Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 834
Capítulo 834: Mudança de Parceiro
Os olhos de Islinda abriram-se e ela instintivamente estendeu a mão para o espaço ao seu lado, onde Aldric geralmente estava deitado. Sua mão encontrou apenas os lençóis frios e vazios. Ele havia partido.
Apenas Ginger e Ailee estavam por perto para atendê-la.
“Minha dama, você deveria tomar isto,” disse Ginger, segurando uma pequena tigela cheia de um líquido escuro e grosso. O cheiro subiu, fazendo o nariz de Islinda se enrugar de desgosto.
“O que é isso?” Islinda perguntou, sua voz rouca. Ela olhou desconfiada para o líquido de aparência feia.
“Sua Alteza ordenou que o físico real preparasse algo para acalmar seus nervos,” respondeu Ginger, seu tom gentil mas firme.
Ao mencionar o Príncipe, as memórias do pesadelo de ontem surgiram, fazendo Islinda estremecer. Ela fechou os olhos com força, como se isso pudesse bloquear as imagens inquietantes de sua mente. Não funcionou.
“Eu vou tomar isso,” disse ela apressadamente, estendendo a mão para a tigela. Suas mãos tremiam tão fortemente que se Ginger não a tivesse estabilizado, a tigela teria escorregado de sua mão.
“Minha dama, você tem certeza de que está bem?” A voz de Ginger estava mais cautelosa agora, seus olhos cheios de preocupação.
Islinda assentiu rapidamente, incapaz de falar enquanto forçava a mistura para baixo em sua garganta. Tinha gosto de vômito, e ela quase engasgou. Deuses, o físico não poderia ter adicionado um adoçante? Se isso era vingança pela tirada de Aldric ontem, certamente era eficaz.
Pela pura força de vontade, Islinda conseguiu terminar o remédio e entregou a tigela vazia de volta a Ginger, desabando contra a cabeceira da cama com um suspiro exausto.
Uma estranha sensação de calor espalhou-se por suas veias, uma sensação reconfortante que desfez a tensão que ela não tinha percebido que estava segurando. Seu corpo relaxou completamente, e uma sensação de calma substituiu sua ansiedade. Ela sentiu suas forças lentamente retornando, como se estivesse acordando de um sono profundo.
“Minha dama, gostaria de tomar seu banho agora?” Ailee, sua outra criada, perguntou suavemente.
“Claro, eu adoraria,” Islinda respondeu, sentindo-se um pouco mais como ela mesma. Ela se levantou da cama, tirando suas roupas e caminhando nua em direção ao banho quente que suas criadas haviam preparado.
A água estava misturada com óleos aromáticos e perfumes, um luxo ao qual estava começando a se acostumar. Embora o palácio do Aldric nunca tenha faltado em confortos, o palácio real aqui em Astária era em um nível completamente diferente.
Enquanto ela se afundava no banho, um profundo gemido de satisfação escapou de seus lábios. Ailee massageava gentilmente seu couro cabeludo, enquanto Ginger lavava meticulosamente seus pés, tratando-a com o máximo cuidado. Por um breve momento, Islinda se sentiu como realeza.
“Minha dama,” começou Ailee, sua voz cheia de alegria, “Príncipe Aldric marcou um encontro para vocês dois. Ele ordenou que a levássemos até lá assim que terminasse aqui.”
“Oh.” As sobrancelhas de Islinda se levantaram em surpresa.
Ela havia assumido que Aldric estaria consumido com seus deveres de coroação e o tumulto que se espalhava pelo reino. Que ele tenha encontrado tempo para um encontro em meio a tudo tocou-a profundamente. E ela precisava da distração.
“Bem, o que estamos esperando então? Vamos nos apressar!” O ânimo de Islinda se elevou ao pensar em passar tempo com Aldric, longe dos problemas do palácio.
Como seria um evento ao ar livre, Islinda escolheu uma túnica simples e calças. Ela estava cansada dos vestidos pesados e extravagantes que vinham com a realeza. Essa roupa lembrava-a da vida que tinha antes de se envolver nesse caos. Não que a túnica não fosse elegante por si só, mas era mais simples, mais livre.
Uma vez vestida, Ginger e Ailee a levaram para um campo aberto fora do palácio. O sol estava alto, lançando raios quentes e dourados sobre a vegetação exuberante. Mas não havia sinal de Aldric.
“Você não disse que isso era um encontro? Onde está Aldric—” Islinda começou a perguntar, apenas para ser interrompida por uma grande sombra que se abateu sobre elas. A luz diminuiu, e um silêncio estranho e inquietante se instalou sobre o campo.
“O que é isso?” Ginger sussurrou, seu rosto pálido enquanto olhava para o céu.
Uma criatura monstruosa estava sobrevoando acima delas, suas asas maciças bloqueando o sol. Era uma enorme besta, uma que nunca deveria estar perto das fronteiras de Astária.
O pânico se espalhou entre os soldados estacionados ao redor do campo. Eles começaram a gritar ordens, suas vozes cheias de urgência e medo.
“Um ataque ao palácio! Preparem sua magia!”
“Minha dama, devemos nos abrigar. O palácio é mais seguro,” Ailee incentivou, agarrando o braço de Islinda e puxando-a para trás. Mas Islinda sentiu um calor familiar crescer dentro dela, o vínculo entre ela e Aldric reacendendo.
“Estou aqui, amor,” a voz de Aldric ecoou em sua mente.
Ela voltou o olhar para o céu e viu Aldric empoleirado nas costas da besta, sua figura inconfundível.
“Ah, droga,” Islinda praguejou baixinho. O que o seu companheiro problemático estava aprontando desta vez? Aldric seria o fim dela.
Ela girou para encarar os soldados, que ainda se preparavam para liberar sua magia.
“Segurem o fogo! Príncipe Aldric está com a besta! Segurem o fogo!”
Mas ela era uma mulher, e uma mestiça ainda por cima. Os soldados ou não ouviram ou escolheram ignorá-la.
Eles lançaram uma barragem de magia em direção à besta, seus feitiços crepitando com energia letal. Aldric manobrou rapidamente, desviando da maioria dos ataques, mas uma explosão acertou a besta. Ela soltou um grunhido ensurdecedor, o som tão intenso que todos protegeram os ouvidos.
O voo da besta vacilou, e sem estabilidade, começou a descer rapidamente. Os soldados gritaram avisos, incentivando todos a se protegerem quando a criatura caiu no campo. O impacto sacudiu o chão violentamente, levantando uma nuvem de poeira tão espessa que a visibilidade foi completamente perdida.
O coração de Islinda batia em seu peito, seus olhos ardendo de poeira e medo. “Aldric!” ela chamou desesperadamente, procurando por ele.
Ela não desejava nada a Aldric. Se algo acontecesse a ele, ela —
“Olá pequeno companheiro,” alguém sussurrou em seus ouvidos e Islinda soltou o ar que estava prendendo.
Era tarde demais para pedir aos deuses uma troca de companheiro?