Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 900
Capítulo 900: Bruxas vs Fae
A sala de reuniões estava agitada naquela manhã cedo, conversas rolavam por toda parte. O general estava ausente, um fato que não passou despercebido pelas figuras ali reunidas. Príncipe Aldric estava entre eles, seus braços cruzados firmemente sobre o peito enquanto ele vasculhava a sala, seus olhos se estreitando ao ver as bruxas presentes. A tensão fervia sob a superfície, e o desagrado de Aldric pelo general e sua companhia de bruxas era palpável.
Aldric nunca gostou do general. Nem agora, nem no passado. O fae general, embora respeitado e reverenciado por muitos, sempre tratou Aldric com desprezo mal disfarçado. Não era segredo para Aldric que, se o general tivesse os meios, ele teria se livrado dele há muito tempo.
Mas Aldric sempre foi intocável. No passado, o general não podia fazer nada contra ele. Com sua força, sua influência, ninguém poderia tocá-lo. Agora, no entanto, as coisas eram diferentes. Aldric tinha algo a proteger. Islinda.
Embora Azula fosse uma força a ser respeitada e mais do que capaz de defender Islinda, Aldric não conseguia se livrar da sensação de medo. Seus inimigos talvez não pudessem matá-la, mas podiam machucá-la de maneiras que faziam a morte parecer misericordiosa. Era esse pensamento que o assombrava, fazendo-o manter Islinda perto, especialmente agora que se encontravam cercados por bruxas.
Aldric nunca confiou em bruxas. Enquanto as Fadas eram trapaceiras por natureza, as bruxas eram manipuladoras e impiedosas, sua lealdade mudando constantemente com base em quem poderia lhes fornecer mais poder ou riqueza. Ele já havia visto isso repetidamente, sua traição aguda e repentina como uma adaga no escuro. E aqui estavam elas, em aliança com o general. As próprias pessoas que Aldric não podia confiar agora deveriam ser suas aliadas, lutando contra os monstros que devastavam Astária.
Enquanto Aldric observava a sala, seu olhar se fixou na bruxa anciã à cabeceira da mesa. Ela era poderosa, a líder de seu coven, e ele não tinha dúvidas de que suas defesas mentais eram tão formidáveis quanto sua reputação sugeria. Ele tentou penetrar seus pensamentos, buscar qualquer informação que pudesse ser útil, mas se deparou com um bloqueio sólido. Impressionante, mas não surpreendente.
Ele desviou sua atenção para a sua mulher de confiança, uma bruxa que exalava a mesma confiança e força. Mais uma vez, ele tentou sondar sua mente, e novamente encontrou resistência. Essas bruxas estavam bem protegidas. No entanto, Aldric não se deixava facilmente desencorajar.
Seus olhos se moveram pela sala até pousarem na bruxa mais jovem, uma mulher de cabelo castanho-avermelhado, que parecia menos experiente. Ela parecia confortável, até mesmo rindo com os soldados que se sentavam perto dela, sua guarda abaixada.
Perfeito.
Aldric se aproximou dela, um sorriso encantador brincando em seus lábios. “Olá,” ele saudou suavemente.
Os soldados ao lado dela imediatamente o reconheceram e se dispersaram, sua inquietação aparente. O príncipe fae das trevas não era alguém com quem se quisesse estar sozinho. No entanto, a jovem bruxa, Ava, parecia imperturbável com sua presença, embora ela parecesse um pouco surpresa por ele ter escolhido falar com ela.
“Olá?” ela respondeu hesitante, seus olhos estudando-o com uma mistura de curiosidade e cautela. “Você é Príncipe Aldric, certo? O príncipe fae das trevas. Sua reputação o precede.”
Aldric riu, um som que era desarmante e agradável. “Suponho que sim. Prazer em conhecê-la, senhorita…?”
Por um breve momento, Aldric pensou que ela poderia recusar sua mão estendida. A maioria fazia isso. Elas o temiam, o evitavam como uma maldição. Mas Ava era diferente. Ousada, talvez tola assim. Ela tomou sua mão na dela, seu aperto firme.
“Ava,” ela respondeu.
O sorriso de Aldric se alargou enquanto ele sentiu a conexão tênue que precisava. Bingo. Jovem e audaciosa—a combinação perigosa. Ava era poderosa, ele podia sentir isso, mas sua confiança em suas próprias habilidades a tornava vulnerável. Ela não tinha a idade ou experiência para se defender contra alguém como ele.
Cuidadosamente, Aldric começou a sondar sua mente. Encontrou resistência, mas em vez de forçar sua entrada, ele permaneceu na superfície, esperando pelo momento certo para se infiltrar sem ser detectado. Suas sombras brincavam nas bordas da consciência dela, suavizando suas defesas sem que ela percebesse.
“É bom ter você aqui, Ava,” continuou Aldric, sua voz suave e agradável. “Sempre tive curiosidade sobre os covens de bruxas. Qual é o nome do seu?”
“Irmãs da Luz Eterna,” ela respondeu, seu tom lento, quase como se estivesse em transe.
Aldric notou as bruxas anciãs lançando olhares cautelosos em sua direção, seus olhos se estreitando ao verem Ava falando com ele. Elas sabiam muito bem que não deviam confiar nele. Ele sabia, naquele momento, que seu tempo estava se esgotando.
“E como está a questão da barreira?” Aldric perguntou inocentemente, sua magia penetrando mais fundo na mente dela, suavizando ainda mais suas defesas. “Alguma solução para o nosso problema com o monstro?”
Ava respondeu com uma voz monótona, sua vontade sendo erodida pela influência de Aldric. “Madre Teresa está confiante de que podemos restaurar a barreira. Rastrear o responsável pelo seu colapso só será possível quando nos aproximarmos. Mas se capturarmos um monstro vivo, ela acredita que pode usá-lo para rastrear a fonte da perturbação.”
O sorriso de Aldric tornou-se predatório. “Bem, é uma sorte que eu seja um caçador habilidoso.”
Ava piscou, uma leve ruga se formando em seu rosto ao lutar para resistir à influência que invadia seus pensamentos. Ela podia sentir que algo estava errado, mas já estava muito sob seu controle para se libertar.
Agora, confiante de que suas defesas estavam se desmoronando, Aldric pressionou adiante. “Diga-me, Ava, que motivos ocultos as bruxas têm para estarem aqui? Existe algum segredo que seu coven e o general estejam escondendo de mim?”
A boca de Ava se abriu, mas nenhuma palavra saiu. Ela era forte, muito mais forte do que Aldric havia antecipado. Apesar do domínio sobre ela, algo estava impedindo-a de falar—talvez uma ligação mágica ou uma lealdade profundamente enraizada ao seu coven. Gotas de suor formaram-se em sua testa enquanto lutava contra a compulsão, sua mente dividida entre obedecer à ordem de Aldric e proteger os segredos que ela guardava.
De repente, uma voz ecoou pela sala, rompendo o momento. “Que os deuses proíbam! Ele entrou na cabeça dela!”
Aldric mal teve tempo de reagir antes que uma rajada de vento o atingisse, lançando-o pelo cômodo. Ele se chocou contra a parede oposta, o impacto sacudindo a tenda. A dor percorreu seu corpo, e ele lançou um palavrão entre dentes. Não estava preparado para aquilo.
A colega de bruxa de Ava estava de pé com a mão estendida, olhando ferozmente para Aldric. Ela veio ao resgate de Ava, quebrando o controle de Aldric sobre sua mente.
Ava, agora livre de sua influência, olhou feio para ele, claramente furiosa consigo mesma por ter baixado a guarda. Ela se moveu de volta em direção ao seu coven, as duas bruxas se apoiando enquanto enfrentavam Aldric.
Antes que Aldric pudesse se recobrar, Islinda apareceu ao seu lado, seus olhos brilhando de fúria. Sombras enrolavam-se ao seu redor como criaturas vivas, prontas para atacar. Seu corpo irradiava uma energia letal, e estava claro que ela estava preparada para atacar as bruxas em retaliação.
Mas antes que qualquer violência adicional pudesse irromper, a voz do general cortou o caos como uma lâmina.
“Já basta!” ele comandou, entrando na tenda.
Todos congelaram. As bruxas, os soldados, Islinda e até Aldric. Todos eles se viraram para encarar o general, a tensão na sala ainda densa, mas contida pela súbita chegada do general.