Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 765
Capítulo 765: Reino das Bruxas
Quando eles saíram, o ar fresco da noite os envolveu, com Azrael parado a alguns passos de distância, sua capa ondulando levemente na brisa. Ele se virou para encará-los, seus olhos quase brilhando e transbordando de poder.
Islinda olhou nervosamente para Aldric. “Você tem certeza sobre isso?”
Aldric acenou com confiança. “Confie em mim. Este é o caminho mais seguro. E você vai gostar disso.”
Azrael entendeu o sinal e começou a se transformar. Seu corpo se deslocou e esticou, penas brotando de sua pele. Em poucos momentos, ele começou a se metamorfosear em um corvo gigante, muito maior do que qualquer coisa que Islinda já tinha visto em sua vida.
“Pelos deuses….”
O queixo de Islinda quase caiu no chão de pura admiração. O tamanho de Azrael era quase comparável ao de um dragão, se não fosse pela forma distintamente semelhante a de um corvo. A transformação era ao mesmo tempo surpreendente e assustadora de assistir.
As asas massivas de Azrael se desdobraram, lançando uma sombra escura sobre o chão. As penas eram lustrosas e negras, cada uma refletindo a luz da lua com um brilho estranho. Seu bico era afiado e formidável, e suas garras pareciam poder facilmente esmagar pedra. Islinda podia sentir o poder bruto emanando dele, uma mistura de admiração e medo agarrando seu coração.
“Incrível, não é?” Aldric disse, sentindo o Corvo, não, Azrael em sua forma de corvo.
“Vamos lá, não temos tempo. Suba,” ele instruiu Islinda, seu tom calmo e tranquilizador apesar da visão monstruosa diante deles.
Islinda hesitou por um momento, seu coração batendo forte em seu peito. O tamanho absoluto de Azrael em sua forma de corvo era avassalador. Ela podia ver a inteligência em seus olhos, um brilho que a lembrava dos corvos de Aldric, mas ampliado mil vezes.
Respirando fundo, ela seguiu a liderança de Aldric, subindo nas costas de Azrael. As penas sob ela eram surpreendentemente macias e quentes, proporcionando um estranho conforto em meio à experiência surreal.
Azrael grasnou suavemente, um som que ressoou profundamente no peito de Islinda, e então ele alçou voo. O chão desapareceu rapidamente, e Islinda se agarrou firmemente a Azrael, segurando suas penas tão fortemente que pensou ter machucado-o. No entanto, ele não mostrou sinal de desconforto e ela acabou relaxando. O vento chicoteava seus cabelos, o ar fresco da noite roçando sua pele.
Do seu ponto de vista nas costas de Azrael, o mundo abaixo parecia uma vasta extensão escura, com ocasionais lampejos de luz marcando as cidades e vilas Fae. A sensação de voar em uma criatura tão massiva e poderosa era diferente de tudo que ela jamais experimentou. Era ao mesmo tempo aterrorizante e libertador. Ela se sentia livre.
Aldric a segurava com segurança, suas costas pressionadas contra ele “Viu? Não é tão ruim, é?”
Islinda conseguiu sorrir, balançando a cabeça. “É incrível.”
Ela então perguntou, “Alguém não nos veria deste ponto? Quero dizer, você me disse que Fae tem visões incríveis e Azrael não é exatamente discreto.”
Qualquer um com boa visão poderia notar a enorme criatura voando no céu e chamar atenção para ela.
“Não se preocupe, Azreal se protegeu. Ele é praticamente invisível para quem está olhando para o céu. Como você acha que ele conseguiu manter sua existência em segredo até agora?”
“Interessante.” Islinda estava intrigada.
As poderosas asas de Azrael batiam com firmeza, os impulsionando pela noite com uma graça e velocidade que parecia quase sobrenatural. Eles voavam em silêncio, a paisagem abaixo se transformando em um borrão de formas escuras e luzes piscantes. A jornada parecia passar em um estado de sonho, a experiência inimaginável se fixando na memória de Islinda.
Não durou muito.
Islinda soube o momento exato em que cruzaram para o reino das bruxas. O próprio ar parecia mudar, tornando-se mais denso e preenchido com uma sensação quase palpável de magia que era diferente do que ela estava acostumada. Ela podia sentir seus poderes diminuírem apenas um pouco, um lembrete de que ela estava longe da energia familiar e nutridora do reino dos Fae.
O reino das bruxas era em contraste acentuado com a grandiosidade do reino dos Fae. A paisagem era mais sombria, mais retorcida, com uma beleza assustadora que arrepiava Islinda. As árvores eram nodosas e antigas, seus galhos parecendo alcançar como mãos esqueléticas. Estranhas plantas luminosas pontilhavam o chão, lançando um brilho antinatural.
Talvez fosse seu lado Fae falando, mas Islinda se sentiu profundamente inquieta. A própria essência deste lugar parecia rejeitá-la, e ela não conseguia se livrar da sensação de que não pertencia a este lugar. Cada fibra de seu ser queria voltar, fugir deste lugar que parecia tão errado.
Eles começaram a descer, o chão subindo para encontrá-los. Azrael pousou com um leve baque, sua transformação de volta à forma humana sem emendas e rápida, seus olhos examinando os arredores com uma alerta aguçada e cautelosa.
Islinda desmontou, suas pernas se sentindo um pouco instáveis.
Aldric, sempre vigilante, disse a Islinda com uma expressão séria. “Fique perto de mim o tempo todo,” ele instruiu firmemente. “E não toque em nada. As bruxas podem parecer inocentes, mas são tão astutas quanto, se não mais perversas do que os Fae.”
Ele tirou uma capa de sua bolsa e a colocou sobre os ombros dela, puxando o capuz para esconder seu rosto. “Isso ajudará a mantê-la escondida,” ele explicou. “Não queremos atrair atenção desnecessária.”
“Obrigada,”.
Azrael ajustou sua capa, sua expressão séria. “Precisamos nos mover rapidamente. Nossa espécie não se dá bem com bruxas e elas não ficarão satisfeitas com a minha presença.”
Aldric acenou com a cabeça. “Então vamos.”
Juntos, eles começaram sua jornada mais profundamente no reino das bruxas. O caminho à frente era sinuoso e estreito, ladeado por uma vegetação densa que parecia sussurrar segredos à medida que passavam. O brilho ocasional de plantas mágicas marcava o caminho, sua luz piscando como vagalumes fantasmagóricos.
Enquanto caminhavam, os sentidos de Islinda estavam em alerta máximo. Cada farfalhar de folhas, cada pio distante de uma coruja, enviavam calafrios por sua espinha. No entanto, ela continuou caminhando corajosamente. Ela não era a mesma Islinda que não conseguia se defender.
Finalmente, eles chegaram à entrada do que parecia ser uma vila. Pequenas casas com telhados de palha e janelas alinhavam o caminho. Eles finalmente estavam aqui.