Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 898
Capítulo 898: Guerra no Palácio
O ambiente inteiro ficou paralisado de choque com a explosão de Rainha Vitória, algo que não era característico dela. A Rainha do Outono, geralmente conhecida por sua calma e comportamento ponderado, acabara de desferir um golpe verbal contra Rainha Maeve, que ressoou com todos os presentes.
O ar ficou denso, e a tensão era palpável. Ministros se mexeram desconfortavelmente em seus assentos, alguns enxugando gotas de suor que se formavam em suas testas enquanto o calor no ambiente parecia aumentar com a intensidade da confrontação.
Os lábios da Rainha Maeve se apertaram em uma linha fina, seus punhos cerrados ao lado do corpo. O insulto feriu mais profundamente do que ela gostaria de admitir. As palavras de Victoria foram um lembrete contundente de que sua posição, outrora intocável como Rainha Fae, havia desmoronado. Ainda assim, ela não deixaria que vissem seu fracasso.
Antes que Maeve pudesse responder, Príncipe Valeria, sentado no trono de seu pai, interveio, sua voz cortando a atmosfera carregada.
“Já chega!” Seu tom carregava a autoridade de alguém que esperava ser obedecido. Seu olhar desdenhoso alternava entre Rainha Nirvana e Rainha Vitória. “Vocês se perguntam por que não foram convidadas para esta reunião? Agora mesmo estão provando exatamente por que decidimos deixá-las de fora.”
Os olhos da Rainha Nirvana se estreitaram perigosamente, sua postura rígida enquanto ela retrucava, “Cale a boca, criança insolente!”
Suspiros de descrença percorreram o salão. A audácia da Rainha Nirvana, ao dirigir-se ao Príncipe Valeria de tal forma, era quase incompreensível.
“Como você ousa falar comigo dessa maneira?
Esta não é a primeira vez que o reino de Astária foi lançado no caos. Nós conseguimos lidar muito bem, muito antes de você nascer. E ainda assim, você se atreve a assumir o poder após um único ataque a Oberon?”
O maxilar de Valeria se apertou enquanto ele se endireitava, sua voz afiada ao retrucar, “Não foi um ataque pequeno. Meu pai quase morreu!”
“E ainda assim você se recusa a deixar que alguém o veja. Nem mesmo seu conselheiro de confiança, Lennox,” Rainha Nirvana rebateu, sua voz gotejando acusação. “O que você está escondendo?”
Ela riu amargamente, o som carregado de suspeita. “Você acha que ninguém percebe? Você manteve seu pai trancado, tomando decisões em seu lugar. Agora os ministros, o povo, começarão a se perguntar por quê.”
Suas palavras atingiram Valeria como um soco no estômago. Ele não esperava que Nirvana fizesse uma acusação tão direta diante da corte. Valeria sentiu os olhos do salão se voltarem para ele, a suspeita se espessando no ar. Por um breve momento, ele sentiu o medo invadir seu peito. Mas ele não podia se permitir vacilar. Não agora.
Recuperando a compostura, Valeria respondeu friamente, “Recebi um relatório do campo de batalha,” ele disse, deixando suas palavras pairarem por um momento. “O General acredita que alguém derrubou intencionalmente a barreira que protegia Astária. Alguém incrivelmente poderoso — e possivelmente um membro da família real.”
A reação foi instantânea. Ministros ofegaram audivelmente, seu choque evidente enquanto trocavam olhares temerosos. A ideia de que alguém dentro da família real pudesse ser responsável por tal devastação era chocante demais para compreender.
O sorriso de Nirvana vacilou. Valeria havia conseguido mudar a maré, direcionando a suspeita para longe dele.
“Então me desculpe se eu não confio em ninguém perto do meu pai. Nem mesmo em seu conselheiro mais confiável.”
Por um breve momento, o silêncio reinou. Os ministros trocaram olhares inquietos, suas mentes rodando com a potencial traição espreitando dentro do palácio.
A Rainha Nirvana piscou, recuperando-se de seu choque inicial. Ela não esperava que Valerie desviasse de forma tão habilidosa. Mas sua suspeita se aprofundou.
“Um membro da família real, você diz? E se esse membro for você ou sua mãe? E se você for o único tentando manter todos afastados de Oberon, para que você possa terminar o que começou?”
Os olhos de Valerie se arregalaram por um segundo, seu pulso acelerando. A Rainha Nirvana havia atingido o coração de seus medos mais sombrios — que as pessoas pudessem acreditar que ele orquestrou o ataque para seu próprio benefício.
Vendo a reação de Valerie, a Rainha Nirvana continuou, sua voz feroz, “Quem tem mais a ganhar com a morte de Oberon? Você, Valerie. Você sempre se sentiu ameaçado pela ascensão de Aldric ao poder, temeroso de que ele, um dia, tomasse o que você acreditava ser seu. Agora, com Oberon fora do caminho, você acha que pode sentar no trono sem ser desafiado.”
A menção de Aldric causou um vislumbre de desconforto no rosto de Valerie. A rivalidade entre os dois príncipes não era segredo, e Nirvana sabia disso muito bem. Ela estava atiçando as chamas, empurrando Valerie para um canto.
A Rainha Maeve, incapaz de se conter por mais tempo, levantou-se de pé. “Rainha Nirvana!” ela latiu, sua voz tremendo de raiva. “Como ousa acusar meu filho de tal traição? Você não tem provas—”
Mas Valerie a silenciou com uma mão levantada. Seus olhos nunca deixaram os de Nirvana, e ele lentamente desceu do púlpito. A sala prendeu a respiração, a tensão insuportável enquanto ele se aproximava dela. Cada passo que dava parecia ecoar no silêncio, sua presença aumentando a cada movimento.
Quando finalmente ficou diante dela, ele fez algo que ninguém esperava. Ele riu. Foi um som frio e cruel que preencheu o grande salão.
Seu riso finalmente se acalmou, e sua voz estava carregada de malícia gelada. “Caso você tenha esquecido, eu sou o próximo na linha de sucessão ao trono. Sempre foi apenas uma questão de tempo até que eu me sentasse ali.” Seu olhar percorreu os ministros, certificando-se de que ouviram cada palavra. “E caso não tenha ficado claro o suficiente, eu venci Aldric naquela luta. Ele se rendeu. Ele foi envergonhado em Astária. Então, se alguém aqui é suspeito, é você tentando desesperadamente arrastar meu nome pela lama.”
As palavras de Valerie pairaram no ar, um lembrete claro de sua vitória e sua reivindicação inquestionável ao trono. Seus olhos voltaram-se para os ministros, sua voz firme ao declarar, “Esta reunião está encerrada. Reconevocaremos quando a situação exigir.”
Com isso, ele girou nos calcanhares, pronto para sair. Mas a Rainha Nirvana não havia terminado. Sua voz vacilou enquanto ela estendia a mão, sua mão agarrando o braço dele. “Por favor, Valerie,” ela implorou, seu tom mais suave agora, “apenas deixe Theodore ver seu pai. Se os ferimentos de Oberon são tão graves quanto você diz, talvez ele possa curá-lo.”
O olhar de Valerie tornou-se gélido enquanto ele a olhava. “Você superestima a importância de seu filho aqui.” Ele puxou o braço de volta e saiu da sala sem olhar para trás.
A Rainha Maeve o seguiu, seu rosto iluminado com satisfação arrogante enquanto passava pelas duas rainhas. Sem uma palavra, ela deixou a sala, deixando Nirvana e Victoria paradas no meio do salão, seu poder escorregando por entre seus dedos.