Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 879
Capítulo 879: Que o Mundo Nos Ouça
O profundo franzir de testa do Rei Oberon havia sido gravado em seu rosto desde a entrada de Valerie, como se ele também percebesse algo incomum sobre seu filho. No entanto, ao contrário dele, a Rainha Maeve, no entanto, deliciava-se com o momento, seu rosto iluminado de orgulho.
Ela se levantou de seu assento, aplaudindo seu filho e instigando a multidão ao frenesi. Sua presença por si só era suficiente para intensificar sua excitação. Ver sua rainha torcendo por Valerie encorajou a Corte de Verão que a imitou, construindo sua energia enquanto suas vozes se elevavam em um canto rítmico:
“Valerie, fogo em suas veias!
Forte como o sol, não pode ser contido!
Brilhando intensamente, ele lidera a luta,
Príncipe do Verão, nossa luz ardente!”
As palmas ecoavam pela arena, amplificando a cada pisada enquanto continuavam:
“Calor do verão, poder tão audaz,
Príncipe do fogo, nunca esfria!
Valerie, vitória está perto,
Em suas chamas, não conhecemos medo!”
O próprio chão parecia vibrar sob seu pisar incessante, e a energia da Corte de Verão dominava a arena. A Rainha Maeve, mestre das estratégias, os incentivava ainda mais, incitando-os mais ainda, apesar de agora ser a vez de Aldric entrar.
Islinda mordeu o lábio de frustração. Ela sabia exatamente o que a Rainha Maeve estava tentando fazer—desmoralizar Aldric, despojá-lo de sua confiança antes mesmo que ele começasse o duelo. E enquanto Aldric era determinado, até ele não poderia permanecer imune ao volume absoluto de apoio a Valerie. A tensão estava aumentando, e o coração de Islinda afundou ao ver Aldric entrar na arena.
Ao contrário de Valerie, que havia chegado com pompa e grandeza, Aldric entrou na arena silenciosamente, descalço, sua longa espada arrastando-se ominosamente atrás dele. Não havia espetáculos, nem exibições de poder, apenas a intensidade de sua presença. No entanto, naquele momento, ele parecia sozinho, uma figura solitária contra o mar ensurdecedor dos apoiadores de Valerie.
Ele não trouxera Maxi, seu cavalo, por uma razão. Se as coisas desandassem, a prioridade de Maxi e Isaac seria tirá-la dali—para fora de Astária, se necessário. O pensamento ainda não lhe agradava, mas ela não tinha escolha. Seu filho—seu herdeiro—tinha que sobreviver. O herdeiro dos Fae das Trevas e da Corte de Inverno tinha que sobreviver, mesmo se Aldric…
Mas Islinda não deixaria que aquele medo a consumisse. Não quando Aldric parecia tão isolado, enfrentando o barulho esmagador da Corte de Verão, com seu moral em risco de desabar. Sua frustração se transformou em raiva, e essa raiva alimentou sua determinação. O plano da Rainha Maeve de desmoralizar seu companheiro não teria sucesso. Ninguém iria quebrar o espírito de Aldric—não enquanto ela estivesse lá.
Sem hesitar, Islinda se levantou e pisou forte, sua voz se elevando acima do caos ao seu redor. Ela cantou com toda a força que pôde reunir:
“Aldric, nascido do gelo e da noite,
Filho das sombras, poder do inverno!
Escuro e frio, forte e verdadeiro,
Príncipe da geada, estamos com você!”
Mas sua voz solitária mal era audível em meio aos aplausos dominantes da Corte de Verão. A frustração fervia dentro dela, mas ela rapidamente se virou para Isaac, cutucando-o com urgência.
“Junte-se a mim”, ela exigiu, seus olhos brilhando com determinação.
Isaac ergueu uma sobrancelha, momentaneamente surpreso com o pedido dela. Seu instinto era rejeitá-lo, revirar os olhos ante a ideia de torcer de maneira tão infantil.
Mas o olhar no rosto de Islinda o silenciou. Ela estava mortalmente séria. Relutante, ele se juntou a ela, sua voz se misturando à dela enquanto repetiam o cântico.
Para alívio de Islinda, funcionou. A Corte de Inverno ao redor deles começou a se envolver, juntando-se ao cântico. Suas vozes ficaram mais fortes, seus pés batendo em uníssono, até que estavam aplaudindo e cantando como um só:
“Aldric, nascido de gelo e noite,
filho das sombras, poder do inverno!
Escuro e frio, forte e verdadeiro,
Príncipe da geada, estamos com você!”
Um sorriso se espalhou pelo rosto de Islinda. Ela ainda não havia terminado. Virando-se para as Fadas do Inverno, ela gritou, “Mais alto! Deixem o mundo nos ouvir! Mostrem a eles que não somos brincadeira!”
As Fadas do Inverno responderam com vigor, seu cântico crescendo mais alto, mais desafiador. Logo, suas vozes igualaram o volume da Corte de Verão, atraindo atenção de todos ao redor da arena.
“Das sombras, através da geada,
Aldric luta a qualquer custo!
Gelo e escuridão, poder indomado,
A vitória vem com seu nome!”
Suas vozes agora igualavam as da Corte de Verão em volume e intensidade, as Fae do Inverno se reunindo em torno de Aldric com lealdade feroz. A arena, antes dominada pelo apoio das Fae do Verão a Valerie, agora ressoava com as vozes retumbantes da Corte de Inverno também. Os dois cânticos se chocavam no ar, uma batalha de vozes tão feroz quanto a que estava prestes a acontecer no campo.
O sorriso de Maeve’s da Rainha fraquejou. Ela se virou para a Corte de Inverno, seu rosto empalidecendo ao perceber o que estava acontecendo. Seus olhos se estreitaram de raiva ao perceber que foi Islinda quem os reuniu.
Islinda encontrou seu olhar, sorrindo ousadamente e mostrando-lhe um dedo médio atrevido. As bochechas da Rainha coraram de constrangimento, mas Islinda não se importou. Esse era seu companheiro lá fora, e ela não ia deixar ninguém, nem mesmo uma rainha, intimidá-lo.
Enquanto isso, Aldric, que tinha estado observando silenciosamente a cena, não conseguiu conter o riso. Ver Islinda reunindo a Corte de Inverno, ficando ferozmente ao seu lado, encheu-o com um sentimento de orgulho e amor que inchou em seu peito. Ele amava sua companheira e tinha tantas maneiras de mostrar isso a ela uma vez que este encontro terminasse. Se você sabe o que ele quis dizer.
Com confiança renovada, Aldric ergueu sua lança, sua lâmina brilhando sob as luzes da arena. O peso parecia diferente agora—mais leve, mais forte—impulsionado pelos cânticos de seu povo enchendo seus ouvidos.
A Corte de Inverno estava agora viva, suas vozes rugindo em uníssono, cantando seu nome, enchendo o ar com seu apoio. Ele não estava sozinho nesta luta. Não mais. Seus aplausos ressoavam em seu coração, lembrando-lhe de seu propósito, seu povo e sua companheira.
Maeve’s da Rainha, visivelmente humilhada, não teve escolha senão se sentar, seu orgulho ferido enquanto Islinda sorria em vitória.
Mas o triunfo de Islinda foi de curta duração.
A corneta soou através da arena, sinalizando o início do confronto. Seu sorriso desapareceu, substituído por ansiedade enquanto a barreira se erguia, cercando o campo de batalha.
Seu coração disparou, sabendo o que significava. Ninguém podia entrar ou sair até que um dos príncipes estivesse morto. Tudo que ela podia fazer agora era assistir e torcer para que Aldric sobrevivesse.