Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 851
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Capítulo 851: Não Outro Duelo de Morte
“Eu vi tudo, você sabe.” A voz de Aldric rachou, a raiva se misturando com uma dor profunda e inconfundível. Islinda, de pé a pouca distância dele, sentiu seu coração se partir por ele.
Todo o corpo de Aldric tremia, sombras girando violentamente ao seu redor como se sua fúria tivesse ganhado vida própria.
“Você descobriu que ela foi quem organizou o ataque,” Aldric continuou, sua voz aumentando com uma fúria mal controlada. “E você não fez nada! Você ficou quieto porque não queria o caos que isso traria para Astária. Você não queria que isso desmoronasse o reino que você passou séculos construindo!” Sua voz era quase um rugido agora, cheia de traição e tristeza.
“Sim, eu sei!” Rei Oberon retrucou, seu rosto se contorcendo de culpa e frustração. “E eu estou pagando por isso a cada dia!”
Apesar do perigo girando ao redor de Aldric, Rei Oberon deu um passo à frente, sua própria determinação clara em seus olhos. As sombras estalavam e crepitavam como uma tempestade de trovões, enchendo o ar com uma energia escura e opressiva, ainda assim ele se movia na direção de seu filho.
“Você acha que eu não sinto o peso do que fiz?” o rei continuou, sua voz tensa. “Você acha que eu não convivo com a culpa a cada dia? A culpa de deixar o assassino de sua mãe viver, de vê-la prosperar enquanto Nova jaz fria em sua tumba?”
Seus olhos cintilavam com dor enquanto falava. “Mas eu não tive escolha! Eu tomei a decisão de proteger o reino! Eu jurei sofrer as consequências eu mesmo. Quando eu ver Nova novamente, aceitarei qualquer punição que ela tiver para mim.” Ele tentou alcançar Aldric, esperando que ele entendesse.
“Não dê mais nenhum passo!” Aldric enfurecido, suas sombras chicoteando como raios e atingindo o chão a poucos centímetros de onde o pé de Oberon estava prestes a pousar. O impacto fez rachaduras na pedra, forçando o rei a parar.
O exército do rei reagiu instantaneamente, suas armas sacadas e prontas, mas Oberon levantou a mão, sinalizando para que recuassem.
Seus olhos nunca deixaram Aldric. Isso era o que ele temeu por anos, o que ele sabia que poderia acontecer um dia. Ele havia visto a fúria crescendo em seu filho, a dor e raiva que havia se enraizado desde a morte da Rainha Nova. E agora, finalmente, tudo estava chegando ao auge.
Por trás deles, Príncipe Andre e Príncipe Teodoro estavam paralisados, seus rostos pálidos. Eles acabaram de aprender a verdade—que a Rainha Maeve estava por trás do ataque que custou a vida de sua mãe—e nenhum deles sabia como processar isso. O horror estava gravado em suas feições, incredulidade e traição pairando em seus olhos arregalados.
“Muito bem,” Oberon disse, “Eu sou culpado. Maeve é culpada. Então, e agora, Aldric? O que você planeja fazer? Matá-la?” Ele gesticulou em direção à Rainha Maeve, que estava tremendo no chão. “Você sabe o que acontecerá se o fizer. Eu estive tentando te salvar disso. Não destrua tudo agora. O karma a encontrará, Aldric, você não precisa se arruinar por ela.” Seus olhos suavizaram enquanto falava, “Pense em sua companheira grávida.”
Diante dessas palavras, Aldric vacilou. Seus olhos se voltaram para Islinda, e por um breve momento, algo humano, algo familiar, retornou ao seu olhar. Islinda sentiu uma onda de alívio, esperando que talvez, apenas talvez, seu Aldric ainda estivesse lá em algum lugar. Mas tão rapidamente quanto veio, aquele brilho desapareceu, substituído pela fria e implacável escuridão que havia tomado conta dele.
Aldric jogou a cabeça para trás e riu, o som áspero e irritante, enchendo a sala com inquietação. Seu riso morreu em um sorriso frio enquanto olhava para seu pai. “O que te faz pensar que eu lhe daria uma morte fácil?” Ele olhou para a Rainha Maeve com puro desgosto.
E então, ele se endireitou, sua expressão se tornando gelada e resoluta. “Não, eu não vou matá-la. Ainda não.” Sua voz agora estava autoritária, cheia de autoridade. “Eu desafio Valerie para um duelo mortal.”
Por um momento, o silêncio desceu sobre a sala, espesso e opressivo. Todos ficaram congelados, processando o que acabaram de ouvir. Então, o caos eclodiu. A voz de Valerie se elevou acima do clamor, cheia de descrença e raiva.
“Você perdeu a cabeça, Aldric!” Valerie gritou, avançando. “Você acha que vou apoiar essa loucura de novo? Você acha que vou lutar com você?”
Aldric permaneceu impassível diante da explosão de Valerie. Seus olhos escureceram ainda mais enquanto se virava para seu pai. “Ele aceita o duelo,” Aldric disse friamente, “ou eu vou expor a verdade para toda a corte. Vou revelar a todos em Astária que a adorada Rainha Maeve foi responsável pelo ataque dos Fae das Trevas à Rainha Nova.”
A isso, Maeve, ainda encolhida no chão, soltou um pequeno soluço quebrado. Ela sabia que seu destino estava selado. Não haveria misericórdia se essa verdade fosse tornada pública.
Aldric se aproximou, seus olhos nunca desviando dos de seu pai. “Claro, para tornar isso justo para seu filho patético,” Aldric acrescentou, sua voz pingando malícia, “assim como antes, não usarei meus poderes de Fae das Trevas. Mas…” Ele parou, dando mais um passo ameaçador em direção à Rainha Maeve.
Ela recuou, o medo marcado em seu rosto. Os guardas do rei se tensionaram, prontos para defender sua rainha, mas a mão de Oberon se ergueu mais uma vez, contendo-os.
Aldric se ajoelhou, olhando Maeve diretamente nos olhos, sua voz baixa e perigosa. “Vou garantir que você sinta a dor de perder alguém importante para você.” Ele se levantou, voltando seu olhar para Valerie. “Valerie morrerá pelas minhas mãos. Eu prometo isso.”
A sala ficou gelada com o peso de suas palavras, um arrepio percorrendo a espinha de todos presentes. Até Valerie, sempre tão confiante, não conseguiu esconder o medo que cruzou seu rosto.
Os olhos de Aldric se fixaram nos de Valerie, sua animosidade crua e visível.
“Dois dias,” Aldric anunciou, sua voz ecoando pela sala. “É tudo o que você tem. Dois dias, Valerie.”
Com isso, ele se virou, sua mão estendendo-se para Islinda. Ela hesitou por apenas um momento antes de agarrar sua mão, seu coração pesado de medo e amor. Ela não tinha certeza de quem Aldric tinha se tornado, mas não podia abandoná-lo. Ainda não. Jamais.
Juntos, eles saíram da sala, deixando para trás um silêncio tão profundo que era quase sufocante.