Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 892
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Capítulo 892: Os Monstros Não Serão Enjaulados Novamente
Enquanto se dirigiam para a grande tenda de comando, Islinda virou-se para sua amiga, a testa franzida de preocupação.
“Onde você esteve esse tempo todo, Maxi? Não te vi durante a batalha na arena.”
Maxi soltou um pequeno suspiro e deu de ombros. “Vagando por aí, como sempre. Como Aldric não queria que eu chegasse perto da arena, com tudo acontecendo, apenas andei pela cidade.”
Islinda não pôde deixar de sorrir. “Isso soa como ele. Ele é superprotetor assim.”
“Quando o ataque atingiu a cidade, a primeira coisa que fiz foi procurar a mãe e a irmã de Isaac,” Maxi continuou. “Eu sabia que eles estariam vulneráveis. Então os levei para um lugar seguro antes que as ruas se tornassem um campo de batalha.”
“Droga” Islinda amaldiçoou ao se lembrar da mãe e irmã de Isaac. “Sinto muito, nem sequer pensei neles. Estava tão ocupada com tudo acontecendo.”
Maxi lhe deu um sorriso reconfortante. “Você não precisa se preocupar com isso, Islinda. Você não pode salvar todo mundo, além disso, está fazendo um bom trabalho aqui de qualquer maneira. Mas…” Ela inclinou a cabeça. “Onde está Isaac, afinal?”
A expressão de Islinda ficou tensa. “Nos separamos durante a luta na arena. Mas ele está bem. Aldric o mandou para o palácio para ficar de olho nas coisas lá.”
Maxi revirou os olhos com uma risada suave. “Claro, Aldric faria isso. Sempre tem que estar no controle, não é?”
“Sim, esse é o Aldric para você,” Islinda disse com um sorriso irônico. “É inteligente, porém. Ele sabe que Isaac está seguro lá e mantém um olho nas coisas no palácio. Ainda assim, não substitui o fato de que Aldric não confia em ninguém.”
Eles se aproximaram da entrada da tenda, o murmúrio baixo de vozes lá dentro sinalizando a intensidade das discussões em andamento. Ao entrar, foram saudados pela visão de mapas e planos de batalha espalhados sobre uma grande mesa, com vários capitães, comandantes e soldados reunidos, profundamente envolvidos em conversa.
O mapa de Astária parecia sombrio. Partes da cidade estavam marcadas em vermelho, denotando áreas dominadas por monstros. Pontos estratégicos foram destacados, e notas estavam rabiscadas nas margens, indicando onde os esforços para recuperar certas partes da cidade tiveram sucesso ou fracasso. A batalha por Astária estava claramente longe de terminar.
No centro da tenda estava o General de Guerra, sua expressão endurecida inescrutável enquanto falava com um soldado. Seu olhar afiado imediatamente se voltou para Maxi quando ela entrou, seus olhos se estreitando.
“Quem diabos é essa?” o general exigiu, sua voz cortando a atmosfera tensa.
Maxi arqueou uma sobrancelha, mas não respondeu imediatamente. Em vez disso, calmamente removeu o glamour que ocultava sua verdadeira forma, marcas intrincadas apareceram em todo o seu rosto, os sinais inconfundíveis de uma Fae das Trevas. Um silêncio hushed tomou conta da sala enquanto os soldados reagiam, muitos deles levantando as mãos, preparados para atacar com sua magia.
“Recuem,” a voz de Aldric soou, cortando o ar como uma lâmina. Ele avançou, seus olhos fixados nos soldados. “Maxi está conosco.”
Os soldados hesitaram, inseguros, mas a presença de Aldric carregava um peso que não podia ser ignorado. O general, entretanto, não foi facilmente convencido. Seu cenho se aprofundou ao se virar para Aldric.
“Você está abrigando Fadas das Trevas agora?” o general perguntou, sua voz tensa de suspeita.
O rosto de Aldric escureceu, seus olhos emitindo uma intensidade perigosa enquanto sombras pareciam piscar ao seu redor. “Você quer salvar Astária, ou quer arranjar uma briga comigo?”
O general apertou a mandíbula, claramente pesando suas opções. Após um momento tenso, ele rangeu os dentes e recuou, afastando-se de Maxi, mas ainda a encarando com desconfiança. Os outros soldados seguiram seu exemplo, embora suas suspeitas permanecessem.
Aldric se virou para falar com a sala, sua voz levando uma calma mortal. “Se algo acontecer a qualquer Faerie das Trevas sob minha proteção, vocês terão um inimigo maior do que os monstros da Floresta Tamry em suas mãos.” Seu olhar brevemente se fixou em Islinda, e os outros soldados seguiram seus olhos, lembrando-se muito bem de como Islinda havia eliminado os monstros anteriormente. A memória provocou um calafrio na sala, e a tensão diminuiu ligeiramente quando o general deu um aceno relutante.
Depois que a situação se acalmou, o general espalhou o grande mapa de Astária sobre a mesa central, apontando para vários pontos marcados com símbolos coloridos. “Esvaziamos os cidadãos dessas áreas e reconquistamos seções da cidade,” ele começou.
“Então podemos movê-los?” Um soldado perguntou.
“Não,” o general balançou a cabeça. “Eles ainda estão vulneráveis. Os monstros podem retornar a qualquer momento.”
Aldric estudou o mapa, sua expressão sombria, explicando mais. “Só porque essas áreas estão limpas agora, não significa que estão seguras. Se houver um mágico entre os monstros, eles podem invocar novos portais. É arriscado demais para as pessoas retornarem.”
Islinda inclinou-se sobre o mapa, franzindo a testa pensativamente. “Como isso aconteceu?” ela perguntou, sua voz tingida de frustração. “Por que não fizemos algo antes de chegar a esse ponto? Se sempre houve uma ameaça de monstros, por que nada foi feito?”
O general trocou um olhar com Aldric, um entendimento silencioso passando entre eles. Após uma breve pausa, o general suspirou, sua voz baixa e séria. “Achamos que alguém é responsável por este ataque.”
O peso dessas palavras enviou uma onda de choque palpável pela sala. Os olhos de Islinda se arregalaram enquanto ela tentava processar a implicação.
“Alguém… de Astária?” ela perguntou, sua voz mal acima de um sussurro, carregada de descrença.
“Se não for alguém do palácio,” Aldric respondeu sombriamente, sua voz atravessando o silêncio tenso do salão.
Os murmúrios começaram imediatamente, vozes abafadas se elevando em alarme e especulação. Soldados trocaram olhares ansiosos, e a sala zumbia com uma corrente de medo.
O rosto do general escureceu enquanto ele fitava Aldric com um olhar furioso e tom afiado. “Não faça acusações infundadas, Aldric. Não aqui.”
Aldric manteve sua posição, sua expressão inabalável. “Sempre houve lacunas na barreira,” ele argumentou. “Mas nunca assim. E tivemos uma guarnição inteira colocada lá para monitorar a barreira. Todos eles foram mortos — ninguém soube, nenhum alarme foi tocado, nada. Como monstros tão grandes se reunem e escapam sem que ninguém perceba? Alguém permitiu que isso acontecesse. E tem que ser alguém com autoridade e poder suficientes para encobrir.”
Os murmúrios tornaram-se mais altos agora, mais urgentes, enquanto os soldados tentavam adivinhar quem poderia ser responsável por tal traição. A tensão espessava o ar, a suspeita começava a se espalhar como fogo.
“Silêncio!” A voz do general rugiu, silenciando os murmúrios instantaneamente.
A sala caiu em um silêncio pesado e opressivo. Os olhos do general se endureceram enquanto ele fixava seu olhar em Aldric. “É arriscado demais espalhar pânico em um momento como este. Nossa prioridade é restaurar a esperança e a fé das pessoas, não destruí-la com acusações sem fundamento.”
Antes que Aldric pudesse responder, a aba da tenda farfalhou, e um grupo de recém-chegados entrou. Todos os olhos se voltaram para eles, e ficou imediatamente claro que eram bruxas.
Sua aparência era impressionante, distinta das Fadas com suas vestes escuras e fluidas adornadas com os símbolos de seu clã, seus rostos afiados. O ar ao redor delas parecia vibrar com magia latente, um tipo de poder que fazia as Fadas na sala se sentirem instintivamente cautelosas.
Na frente do grupo estava a líder do clã, uma mulher alta com cabelos negros como azeviche listrados de prata. Seus olhos brilhavam com um brilho inquietante, sobrenatural, e sua presença comandava respeito imediato.
Ela estava acompanhada por outros dois, um mais jovem, com cabelo acobreado vibrante e uma expressão ardente, o outro mais velho, seu rosto marcado pela idade e sabedoria, carregando um cajado com um cristal brilhante na ponta.
O general deu um passo à frente, sua voz mais composta ao recebê-las. “Theresa, estou feliz que você tenha chegado. Precisamos da sua ajuda.”
A líder do clã, Theresa, inclinou levemente a cabeça. “Viemos assim que sentimos a perturbação,” ela disse, sua voz carregando uma autoridade inegável. “A cidade está um caos.”
O general assentiu gravemente e rapidamente a atualizou sobre a situação, explicando a queda da barreira e a invasão monstruosa. Então ele fez a pergunta que todos tinham em mente. “É possível erguer a barreira novamente?”
Os olhos de Theresa se estreitaram em pensamento, e por um momento, a tenda foi preenchida com uma expectativa tensa.
“Não é impossível,” ela finalmente respondeu, “mas será extremamente difícil. A magia que nossos ancestrais usaram para selar a barreira é antiga, e foi projetada para durar séculos. Para erguê-la novamente será necessário tempo, preparação e poder.” Ela fez uma pausa, seu olhar se tornando mais penetrante. “E a região onde a barreira foi rompida agora estará repleta de monstros. Eles não vão querer ser enjaulados novamente.”
Um suspiro pesado percorreu a sala enquanto a realidade de suas palavras se estabelecia. O futuro de Astária parecia sombrio. A pura dificuldade de restaurar a barreira, junto com o número avassalador de monstros agora ocupando a brecha, tornava a tarefa quase impossível. Mesmo que as bruxas conseguissem invocar a magia necessária, não seria sem grande risco e sacrifício.
O general esfregou a testa, sua expressão preocupada. “Então precisaremos reunir nossas forças e limpar a área em torno da brecha. Não podemos deixá-los nos sobrecarregar antes que a barreira seja erguida novamente.”
A líder do clã assentiu. “Começaremos os preparativos. Mas entendam, isso levará tempo. As pessoas precisam estar preparadas para o pior antes que as coisas melhorem.”
O general limpou a garganta, sua voz mais baixa agora, mas ainda firme. “Isso é tudo por esta noite. Vamos nos reagrupar amanhã. Descansem, precisaremos de toda a força que pudermos reunir.”