Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 872
Capítulo 872: Chá de Bebê
Islinda e Maxi se sentaram para o café da manhã na longa e elegante mesa de jantar, banhadas pela suave luz da manhã que filtrava pelas altas janelas arqueadas. O ar estava preenchido com o aroma saboroso de carnes cozidas, frutas e pão fresco.
Apesar de suas preocupações com Aldric, o corpo de Islinda reagiu de forma diferente ao ver a tigela fumegante de carne colocada à sua frente. Seu estômago roncou alto, e sua boca se encheu de água instantaneamente.
Ela não esperava ter apetite, não com o peso do perigoso duelo de Aldric em sua mente, mas algo primitivo tomou conta no momento em que o aroma atingiu seu nariz.
Sem pensar, Islinda mergulhou, pegando pedaços de carne e enfiando-os na boca com uma velocidade alarmante. A maciez, os sabores—era como se cada pedaço desbloqueasse uma fome ainda mais profunda que ela não havia percebido. Ela devorou a tigela como se não tivesse comido há dias, seu foco totalmente em devorar cada último pedaço.
Maxi congelou, garfo suspenso no ar, seus olhos arregalados e sua boca ligeiramente aberta. Ela observou Islinda com uma expressão de total descrença, incapaz de desviar o olhar da cena que se desenrolava diante dela.
Islinda, tão absorta em sua refeição, não percebeu a reação atônita de Maxi a princípio. Não foi até que ela olhou para cima, sua boca cheia de carne, e viu o olhar boquiaberto de Maxi que ela percebeu o que estava fazendo. Ela parou, suas bochechas corando de vergonha. Ela rapidamente engoliu e limpou a boca, tentando se recompor.
“Oh, pelos deuses…” ela empurrou o prato. “Eu—eu sinto muito. Não sei o que me deu.” A vergonha de Islinda era palpável, e ela inclinou a cabeça, tentando esconder seu rosto corado atrás do cabelo. “Eu não sei por que, mas estou com tanta fome. É como se eu não tivesse comido em uma semana. E é só a carne… é tão deliciosa.”
Maxi finalmente piscou, recostando-se na cadeira enquanto ria, o choque diminuindo. “Bem, é seguro dizer que você está aproveitando o café da manhã mais do que eu esperava.” Ela balançou a cabeça em falsa descrença, embora houvesse uma nota de humor em sua voz. “Acho que posso adiar meus planos de engravidar se isso me fizer comer assim. Se eu puder até engravidar…”
Embora Maxi tivesse dito isso como uma piada, suas palavras ficaram pesadas no ar, puxando o momento para um silêncio desconfortável.
Islinda suavizou, percebendo a preocupação mais profunda escondida por trás da brincadeira de Maxi. “Ei,” ela começou, estendendo a mão para colocar uma mão reconfortante sobre a de Maxi. “Eu sei que pode ser mais difícil para algumas Fae conceberem, mas se há uma coisa de que tenho certeza, é que você ficará grávida. Eu sinto isso.”
Maxi ofereceu um sorriso fraco, embora seus olhos ainda mostrassem um traço de preocupação. “Você acha?”
“Eu sei,” Islinda disse firmemente. “Pode levar algum tempo, mas acontecerá. E quando isso acontecer, essa criança será tão feroz e bela quanto você. Além disso, eu conheço Isaac, tudo que ele se propõe a fazer, ele faz.”
Maxi apertou a mão dela de volta, a tensão aliviando de seus ombros enquanto soltava um longo suspiro. “Obrigada, Islinda.”
“De nada,” Islinda respondeu com um sorriso. “Agora coma antes que eu consuma tudo nesta mesa.”
Maxi riu da piada e elas comeram em paz. No entanto, não foi até a tarde que Islinda percebeu que Maxi não estava brincando sobre a festa do bebê.
Islinda não queria a festa. Algo sobre a ideia de uma comemoração a deixava desconfortável, especialmente sabendo que o duelo seria amanhã. Ela devia estar pensando em maneiras de ajudar Aldric — o que era praticamente inútil — ou rezar por ele — mais como enlouquecer de preocupação.
“É exatamente por isso que você precisa disso, Islinda. Se há algum momento para se lembrar de que a vida ainda vale a pena ser celebrada, é agora. Além disso, não é todo dia que a companheira do príncipe fada sombrio está esperando. A equipe está toda animada—deixe que eles te mimem por uma vez.” Maxi tentou convencê-la.
Islinda percebeu então que talvez ela precisasse disso, algo para limpar sua mente da sufocante tensão da batalha de amanhã.
Relutantemente, Islinda se permitiu ser puxada para fora de seu quarto. Enquanto caminhavam pelo corredor, os sons de risadas e conversas chegavam aos seus ouvidos, uma pausa bem-vinda do silêncio assustador que havia se estabelecido sobre o palácio desde que retornaram.
Quando ela entrou, Islinda ficou chocada com o trabalho duro de Maxi. O salão do castelo havia sido transformado em um espaço vibrante cheio de fitas, flores e decorações coloridas. O ar cheirava a doces e flores frescas.
Havia mesas longas carregadas de comida e bebida, e no centro, uma grande cadeira em forma de trono havia sido colocada para Islinda, coberta com sedas macias e cercada por presentes delicados.
“Pelos deuses, Maxi,” Islinda estava tão emocionada que a abraçou tão apertado que literalmente espremeu o ar de seus pulmões.
“Certo, já chega.” Maxi se afastou, “Isto é só o começo e eu não gostaria que você ficasse toda emocional comigo.”
“Eu sei, mas não posso evitar. O gesto é tão doce.” Islinda enxugou as lágrimas dos olhos. Ela jurava que geralmente não era tão emocional.
“Ah, vamos lá.” Maxi a puxou junto.
O pessoal, em sua maioria mulheres — Aldric mataria qualquer macho que aparecesse por perto dela — já havia se reunido, cada uma segurando um pequeno presente lindamente embrulhado.
Havia risadas e sussurros quando elas viram Islinda, seus olhos brilhando de excitação. Elas se aproximaram para cumprimentá-la com reverências respeitosas. A sala inteira exalava calor e amor, fazendo o coração de Islinda inchar de emoção.
Maxi a cutucou suavemente. “Viu? Eu te disse que isso seria bom. Agora sente-se e aproveite ser mimada.”
Assim que Islinda se sentou, as festividades começaram. Elas jogaram muitos jogos como adivinhar o gênero do bebê, especular sobre o nome e até prever quais traços a criança herdaria entre ela e Aldric.
As mulheres riram e vibraram enquanto faziam suas suposições, algumas dizendo que estavam certas de que o bebê teria os penetrantes olhos de Aldric, enquanto outras brincaram que esperavam que a criança não herdasse sua teimosia.
Islinda, a princípio se sentindo estranha com toda a atenção, logo se viu envolta na atmosfera alegre. A cada poucos minutos, outro presente era entregue a ela. Eram muitos, roupas de bebê, cobertores macios, sapatinhos e brinquedos feitos à mão.
Eram tantos que Islinda queria devolver alguns. Mas Maxi rapidamente lembrou a ela que nunca se deve recusar um presente de uma Fae — isso era considerado rude e poderia atrair maldições.
Islinda suspirou. Ela não tinha escolha a não ser aceitar. Nesse ritmo, ela nem precisaria fazer compras para as coisas do bebê. Já havia mais do que o suficiente.
Cada presente era mais atencioso do que o anterior, e à medida que Islinda os abria, não podia deixar de se sentir impressionada com a bondade dessas pessoas, muitas das quais ela mal tinha se relacionado desde que chegou a este castelo como a captiva de Aldric.
Pela primeira vez, Islinda percebeu que os Fae não eram sempre cheios de maldade, eles tinham luz também. Eles podiam amar e ser gentis. Assim como os humanos.
Em algum momento, uma das cozinheiras trouxe um bolo imponente em forma de berço de bebê, e todos ficaram maravilhados com a visão dele.
À medida que as festividades continuavam, Islinda se viu esquecendo, pelo menos por um tempo, sobre o duelo mortal de amanhã e o fato de que muitas coisas poderiam dar errado.