Vendida ao Alfa Bestial - Capítulo 66
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- Capítulo 66 - 66 Por Favor Fique Comigo 66 Por Favor Fique Comigo Valeric
66: Por Favor, Fique Comigo 66: Por Favor, Fique Comigo “Valeric.” Stella se aproximou dele, mas ele levantou as mãos para ela, fazendo-a parar. “Valeric-”
“Não se aproxime de mim.” A risada zombeteira de seu pai, aquele calor ardente crescendo e crescendo sem fim, soava em seus ouvidos como um alarme retumbante. “Por favor.” Ele bagunçou o cabelo, cobrindo a cicatriz com ele.
Um meio soluço se rasgou dolorosamente pela garganta de Stella enquanto ela observava o homem se afastar cada vez mais para as sombras até que seu corpo bateu na parede e ele deslizou no chão, sentado no traseiro. “Não se aproxime.” A essa altura, nem parecia que ele estava falando com ela, apenas parecia que se referia a outra pessoa.
Por quê? O que aconteceu com ele? O que aconteceu com um primeiro príncipe como ele, um alfa supremo como ele para…
Valeric mordeu os lábios, mãos dormentes e tremendo ao seu lado.
“Valeric.” Stella avançou. “O que há de errado com você? Eu fiz algo errado? É por minha causa? Me desculpe. Estou muito arrependida. Eu não quis fazer isso. Eu não sabia que—”
“Não se desculpe comigo! Não diga que está arrependida para mim!” Peito ofegante, o homem respirava em soluços sufocados, as costas batendo contra a parede com um baque que reverberava direto por sua coluna. “Você assistiu, você não me ajudou! Eu tinha apenas dezessete anos, você me prometeu!” Vermelho e aquele velho estavam tremendo como se o mundo inteiro estivesse desabando ao redor deles, ele não conseguia ver mais nada.
Aqueles olhos – aqueles olhos que nunca demonstravam emoções, estavam ardendo de sofrimento, olhando-a com ódio como se pudessem incendiá-la.
“Me desculpe,” ela sussurrou, o peito pesado e os olhos se enchendo de lágrimas antes que pudesse perceber. Como ele poderia… Como ele poderia desabar assim? Um homem que nem sequer o ódio de toda a sua raça poderia mover estava como um gatinho frio no chão. O que é isso? O que aconteceu quando ele tinha dezessete anos? Quem não deveria se desculpar com ele? De onde veio essa queimadura? E essas cicatrizes por todo o seu corpo?
Ela avançou apesar dos seus pedidos por distância e ajoelhou-se bem na frente dele. Ela pressionou um dedo em seu peito rígido e olhou para o rosto dele, coberto pelo cabelo, antes de agarrá-lo pelos ombros. “Olhe para mim.” O homem parecia não saber como lutar ou se debater, tudo que ele parecia ser capaz de fazer era cravar os dedos em seus flancos e olhar para cima quebrantadamente.
“Aí está. Você tem emoções afinal.” Stella sorriu para ele. “Eu não sei o que eu disparei, e me desculpe. Eu não quis fazer isso. Eu não sou quem você está vendo porque eu nunca te machucaria. Você me entende, Val?” Ela segurou a bochecha dele, usando o polegar para acariciar a cicatriz.
“—Esposa.” Valeric conseguiu dizer. “O que eu fiz?” E nem uma lágrima podia ser vislumbrada em seus olhos. Como ele acabou assim? O que ele queria dizer ao nascer assim? Quem o fez assim? Seu pai? Aquele homem?
“D-did I hurt you?” ele implorou, os olhos ansiando pelos dela.
Stella balançou a cabeça, a gentileza respirando através dela tecendo suas cordas através de seus membros e em sua alma, suavizando-o. “Fui eu quem te machucou imprudentemente.”
“Não, não é você. Você não entende.” Valeric tremia, uma pequena umidade pontilhando o ouro de seus olhos como uma gota de estrela. “Acredite em mim, por favor. Não é você. É-É eles. Você não sabe o que eles fizeram comigo. Eu disse que faria o bem, mas ele—”
“Valeric!” Ela bateu as palmas das mãos em sua bochecha e pressionou a testa contra a dele. “Saia disso! Você está perdendo a cabeça. É sua esposa — sua pequena esposa. Eu não sou eles, eles não estão aqui. Ouça-me.”
A tremedeira de Valeric parou, e ele jogou a cabeça para trás para olhá-la com olhos arregalados e perdidos, sem enxergar à distância, na luz que picotava seus traços em um plano irreconhecível, suas pupilas contraídas, e a boca levemente aberta.
“Esposa. Oh, oh…” ele engasgou. “Você não é eles. Você nunca me olharia assim.”
“Sim, eu nunca. Sou sua esposa.”
E essa única resposta carregou sua própria alma. Ela arrastou para fora cada dor, cada tristeza, todo ódio, toda ira, e…
Suas mãos caíram ao lado do corpo, e a cabeça pendia para a frente. “Por favor, não me deixe.”
“Por favor, fique comigo.”
Stella fechou os olhos e respirou macio antes de baixar a cabeça para tentar dar uma olhada no rosto dele. “Ok, eu vou ficar. Que tal?”
Um silêncio pesado se instaurou entre eles até que ela riu baixinho. “Olhe para mim, Valeric.”
E ele olhou, apenas para ser surpreendido por ela se inclinando e dando beijos suaves na cicatriz. “Está bem, você consegue me manter nos olhos?”
Valeric deu um aceno fraco, e ela penteou o cabelo dele para trás, descobrindo a cicatriz que ele estava tentando esconder dela. “Viu, você estava errado. Não parece ruim de jeito nenhum. Por que eu ficaria enojada? Acho que até posso gostar. Você parece bem, e estou falando sério, senhor.”
“Você não vai perguntar?”
“Perguntar o quê?”
“Por que eu acabei assim.”
Stella acariciou o queixo e virou a cabeça para o lado. “Bem, eu gostaria de saber, mas não acho que você esteja em um bom estado para me contar agora. Então não.” Ela se levantou e pegou a mão dele para caminharem juntos até o espelho.
“Se você se sentir muito consciente sobre isso, cubra-a com uma bela franja de cabelo. Mas essa máscara? Você não precisa usá-la comigo. Prefiro você sem.” Ela sorriu com uma sobrancelha levantada, e o homem olhou para ela através do espelho, ainda parecendo levemente embaçado e perdido.
“O quê…?” ela perguntou quando ele não desviou o olhar, mesmo depois de um longo minuto. Sua risada estava nervosa. “Por que você está me olhando assim—”
A mão dela foi agarrada pelo pulso, os quadris capturados e seu corpo puxado para trás, pressionando-se contra o quadro sólido do homem. Um suspiro escapou pelo peito dela, e ela virou a cabeça, erguendo o queixo para olhá-lo. Ele notou como o peito dela subia e descia rapidamente sob a camisa. “Stella.” Sua voz estava rouca.
“Eu preciso te beijar.”