Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 889
Capítulo 889: Envenenado
Aldric e Azula estavam deitados no chão, ainda recuperando o fôlego, seus olhos presos em um olhar intenso e cúmplice. Havia uma atração inegável entre eles, uma força magnética e crua que nenhum dos dois podia ignorar.
Aldric também sentia essa atração, um laço irresistível que tornava difícil pensar em qualquer coisa além dela. Azula, mordendo o lábio inferior, parecia igualmente faminta. Embora ela tivesse se alimentado mais cedo, aquilo não fora nada além de um aperitivo—uma entrada. Aldric havia reacendido seu coração, trazido-a de volta do abismo, e agora, com ele tão perto, a vontade de tomar mais era avassaladora.
O laço de parceiros puxava Aldric, incitando-o a se aproximar. Seu olhar desceu para os lábios dela, e sem hesitação, ele encurtou a distância entre eles, suas bocas se chocando em um beijo fervente.
Ele gemeu suavemente, o som vibrando contra os lábios dela enquanto eles se beijavam com uma intensidade que ameaçava consumi-los. Eles deixaram a cautela de lado, entregando-se ao laço entre eles, o mundo exterior esquecido.
As mãos de Azula passearam pelas costas dele, puxando-o para mais perto, enquanto o aperto de Aldric em sua cintura se intensificava. Desta vez, não havia controle, nem hesitação. Era como se eles fossem os únicos seres vivos na existência, e o laço entre eles exigia ser saciado. Eles poderiam ter levado as coisas adiante se não fosse por uma voz familiar interrompendo o momento.
“Eu não sabia que pornô ao vivo era tão quente.”
O tom provocativo de Andre cortou o ar, tirando Aldric do transe. Ele levantou o olhar, seu peito ainda arfando pela intensidade do momento, e mostrou os dentes em um rosnado perigoso. A visão de Andre parado ali, claramente tendo testemunhado seu momento íntimo, ativou seus instintos protetores. Companheiros eram naturalmente territoriais, e Aldric não apreciou a intrusão.
Andre, sempre rápido em ler o ambiente, levantou as mãos em rendição simulada e deu um passo cauteloso para trás.
“Calma aí, irmão. Ela é toda sua,” ele disse, seu tom leve mas cauteloso, claramente sabendo que havia ido longe demais.
Os olhos de Azula alternaram entre os dois irmãos, observando cuidadosamente. A tensão no corpo de Aldric gradualmente diminuiu, seus ombros relaxando enquanto Andre não fazia mais nenhum movimento para irritá-lo.
O olhar de Aldric então voltou para Azula, e embora o momento tenha sido interrompido, o laço entre eles ainda vibrava com energia. Ele passou o polegar pela bochecha dela, seu toque gentil mas possessivo.
Andre anunciou quando eles não fizeram nenhum movimento. “Bem, por mais que eu adoraria fingir que não vi nada e deixar vocês dois pombinhos sozinhos. Temos uma situação. Valerie está de volta.”
Aldric franziu a testa ao se lembrar de seu adorável irmão. Ótimo. Então seu foco voltou para Azula mais uma vez. A interrupção havia acalmado o fogo entre eles, mas a conexão permanecia, elétrica e forte. Eles compartilharam mais um olhar prolongado, sabendo que aquilo era apenas o começo.
“Na próxima vez,” ele murmurou, sua voz baixa e cheia de promessa. “Sem interrupções.”
Azula sorriu. “Vou cobrar isso de você.”
Quando Azula se levantou, Andre instintivamente deu um passo para trás. Seus olhos se arregalaram ligeiramente, captando a visão do olhar escurecido e sem alma dela. Ele nunca tinha esquecido como Azula o manipulou durante seu último encontro. A memória desse trauma estava fresca em sua mente.
Os olhos de Azula mudaram, e tão rapidamente, Islinda estava de volta. Ela soltou um suspiro pesado, tirando a sujeira das roupas.
“Isso é algo que vou ter que me acostumar,” Islinda murmurou, balançando a cabeça. Desta vez, diferente de antes, ela sabia que Azula havia estado no controle.
O acordo com Aldric trouxe mudanças significativas. Agora Azula não estava mais usando seu corpo para propósitos nefastos sem sua consciência. Islinda estava ciente da mudança, permitiu isso, e ainda assim parecia estranho.
Ela se virou para Aldric, sua expressão suavizando. “Você está bem?”
Aldric deu um aceno de cabeça. “Estou bem,” ele tranquilizou, embora sua voz carregasse um tom de exaustão.
Andre interrompeu a troca tranquila deles. “Precisamos voltar para os outros. Quem sabe o que Valerie está aprontando agora.” ele disse com uma borda sarcástica, seu desdém por seu irmão evidente.
O campo de batalha aberto era perigoso, especialmente após a luta brutal que eles acabaram de enfrentar. Estar separados do resto do grupo os tornava vulneráveis, e eles precisavam se reagrupar rapidamente caso outro ataque ocorresse.
Juntos, Aldric, Islinda e Andre seguiram de volta, movendo-se rapidamente pelos escombros da arena.
Quando chegaram, encontraram Theodore já confrontando Valerie. A tensão crepitava no ar entre os dois.
“Onde diabos você estava quando precisávamos de você?” A voz de Theodore era afiada, e seus olhos ardiam de raiva.
Valerie rosnou, cruzando os braços defensivamente. “Eu fui trazer reforços! Alguém tinha que ir! Você deveria me agradecer por encontrar uma saída.”
“Você não poderia ter lutado conosco?” Aldric rosnou, juntando-se à discussão. Seu desdém por Valerie só tinha crescido, e agora, estando aqui após quase perder tudo, sua paciência estava curta.
“De que adianta teria feito isso?” Valerie retrucou, sua voz se elevando em frustração. “Nós não precisávamos de todos nós em um só lugar. Eu sabia que você, Aldric, e o general poderiam lidar com a batalha aqui. Alguém tinha que pensar no futuro.”
O lábio de Aldric se curvou em desgosto. As palavras de Valerie poderiam soar razoáveis, mas, no fundo, soavam vazias. Era covardia disfarçada de estratégia.
Antes que a discussão pudesse escalar, os olhos de Islinda se arregalaram quando uma sensação estranha a invadiu. Seus sentidos se acenderam com o aviso. “Cuidado!” ela gritou.
Mas era tarde demais.
Uma lança veio voando pelo ar, alojando-se profundamente no lado do Rei Oberon. O caos irrompeu instantaneamente enquanto o rei desmoronava no chão, arquejando de dor. O som de sua queda enviou uma onda de choque de pânico por todos os presentes.
“Não!” Aldric rugiu, sua raiva cegando-o enquanto se virava em direção ao ogro responsável.
A besta havia se escondido nos escombros, esperando por uma chance final de atacar. Sem hesitar, Aldric se lançou sobre a criatura, sua fúria manifestando-se em violência crua e brutal. Ele rasgou o ogro em pedaços com suas mãos nuas, não parando até que o corpo estivesse reduzido a um monte de carne estraçalhada.
Enquanto isso, Theodore já estava ao lado de seu pai, ajoelhado ao seu lado. Suas mãos tremiam enquanto puxava a lança do lado de Oberon, jogando-a de lado. O sangue jorrava da ferida, e Theodore imediatamente começou a canalizar magia de cura para o rei, mas seus esforços pareciam em vão.
“Não está funcionando,” Theodore sussurrou, pânico em sua voz. “Eu acho que ele está envenenado.”
Valerie deu um passo à frente, seu rosto pálido. “Precisamos usar o medalhão. Temos que levar o Pai ao palácio. É o único lugar onde ele pode ser salvo.”
Aldric rosnou, ainda irritado com a ideia de receber ordens de Valerie. Mas a situação era grave, e a necessidade de agir rapidamente era inegável.
“Certo,” ele murmurou, limpando o sangue das mãos. “O general e eu vamos caçar os monstros restantes na cidade.”
Valerie assentiu, dando ordens aos outros. “Levem o rei ao palácio. Todos os outros, reúnam as pessoas e levem-nas para lá também. O palácio tem as barreiras mais fortes. É o lugar mais seguro por enquanto.”
Os Faeries e bruxas que haviam sobrevivido à batalha rapidamente se moveram em ação, ansiosos para seguir o comando de Valerie. A barreira natural ao redor do palácio o mantivera livre das investidas dos monstros, tornando-o o último santuário na cidade.
Enquanto o grupo começava a se dispersar, Aldric se virou para Islinda com uma expressão firme. “Você vai para o palácio,” ele disse com um tom que deixava pouco espaço para discussão. “É mais seguro lá.”
Islinda ergueu uma sobrancelha, cruzando os braços sobre o peito. “Você espera que eu me esconda enquanto você sai para caçar o resto daqueles monstros?” ela perguntou, sua voz calma mas desafiadora. “Aldric, eu me saí bem nessa batalha. Não sou uma donzela que precisa ser trancada.”
O maxilar de Aldric se apertou, e ele deu um passo mais perto dela, sua frustração mal contida. “Não é sobre você ser uma donzela. É sobre mantê-la segura. Eu acabei de encontrar você—encontrar nós—e não vou arriscar perdê-la novamente. Você já fez o suficiente por hoje.”
Os olhos de Islinda brilharam com teimosia. “Eu salvei todos nós lá fora, Aldric. Aquela tempestade que eu conjurei eliminou mais inimigos do que qualquer um. Você realmente espera que eu fique parada agora?”
Antes que Aldric pudesse responder, o general, que estava próximo, entrou na conversa. “Ela tem um ponto, Aldric. O poder de Islinda foi crucial para derrubar aqueles monstros. Podemos usá-la aqui fora.”
Aldric olhou furiosamente para o general por um momento antes de se virar para Islinda novamente. Seus instintos protetores se intensificaram ainda mais agora que alguém mais a estava apoiando. Mas, no fundo, ele sabia que estavam certos. Islinda tinha provado seu valor na batalha, e negar isso seria tolice. Ainda assim, a ideia de ela correr mais riscos fazia seu peito apertar de preocupação.
Ele suspirou pesadamente, passando uma mão sobre o rosto. “Tudo bem,” ele finalmente cedeu, sua voz cheia de relutância. “Mas sem mais riscos imprudentes. Não importa o que aconteça, fique perto de mim, entendeu?”
Islinda deu de ombros casualmente, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios. “Não se preocupe. Eu não sou Azula.”
Exceto que Aldric não confiava nessas palavras. Islinda e Azula eram uma só, afinal.