Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 904
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Capítulo 904: Walkou com o Rei Espectro
A batalha foi mais intensa do que qualquer outra que eles haviam enfrentado antes. Os inimigos vieram preparados, cada golpe encontrado com mais resistência do que o último, e o confronto de duas horas se transformou em uma luta extenuante e sangrenta que não mostrava sinais de diminuir.
O plano do general era expulsar os monstros da cidade, empurrando-os de volta para a Floresta Tamry, onde poderiam ser selados novamente. Mas os monstros se recusavam a ser conduzidos, lutando com uma tenacidade que deixava claro que não iriam embora silenciosamente.
Islinda servia como tanto o escudo quanto a lâmina. Seu papel na equipe ofensiva era atacar com ferocidade, golpeando o inimigo sem pausa, mas agora ela estava protegendo os fae também. Já não havia mais papéis distintos. Todos estavam fazendo tudo o que podiam para sobreviver nesta batalha implacável.
Ela estava coberta de sangue da cabeça aos pés, seu cabelo puxado para trás, encharcado. A maior parte do sangue pertencia aos monstros que ela havia derrubado, mas parte era seu próprio, o resultado de cortes profundos e hematomas em seu corpo. Por mais poderosa que fosse, Islinda não era invulnerável.
De todos os monstros, eram os goblins que testavam sua paciência mais. As criaturas maiores ela podia enfrentar de frente, rapidamente encontrando os pontos fracos que os derrubariam, mas não os goblins. As criaturas irritantes eram astutas, trabalhando em massa para cercá-la, desgastando suas defesas com movimentos rápidos e imprevisíveis.
Um ferimento particularmente horrível em seu ombro veio de um goblin que escalou seu corpo e cravou seus dentes em sua carne, enquanto outros atacavam de todos os lados. Ela conseguiu enfiar sua lança no crânio da criatura, mas o ferimento teimosamente se recusava a cicatrizar.
Como se não bastasse, o ferimento ardia como se estivesse contaminado, e Islinda amaldiçoou qualquer veneno que o goblin tivesse injetado nela, provavelmente projetado para enfraquecê-la. Mas com Azula ao seu lado, Islinda manteve sua posição.
O súcubo dentro dela a mantinha em movimento, extraindo energia de seu poço compartilhado de poder negro. Ela se recusava a ceder, mesmo enquanto o ferimento pulsava. Se ao menos Aldric estivesse por perto; ela teria sido capaz de extrair força dele, renovando sua energia.
Azula tentou se alimentar das forças vitais dos monstros, mas a energia era escura e amarga. Cada alma tinha um gosto, e como um súcubo que podia prová-las, ela podia perceber a diferença imediatamente.
Almas puras eram as mais doces, mas Azula se pegava desejando a de Aldric. Embora a dele não fosse a mais pura, era vibrante e forte — feita para ela, como ambrosia.
Mas Aldric estava fora de vista, perdido em algum lugar do caos. Sem ele, ela estava deixada a vasculhar o que podia do campo de batalha, drenando pedaços de energia como uma sanguessuga apenas para continuar.
Mas quanto mais ela lutava, Islinda começava a sentir o peso da batalha. Cada monstro que ela derrubava parecia ser substituído por dois, se não três a mais, e embora seus golpes fossem precisos, a onda de inimigos parecia interminável. Parecia que ela não estava causando impacto, mas na verdade, Islinda era a razão pela qual não tinham sido dominados.
Agora seus braços estavam ficando pesados, e o ferimento em seu ombro pulsava dolorosamente. Eles não podiam resistir para sempre.
Portanto, no momento em que um chamado ecoou na multidão — “Recuar! Recuar!” — foi como uma tábua de salvação jogada na tempestade. Islinda sentiu uma onda de alívio, embora soubesse que a retirada não seria fácil.
Islinda apertou os dentes enquanto redobrava seus esforços, abatendo inimigos com determinação renovada. Centímetro a centímetro, ela abriu caminho, forçando a horda a recuar na tentativa de alcançar a linha de retirada. Era ela e Azula trabalhando em conjunto durante todo o caminho.
Islinda estava quase de volta à linha quando sentiu uma mudança súbita e gelada no ar. A atmosfera se tornou densa, e uma onda de tensão opressiva varreu o campo de batalha. Ela parou, virando-se para ver o que havia mudado. Os monstros começaram a se afastar, como se estivessem abrindo caminho para algo — ou alguém — de grande importância.
E então ela viu.
Uma criatura monstruosa, sentada no topo de uma besta armada com escamas enrugadas e espinhos de osso, avançava em sua direção. Os olhos da besta brilhavam em um verde doentio, seu rugido sacudindo o ar como se estivesse anunciando a chegada de seu rei.
Os olhos de Islinda se arregalaram quando o reconhecimento a atingiu. Seu cavaleiro era um espectro, o antigo inimigo dos fae. A visão disso provocou um frio arrepiante em Islinda. Espectros eram as únicas criaturas capazes de tornar inutilizável o poder dos fae. Eles não tinham vulnerabilidade à magia dos fae, exceto quando se tratava de fadas negras. E este espectro era o maior que ela já tinha visto, um rei negro entre monstros.
Uma voz, profunda, gutural e quase mortal, ecoou dentro de sua cabeça, cortando seus pensamentos. “Você é um de nós,” disse, as palavras ressoando como um sibilo. “Você não deveria estar lutando por eles.”
Islinda franziu a testa, percebendo que o espectro podia sentir Azula dentro dela. Ele podia ver a escuridão entrelaçada com sua essência. Para esta criatura, eles eram iguais e conectados por seu vínculo com o obscuro.
Sem saber como sabia, Islinda falou em uma língua que parecia vir do fundo dela, uma língua que era estrangeira, mas instintiva. “Posso possuir a escuridão, mas não sou um de vocês. Vocês machucaram aqueles que são queridos para mim, e isso faz de vocês meus inimigos.”
A resposta do rei espectro foi imediata, amarga e cheia de ressentimento antigo. “Seu povo nos machucou primeiro,” ele rosnou. “Eles nos prenderam, nos condenaram a terras inabitáveis. Sofremos por tempo suficiente, e agora retomamos o que nos pertence.”
Azula emergiu à superfície dentro de Islinda, sua voz ascendendo com uma intensidade que igualava seu poder. Seus olhos se tornaram completamente negros enquanto falava. “Mesmo que eu tenha que descer até o próprio inferno, não permitirei que você transforme Astária em um deserto.”
A voz do rei espectro subiu, tremendo de raiva. “Astária está condenada! Nos enganou no passado em nome de negociações e nos empurrou para o exílio! Desta vez, vamos tomar o que é nosso à força, ou morrer tentando!”
Islinda, ouvindo suas palavras, sentiu um lampejo de algo diferente. Uma possibilidade. “Negociação?” ela perguntou, seus olhos se estreitando, percebendo o potencial de algo além do derramamento de sangue. “É verdade o que você diz? E se houver uma maneira de encontrar um terreno comum?”
O rei espectro riu amargamente. “Astária nunca concordaria com negociações. Você acha que somos ingênuos o suficiente para cair nessa mentira novamente? O que você poderia saber do nosso sofrimento para pensar que pode haver um terreno comum entre nós?”
Mas uma ideia começou a se formar na mente de Islinda. Uma ideia perigosa e imprudente que ela sabia que Aldric desprezaria se descobrisse. Ela tomou sua decisão, e sem pensar duas vezes, falou. “Então me leve.”
Por um momento, até mesmo o rei espectro pareceu surpreso. Ele a encarou como se tentasse desvendar sua verdadeira intenção.
“Leve-me para essa terra inabitável de que você fala,” Islinda disse, seus olhos ferozes. “Mostre-me o que vocês têm suportado, e talvez eu consiga ajudar a encontrar um terreno comum. Eu talvez não seja o rei ou rainha de Astária, mas sou importante o suficiente para mudar o rumo da batalha, confie em mim.”
O rei espectro ficou em silêncio, claramente considerando sua proposta. Finalmente, ele inclinou a cabeça. “Muito bem. Vamos ir. Se você é importante o suficiente, talvez então, você seja a chave para conseguir o que queremos.”
O Espectro podia sentir que Islinda era poderosa, mas uma vez em seu território, ela seria apenas uma pessoa rodeada por milhares deles. O que ela poderia fazer contra eles?
Quase naquele momento, Aldric apareceu, seus olhos se arregalando ao ver Islinda perto do rei espectro. Ele avançou, seu rosto pálido de horror.
No entanto, Islinda enviou urgentemente uma mensagem através de sua ligação, mensagem. “Eu talvez tenha encontrado uma maneira de acabar com esta guerra sem mais derramamento de sangue. Me desculpe.”
A expressão de Aldric desmoronou, seu coração se apertando de medo e desespero.
“Não!” ele rugiu, convocando sua energia negra, lançando-se para frente em uma corrida desesperada para alcançá-la. Suas sombras ganharam vida, estendendo-se para afastá-la, para amarrá-la a ele e mantê-la segura.
Mas Islinda contrabalançou seu poder, repelindo-o com suas próprias sombras. Ela se virou de Aldric e deu um passo em direção ao rei espectro, sua mente decidida.
“Volto em breve.” Ela prometeu a ele.
Mas ele não queria ouvir. Se é que alguma coisa, a voz de Aldric assumiu uma tonalidade sombria, sua raiva mal controlada. “Não vou deixar você ir!”
Sua aura ficou escura e poderosa, magia explodindo ao redor dele em uma tempestade elétrica de energia que parecia rivalizar com Azula. Os feéricos ao seu redor recuaram, com medo de serem pegos no fogo cruzado de sua magia negra.
Convocando cada pedaço de poder que lhe restava, Aldric liberou sua energia negra, determinado a manter Islinda ao seu lado. Mas antes que seu poder pudesse alcançá-la, a magia de um inimigo o atingiu por trás, atingindo-o com uma força brutal.
A dor o perpassou, e sua visão ficou turva. Aldric desabou no chão enquanto lutava para levantar o olhar, para resistir apenas por um momento a mais. A última coisa que ele viu foi sua companheira determinada caminhando com o rei espectro, sua figura diminuindo até que a escuridão finalmente engolisse sua visão.