezes, sabia?” eu resmunguei.

Aquilo o fez sorrir. “O pior,” ele concordou.

“Bem, estou em prisão domiciliar? Eu esperava ver Amanda antes de partirmos,” eu bufei.

Lucas franziu a testa para mim. “Você não é minha prisioneira, Sasha. Mas eu lhe aconselharia….”

“Ótimo.” Eu passei por Lucas, o precedendo pela porta. “Não me espere acordado.”

“Sasha!” Lucas protestou.

Mas eu já estava pegando minha bolsa. “Ian, quero ir para a cidade. Vamos ao Café Bean.”

“Sim… senhora….” Ian respondeu incerto, olhando além de mim.

Não surpreendentemente, Lucas estava parado atrás de mim.

“Certifique-se de que ela esteja segura,” Lucas ordenou a Ian.

“Sim, senhor,” Ian disse firmemente.

Lucas assentiu e rapidamente me deu um beijo na têmpora antes que eu pudesse protestar. “Vejo você em breve.”

“Talvez.”

“Com certeza,” Lucas respondeu com uma expressão tempestuosa.

Revirei os olhos e segui Ian até o sedã.

“Eu estou falando sério!” Lucas chamou atrás de mim.

“Ele pode ser um chato,” murmurei enquanto me acomodava no banco de trás.

Ian engasgou com uma risada, que cobriu com uma tosse. “Para o Café Bean, senhora?”

“Sim, obrigada, Ian,” eu disse.

Trinta minutos depois, Amanda e nossa amiga Chelsea estavam sentadas ao redor de uma mesa perto da lareira comigo, bebendo lattes e me contando o que eu tinha perdido.

“… e então o barman pegou minha bebida e a jogou fora,” Chelsea disse com um arrepio. “Graças à Deusa que aquele cara foi preso.”

“Tentando drogar uma garota. Isso é doentio,” Amanda respondeu.

“Doentio,” eu concordei.

Chelsea e Amanda se voltaram para mim. “Então,” Chelsea perguntou. “Ainda fazendo olhinhos para Donovan?”

Devo ter ficado de alguma cor de verde, e o lábio de Amanda se curvou.

Chelsea olhou de uma para a outra. “O quê?”

“Acontece que Donovan é meio psicopata e marcador de par serial,” Amanda acrescentou antes que eu pudesse falar.

“Ele… o quê?” Chelsea guinchou.

Eu suspirei e expliquei a situação.

“Doces misericórdias da Rainha Branca, que esquisito!” Chelsea exclamou. “Deusa, eles estão saindo do nada! Não me diga que Lucas Black também está tentando entrar nas suas calças!”

Eu tossi, constrangida, e as duas garotas se inclinaram, prontas para ouvir algo emocionante.

“Bem, ele não me drogou nem tentou me marcar, se é isso que você está perguntando,” eu respondi com dificuldade.

“Você perdeu o cabaço!” Amanda quase gritou.

Olhei ao redor e fiz uma careta, gesticulando para que ela baixasse o tom. “Ok, tudo bem, sim, mas não vamos anunciar para o mundo.”

“E que maneira de ir!” Amanda disse sonhadoramente, mas pelo menos em um volume mais tolerável.

“Eu nunca vou perder o cabaço,” Chelsea resmungou.

Amanda acariciou a mão dela. “Não se preocupe. Todos nós perdemos. E além disso, eventualmente, você vai encontrar seu par. Você com certeza vai perder o cabaço para ele, pelo menos.”

Então os olhos de Amanda se iluminaram, e ela se voltou para mim. “Falando de pares, você acha que Lucas Black é o seu?”

Eu corei e dei de ombros. “Não saberei até meu vigésimo primeiro aniversário, saberei?”

“Aposto que sim,” Chelsea comentou animadamente. “Vocês simplesmente não conseguiam tirar as mãos um do outro. Foi amor à primeira vista….”

Amanda caiu na gargalhada. “Não, não foi. Eles cresceram juntos na Floresta do Inverno no Reino da Luz. Ele era um valentão e um idiota.”

“Ah.” Chelsea pareceu desapontada. “Bem, então foi amor à segunda vista….”

Eu joguei meu cabelo para trás da orelha. “Ainda não tenho certeza se o amo.”

“O quê? Como é que não? Você transou com ele!” Chelsea arregalou os olhos.

“Ah, Chelsea, há taaantas coisas que eu preciso explicar para você,” Amanda comentou.

“Eu gosto dele, com certeza. Eu o respeito, e me importo com ele. Mas… como você saberia que está apaixonada até ter certeza de que ele é seu par?” Eu perguntei.

Como nenhuma das outras duas tinha pares também, a pergunta não pôde ser respondida à nossa mesa.

“Só espero que Donovan não acabe sendo seu par,” Amanda disse ansiosamente.

Chelsea e eu olhamos para ela horrorizadas.

“Quero dizer, no pior cenário….” Amanda levantou as mãos em rendição.

“Se ele for, vou rejeitá-lo no minuto em que fizer vinte e um anos,” eu respondi secamente.

“Muito bem,” Amanda disse.

“Com certeza!” Chelsea concordou.

Eu esfreguei a nuca. “Estou um pouco nervosa para voltar ao dormitório, caso ele esteja lá….”

“Nem se preocupe com isso. Lucas colocou dois guardas para cuidar de mim, e além disso, eles pegaram TODAS as suas coisas. Não há realmente nada para voltar,” Amanda me informou.

“Além disso, eu o vi embarcando em um trem indo para o oeste esta manhã, então duvido que ele esteja por perto,” Chelsea disse.

“Ah.” Meus nervos se acalmaram, mas meu temperamento inflamou–mais uma ação truculenta de Lucas. “Até os desenhos sumiram?”

“Especialmente os desenhos. Acho que ele chamou um curador de biblioteca de verdade para aparecer e colocá-los entre folhas de papel de arroz,” Amanda disse.

Minhas emoções começaram a brigar entre si. Por um lado, foi muito fofo o que Lucas fez, especialmente cuidando tanto dos meus desenhos. Por outro lado, ele contratou estranhos para vasculhar e empacotar minhas coisas sem me consultar. Não tinha certeza de como me sentia sobre isso.

“Devemos ir fazer compras para sua viagem,” Amanda sugeriu depois que eu fiquei em silêncio por um tempo.

Isso me animou. “Sim, deveríamos. Eu gostaria de pegar algumas roupas mais leves se formos para Nova Dianny.”

“Nova Dianny?” Chelsea fez uma careta e se abanou. “Ugh. Tempo de selva.”

“Sim, umidade até meus olhos,” eu disse. “Mas espero que seja uma boa viagem mesmo assim.”

Chelsea e Amanda se levantaram e me puxaram da cadeira, Amanda jogando algumas moedas para o café e uma gorjeta.

“Ei, eu poderia ter pago por isso,” eu comecei.

“Chama isso de presente de despedida. Ok, então, vamos começar!” Amanda disse.

Ian não se incomodou nem um pouco com três garotas rindo entrando no seu sedã. Ele simplesmente colocou o papel de lado e se virou para mim. “Para onde, senhora?”

“Alameda do Capitólio. Preciso de algumas roupas,” expliquei.

Ian assentiu e nos colocou no tráfego.

Chelsea e Amanda falaram animadamente sobre as últimas tendências de moda, a bolsa que Chelsea tinha visto e estava determinada a comprar se ainda estivesse na Boutique da Luz da Lua, e o fetiche de Amanda por sapatos.

Eu joguei meu cabelo para trás da orelha e perguntei: “Vocês acham que nesta época do ano eles vão ter algum tipo de coleção de verão?”

Todos olhamos para nossos suéteres.

“Ai, meu Deus,” Chelsea disse.

“Vamos encontrar algo.” A confiança de Amanda era contagiosa. “Pelo menos terão algo na Howler’s. Aquele lugar tem de tudo.”

Eu fiz uma careta. “Não muito de alta qualidade, no entanto.”

“Importa? Lucas Black vai arrancar tudo de você de qualquer jeito,” Amanda zombou.

Eu fiquei vermelha até os pés. “Isso não é verdade.”

“Pfft. Tá bom. Já vi a forma como ele te olha. Cara, mesmo naquela primeira noite no bar ele te estava olhando como um homem faminto diante de um bife.” Amanda disse.

“Eu queria ter estado lá,” Chelsea suspirou saudosa.

“Você poderia ter estado,” Amanda respondeu. “Mas você estava ocupada com aquele idiota Jayden Cooper.”

Chelsea franziu a testa. “Ei! Jay é um bom cara!”

“Eu perguntei se ele queria lasanha à bolonhesa. Ele disse que não gostava de filmes estrangeiros,” Amanda riu.

Eu tossi para cobrir minha própria risada, e, como se viu, Ian também.

Chelsea ficou vermelha. “Bem, nem todo mundo gosta de alta gastronomia.”

“Aham,” Amanda riu.

Paramos na frente da Boutique da Luz da Lua e Chelsea saiu rapidamente do sedã, me empurrando para chegar à vitrine. “Ooo!” ela gritou. “Ainda está aqui!”

“É melhor garantir então,” Amanda aconselhou.

“Ah, eu vou,” Chelsea respondeu e correu para dentro da boutique.

Amanda e eu entramos atrás dela. Amanda bateu o ombro contra o meu. “Você tem certeza de que está bem?”

Eu suspirei. “O mais bem que posso estar. Sei que Lucas vai cuidar de mim, e tenho essa sensação avassaladora de que tudo vai ficar bem, só… só queria que não houvesse toda essa confusão no meio.”

“A vida é uma confusão, Sasha,” Amanda sorriu. Em seguida apontou para a seção de desconto no fundo da boutique. “Acho que nossa melhor aposta para roupas de verão é lá.”

“Bom pensamento,” eu disse, e fui até o fundo da loja.

Quando comecei a procurar roupas, não percebi os cinco transmutadores que perambulavam fora da boutique… ou a velha senhora que estava com eles.

Isso foi, até que Amanda tocou meu braço enquanto eu debatia entre biquínis. “Acho que seus velhos amigos estão aqui.”

Eu olhei para fora das janelas da loja e gemi. “Ótimo. Simplesmente ótimo.”

“Acho que não podemos sair,” Amanda murmurou. “Vou falar com Chelsea.”

“Bem, pelo menos garanta que ela leve a bolsa dela,” eu suspirei. Eu vasculhei as roupas de desconto com muito menos entusiasmo, levantando o olhar de tempos em tempos para ver se meus “amigos” ainda estavam lá.

Lucas ia matar eles, e depois a mim.

Mas primeiro eles.

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