Vendida ao Alfa Bestial - Capítulo 39

39: O Alfa? 39: O Alfa? MAURENE estava abalada, nunca tinha visto Stella assim antes. O que aconteceu com a garota frágil que adoeceu com o simples bater da chuva? Aquela que nem comia, mas preferia se encolher contra a parede e chorar porque queria ser mandada para casa? Porque tinha medo do mestre?

Selena levou as mãos trêmulas ao rosto e, sentindo o sangue por toda sua feição, seus lábios tremeram e ela começou a gritar muito. Ela agarrou Stella pela gola da camisa e ergueu a mão com garras para retribuir o tapa, no entanto, encontrou-se incapaz de se mover, seu pulso encolhendo tão dolorosamente a cada segundo que crescia.

“Valeric.” Os olhos azuis de Stella mudaram para o homem cuja pegada esmagava a mão de Selena. E Selena se arrepiou toda quando o cheiro atingiu seu nariz de repente.

“Val—” Ela virou a cabeça bruscamente para olhá-lo, mas ele a segurou pelo pescoço e a levantou do chão. Sua pegada estava ficando cada vez mais apertada e não parecia que ele tinha intenção de soltar.

“Mestre, por favor, solte-a. Você vai matá-la!”

Mas Valeric não estava ouvindo. Seu aperto se intensificou mais ainda, e o rosto de Selena ficou pálido como um fantasma. Seu corpo se contorceu e seus olhos reviraram para trás do crânio, deixando claro que se continuasse assim, ela realmente morreria.

Stella não tinha certeza do que estava acontecendo, mas, vendo a maneira como Maurene implorava ao homem para soltar, ela agarrou Valeric pelos braços, forçando-o a prestar atenção nela.

E ele abaixou o olhar para ela.

“Você vai matá-la. Solte,” ela pediu. Ainda assim, não parecia que o homem estava disposto, o que a fez adicionar, “Por favor. Eu imploro.”

Ao som dessas três palavras, Valeric finalmente soltou, e Selena caiu no chão. Ela respirava desesperadamente, enchendo os pulmões de ar e envolvendo as mãos em volta do pescoço, respirando tão pesadamente como se pudesse sufocar a qualquer momento.

Theo, que havia chegado ao saguão, caminhou direto até ela, pegou-a pelo braço e começou a arrastá-la para fora do prédio. Mas não antes de se curvar em um pedido de desculpas para Valeric, que estava furioso.

A atmosfera inteira se acalmou, e Stella encontrou os olhos de Valeric apenas uma vez antes de se virar e começar a subir as escadas com fúria. Valeric correu atrás dela, tentando agarrar sua mão, mas ela não diminuía o passo, seus passos gritavam raiva.

Ela estava com raiva dele. Por quê? Ela não sabia, sabia? Será que Selena disse algo que não deveria ter dito a ela? Ele entrou em pânico e, pela primeira vez, sentiu a necessidade de se explicar.

“Stella, espere.”

Mas ela se afastou ainda mais dele e bateu a porta assim que entrou no quarto. Valeric correu atrás dela, e lá estava ela, de costas para ele, com as mãos cerradas em punhos se apertando a cada segundo que passava.

“Pequena espo-”
“Não me chame assim!” ela disse de maneira hostil e se virou para olhar para ele. “O que é?”

Os olhos de Valeric piscaram entre ela e o espelho, e ele deu um passo à frente. “Você está brava comigo.”

O frisar de irritação reacendeu no sangue de Stella, e ela sorriu. “Bom, pelo menos você sabe disso.”

“Eu só a machuquei porque ela machucou você.”

“Você acha que é por isso que estou brava?” ela perguntou secamente. “Eu nunca conheci alguém tão sem noção quanto você pode ser.”

Os olhos de Valeric se estreitaram em fendas, seus dedos tremiam ao lado de seu corpo em profunda reflexão. “Se não é por isso, então por que você está brava?”

Stella encarou para cima, com os olhos brilhando. “Então você não acha que deveria me explicar o que diabos está acontecendo? Quem é aquela mulher, e por que ela me atacou como se conhecesse você ou que eu estou tomando algo dela? Você conhece ela! Maurene conhece ela, e estranhamente, ela me olhou como se eu estivesse prestes a morrer!”

“Você me mantém nesta casa como se estivesse tentando proteger um filhote perdido da chuva! O que está acontecendo no mundo? E ei—” Ela apontou ameaçadoramente para ele. “Se você não me der uma explicação, eu vou lhe fazer um estrago enquanto dorme, e não estou brincando.”

“Eu não acho que você vai entender.” Valeric balançou a cabeça para ela. “Será melhor se você simplesmente fingir que nada aconteceu e deixar eu te proteger. É isso.” Ele se virou para sair, mas ela estava bem na frente dele e pressionou as mãos contra seu peito para empurrá-lo de volta.

“Valeric, eu não estou brincando com você!”

As pálpebras de Valeric tremeram enquanto olhava para o chão, pensando antes de falar novamente, “Tá bom.” Ele respondeu finalmente, “É meu pai.”

“O quê?” Stella estava confusa. Seu pai? Como, o alfa? O que ele tinha a ver com tudo isso?

O familiar brilho morto ressurgiu nos olhos opacos de Valeric. “Aqueles ômegas que você acha que machuquei, eu não machuquei. Não fui eu.”

“Hã?” Ela o encarou sem expressão. “C-como assim?”

“Foi coisa do meu pai.” Valeric continuou, “Ele é quem machucou eles, não eu.”

“Não estou entendendo.”

“Meu pai deseja um tipo de controle sobre mim por causa do que sou. Ele quer ser o único a escolher, fazer tudo e me controlar como um marionete para que eu possa me mover em todas as direções que ele traça. Quando não coopero, ele usa todos os meios possíveis para me fazer… para me colocar de volta no caminho que ele construiu…” Ele bateu o sapato contra o chão. “Bem, não importa se está me machucando diretamente ou as pessoas ao meu redor.”

Seus olhos, embora faltantes de emoções, amoleceram ao dizer essas palavras. “Ele escolheu aqueles ômegas, e ele queria que eu os engravidasse. Mas eu não concordei, e para me punir por isso, ele machucou a eles, e eu assumi a culpa. Toda a raça me odiaria, e eu voltaria para ele, e ele seria meu salvador. Eu não fiz isso, porque não me importo se sou odiado, ou talvez eu não seja capaz de me importar.”

“O que você quer dizer com isso?” Agora, Stella estava muito confusa e assustada. Por que um pai chegaria tão longe? Isso não faz sentido algum.