Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 885
Capítulo 885: Ame-me Como Você Ama Islinda
Com o Rei Oberon protegido dentro da barreira, parecia que um grande peso havia sido tirado dos ombros dos defensores. Aldric assumiu o comando, reunindo todos para se concentrarem em proteger a cidade.
“Levem os cidadãos para dentro da barreira!” Aldric gritou, sua voz cortando o caos.
Andre ecoou o comando, voltando-se para os soldados. “Levem o povo para dentro da barreira, agora!”
A ordem atravessou as fileiras, espalhando-se até que todos os Fae ouviram a diretiva. As fadas não combatentes começaram a se mover rapidamente, reunindo os feridos, idosos, mulheres e crianças.
As Fae da Primavera, com suas habilidades naturais de cura, entraram para ajudar, cuidando dos feridos mesmo enquanto a batalha rugia ao redor deles. Príncipe Teodoro e sua mãe, Rainha Nirvana, lideravam essa operação, sua magia fluía através deles enquanto curavam os feridos e os guiavam em direção à segurança.
Ao se aproximarem da barreira, as bruxas que a guardavam sentiram sua chegada e abriram uma parte para deixá-los passar. Com tantas fadas entrando, as bruxas não tiveram escolha senão alargar o perímetro, estendendo a magia da barreira ao máximo para conter o crescente número de refugiados.
No entanto, nem todos os magos inimigos tinham sido derrotados. Os feiticeiros sobreviventes, vendo a estratégia das fadas, rapidamente elaboraram uma contramedida. Um deles abriu um portal, e por meio dele, um grupo de ogros enormes surgiu, cada um se erguendo sobre os fae.
Os ogros não perderam tempo, batendo seus punhos enormes contra a barreira, tentando derrubá-la. Do lado de dentro, as bruxas se prepararam, canalizando toda a sua energia para manter a barreira no lugar.
“Protejam as bruxas!” A voz de Aldric ecoou enquanto ele percebia o plano do inimigo. Então, dirigindo-se ao outro grupo de soldados, ele rugiu, “Ataquem os magos deles! Derrubem-nos!”
Os soldados fae entraram em ação, lançando sua magia e armas contra os ogros. Embora os monstros fossem resistentes, eles começaram a cair, um por um. Mas assim que um dos ogros estava prestes a colapsar, lançou sua lança com um rugido poderoso. A força foi tão imensa que atravessou a barreira, atingindo uma das bruxas no peito.
A bruxa caiu instantaneamente, seu corpo desabando no chão enquanto o sangue empapava suas vestes. A seção da barreira que ela estava mantendo tremulou, depois desapareceu. Suas irmãs, percebendo sua morte, soltaram um grito coletivo de dor, mas não havia tempo para lamentar.
Aldric rapidamente gritou, “Mantenham suas posições! Cubram a brecha!”
Com lágrimas nos olhos, as bruxas restantes se uniram, lutando para manter a integridade da barreira. Elas se esforçavam sob o imenso esforço, agora forçadas a compensar a parte da irmã caída. O brilho da barreira tremulou com seu cansaço, e Aldric pôde ver o impacto que estava causando nelas.
“Não podemos sustentar isso para sempre!” uma das bruxas gritou, sua voz tensa.
Antes que alguém pudesse responder, outro portal se abriu nas proximidades, e uma nova onda de ogros apareceu. Suas lanças estavam levantadas, e estava claro que haviam aprendido com o primeiro ataque. Eles miravam diretamente nas bruxas, determinados a derrubar a barreira e deixar as fadas vulneráveis ao massacre.
“Protejam as bruxas! Não deixem essas lanças acertá-las! Priorizar a segurança delas!” Aldric latiu, sua voz autoritária.
Os soldados fae enfrentaram os ogros com uma renovada urgência, mas os monstros eram implacáveis, lançando suas lanças com precisão mortal, mesmo enquanto caíam sob os contra-ataques dos fae. O ar estava pesado com a tensão da batalha, e o coração de Aldric batia forte ao ver as lanças voando em direção às bruxas dentro da barreira.
“Não!” Aldric gritou, desespero impregnando sua voz.
“Aldric, segure minha mão!” Islinda chamou, sua voz cortando o barulho.
Sem hesitação, Aldric estendeu a mão para ela, e no momento em que suas mãos se conectaram, uma onda de poder fluiu entre eles. Islinda canalizou a energia negra de Azula para ele, enchendo Aldric com uma força bruta e potente que percorreu suas veias.
Com um grito, Aldric liberou suas sombras, enviando-as velozmente em direção às lanças que haviam sido direcionadas às bruxas. As sombras se enrolaram em torno de cada lança, detendo-as no ar antes que Aldric as lançasse de volta em direção aos magos inimigos com uma precisão assustadora. As lanças atingiram os magos no peito, e vários deles desabaram no chão, mortos.
O campo de batalha ficou imóvel por um momento, o puro poder da demonstração de Aldric deixando os soldados fae em reverência. Mesmo o Rei Oberon, observando de dentro da barreira, estava visivelmente perplexo com a maestria de seu filho em magia negra. O silêncio foi rompido por um brado das fadas, seus espíritos acesos pelo sucesso de Aldric. A maré da batalha havia mudado a seu favor.
Com uma determinação renovada, os soldados fae avançaram, seu vigor retornou. Os magos restantes, suas fileiras reduzidas, agora estavam vulneráveis, e as fadas avançaram sobre eles com ferocidade.
Enquanto Aldric estava lá, ofegante pelo esforço e tentando recuperar o fôlego, Islinda colocou uma mão gentil em seu ombro. “Você está bem?” ela perguntou, sua voz cheia de preocupação.
Aldric assentiu lentamente. “Sim, estou bem.” Mas seus pensamentos estavam em outro lugar. Ele levantou a cabeça e olhou nos olhos dela. “Como você fez isso?”
A memória do momento ainda o percorria. O puro poder que ele havia manejado parecia nada que ele já tivesse experimentado. Toda a magia negra com a qual ele havia treinado antes parecia brincadeira de criança em comparação com a força que pulsava através dele quando Islinda o tocou. Foi como se ele tivesse aproveitado a fonte de seu poder pela primeira vez.
Islinda abriu a boca para responder, mas antes que pudesse falar, seus olhos ficaram completamente negros. Quando ela falou, não era sua voz, mas a de Azula.
“Quem lhe deu seus poderes em primeiro lugar?”
Aldric enrijeceu, a realização surgiu. A corte noturna havia feito acordos com demônios por sua magia negra, mas eles tinham recebido apenas uma fração do poder verdadeiro. Azula havia compartilhado sua essência com ele, e ele tinha sobrevivido por causa de sua natureza como um Fae das Trevas.
Pela primeira vez, Aldric sabia que precisava do poder de Azula para enfrentar o que estava por vir.
Aldric respirou fundo, encarando os olhos escurecidos de Islinda, a essência de Azula claramente no controle. Ele sabia que estava correndo um risco, mas a situação não deixava escolha. “Se eu deixar você permanecer neste corpo e lutar nesta guerra, você prometaria não machucar Islinda ou a criança?”
O sorriso surpreso de Azula piscou momentaneamente antes que sua expressão de desdém habitual retornasse. Ela zombou, “E por que eu deveria escutar você, príncipe fada sombrio?”
Aldric não recuou. Ele ergueu os ombros e respondeu, “Você não está cansada dessa luta? Você é uma princesa e, mesmo assim, foi tratada por menos, tudo porque se recusa a compartilhar. Você está ligada a mim agora tanto quanto Islinda está. Se ela morrer, o bebê morre, e você também. Ou você acha que eu não sei que você perdeu metade do seu poder tentando se ligar a ela quando ela era apenas um bebê? Você acreditava que uma vez que tomasse controle do corpo de Islinda, recuperaria tudo. Mas Islinda sobreviveu, e você tem hibernado por anos, tentando recuperar o que perdeu, sem sucesso. A verdade é que Islinda detém metade desse poder, e talvez seja hora de todos aceitarmos isso e trabalharmos juntos.”
Houve silêncio. O campo de batalha rugia ao redor deles, mas naquele momento, parecia que o tempo havia parado. Aldric havia mudado o rumo da batalha mais cedo, e o general havia assumido seu lugar. Agora, ele esperava pela rejeição desdenhosa de Azula.
Ele esperava que ela contra-atacasse, talvez negociasse um novo acordo, mas em vez disso, seus lábios se enroscaram em um sorriso.
“Negócio fechado,” ela disse simplesmente.
Aldric piscou, atordoado. “O que?”
“Eu concordo,” Azula repetiu, “em coexistir com Islinda, desde que você prometa me amar tanto quanto a ama. Afinal, você é meu par também.”
Aldric ficou perplexo. “Por quê?”
A diversão de Azula se aprofundou. “Por quê? Oh, Aldric, por que alguém faz alguma coisa? Porque percebi minha própria tolice. Quanto tempo Islinda vai viver? Dois séculos? Quatro? Mesmo que ela de alguma forma viva quinhentos anos, não é nada no grande esquema das coisas. Quando ela se for, poderei retornar ao meu reino. Então, por que eu arriscaria tudo agora quando sou a única que ganha no final? Além disso…” Sua voz caiu enquanto ela lambia os lábios, um brilho perverso nos olhos. “Não é tão ruim assim, ter você como meu par.”
Um arrepio percorreu a espinha de Aldric ao olhar dela, a fome predatória em seu tom tanto inquietante quanto encantadora. “Então, o que você diz, Príncipe Fada Sombrio? Você concorda em me aceitar como seu par? Em me amar tanto quanto ama Islinda? Em troca, você terá tudo o que eu puder oferecer, enquanto estiver neste reino.”
Aldric hesitou, pensando profundamente. Ele deveria ter pedido a opinião de Islinda, mas o tempo estava se esgotando. Além disso, Islinda havia sido quem sugeriu que coexistissem em primeiro lugar. Esta era uma oportunidade única na vida, pelo menos antes que Azula mudasse de ideia.
Ele já estava ligado a Azula, de qualquer maneira. Aldric havia passado anos tentando controlar o poder negro dentro dele, e se abraçar Azula significava usar esse poder de forma mais eficaz — especialmente agora, no calor da batalha — então talvez, apenas talvez, fosse a escolha certa. Aprender a amar suas falhas, aceitá-la junto a Islinda, viria com o tempo.
“Negócio fechado,” ele disse, estendendo a mão para selá-lo.
“Negócio fechado,” Azula respondeu, selando o acordo com magia. Mas em vez de apertar sua mão, ela o puxou para perto e o beijou, um beijo que era quente, exigente, e cheio de energia crua, desenfreada. Aldric sentiu um surto de poder percorrer seu corpo, tão potente que por um momento, ele quase se esqueceu do caos do campo de batalha.
Quando finalmente se separaram, os lábios de Azula se curvaram em um sorriso sombrio e satisfeito. “Vamos dar uma surra, meu amado par.” Sua voz era uma mistura de promessa e ameaça, seus olhos brilhando com antecipação.
Com esse novo poder percorrendo seu corpo, Aldric estava pronto para ir.