Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 757
Capítulo 757: Ela Sentiu Tudo
“Então, o que fazemos a partir deste ponto?” Islinda estava curiosa para saber sobre o plano de Maxi.
“Não o que ‘nós’ faremos, mas o que ‘você’ fará.” Ela enfatizou. “Eu não vou com você, Islinda. Alguém tem que estar aqui para impedir que mais alguém venha verificar você, pelo menos até que você esteja de volta. Você tem que chegar ao Aldric esta noite.”
“O quê?! Diga-me que você está brincando, certo?” Islinda olhou para Maxi com expectativa, mas a expressão inexpressiva no rosto da transformadora de cavalo era toda a resposta que ela precisava.
“Não, não, não, isso não está acontecendo,” Islinda balançou a cabeça teimosamente. “Você espera que eu deixe o palácio, sozinha? Eu nem sequer sei o caminho para o castelo do Aldric!”
“Você não precisa caminhar até lá. Tudo que você precisa fazer é sair do palácio… ” Maxi disse a ela enquanto procurava algo dentro de seu bolso, “E aqui está, ” Ela puxou o medalhão. “Aldric me deu isto para caso preciso e nunca fui tão grata por tamanha sorte.”
Islinda ainda estava um pouco fora de si, como se não pudesse acreditar que isso estava acontecendo quando Maxi pegou sua mão, abriu-a e colocou o medalhão ali. “O medalhão não pode funcionar enquanto estiver no palácio, ele é protegido contra isso, para impedir que inimigos aproveitem tal meio para lançar um ataque surpresa no rei ou em qualquer membro da família.”
Islinda olhou para o medalhão em sua mão com uma expressão estupefata. Isso estava realmente acontecendo. Ela estava realmente prestes a escapar do palácio do rei. Sozinha. Quão pior isso poderia ficar?
O medalhão era como qualquer outro medalhão comum. Uma peça requintada de artesanato feita de bronze polido que brilhava calorosamente à luz. No centro do medalhão, há um emblema elevado: uma majestosa fênix emergindo das chamas, suas asas estendidas como se estivesse no meio do voo.
Ao redor da borda do medalhão havia uma borda detalhada de vinhas e folhas entrelaçadas que enquadravam o desenho central da Phoenix, completando a peça com um senso de beleza natural e arte atemporal.
A parte de trás do medalhão era lisa, exceto por uma inscrição Fae em uma escrita elegante que Islinda, estranhamente, agora conseguia ler. Era uma peça de data ou talvez um número de série. Aldric uma vez sugeriu que sua localização poderia ser determinada com a ajuda do medalhão quando investigada. Era rastreável. O que era talvez o meio de controle do rei, já que ele foi quem o entregou e havia poucos registros de medalhões em circulação. Uma mercadoria rara que todo Fae poderia matar para ter um em suas mãos.
O medalhão estava frio ao toque e parecia comum, exceto que Islinda arfou de repente ao sentir o que parecia um fluxo interminável de energia. Era selvagem, excitante, vibrando como uma corrente elétrica violenta que não via a hora de tirá-la dali. Islinda estava chocada. Ela não havia sentido isso na primeira vez que roubou o medalhão de Aldric e o tocou.
“Você sentiu —” Ela estava prestes a perguntar, mas Maxi apenas assentiu com a cabeça.
“Eles são feitos da energia da Phoenix, mas as criaturas são tão raras e vivem escondidas até em seu próprio reino. As bruxas sabem como fazê-los, mas há muito risco envolvido no processo, o que é o motivo de haver apenas um punhado deles em circulação.” Maxi sorriu para ela. “Eu te disse, não disse? Humanos podem ter olhos, mas não podem ver. Eles podem ter narizes, mas não conseguem respirar. Eles também não conseguem sentir. Mas agora, você sente.”
Islinda realmente conseguia sentir tudo. O ar parecia mais leve, cada respiração enchendo seus pulmões com clareza e vigor. O mundo ao seu redor parecia mais nítido, cada detalhe mais vívido e preciso. Quase como o medalhão, havia essa energia inquieta dentro dela que a incitava a fazer algo e não se acovardar como uma covarde. Como se pudesse pular do ponto mais alto deste castelo e não morrer. Deveria ser um pensamento assustador, mas era excitante. Por mais que tentasse ignorá-lo, Islinda sabia, tinha sido permanentemente mudada de certa forma.
Maxi disse, “Parece que Azula pode ter uma habilidade de teletransporte, mas esse é o último poder que eu pediria para você acessar. Acabamos de recuperá-la; você não pode arriscar e dar a esse demônio uma chance de possuir seu corpo novamente. Sem mencionar que você não poderia usá-la adequadamente, mesmo se tentasse. Então, ficaremos com o medalhão.”
Maxi dirigiu-se ao espelho previamente fechado e o abriu, espiando do lado de fora na noite. Ela se virou para sussurrar, “Assim como eu pensei, o exterior está fortemente patrulhado. Você seria pega antes mesmo de dar um passo. Mas não se preocupe, eu tenho um plano.” Maxi deu-lhe um sorriso tranquilizador.
Islinda observou enquanto Maxi fazia um som estranho de animal no fundo da garganta. “O que você está fazendo?” ela perguntou, confusa.
“Assista e aprenda,” Maxi disse sem olhar para ela, retomando o som estranho novamente.
Maxi continuou com o som estranho de animal, a garganta produzindo chamados guturais e rítmicos, o som ressoando pela noite. Islinda observou, maravilhada, enquanto um corvo voava para dentro do quarto, pousando graciosamente no braço estendido de Maxi. As penas negras do pássaro reluziam na luz fraca, seus olhos redondos refletindo inteligência. Islinda o reconheceu imediatamente como um dos espiões de Aldric.
Maxi acariciou delicadamente a cabeça do corvo, seus dedos passando suavemente sobre suas penas elegantes. “Você sabe o que fazer, certo?” ela sussurrou para o pássaro. O corvo grasnou em resposta, um som agudo e claro, e então voou, desaparecendo de volta na noite.
“Então é isso, a distração?” Islinda perguntou, sua voz tingida de decepção.
“Paciência, Islinda. Paciência,” Maxi disse, seu tom calmo, mas firme, como uma professora instruindo um aluno impaciente.
Intrigada, apesar de seu ceticismo, Islinda se aproximou da janela. Ela espiou na noite, observando a silhueta escura do corvo desaparecer na distância. Ela esperou, sua respiração suspensa em antecipação.
E então, num piscar de olhos, eles apareceram.
“Pelos deuses,” Islinda exclamou, seus olhos se arregalando ao tamanho da lua à vista diante dela.
Aproximando-se do palácio estava o que parecia ser centenas de corvos, suas formas negras se unindo para criar uma massiva nuvem de tempestade ondulante. Mesmo no escuro, seu puro número os fazia parecer como uma massa sombria e em movimento. Os pássaros voavam em perfeita coordenação, uma força silenciosa e ominosa até que alcançaram os terrenos do palácio.
Então, o caos irrompeu.