Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 756
Capítulo 756: A Execução dela
Era claro para Valerie que todos no palácio estavam contra ele; como mais ninguém teria lhe contado que Islinda estava no palácio? Pensar nas horas que poderia ter passado com ela se não estivesse dormindo o deixava angustiado.
Derek tinha alegado que não tinha escolha, que ele — Valerie — precisava descansar. No entanto, Valerie não poderia se importar menos com qualquer sono, mesmo que seu corpo o exigisse depois de quase se exaurir. Se ele soubesse que Islinda estava por perto, talvez ela o tivesse acompanhado. Ele não podia deixar de saborear a ideia de colocar a cabeça em seu colo e adormecer.
Isso trazia de volta as memórias de quando ainda estavam juntos. Estar com Islinda foi a melhor coisa que já aconteceu a ele. Ele havia sido o mais feliz então. Mas agora, sua vida era nada além de miséria.
“Islinda, abre. Sou eu,” ele bateu na porta dela e esperou pacientemente que ela respondesse.
No entanto, quando os minutos passaram e ainda não houve movimento do outro lado, ele bateu novamente. “Islinda, eu sei que você está aí dentro.”
Ele tinha ouvido falar sobre o encontro com seu pai, e não fazia muito tempo desde que ela havia retornado. Não havia maneira possível de ela já estar dormindo.
“Só abre,” ele acrescentou, “Por favor. Eu só quero te ver.”
Valerie sabia que era um bastardo miserável, mas preferia ser um tolo por ela. Amanhã era o duelo mortal, e pelo que ele sabia, talvez ele nem sobrevivesse. Se ele fosse morrer amanhã, ele pelo menos precisava ver o rosto dela uma última vez. Valerie precisava registrar a memória em sua cabeça. Ele precisava da força que só Islinda poderia lhe dar.
“Islinda, por favor… só abre,” ele gemeu, colocando a cabeça contra a porta.
Ela não poderia fazer isso com ele. Ela não poderia virar as costas para ele quando ele mais precisava dela. Não, tudo isso era culpa dele. Ele havia deixado Aldric envenenar sua mente e voltar-se contra ele. Isso tudo era culpa dele. Se ao menos ele tivesse sido corajoso o suficiente para segurar a mão dela, talvez tudo não tivesse acabado assim.
Valerie ainda estava se afundando em autopiedade quando a porta se abriu e ele quase caiu, conseguindo se segurar no último minuto. Ele se endireitou, seu coração batendo acelerado, e encontrou o olhar de Islinda. Hein? Suas sobrancelhas se franziam em confusão instantaneamente.
Islinda estava diante dele, seu rosto parcialmente escondido atrás de um véu delicado que deixava apenas seus olhos visíveis. O resto de seu rosto e pescoço estavam cobertos, o tecido escuro contrastando fortemente com sua pele.
Valerie piscou, tentando entender sua aparência. Não havia ocasião no palácio que exigisse tal vestimenta, e a visão o deixava confuso.
“Você está indo a algum lugar?”
“O quê? Não.” Islinda balançou a cabeça. “Eu não vou a lugar algum.”
“Então por que você está…?” Ele não conseguiu mais falar, gesticulando sobre sua aparência estranha em vez disso.
Islinda rapidamente formulou uma mentira para manter sua transformação em segredo. “Eu… eu peguei um resfriado, Valerie,” ela disse, sua voz ligeiramente abafada pelo véu. “É por isso que estou me cobrindo. Não quero infectar ninguém.”
Os olhos de Valerie se arregalaram em alarme. “Um resfriado? Você viu a curandeira?” ele perguntou, aproximando-se dela. “Você precisa ser examinada.”
O coração de Islinda bateu forte ao perceber o risco de ele levantar o véu. Se ele descobrisse a verdade, isso poderia complicar tudo. Então, quando ele se aproximou para tocar sua testa, Islinda instintivamente recuou, evitando sua mão. O movimento o assustou, e um olhar de mágoa cruzou seu rosto.
“Eu só quero ter certeza de que você está bem,” ele disse, seu desapontamento palpável enquanto ele baixava sua mão. “Você sabe que eu odeio te ver assim.”
“Agradeço sua preocupação, mas realmente não é tão ruim, Valerie. Apenas um resfriado. A curandeira simplesmente disse que eu devo descansar e me manter aquecida.” Islinda disse educadamente, embora suas palavras fossem todas mentiras.
Honestamente, surpreendeu-a a forma como ela mentiu perfeitamente. Os Fae eram incapazes de mentir. Mas então, ela percebeu que isso poderia ter a ver com o fato de ser metade humana. E por isso, Islinda estava sinceramente grata, senão estaria condenada nessa situação.
Valerie acenou com a cabeça relutantemente, seus olhos ainda cheios de preocupação. “Certo, mas me prometa que verá a curandeira se piorar.”
“Eu prometo,” ela disse, esperando aliviar a mente dele e que ele esperavelmente a deixe em paz. Exceto que esse não foi o caso.
Os ombros de Valerie relaxaram ligeiramente, mas foi só isso, ele não fez movimento para sair. Os dois ficaram ali, nenhum deles falando, a tensão no ar era palpável.
Islinda foi a primeira a quebrar o silêncio. “O que você está fazendo aqui, Valerie?”
Valerie estava prestes a responder quando viu seus lindos olhos castanhos ficarem um pouco mais claros e hesitou. No entanto, ele ignorou, presumindo que fosse um truque de luz ou algo assim.
“O que aconteceu com seu cabelo?” Ele perguntou, notando seu cabelo branco e lustroso, “Eu gostava mais do seu cabelo castanho, mas você não parece tão mal assim. Não…” Ele engoliu, “Você está bem impressionante, mesmo com o véu e tudo.” Ele gesticulou para o rosto dela.
“Bem, obrigada. Agora me responda, Vossa Alteza, Valerie, o que você está fazendo aqui a esta hora da noite?” A voz de Islinda era fria, formal, um contraste marcante com o calor que costumava mostrar a ele.
Valerie engoliu em seco, sua garganta estava seca. Ele odiava quando Islinda estava sendo formal com ele. Queria que estivessem mais próximos, não distantes. Mas não parecia estar indo tão bem.
“Eu… eu só precisava te ver,” ele admitiu, sua voz mal passando de um sussurro. “Amanhã é o duelo mortal, e eu não sei se vou conseguir. Eu só… precisava te ver, para lembrar de você, caso…” Sua voz se perdeu, incapaz de terminar a sentença.
“Ah.” Islinda disse, perdendo a vontade de lutar. Ela não sabia como lidar com essa situação. Nem tampouco poderia continuar sendo dura com ele. Não nessa condição.
“Posso te abraçar?”
“O que?” Islinda ficou surpresa com a solicitação. Ela balançou a cabeça, incerta. “Valerie, você sabe que eu não posso—”
“É só um abraço, Islinda. Por favor.” Ele implorou com uma vulnerabilidade e desespero na voz que tocaram o coração de Islinda. Islinda simplesmente não podia ignorar.
“É só um abraço, certo?” Islinda perguntou, só para ter certeza.
“Sim,” Valerie afirmou, seus olhos suplicantes. “Só um abraço.”
Respirando fundo, Islinda se aproximou dele. “Certo. Só um abraço.”
Valerie se moveu em direção a ela lentamente, envolvendo seus braços ao redor dela com uma gentileza que falava muito. Islinda ficou rígida no início, depois relaxou gradualmente, permitindo-se ser abraçada. Ela podia sentir o calor do corpo dele através das camadas de roupas e do véu, o coração dele firme contra o dela, que estava disparado.
Por alguns momentos, eles ficaram ali, abraçados. Valerie fechou os olhos, absorvendo o cheiro do cabelo dela, a presença familiar que ele havia sentido tanta falta. Ele desejava poder segurá-la para sempre, mas Valerie sabia que não podia. Não com Aldric lá fora, constantemente manipulando-a.
O próprio coração de Islinda doía, mas isso era tudo. Seu tempo com Valerie havia acabado. Se ela se sentia mal por alguma coisa, era pelo fato de que ambos os irmãos tentariam se matar amanhã. E tudo isso era culpa dela. Se ela não tivesse aparecido, os dois não estariam lutando por ela até a morte.
Enquanto Valerie passava a mão pelo cabelo dela, inclinou-se para sussurrar em seu ouvido, “Vou te libertar de Aldric, mesmo que isso me mate.”
O coração de Islinda afundou.
“Valerie, escute—”
Mas Valerie abruptamente se afastou naquele momento, cortando-a intencionalmente. Com suas mãos permanecendo nos ombros dela, ele disse a ela com emoções densas, “Obrigado. Era tudo que eu precisava.”
Ele estava prestes a sair quando Islinda agarrou o braço dele. “Não, me escute, se você concordasse em desistir da disputa, eu poderia fazer Aldric desistir também. Ainda há tempo para vocês dois acabarem com essa loucura.”
“Islinda,” Valerie sussurrou, dando a ela um pequeno e triste sorriso, “Doce, ingênua Islinda.” Ele estendeu a mão para tocar a bochecha dela e Islinda se encolheu, pensando que ele estava prestes a tirar o véu dela, mas ele colocou sua palma grande em seu rosto.
“Sinto muito,” ele disse, “Mas entre Aldric e eu, um de nós tem que morrer para o outro viver.” Valerie já havia tomado uma decisão.
Ele soltou, virou-se e saiu da sala, deixando Islinda ali parada, seu coração pesado. Ela o observou ir embora, uma oração silenciosa em seus lábios, implorando por um milagre dos deuses. Ela desejava pela segurança de Valerie, assim como de Aldric.
“Ele se foi?” Maxi espiou, feliz em ver que o príncipe do verão havia partido.
“O que você está esperando? Entre e vamos encontrar uma forma de salvar sua vida. Nesse ritmo, poderá haver sua execução em vez do duelo mortal do príncipe amanhã!”