Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 829
Capítulo 829: Verifique novamente
Aldric sentiu o pânico através do vínculo um instante tarde demais. Antes que ele pudesse registrar plenamente o súbito pico de medo e tontura de Islinda, ela já estava caindo. Sua Islinda estava inconsciente no chão, seu corpo inerte e frágil contra o frio mármore.
Por um breve, frágil momento, a sala ficou silenciosa. As discussões, a tensão, tudo foi esquecido em um instante. O coração de Aldric martelava em seu peito enquanto corria para o lado dela. Ele a embalou, suas mãos tremendo ao levantar a cabeça dela do chão duro. Seu rosto estava pálido, sua respiração superficial. Pela primeira vez em muito tempo, Aldric sentiu um temor frio invadir seus ossos.
“Peça ajuda!” A voz autoritária de Aldric cortou o silêncio, colocando todos em ação.
Valerie foi o primeiro a se mover, suas pernas o carregaram para fora da sala antes que qualquer outro pudesse reagir. Ele desapareceu pelo corredor, movendo-se mais rapidamente do que Aldric já o tinha visto se mover antes.
Rainha Nirvana aproximou-se apressada, seus olhos arregalados de preocupação enquanto se ajoelhava ao lado de Islinda. Ela estendeu a mão, procurando ajudar, mas Aldric rosnou com tanta ferocidade que ela recuou.
“Estou apenas tentando ajudar,” ela disse defensivamente, seus olhos se estreitando de irritação.
“Não! Não toque nela! Não ouse tocar na minha companheira!” Aldric rosnou, seu corpo preparado como um animal encurralado. Não havia como confundir o tom cru e perigoso de sua voz. Ele parecia pronto para atacar qualquer um que se aproximasse demais.
“Aldric,” a voz profunda do Rei Oberon cortou a tensão, calma mas autoritária. “Ela está tentando ajudar.”
“Não!” Aldric recusou, sua voz tremendo com uma mistura de medo e raiva. “Eu não confio nela! Eu não confio em nenhum deles! E se ela fizer algo com ela?”
“Eu nunca imaginei que diria isso, mas você está sendo irracional agora, Príncipe Aldric,” Rainha Vitória interveio, sua voz afiada mas não dura. “Quer você confie nela ou não, você realmente vai ficar aí e deixar sua companheira sofrer enquanto há alguém aqui que pode ajudar?”
Ao longo da reunião, Rainha Vitória e Andre permaneceram em silêncio, suas expressões indiferentes. Mas ver Islinda desmoronar mudou isso. Agora, todos na sala estavam em alerta, ansiosos pelo bem-estar de Islinda.
Tudo, exceto a Rainha Maeve, que se sentou com os braços cruzados e um sorriso satisfeito curvado nos lábios, como se secretamente esperasse que Islinda não acordasse. Isso resolveria muitos problemas, ela pensou para si mesma.
“Ela não vai morrer!” Aldric rosnou, sua voz baixa e cheia de ameaça. “Ela não vai morrer. Islinda não vai morrer.” Ele repetiu isso como um mantra, mais para tranquilizar a si mesmo do que a qualquer outra pessoa.
A mente de Aldric corria, tentando entender o que estava acontecendo. No início, ele pensou que poderia ser Azula forçando-se adiante, mas não havia sinal dela. A mudança geralmente ocorria em um piscar de olhos, e ainda assim Islinda permanecia imóvel, inconsciente e sem resposta.
A voz da Rainha Nirvana interrompeu seus pensamentos, tingida com um toque de zombaria. “Então, estou ajudando ou não? Ou você preferiria que Theodore assumisse? Mas tenho a sensação de que você não gostaria de um homem ao redor da sua companheira agora.”
O olhar de Aldric poderia ter cortado pedra, mas ele sabia que ela estava certa. Ele cerrou o maxilar, lutando contra seu instinto de proteger Islinda de todos e qualquer um. Finalmente, ele deu um aceno breve. “Certo. Faça isso.”
Ele se moveu ligeiramente para dar espaço para Rainha Nirvana, ainda pairando protetoramente sobre o corpo inerte de Islinda. O resto da família observou, um círculo de espectadores ansiosos.
Rainha Nirvana aproximou-se mais, suas mãos começando a brilhar em um verde suave enquanto as mantinha acima do corpo de Islinda. Ela as movia lentamente para cima e para baixo, sua expressão tornando-se mais concentrada. “Seu ritmo cardíaco está estável,” ela murmurou, mas então suas sobrancelhas se franziram em preocupação. “Mas sua taxa sanguínea…”
“O que é?” A voz de Aldric estava afiada com urgência.
Rainha Nirvana rapidamente mascarou sua preocupação e respondeu, “Sua taxa sanguínea está extremamente baixa. Deve ser uma coisa de humano ou algo assim, eu não sei, mas ela está bem, de outra forma.”
Aldric não estava satisfeito. “O que pode ser feito sobre isso?”
Com um suspiro, Rainha Nirvana respondeu sarcasticamente, “Eu curo feridas, não doenças complexas. Também não sei nada sobre humanos. O médico terá que lidar com isso. Eu vou apenas garantir que ela esteja estável por enquanto.”
Com isso, ela pressionou suas mãos brilhantes sobre o peito de Islinda, enviando uma onda de energia curativa através de seu corpo. Um momento depois, os olhos de Islinda piscaram, um leve gemido escapando de seus lábios.
O alívio tomou conta de Aldric como uma onda gigante, e ele imediatamente a puxou para seus braços, segurando-a perto como se ela pudesse desaparecer. “Você está bem?” ele sussurrou, sua voz cheia de emoção.
Islinda piscou para ele, seu rosto ainda pálido mas recuperando alguma cor. “Acho que estou bem,” ela murmurou, sua voz fraca.
Os braços de Aldric se apertaram ao redor dela, sua respiração quente contra seu ouvido. Quando finalmente se afastou, seus olhos encontraram os de Rainha Nirvana.
Por um segundo, houve um estranho companheirismo entre eles, um breve momento de entendimento e gratidão. “Obrigado,” Aldric murmurou, seu tom áspero, mas genuíno.
Rainha Nirvana apenas assentiu, um leve sorriso puxando seus lábios. Ela sabia que esse novo entendimento entre eles não duraria, mas por enquanto, era suficiente. Pelo menos o bastardo Fae sombrio agora a devia uma.
Com muito cuidado, Aldric ajudou Islinda a se levantar. Ela vacilou ligeiramente, mas ele a manteve firme, guiando-a até uma cadeira próxima.
O resto da família lhes deu espaço, mas não muito; ainda queriam estar perto o suficiente para ver o que estava acontecendo.
Aldric se preocupava com Islinda, afastando seu cabelo e verificando-a. “Você tem certeza de que está bem?” ele perguntou novamente, sua voz ainda carregada de preocupação.
“Estou bem, de verdade,” Islinda o assegurou, apertando sua mão com um leve sorriso. “Só… um pouco cansada, eu acho.”
Quase imediatamente, Valerie retornou com o médico a tiracolo, sua expressão estava cheia de urgência e preocupação. Quando seus olhos pousaram em Islinda, acordada mas pálida, ele exalou uma respiração que não percebeu que estava segurando. O alívio o inundou. Por um momento, seu coração quase pulou do peito. Apesar de tudo, Valerie genuinamente se importava com Islinda. Ele sempre acreditou que os deuses estavam errados—que Aldric e Islinda não foram feitos para ficarem juntos—mas isso não significava que ele desejava a ela algum mal.
Aldric saiu do caminho, permitindo que o médico se aproximasse. O curandeiro, um fae idoso com um comportamento severo e, ao mesmo tempo, gentil, colocou sua caixa no chão e começou a arrumar seus instrumentos.
Ao contrário de Rainha Nirvana, que possuía habilidades de cura, os médicos da corte eram treinados tanto em medicina mágica quanto prática. Eles podiam identificar doenças e condições em fae e humanos com notável precisão.
O silêncio encheu a sala enquanto o médico trabalhava, usando uma combinação de magia e ferramentas tradicionais para examinar Islinda. A tensão era palpável, uma névoa espessa de desconforto pairando sobre todos presentes. A família observava com a respiração suspensa, cada um lidando com seus próprios pensamentos.
Quando o médico finalmente terminou seu exame, Aldric estava quase em seu rosto, sua expressão carregada de preocupação. “O que é?” ele exigiu, sua voz cheia de ansiedade.
O médico olhou para ele, seu rosto se abrindo em um sorriso gentil. “Parabéns, Príncipe Aldric,” ele disse suavemente. “Sua companheira está grávida.”
“O quê?!” Todos na sala gritaram em uníssono.
Houve um estrondo alto quando Rainha Maeve, que estava relaxando em sua cadeira com um olhar de indiferença, levantou-se tão rapidamente que sua cadeira tombou. O som da madeira batendo contra o chão de pedra ecoou por toda a câmara. Por um momento, todos ficaram atordoados em silêncio, suas mandíbulas praticamente caindo no chão.
O sangue sumiu do rosto de Valerie. Se alguma vez houve a chance de ele desafiar Aldric pela mão de Islinda, ela se foi agora. A revelação o atingiu como um soco no estômago, e ele se encontrou olhando fixamente para o chão, sua mente girando.
Mas ninguém na sala estava tão atordoado quanto a própria Islinda. Ela olhou para o médico, seu coração batendo no peito como um tambor. Isso era impossível. Não podia ser possível.
Sempre pensou que foi cuidadosa, mas considerando o número de vezes que ela e Aldric estiveram juntos, mesmo antes da névoa de acasalamento, talvez não fosse tão impossível afinal.
Espere um minuto, Aldric…
O olhar de Islinda passou para ele, tentando avaliar sua reação. Ela precisava ver seu rosto, entender o que ele estava sentindo. O que estava passando por sua mente agora.
Mas o que ela viu lá fez seu coração parar.
A expressão de Aldric estava vazia, seus olhos arregalados e sem piscar. Ela podia ver o choque em seu rosto, mas foi rapidamente encoberto por algo mais, algo escuro e indecifrável. Ela deveria ter sabido.
Aldric nunca quis filhos.
A emoção entalou na garganta de Islinda, seus olhos piscando com lágrimas especialmente quando ele disse ao médico. “Você está brincando comigo agora? Verifique de novo, ela pode não estar realmente grávida.”