Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 899
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Capítulo 899: Uma Mensagem para Aldric
“Eles não vão deixar isso passar,” Valerie disse, sua voz tensa de frustração enquanto ele e sua mãe, Rainha Maeve, caminhavam com propósito pelo corredor.
“Eles podem fazer birra o quanto quiserem,” Maeve respondeu com confiança inabalável. Seus passos eram rápidos, cada um ecoando pelos corredores de pedra com a autoridade de alguém que sabia que detinha poder. “Mas todos sabem quem realmente tem controle agora.”
Enquanto se aproximavam da entrada guardada para o bunker subterrâneo onde Rei Oberon estava sendo mantido, os guardas de elite posicionados na entrada abaixaram suas cabeças em cumprimento silencioso. Esses homens, ferozmente leais à coroa, eram os melhores que Astária tinha a oferecer. Com um único aceno de cabeça, Valerie e Maeve os reconheceram, sua presença simultaneamente autoritária e indiscutível.
A pesada porta de metal surgiu diante deles. Os guardas alcançaram as rodas, puxando-a com força lenta e deliberada. O velho mecanismo gemeu enquanto a porta rangia ao abrir, o som reverberando pelo corredor estreito.
Por trás dela estava a câmara escondida, um bunker seguro construído sob o palácio mesmo antes do ataque. Caso houvesse uma ameaça, foi construído para manter o rei dos Fae seguro. E com certeza veio a calhar agora.
Maeve sabia que, mesmo se os seguidores de Nirvana e Victoria conseguissem penetrar a entrada, o que os esperava dentro era um mar de guardas prontos para lutar até a morte. Sangue seria derramado, e agora não era o momento para tal caos, não quando Astária já estava à beira do desastre.
Eles passaram pela entrada para dentro do bunker bem iluminado e estéril. As paredes de pedra eram impecáveis, polidas, e alinhadas com guardas que estavam tão imóveis que poderiam ter sido confundidos com estátuas.
Suas armaduras reluziam sob o brilho suave das arandelas, e seus olhares permaneciam fixos à frente, inabaláveis, enquanto Maeve e Valerie os passavam em silêncio. Era um contraste marcante com a tensão no grande salão acima, mas o peso de sua missão, que era proteger o rei caído, era palpável no ar imóvel.
O silêncio entre Maeve e Valerie tornou-se mais pesado à medida que se aproximavam da câmara onde Rei Oberon estava sendo tratado. Nenhuma palavra era necessária agora. Suas mentes estavam focadas na tarefa adiante, seus passos ecoando suavemente no corredor de pedra.
Finalmente, chegaram. O quarto era bem diferente da atmosfera fria e militarista do bunker. Espaçoso e luxuoso, era adequado para um rei, com altos tetos arqueados e paredes alinhadas com ricos tapestries. Era claro que, apesar da situação sombria, isso foi projetado para honrar a estatura do rei mesmo em seu estado mais vulnerável.
No centro do quarto, Rei Oberon flutuava, suspenso no ar dentro de um fluxo de energia. Seu peito nu estava exposto, e a suave luz radiante focava na ferida que marcava sua pele.
Era uma ferida de facada grave, mesmo assim a energia trabalhava incansavelmente para curar o dano, lentamente costurando a carne novamente. Seus olhos estavam fechados, seu rosto tranquilo e sereno. Pela primeira vez em anos, Oberon parecia mais jovem, como se o peso da coroa tivesse sido tirado dele.
Os passos da Rainha Maeve vacilaram por um breve momento quando o viu. Por todo seu orgulho e ambição, a visão dele em tal estado vulnerável mexeu com seu coração.
Houve um tempo em que ela o amou, quando lutou por ele, esteve ao seu lado, e construiu seu reino com ele. Mas isso foi antes. Antes de ele afastá-la, antes de ele permitir que seus sacrifícios fossem ignorados.
Oberon, apesar de seu estado enfraquecido, ainda era o rei que a havia injustiçado. A dureza retornou aos seus olhos, e ela empurrou o sentimento para longe. Ela não podia se permitir a suavidade agora, não quando o trono estava tão próximo de ser reivindicado. Isso era o futuro de seu filho, sua vitória a reclamar, e nada, nem mesmo um rei ressurgido, ficaria no caminho disso.
Dentro da câmara, três fae vestidas de túnicas brancas ocupavam-se ao redor de Oberon, registrando sua condição, observando o progresso de sua cura. Elas eram aprendizes, jovens e focadas, seus olhos constantemente piscando sobre o equipamento e as anotações à sua frente.
Parado à parte delas, supervisionando o processo com um olhar de intensa concentração, estava o mestre curandeiro. Seus olhos estavam fechados, suas mãos levantadas, brilhando com a mesma energia que envolvia o rei. Sua concentração era intensa, seu foco totalmente em manter o equilíbrio delicado que mantinha Oberon vivo.
Valerie os observava trabalhar, sua expressão inescrutável. “Quanto tempo até ele acordar?” ele perguntou, sua voz baixa.
Um dos aprendizes, surpreendido por sua pergunta repentina, lançou um olhar nervoso ao mestre, que era o curandeiro real, antes de responder. “É difícil dizer, Vossa Alteza. A ferida era… severa. Mas a energia está trabalhando —”
“Ele vai acordar em breve, se não hoje,” o curandeiro anunciou, virando-se para enfrentá-los.
Ele tinha sentido a presença deles muito antes de Rainha Maeve e Príncipe Valerie entrarem na sala. Sua energia volátil disruptou a santidade tranquila da câmara, preenchendo o espaço com tensão.
O curandeiro continuou, sentindo a necessidade de explicar mais.
“Rei Oberon é forte,” ele disse. “Ele poderia ter se recuperado facilmente, mas a lança foi misturada com um veneno poderoso. Ele atacou sua força vital, retardando a cura. Felizmente, ele foi trazido de volta ao palácio rapidamente, ou Astária estaria de luto.”
“Graças aos deuses, então,” Valerie disse, aliviado. Mas Maeve permaneceu sem expressão, seu foco frio e calculista.
O curandeiro assentiu. “Sim, graças aos deuses. O veneno foi neutralizado, e seu descanso está ajudando na recuperação. No entanto, ainda podem haver complicações quando ele acordar, mas por agora—”
“Por que ele não se levanta mais?” Maeve interrompeu, aproximando-se, seus olhos afiados e irredutíveis.
O curandeiro piscou confuso. “O quê?”
“Você me ouviu,” disse Maeve suavemente. “Você mesmo disse, o descanso está fazendo bem a ele. Se ele descansasse mais profundamente, talvez se recuperasse mais rápido.”
A testa do curandeiro se franziu. Ele olhou para Valerie em busca de apoio, mas o rosto do príncipe estava vazio, indecifrável. Ficou claro agora que ambos estavam alinhados nessa ideia distorcida.
“Receio não entender, Vossa Majestade,” disse o curandeiro cautelosamente, embora uma sensação de afundamento em seu estômago dissesse exatamente o que ela estava implicando.
“O que estou dizendo,” Maeve disse, sua voz baixa e perigosa, “é que Rei Oberon precisa de mais tempo para descansar. Muito mais tempo.”
O curandeiro congelou, seu sangue correndo frio enquanto o significado de suas palavras se estabelecia. Um dos aprendizes, mais jovem e mais ansioso que os outros, avançou, seu rosto pálido, mas determinado.
“Mas isso não está certo, minha rainha,” protestou a aprendiz, sua voz tremendo. “Isso seria—”
Ela nunca terminou. Com um gesto rápido e implacável, Maeve inclinou a cabeça para um guarda próximo. Sem hesitação, o guarda sacou sua lâmina e cortou o pescoço da aprendiz.
Sangue espirrou, e sua cabeça caiu no chão com um baque nauseante. O caos irrompeu enquanto os outros aprendizes gritavam, seus rostos contorcidos de terror, agarrando-se uns aos outros enquanto a sala se tornava uma cena de horror.
O rosto do curandeiro ficou carmesim de raiva, mas ele estava impotente. Ele só podia assistir enquanto a vida drenava da jovem aprendiz que ele havia treinado, seu coração martelando em seu peito.
A expressão de Maeve não mudou. Ela avançou, sua voz gelada e calma. “Isto não é um pedido. É uma ordem. Rei Oberon permanecerá aqui, recuperando-se em silêncio, até que meu filho se sente naquele trono. Está entendido?”
O curandeiro hesitou, seus lábios tremendo enquanto lutava contra o desejo de desafiá-la. Mas o corpo da aprendiz morta ainda estava a seus pés, e os guardas estavam assistindo. Ele assentiu relutantemente, o peso de sua impotência sufocando-o.
“Bom,” Maeve disse, satisfeita. Ela se virou, seu vestido arrastando-se pelo chão enquanto ela se movia em direção à saída. Valerie seguiu em silêncio, sua expressão sombria.
Enquanto caminhavam pelo corredor, o som de seus passos ecoando no ar quieto, Valerie falou. “Você não precisava matá-la,” ele disse baixinho, a raiva fervendo sob suas palavras.
Maeve parou abruptamente e se virou para ele, seu rosto contorcido de fúria. “Esse ponto precisava ser feito,” ela sibilou. “Não me mostre sua fraqueza patética, Valerie. Não agora, quando estamos tão perto da vitória.”
Valerie estremeceu com o veneno em sua voz, mas Maeve não havia terminado. “Não estrague tudo. Você é praticamente inútil como está.”
Suas palavras cortaram fundo, e por um momento, Valerie ficou sem palavras. Faíscas de energia cintilaram ao redor de suas mãos, erráticas, descontroladas. Sua magia estava instável desde sua luta com Aldric, e a humilhação o corroía a cada segundo.
Maeve deu a ele um último olhar frio antes de se afastar, deixando Valerie parado sozinho no corredor, seus punhos cerrados, as faíscas ainda crepitando.
Desconhecido para Valerie, um pequeno besouro saiu de suas roupas, despercebido. O inseto se moveu rapidamente ao longo do chão de pedra, habilmente desviando das botas pisoteantes de guardas que passavam. Ele percorreu os corredores do palácio até chegar a uma certa câmara.
Dentro, Rainha Nirvana estava sentada em contemplação tranquila. O besouro subiu em sua mão, e com um movimento lento e deliberado, ela o levou ao ouvido. Seus sussurros eram fracos, mas os segredos que carregavam eram inconfundíveis.
Os lábios de Nirvana se curvaram em um sorriso frio e conhecedor enquanto o besouro terminava sua mensagem. “Então é assim.”
Ela se virou para um de seus guardas, lealmente parado junto à porta.
“Você aí,” ela disse, sua voz suave, mas firme. “Preciso que envie uma mensagem para Príncipe Aldric. Imediatamente.”