Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 915
Capítulo 915: A Recepção do General
O ar no acampamento estava tão carregado de tensão e temor que mal se podia respirar. Os soldados se moviam apressadamente, o olhar em seus olhos mostrando o medo que tentavam esconder.
As notícias que receberam os abalaram profundamente. O Príncipe Herdeiro Valerie e a Rainha Maeve haviam sido presos, e o príncipe fada sombrio Aldric agora governava como Rei Regente. E agora,
os sussurros sobre a ira do príncipe sombrio se espalhavam como fogo, criando uma inquietação que perturbava as pessoas no acampamento.
Mãe Therassa caminhava ao lado do general, seu rosto marcado pela preocupação. “Eu te disse que tirar as memórias da companheira dele era uma má ideia,” ela disse com reprovação.
A carranca do general se aprofundou enquanto avançavam pelo acampamento. Seus comandos agudos cortavam o ruído, e seus soldados se colocavam em posição de sentido, seus movimentos rápidos. Ele não se deu ao trabalho de responder ao comentário incisivo de Therassa, focando-se nas preparações para o que estava por vir.
Mas Therassa não estava disposta a deixá-lo escapar tão facilmente. Assim que ele estava prestes a sair de seu lado, ela estendeu a mão e agarrou seu braço, forçando-o a parar e encará-la. Sua pegada era firme, seus olhos vasculhavam seu rosto em busca de qualquer sinal de emoção.
“O que você vai fazer?” ela exigiu. “O Príncipe Aldric não me parece o tipo de Fae que perdoa facilmente, especialmente depois do que você fez a ele.” Ela lambeu os lábios nervosamente, sua voz suavizando. “Eu acho… eu acho que você deveria pedir misericórdia.”
A cabeça do general se virou bruscamente para ela, seus olhos ardendo com indignação. “Misericórdia?” ele cuspiu, seus lábios se contorcendo de desdém. “Eu preferiria morrer a me curvar a essa abominação.”
Therassa recuou ligeiramente diante de sua veemência, seus olhos arregalados de incredulidade. “Você não está falando sério. Você não pode estar falando em jogar sua vida fora, está?”
O general se endireitou, sua figura imponente erguendo-se sobre ela enquanto sua voz ficava mais fria. “O Príncipe Aldric é uma criatura vil, Therassa. Ele não tem o direito de viver, muito menos de governar Astária. Eu não vou ficar parado vendo o reino dos meus ancestrais ser profanado por sua escuridão. Outros podem ter cedido, mas eu não. Ainda há aqueles leais à coroa e aos nossos caminhos, e juntos iremos lutar.”
A intensidade em seu olhar fez o coração dela disparar, e ela deu um passo para trás instintivamente. “Você está falando de guerra. Você realmente acha que pode vencer quando já estamos no meio de uma? Você não pode lutar muitas guerras, general.”
O queixo do general se apertou, e sua expressão endureceu ainda mais. “Se falharmos, que seja. Pelo menos morreremos sabendo que lutamos pelo que acreditávamos. Se tivermos sucesso, os deuses provarão que não nos abandonaram.”
Ele deu um passo à frente, sua forma imponente projetando uma sombra sobre ela. “Seu papel é claro, Therassa. Seu dever é garantir que esses monstros permaneçam atrás da barreira. Não importa o que aconteça, me prometa que irá cumprir isso.”
Therassa hesitou, sua garganta seca enquanto procurava nos olhos dele. Finalmente, ela assentiu. “Eu prometo,” ela disse suavemente.
“Bom,” o general respondeu, seu tom breve.
Ele se virou nos calcanhares, sua capa esvoaçando atrás dele enquanto ele dava ordens aos soldados, reunindo-os para a batalha à frente. Eles se moviam com propósito, suas expressões sombrias enquanto se preparavam para o inevitável confronto contra o príncipe fada sombrio e seu exército, sem dúvida.
Ao mesmo tempo…
Aldric e seu pequeno exército se aproximaram do acampamento, o som dos cascos batendo contra o chão preenchia o ar.
Aldric era quem liderava a carga, sua postura reta e sua expressão inescrutável. A tensão era palpável, e os soldados que o seguiam podiam senti-la. Ninguém falava, pois já havia um entendimento de que estavam caminhando para uma potencial hostilidade.
Aldric não era tolo o suficiente para retornar ao acampamento sozinho. Conhecia o general muito bem, seu desdém por ele não era segredo algum. Desde o primeiro dia em que se conheceram, o general deixou claro o quanto desprezava o príncipe Fae sombrio.
Aldric poderia ter ignorado suas artimanhas como Rei Regente, mas a guerra exigia praticidade e ele precisava estar naquele campo de batalha. Pelo bem de Astária, ele precisava que essa guerra terminasse rapidamente. Só então seu povo poderia começar a árdua tarefa de reconstruir seu reino das cinzas. Infelizmente, o general não permitiria que isso acontecesse.
Theodore quebrou o silêncio, empurrando seu cavalo para a frente até estar ao lado de Aldric. “Por que não me deixou lidar com os lordes e ministros? Andre teria sido muito mais útil aqui do que eu.”
Aldric não olhou para ele imediatamente, seu olhar fixo à frente. Após uma pausa, ele respondeu, “Andre pode ser astuto e diplomático, mas ele é um político, não um soldado. Você é.” Seu tom era calmo, mas não deixava espaço para discussão. “Andre pode lidar com os lordes e ministros na minha ausência. Ele entende os jogos deles melhor do que você.”
Theodore franziu a testa, claramente insatisfeito. “Então você confia nele? Não tem medo de que ele tente usurpar seu posto enquanto você estiver ausente?”
Aldric finalmente se virou para Theodore, seu olhar determinado, quase divertido. O próprio olhar fez Theodore perceber que sua pergunta não foi das mais inteligentes.
“Quem disse algo sobre confiar nele?” Aldric sorriu, sua voz carregando uma confiança tranquila. “Por que você acha que deixei Maxi para trás?”
Theodore piscou, atordoado em silêncio, enquanto Aldric acelerava seu cavalo, deixando-o para processar a implicação de suas palavras. Maxi não era uma aliada comum, e sua lealdade a Aldric era inquestionável. A mensagem era clara para todos, qualquer tentativa de traição, até mesmo de Andre, seria tratada rapidamente.
O acampamento surgiu à vista momentos depois, mas em vez de uma recepção calorosa, os olhos de Aldric se estreitaram ao ver a cena à sua frente. Uma barreira de escombros e destroços havia sido erguida, bloqueando sua entrada.
Por trás dela, os homens do general estavam em formação rígida, armas sacadas e apontadas, prontos para atacar ao primeiro sinal. O ar estava eletrizado com tensão, e os soldados de Aldric instintivamente apertaram mais firme as rédeas, seus olhares indo para seu líder em busca de instruções.
Aldric puxou seu cavalo até parar, sua expressão endurecendo. Seus olhos examinavam a cena, notando cada detalhe, o posicionamento dos soldados, as armas de prata reluzentes preparadas para a batalha, suas mãos repletas de magia e o desafio não dito pairando no ar.
“Típico,” Aldric murmurou baixinho, seu sorriso retornando. Ele inclinou-se ligeiramente para a frente em seu cavalo, dizendo com um tom afiado enquanto se dirigia aos seus homens. “Parece que nosso querido general quer uma recepção calorosa própria.”
Os soldados trocaram olhares cautelosos, mas permaneceram em silêncio, esperando o próximo movimento de Aldric. Os olhos de Aldric brilharam com uma luz perigosa enquanto ele se endireitava.
“Não vamos decepcioná-lo.”