Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 835
Capítulo 835: O Que Fazer com Aldric?
A respiração da Maeve’s da Rainha vinha em ondas rasas e trêmulas enquanto ela encarava a tela diante dela. A sala estava silenciosa, exceto pelo leve farfalhar das cortinas enquanto uma brisa sussurrava pela janela.
O incidente de ontem, em que seu filho outrora amado quase a assassinou, ainda pesava em sua mente. A explosão de Valerie foi inesperada e aterrorizante, e desde então, ela não saiu de suas câmaras.
Ela não tinha ouvido sequer um sussurro de desculpas de Valerie também — não que ela o tivesse deixado entrar em seu quarto sem uma segurança pesada. O comportamento de Valerie estava se tornando mais errático, mais imprevisível, e ela não podia se dar ao luxo de ser descuidada.
Mas Maeve era uma Fae forte, alguém que prosperava no controle e na precisão. Ela não deixaria o medo vencer. Quando sua mente ficava confusa e seu coração acelerava, ela se voltava para sua tela. Pintar era seu consolo, sua sessão de estratégia. Ela podia pensar, tramar e planejar seu próximo movimento com cada pincelada.
Ela levantou o pincel, mergulhou-o na tinta e deixou sua mão deslizar pela tela. A imagem começou a tomar forma. Seus lábios se curvaram em um sorriso enquanto trabalhava, o pincel movendo-se fluidamente, confiantemente. Ela pintava com propósito, suas pinceladas cheias da raiva silenciosa de uma rainha desprezada.
Mas a paz que encontrou em sua arte foi passageira. De repente, uma sombra escura caiu sobre sua janela, bloqueando a luz do sol que estava entrando. A mão de Maeve congelou no meio do traço, uma expressão de desaprovação formando-se em seus lábios. Ela virou-se bruscamente, pronta para gritar com qualquer servo que ousasse perturbar seu santuário. Mas suas palavras ficaram presas na garganta.
“O que em Fae?” ela respirou, sua voz mal mais que um sussurro.
Uma sombra colossal pairava do lado de fora de sua janela, obscurecendo o céu. Era uma fera enorme, suas asas abertas e poderosas, lançando uma escuridão que parecia engolir tudo em seu caminho.
Os olhos de Maeve se arregalaram de medo e admiração. O pincel escorregou de sua mão, deixando um traço espesso e irregular de tinta preta em sua obra-prima quase acabada. O barulho do pincel caindo no chão a trouxe de volta à realidade. Seu coração trovejava em seu peito, e por um momento, ela ficou congelada, presa entre choque e descrença.
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Em outra ala do palácio, a Rainha Nirvana estava com sua neta, ensinando-lhe os pontos mais finos do jogo de xadrez. Cada movimento era deliberado, cada decisão uma lição de estratégia e paciência. O xadrez era mais do que apenas um jogo para ela; era um reflexo do cenário político que navegavam diariamente no palácio.
Ela observou enquanto sua neta ponderava seu próximo movimento, os olhos se estreitando em concentração. Embora a inocente menina possa não saber disso, a Rainha Nirvana estava aperfeiçoando a garota sabendo que ela lideraria no futuro — se seu pai inútil não fornecer outro herdeiro.
“Pense, criança,” disse suavemente a Rainha Nirvana. “Cada peça tem um propósito. Cada movimento pode mudar o equilíbrio de poder.”
A sobrancelha da jovem franzida, sua pequena mão pairando sobre o tabuleiro, hesitando. Então, justo quando estava prestes a fazer seu movimento, ela parou, seus olhos se arregalando. “Vovó, olha…” ela sussurrou, apontando para a janela.
Nirvana seguiu seu olhar, seus próprios olhos se arregalando enquanto uma enorme sombra caía sobre a sala, diminuindo a luz. Ela se levantou lentamente, a cadeira raspando contra o chão de pedra enquanto se erguia. Ela se aproximou da janela com uma mistura de pavor e curiosidade.
“O que em Fae amaldiçoados…” ela murmurou sob sua respiração.
Lá fora, o céu estava escurecido pelas asas de uma enorme fera, sua forma poderosa e terrível contra o pano de fundo dos céus. Ela podia vê-la claramente agora, uma criatura que esperava nunca mais ver. Seu coração pulou uma batida, e ela instintivamente puxou sua neta perto, protegendo-a da visão.
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Nas cozinhas, a Rainha Vitória e suas servas estavam no meio de um raro momento de leveza, rindo enquanto tentavam aperfeiçoar suas fornadas de biscoitos.
O aroma de açúcar, manteiga e especiarias enchia o ar, misturando-se com suas risadas. Era uma pausa bem-vinda da tensão usual que preenchia as paredes do palácio.
Mas as risadas morreram abruptamente quando uma sombra repentina caiu sobre elas, mergulhando a sala na escuridão. As servas trocaram olhares temerosos e correram para a janela, seus corações batendo com pavor.
“O que é isso?” uma das empregadas sussurrou, sua voz trêmula.
A Rainha Vitória moveu-se para a janela, sua mão apertando seu peito. Seus olhos se arregalaram, e ela sentiu um frio medo se instalar em seu estômago.
“Pelos deuses…” ela ofegou. Lá, contra o céu, a forma monstruosa de uma besta voava com uma graça aterrorizante. Ela tinha visto tais criaturas, mas isso tinha sido há muito tempo. Elas aparentemente tinham sido extintas. Até agora.
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Nos campos de treinamento, o Príncipe Valerie estava envolvido em uma luta feroz com Derek, sua frustração evidente a cada golpe de sua espada e a cada explosão de sua magia do fogo.
Os eventos recentes até agora tinham desgastado seus nervos, e ele precisava de uma saída, uma forma de liberar a fúria acumulada dentro dele. Derek mal conseguia acompanhar, e após uma troca particularmente intensa, ele escorregou, caindo com força no chão.
Valerie parou a ponto de incendiar Derek com uma explosão de chamas. “Você estaria morto agora se isso fosse real,” ele retrucou, a adrenalina correndo em suas veias.
Mas antes que Derek pudesse responder, uma enorme sombra caiu sobre eles, bloqueando o sol. Os olhos de Valerie se arregalaram, sua respiração se prendendo na garganta. “Que diabos…?”
Uma enorme besta pairava acima deles, suas asas se estendendo largas, bloqueando a luz.
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Em sua câmara privada, o Rei Oberon estudava os mapas e papéis diante dele, os restos do que fora o território da Corte Noturna.
“É muito para recuperar,” ele disse, a voz pesada com a gravidade da tarefa à frente. “E a esse ritmo, seria difícil recuperar…”
Lennox, seu conselheiro, estava prestes a responder quando uma sombra escura caiu sobre a sala.
Ambos se viraram para a janela, e o rosto de Oberon se torceu em uma mistura de choque. Empoleirado no topo da enorme besta do lado de fora estava uma figura familiar, alguém que ele poderia reconhecer mesmo à distância.
“Aldric…” Oberon gemeu, esfregando a ponte do nariz. O que ele ia fazer com aquele rapaz?