Vendida ao Alfa Bestial - Capítulo 131

131: Você Entende? 131: Você Entende? A dor de cabeça era horrível e levou uma semana inteira para acalmar.

Valeric ficou em pé, olhando para ela.

O peito dele se comprimiu até que ele mal conseguia respirar.

“Bater em você?” Ele nunca se sentiu tão frio a ponto de sentir que tudo ao seu redor estava desaparecendo no ar. O que ele deveria fazer com ela agora? Toda vez que ele tentava tocá-la, ela se afastava como se ele a tivesse batido.

Por que ele faria isso? Ele jamais tiraria um único fio de seu cabelo, então por que ela pediria para ele bater nela? Que diabos estava acontecendo? Seus olhos escureceram um pouco e ele a segurou pelo queixo, forçando-a a olhar para ele.

“Quem foi?”

Ela piscou com medo. “O-quê?”

“Quem foi que te bateu? Quem costumava te bater? Me diga.”

“N-ninguém. Não é nada, apenas-”
“Responda-me, Stella!” Ele sentia que estava perdendo a razão. Ele tinha visto as cicatrizes que ela tinha no corpo e queria perguntar, mas não perguntou porque pensava que ela poderia tê-las conseguido de algum tipo de vários acidentes. Ele estava com medo de se permitir sequer pensar, muito menos acreditar que alguém a tinha machucado—que alguém tinha colocado aquelas cicatrizes nela.

Não a Stella. Só ele sozinho era suficiente—não poderia haver dois deles quebrados. Eles perderiam a mente. Eles—
“Stella! Me diga. Agora! Quem foi, me responda!”

Seu sangue estava fervendo, sua visão parecia embaçada. Como eles puderam? Como puderam colocar suas mãos sujas em sua esposa, arruiná-la, marcá-la e transformá-la nisso? O que os fez pensar que tinham esse direito?!

Tudo o que ele ganhou de Stella foi uma negação com a cabeça.

“Eu não posso dizer. Ele vai me machucar. Eu não posso contar. Eu tenho que—não, não, você não pode dizer nada a ele ou ele vai—”
“Seu pai? Foi ele?” Valeric alcançou os ombros dela. Por que ela não lhe dizia?! Que diabos estava acontecendo? Stella era forte, sua esposa era forte e ele sempre soube disso. Ela não tinha medo de ninguém e definitivamente não do pai dela, pelo menos não mais, isso era muito claro no baile. Então por quê? Por que ela estava assim…

…oh não…

Ela se sentia forte o suficiente para se defender por causa dele, porque ele estava lá com ela? E ele a fez sentir que nada poderia quebrá-la, nem mesmo seu abusador? Foi por isso que de repente ouvir ele chamá-la de fraca a quebrou?

Era tudo culpa dele, realmente era toda culpa dele.

Suas mãos se estenderam para ela e ele a pegou em seus braços como uma criança antes que ela pudesse se afastar. “Me desculpe. É tudo minha culpa. Eu sinto muito.”

“Por favor—”
“Apenas me deixe segurar você,” ele sussurrou, falando suavemente com ela e ajustando-a para que ela repousasse a cabeça contra seu peito. Stella se rendeu eventualmente, seu cheiro quente, sufocante e acalmando o que quer que estivesse acontecendo em sua mão. “Eu quero ir para casa.”

“Isso mesmo. Nós iremos para casa. Eu vou te levar para casa, para mim, nenhum outro lugar.” E em apenas um piscar de olhos, ele desapareceu, o cômodo vazio de sua presença.

Stella piscou abrindo os olhos e eles estavam de volta no quarto, o que a fez levantar a cabeça para olhá-lo. “Como você fez… como você conseguiu isso?”

“Não importa agora.” Ele a sentou na beirada da cama e tirou os sapatos dela para colocar de lado.

“Me desculpe,” ela disse de repente.

O homem parou; seus ombros se contraíram em puro desgosto. “E por que você está se desculpando comigo?”

“Você teve que deixar seu trabalho e—”
“Você acha que meu trabalho é mais importante do que você?” Ele finalmente levantou a cabeça para encontrar o olhar dela. “Você é minha esposa e nada poderia ser mais importante do que você, você não entende isso?”

“E se eu não fosse sua esposa?”

“O que você quer dizer?”

“Seria o mesmo?”

“Não há resposta para isso, porque não existe um universo em que você não seria minha esposa. Eu te encontraria neles de novo e de novo. Eu não desejo outra pessoa exceto minha esposa e essa é você.” Ele se levantou, caminhou até o closet e pegou um par de meias.

Ele se agachou e pegou os pés dela para calçar cada meia. “Você ainda está chorando?”

“N-não. Eu não estou chorando mais,” Stella fungou.

“Você não está me convencendo.” Ele olhou para cima, acariciou a bochecha dela com sua grande palma e inclinou-se para lamber a carne sob os olhos dela, beijando suas lágrimas. “Eu não tenho certeza de como devo proceder.” Ele podia sentir o gosto salgado das lágrimas dela em sua língua, mas manteve os olhos nela. “Acho que disse a coisa errada, o que não foi minha intenção, mas… eu simplesmente não conseguia entender.”

“Espere.” Ele franziu a testa, levando um momento para descobrir como expressar seus pensamentos. “Quando eu disse que você era fraca, eu não quis dizer que eu não achava que você era forte, eu não estava te vendo como qualquer um deles, quem quer que fossem, te via. Você é forte e eu sei disso. Você é diferente, quer dizer, todos têm medo de mim, meus irmãos às vezes até, mas… você não. Você me enfrenta sem pensar duas vezes, você enfrentou seu pai e…”

Um suspiro suave. “Você não é fraca, fisicamente talvez, mas isso não é sua culpa. No entanto, você é forte de mente mais do que qualquer um que eu conheço, então isso sozinho é algo que eu gosto em você. Você me entende?”

Não houve resposta e só quando ele sentiu a gota de líquido quente cair em sua mão foi que ele levantou a cabeça para ver que ela estava soluçando como uma criança.

Era como se ele tivesse dito algo que ela ansiava ouvir dele ou talvez de alguém. Alguém, neste ponto.