Vendida ao Alfa Bestial - Capítulo 23
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- Capítulo 23 - 23 Para Me Machucar 23 Para Me Machucar AQUELES olhos
23: Para Me Machucar? 23: Para Me Machucar? AQUELES olhos selvagens percorreram-na, esculpindo cada emaranhado de seu cabelo, o brilho em seus olhos, o amassado do seu pijama, e ele estendeu a mão para tocá-la. Mas instintivamente, Stella recuou e acabou caindo da cama no chão com um pesado baque.
“Ai!” Ela sibilou e agarrou a cabeça com uma expressão de dor no rosto.
“Você percebe que eu não te machucaria, especialmente quando está doente? Isso é bobo.” O olhar dela acompanhou a alta silhueta do homem enquanto ele se aproximava. Ela foi agarrada pelos sovacos e levantada do chão com facilidade. “Da próxima vez, você pode rachar sua cabeça.” Ele a sentou na cama de joelhos e tomou assento bem à frente dela.
“Como você está se sentindo?” Seu olhar um pouco preocupado caiu sobre ela. Mas ela não respondeu. Em vez disso, apenas o encarava. “Você está se sentindo melhor?” Ele virou a cabeça para um lado, estendendo a mão para tocar sua testa, no entanto, como se pudesse sentir sua rejeição, descartou a ideia e retraiu a mão.
“Tome os comprimidos na mesa.” Ele se levantou da cama para sair.
“Por quê?” A pergunta pareceu escapar dos lábios de Stella antes que ela pudesse percebê-la.
Valeric parou. Ele olhou para ela. “Por quê o quê?”
“Alfas…” Ela apertou o lençol nas palmas das mãos. “Ômegas doentes como eu os enojam. Você não está enojado por mim? Por um ômega recessivo doente como eu? Por que… por que você cuidou de mim?”
Valeric a encarou em silêncio.
“O que você acha?” ele perguntou distraidamente.
“Diga-me por quê.”
Mas ele mesmo não sabia a resposta. O que havia para explicar? O que ele diria? Como uma pessoa sem emoções como ele saberia? Alguém que só conseguia sentir raiva e nada mais.
“Eu não sei.”
E como uma criança perdida, ele encarou a escuridão, à procura de algo que não conseguia identificar e jamais entenderia. Alguns suspiros escaparam do fundo de sua garganta, e ele se virou, deixando o quarto fechando a porta atrás de si.
Stella piscou, insegura sobre o que tinha acabado de acontecer ou como classificar a resposta dele. Seu olhar mudou para os comprimidos na mesa, e ela rapidamente se levantou da cama, correndo para o banheiro para vomitar. Era sempre horrível quando ômegas recessivos adoeciam. Ela tinha visto isso em pessoas como ela, e essa era sua primeira vez na realidade experimentando a doença.
Seus olhos se encheram de lágrimas, e ela se deixou cair no chão de mármore de joelhos, exausta.
– – – – –
Stella olhou para o prato de espaguete na mesa de jantar, e com o garfo em sua mão, ela enrolou e beliscou suavemente. Valeric tinha chegado à sala de estar no andar de baixo, vestido com um fino conjunto de terno listrado de azul-marinho.
Ele tirou o paletó e sentou-se na cadeira ao lado dela. Mas ela se levantou quase imediatamente e caminhou para se sentar quatro cadeiras distante dele. Ele a olhou por dez segundos fugazes, todo interesse se esvaindo de suas feições, e ele pegou seus talheres.
“Eu achei que você teria gostado das flores.” Era mais um murmúrio, como se ele não conseguisse se forçar a perguntar de primeira.
O olhar dela se moveu para ele. “Você achou que eu ia gostar de você só por me dar flores?”
Ela revirou os olhos quando nenhuma resposta veio dele e mastigou pesadamente a comida em sua boca. “E só para você saber, eu só as guardei por causa da cor.”
“Ah…”
“Eu tenho uma pergunta.”
“Diga.”
“Você vai me manter aqui para sempre?” ela perguntou. “Eu não quero ficar presa dentro da sua grande casa para sempre. Eu gostaria de sair às vezes, então… eu posso?” Se sim, ela encontraria uma maneira de fugir e provavelmente desaparecer da face da terra com a ajuda do Alex, para um lugar onde ele nunca seria capaz de encontrá-la, nem mesmo o pai dela.
Após um longo tempo, Valeric respirou, “Não.”
“Hã?”
Ela recostou-se contra a cadeira e olhou para ele com olhos frios como gelo. O que ele quis dizer com não?
“Não é porque eu não quero que você saia, mas-”
“Mas o quê?” Ela encarou-o.
“Pela sua segurança.”
“Para me machucar?”
Suas palavras se juntaram no mesmo instante.
O olhar gelado de Valeric caiu sobre o dela. “O que você—Não, eu não vou machucar você! Merda!” Ele beliscou a área entre as sobrancelhas, o palavrão saindo de seus lábios como uma prece. “Não importa o que você pense, mas a verdade é que eu não vou machucar você, e você vai entender logo o suficiente! Eu só quero protegê-la.”
“Do que?” Stella questionou. “De você mesmo?”
Seus olhos desfocados piscaram para ela, e ele largou seus talheres. “Você é uma mulher teimosa!”
“E você é um homem mal-humorado.”
“…m-mal-humorado? Eu?” Ele se surpreendeu com o comentário. “Acho que não.”
“Compre um espelho? O de cima claramente não está funcionando bem para você.” Seus lábios se ergueram num leve sorriso de escárnio.
“Ha, mal-humorado.” Valeric olhou ao redor como se ela tivesse dito algo ridículo e voltou seu olhar para ela. “Eu não estou.”
“Sério?”
“Sim. Você é teimosa demais para me chamar disso.”
Stella parou, o garfo parado em seus lábios, e lançou um olhar para ele. “Teimosa?”
“Muito.”
“E como eu sou teimosa?”
“Você não me ouve e nem escuta nada do que eu digo,”
“Eu estou indo embora.” Ela agarrou o prato de comida e levantou-se para sair. Mas Valeric estava ao lado dela num instante, seu aperto segurando seu braço.
“Eu ainda não terminei.”
“Você é insuportável!” Ela o encarou, seu peito subindo e descendo de irritação. “Que tipo de homem você é, afinal?! Você não me deixa sair sob o pretexto de me proteger. Você arruinou minha vida, as coisas queridas para mim, e me comprou flores. Por quê? Para me fazer te odiar menos.”