Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 742
Capítulo 742: Um Acordo
“Você voltou.” Os olhos de Azula brilharam quando Aldric entrou na sala. Sua alegria parecia quase genuína, mas Aldric não se deixou enganar. Ela era uma mestre da enganação.
“O rei está aqui por você,” Aldric declarou diretamente, indo direto ao ponto.
“Mesmo? O rei está aqui por mim?” O rosto de Azula brilhou ainda mais. “Ele sabe quem reside neste corpo? Embora nunca tenhamos nos encontrado cara a cara, ele sabe que eu ajudei a derrotar Benjamin? É por isso que ele está aqui? Ele finalmente reconhece meu esforço?” Ela continuou a tagarelar animadamente, suas palavras fluindo em uma correnteza rápida.
Aldric, Maxi e Isaac trocaram olhares, todos momentaneamente aturdidos por suas suposições selvagens. Sua ilusão de que o Rei Oberon, conhecido por sua postura impiedosa contra demônios, a reconheceria, ou até mesmo a recompensaria, estava além da compreensão. Aldric não conseguiu evitar zombar de sua confiança equivocada.
“Você superestima a si mesma.” Aldric disse com um tom severo em sua voz.”O que te faz pensar que meu pai é um amante de demônios?”
“O filho dele é,” Azula retrucou, com a voz pingando de escárnio. “Talvez ele devesse saber que já transamos.” Ela deleitava-se com o choque que suas palavras provocaram, claramente aproveitando o desconforto que causou.
A mandíbula de Aldric se apertou, seus olhos se estreitando perigosamente. “Cuidado com sua boca,” ele sibilou, sua voz baixa e cheia de raiva mal contida.
Não era fácil agitar suas emoções, mas parece que Azula sabia qual botão apertar. Incomodava-lhe saber que ela tinha aquele certo nível de controle sobre ele.
Enquanto isso, Maxi e Isaac trocaram olhares inquietos, já cautelosos com a crescente tensão. Era quase como se não se pudesse deixar os dois sozinhos em uma sala sem o risco de eles derrubarem o teto.
Azula riu. “Por que você não fala? Ah, acertei um nervo? Vamos lá, Aldric, não vamos fingir que não havia algo entre nós, por menor que tenha sido. Isso faz você se sentir como se tivesse traído sua adorável Islinda?”
E foi isso!
A paciência de Aldric se esgotou e ele se lançou em direção a Azula. Ele tinha que ensinar ao demônio uma lição sobre respeitar limites.
Não que ele teve a chance de fazer isso.
Isaac deu um passo à frente, colocando uma mão calma no braço de Aldric. “Não temos tempo para isso,” ele disse firmemente. “Os homens do rei estão esperando lá fora, e precisamos descobrir como lidar com esta situação sem piorá-la. Precisamos da ajuda dela.”
“Mesmo? Esse é um desenvolvimento interessante. Diga, com o que você precisa da minha ajuda?” Azula disse sabiamente, tendo ouvido a conversa deles.
Aldric apontou para ela de frustração, “Estou sinceramente reconsiderando isso. Como esperam que essa coisa me ajude? Prefiro desobedecer à ordem do meu pai do que deixá-la fora de minha vista.”
“Mesmo?” Azula disse, ofendida por seu comentário rude. Ela se acomodou em seu assento, dizendo, “Por todos os meios, descubra. Estarei aqui, esperando por seu plano brilhante sem mim nele.”
“Não pense nisso!” Aldric rebateu, “Você não é tão importante quanto se acha e serei capaz de resolver isso sozinho. Apenas saiba que você não vai a lugar algum,” ele disse, seu tom frio. “Não até eu decidir.”
“Eu não sonharia em partir. Isto é muito divertido e mal posso esperar para atormentar você enquanto eu ocupar este corpo!”
“Ah, bem…” Maxi murmurou para si mesma, observando a troca tensa entre Aldric e Azula.
Isaac passou a mão pelo cabelo, bagunçando-o de frustração. Ele sabia que convencer Azula seria difícil, mas isso estava se transformando em um desastre completo. Era apenas uma questão de tempo até que o exército do rei ficasse impaciente e exigisse Islinda. Eles não podiam mandar Azula nesta condição; isso levaria ao caos.
Antes que alguém pudesse prever seu próximo movimento, Isaac caiu de joelhos. A súbita ação deixou todos em silêncio.
“O que você está fazendo?” Maxi foi a mais chocada, avançando para puxá-lo para cima, mas o olhar de Isaac encontrou o dela, implorando para que ela confiasse nele e não interferisse.
Maxi pausou, sua mão pairando no ar. Apesar de sua raiva pela arrogância de Azula, ela respeitava a decisão de seu companheiro e recuou, seus olhos brilhando com uma mistura de preocupação e frustração.
“Precisamos da sua ajuda, Azula,” Isaac disse, sua voz sincera e implorante.
“Levante-se, Isaac. Não implore ao demônio, descobriremos outra maneira,” Aldric comandou, sua voz carregada de raiva e descrença.
Mas Isaac o ignorou. Não havia mais tempo para descobrir outra maneira. Eles estavam em tempos desesperados, e medidas desesperadas eram necessárias.
“Implorando agora, é? Não que você seja o único que deveria implorar.” Ela provocou, olhando para Aldric.
Aldric rosnou diante de sua audácia. Ele era o príncipe fada sombrio! Ele não se curvava a ninguém.
“Por favor, Azula,” Issac continuou, “Rei Oberon quer ver Islinda e isso não é possível em sua condição atual.” Ele insinuou o fato de que ela possuía seu corpo. “Estamos sem opções. Você disse que esteve com Islinda o tempo todo, o que significa que pode fingir ser ela efetivamente. Assim, você não precisa retornar ao vazio, por mais curto que seja, e ao mesmo tempo, nos ajuda.”
O olhar de Azula brilhou com interesse. Ela se aproximou lentamente de Issac, seus movimentos graciosos e deliberados.
Maxi rosnou um aviso para ela e ela manteve distância.
Azula inclinou a cabeça, considerando suas palavras. “Por que eu deveria ajudar vocês? O que ganho com isso?”
“Eu —”
“Você deveria estar grata por estar viva,” Aldric interrompeu Issac. Ele disse a Azula, “Quem está realmente ajudando quem aqui? Você acha que o rei a deixaria ir uma vez que descobrir o que você é?”
“Claro,” Azula admitiu, “Eu morreria e retornaria ao meu reino enquanto Islinda morre de verdade. Então me diga, príncipe fada sombrio, quem realmente precisa um do outro aqui?”
“Faça o acordo com ela, Príncipe Aldric. Não temos tempo para jogos,” Issac disse, sua voz firme, mas urgente. “Os homens do rei estão esperando, e precisamos dela. Por favor.”
Azula levantou a cabeça, um sorriso astuto brincando em seus lábios. “O que você está esperando, Príncipe Aldric? Faça o acordo.”
Os olhos de Aldric brilharam com raiva, e por um momento, parecia que ele ia recusar categoricamente, destruindo qualquer ilusão de acordo. Mas então seu olhar se conectou com o de Maxi, e ela balançou a cabeça levemente, seus olhos implorando para que ele reconsiderasse. A comunicação silenciosa entre eles dizia muito enquanto ela instigava Aldric a ver a razão.
Respirando fundo, Aldric forçou-se a engolir seu orgulho. “Certo,” ele disse entre dentes cerrados, sua voz baixa e controlada. “Faremos o acordo. Mas entenda isto, Azula—se você nos trair ou causar mal a Islinda, vou garantir pessoalmente que você se arrependa disso.”
“Na verdade, preciso ouvir o acordo para fazer tais promessas.” Azula disse, sabendo que tinha a vantagem ali.
O olhar de Aldric endureceu enquanto ele encarava Azula. “Certo, aqui está o acordo, Azula. Você finge ser Islinda perfeitamente. Sem problemas, sem perigo para Islinda enquanto estiver no palácio. Em troca, eu lhe darei sua liberdade.”
Os olhos de Azula brilharam de triunfo, um amplo sorriso se espalhando em seu rosto. “Liberdade?” ela ecoou, quase saboreando a palavra. “Finalmente!”
Mas antes que pudesse se deliciar completamente com sua alegria, a voz austera de Aldric cortou. “Depois de uma semana.”
O sorriso de Azula vacilou, substituído por uma expressão de indignação. “Uma semana? Esse não é o acordo!” Seu tom era afiado, um lampejo de irritação cruzando seu rosto. “Você disse liberdade se eu cooperasse!”
A mandíbula de Aldric se contraiu teimosamente. “Você terá sua liberdade após uma semana. Preciso de garantias de que você cumprirá sua parte do acordo sem causar nenhum caos.”
Os olhos de Azula se estreitaram, suas mãos cerradas ao lado do corpo. “Três dias,” ela retrucou, sua voz carregada de desafio. “Não vou esperar uma semana. Me dê três dias, e farei o que você pede.”
Aldric balançou a cabeça firmemente. “Cinco dias. Isso é o mínimo que aceito.”
“Três,” Azula insistiu, aproximando-se dele, seus olhos brilhando de determinação. “Ou sem acordo.”
O olhar de Aldric prendeu-se ao dela, o ar entre eles carregado de tensão. Ele sabia que tinha que pisar com cuidado; a cooperação de Azula era crucial, mas ele não podia deixar que ela ditasse totalmente os termos.
“Quatro dias,” ele disse finalmente, seu tom firme. “E nem um momento a menos.”
Os lábios de Azula se apertaram em uma linha fina, seus olhos cintilando com frustração. Ela parecia ponderar suas opções, seu olhar oscilando entre Aldric e os outros.
Finalmente, ela assentiu bruscamente. “Certo. Quatro dias. Mas espero que cumpra sua palavra, Aldric.”
Aldric assentiu secamente. “Eu vou. Mas lembre-se, se algo acontecer com Islinda e eu a perder…. ” Ele respirou fundo, “… não haverá liberdade. Apenas eu para enfrentar.”
“Tanto faz. Acordo fechado,” ela disse, estendendo a mão.
Aldric hesitou por um momento antes de segurar a mão dela firmemente, selando seu pacto inquietante. “Acordo fechado.”
Aldric ficou satisfeito ao saber que ela não poderia escapar disso. Infelizmente, ele tinha apenas quatro dias para descobrir uma maneira de exorcizar Azula desse corpo e ter Islinda para si.
“Vamos acabar logo com isso.”