Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 750
Capítulo 750: Um Futuro Melhor
Finalmente chegou a notícia a Aldric de que Azula passaria a noite no palácio, e como esperado, a ideia não lhe caiu bem.
Seus olhos escureceram, e sua mandíbula se apertou enquanto processava a informação. A sala parecia encolher à medida que sua raiva e ansiedade aumentavam. Ele começou a andar de um lado para o outro, seus passos ecoando de forma ameaçadora.
Isaac, tentando manter a calma, observou os movimentos cada vez mais frenéticos de Aldric, que o deixaram bastante tonto. “Príncipe Aldric, talvez fosse melhor se você —”
“Não,” Aldric retrucou, seu olhar afiado o suficiente para cortar aço. Isaac engoliu em seco e ficou em silêncio, sabendo que era melhor não insistir. Ele simplesmente suportaria isso, ou infelizmente se tornaria a vítima da transferência de agressão do príncipe fada sombrio.
A mente de Aldric estava cheia de pensamentos. Aquele astuto velho Fae chamado Oberon! Ele deveria saber que não estava tramando nada de bom! Ele deve realmente querer a morte por tentar isso com ele. Embora os dois tenham tido um relacionamento um tanto complicado, o Rei Oberon sempre foi cuidadoso ao seu redor, com medo de que ele reagisse. Parece que ele ficou brando ultimamente, levando ninguém a subestimá-lo.
Isso frustrava Aldric até o fim, sabendo que estava longe de Azula, a única pessoa de quem ele não podia se dar ao luxo de se distanciar. Quem sabe que esquemas estavam se desenvolvendo no palácio neste exato momento? Quem sabe o que diabos o demônio estava tramando? Ele confiava em Maxi, mas ela não poderia proteger sua identidade e a de Azula ao mesmo tempo.
Sem mencionar que ele tinha dificuldade em lidar com as manobras implacáveis de Azula, quanto mais Maxi de todas as pessoas. Embora a runa que ele havia colocado no corpo dela lhe desse uma certa paz, permitindo que ele a sentisse, isso ainda parecia insuficiente.
A runa era uma conexão, uma parte dele ligada a ela, destinada a rastreá-la onde quer que estivesse. No entanto, esta noite, parecia tênue, como um sussurro no escuro. A runa estava silenciosa, quase como se estivesse adormecida, sinalizando que Azula estava segura—por enquanto. Mas quanto tempo isso duraria? A incerteza corroía-o, sua ansiedade e frustração crescendo a cada segundo que passava.
“Acho que preciso ir ao palácio. A competição é amanhã de qualquer forma. Tenho certeza de que meu pai não se importará com minha pequena visita,” Aldric não aguentava mais.
“Ah não, você não vai.” Isaac também se levantou e bloqueou o caminho de Aldric. “Aldric, pense no que está fazendo. Isso é uma má ideia. E se você realmente irritar seu pai desta vez e ele machucar Azula?”
Os olhos de Aldric relampejaram com raiva ao pensar nisso. “Eu queimaria todo o reino se algo acontecer com ela.”
Isaac manteve-se firme, sua voz firme. “É exatamente por isso que você precisa se acalmar. Se eu pudesse lembrar claramente, foi por isso que você afastou Islinda no passado, porque tinha medo de se envolver com suas emoções e perder a razão. Agora olhe onde está agora.”
Ele continuou, “Você esqueceu que a Rainha Maeve e a Rainha Nirvana estão no palácio. Você esqueceu do que são capazes? Todos esses anos, a Rainha Maeve tem procurado maneiras de se livrar de você. Ela não é estúpida, e se você entrar nesse palácio agora, estará caindo direto nas mãos dela. Pense a respeito. O que você acha que as esposas do rei farão se percebem que Azula é seu ponto fraco? Você ficará vulnerável.”
Aldric parou, a tensão em seus músculos evidente enquanto processava as palavras de Isaac. Sua respiração vinha em rajadas pesadas e controladas, e seus punhos se cerravam e descrispavam. A verdade nas palavras de Isaac perfurou sua fúria, deixando-o se sentindo exposto e frustrado.
“Eu sei que você está preocupado, eu também estou. Você não é o único que tem uma companheira proibida no palácio. Mas correr para isso não vai ajudar Azula ou Islinda. Precisamos ser inteligentes quanto a isso. Por ela. Por elas.”
“Então, o que devo fazer? Apenas sentar aqui enquanto ela passa a noite naquele ninho de víboras?” Ele retrucou, lançando um olhar feroz para Isaac.
“Você já enviou seus pássaros, não enviou?”
“Sim, enviei.” Aldric respondeu de modo rude.
Aldric havia enviado quase todos os seus pássaros para o palácio, suas pequenas formas mecânicas voando pelo ar com precisão e propósito. No entanto, o palácio era fortemente guardado, e havia poucos lugares onde seus pássaros poderiam se esconder sem serem descobertos e desativados. Os guardas do palácio não eram estúpidos; eles sabiam como ele operava. No reino Fae, tudo era possível. Até mesmo o lagarto mais inocente rastejando pelas paredes poderia ser uma arma feita contra você.
Aldric podia testemunhar tudo através da conexão telepática que compartilhavam, vendo através dos olhos do pássaro. Seus pássaros já haviam encontrado seus poleiros limitados, alguns entre as folhas, outros na folhagem densa dos jardins, mas sempre com cautela. Aldric observava através de seus olhos, sua frustração aumentando. Ele podia ver o palácio, os grandes salões, e até vislumbres da família real se movendo, mas não Azula. Ela permanecia ilusória para ele.
Os guardas patrulhavam diligentemente, seus olhos afiados e seus movimentos deliberados. Qualquer deslize poderia levar à sua descoberta e seus planos desmoronarem.
“De sua posição, eles não podem chegar mais perto de Islinda sem serem descobertos. Odeio essa sensação.” Aldric murmurou.
“Azula é um demônio e provou ser capaz de cuidar de si mesma. Além disso, Maxi está lá e eu confio que ela preferiria morrer do que ver algo acontecer com o corpo de Islinda – embora eu certamente deseje que isso não aconteça.” Isaac entendeu que eles tinham papéis a desempenhar como subordinados do príncipe fada sombrio e isso requer sacrifícios às vezes.
“Posso sentir o vínculo e é possível. Ela não parece estar em nenhum tipo de perigo.” Isaac disse a ele.
Pela primeira vez, Aldric sentiu uma pontada de inveja em seu coração. Se não fosse pela interferência de Azula, ele estaria agora curtindo sua companheira. Mas ele sabia, no fundo, que se não fosse por Azula, Islinda já estaria morta. Ele apenas desejava que as coisas não tivessem saído desse jeito e que ele tivesse sua companheira em seus braços.
“Eu odeio isso,” Aldric murmurou, sua voz cheia de frustração.
“Eu também odeio,” Isaac respondeu suavemente. “Você está tão absorto em seu próprio drama que não percebe que os outros estão passando pelo mesmo. Quase não quero que Maxi vá. E se seu glamur cair? E se o Rei Oberon ou qualquer outro alto Fae perceber? Então ela estaria morta de verdade, e eu ficaria sem companheira. Afinal, quem acreditaria que um Fae luminoso é companheiro de um fada sombrio?” Isaac riu sem alegria.
Aldric sentiu uma pontada de pena por Isaac, mas permaneceu em silêncio. Como Isaac disse, ele era um bastardo egoísta que se importava apenas com Islinda. Se a coisa apertasse e ele tivesse que escolher entre sua companheira, Islinda, e Maxi, ele salvaria Islinda, confiando que Maxi se salvaria. Da mesma maneira que Maxi provavelmente salvaria Isaac e o deixaria — assim ele supunha. Companheiros acima de tudo.
Isaac quebrou o silêncio. “Além disso, a competição é amanhã. Concentre-se nisso. Mostre ao seu pai e a todos os outros que você não é alguém para se subestimar. Por mais que eu confie em sua habilidade, eu não te vi praticar, e isso é bastante perturbador.”
Isaac se endireitou e enfrentou Aldric. “Maxi me disse que sua intenção é criar um mundo onde os Fae sombrios e Fae luminosos possam interagir sem problemas. Eu não sei quão possível isso é e, para ser honesto, parece um sonho distante. Mas, por ela, estou disposto a apoiar e acreditar em você.”
Aldric viu a sinceridade nos olhos de Isaac e ficou completamente pasmo. No entanto, Isaac não havia terminado.
“Eu não sei se é possível, mas pretendo formar uma família com Maxi, e não quero um mundo onde minha prole seria constantemente ameaçada. Por isso, te prometo meu apoio e lealdade neste momento.” Isaac caiu de joelhos na frente de um Aldric atônito.
Pensar que ele estava bravo com a rebelião de Isaac, e agora ele estava prometendo apoiar sua causa. Um nó desconhecido se formou na garganta de Aldric, mas ele reprimiu as emoções.
“Peço desculpas pelos meus desabafos, e agora juro permanecer ao seu lado até alcançarmos o propósito de verdadeiramente unificar Astária. Uma Astária para todos os tipos de Fadas, sejam sombrias, luminosas, selvagens, híbridas ou humanas. Será um refúgio seguro para todos.”
Aldric olhou para baixo em direção a Isaac, um sentimento inexplicável inchando em seu coração. Ele estendeu a mão e colocou-a no ombro de Isaac, ajudando-o a se levantar.
“Obrigado, Isaac,” Aldric disse, sua voz firme mas cheia de gratidão. “Seu juramento significa mais para mim do que você pode imaginar. E juntos, criaremos a Astária com que sonhamos.”
Ele acrescentou no último minuto, “Agora, eu realmente preciso ir praticar.”
Isaac sorriu.