Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 741
Capítulo 741: Confiando em um Demônio
“Isso não será necessário,” Aldric retrucou, sua paciência se esgotando. “Eu mesmo a levarei ao palácio.”
O oficial permaneceu impassível, balançando a cabeça lentamente. “Você conhece as regras, Príncipe Aldric. Você está proibido de entrar no palácio a menos que seja convocado. Mas caso isso te conforte, deve saber que amanhã é o duelo mortal — a única vez que pode entrar no palácio sem restrições.”
O comentário apenas pareceu aumentar a raiva de Aldric. Sua respiração vinha em curtas e rápidas explosões enquanto ele diminuía a distância entre ele e o oficial. Suas intenções eram claras. “Você acha que me importo com suas regras? Eu vou—”
“Woah, Woah, Woah,” Isaac disse, colocando-se entre Aldric e o oficial. Ele colocou uma mão firme no peito de Aldric, empurrando-o para trás gentilmente mas com firmeza. “Calma, meu príncipe,” ele continuou, sua voz baixa e estável. “Este não é o caminho.”
Os olhos de Aldric fixaram-se em Isaac, selvagens de raiva e frustração. “Saia do meu caminho,” ele sibilou, mas Isaac não se mexeu.
Se qualquer coisa, Isaac o puxou para o lado com uma força que ele não sabia que tinha. Ele sussurrou em seu ouvido, seu tom medido.
“Você conhece as regras, perder a cabeça não mudará nada. Também não podemos lutar contra elas. Estamos falando aqui do exército do rei. Pense claramente. Matar-se ou ser jogado nas masmorras não ajudará Islinda. Você nem sequer estaria lá para protegê-la.” Ele acrescentou no último minuto, “E Valerie vence.”
A respiração de Aldric estava pesada, seu peito arfava com a raiva suprimida. Mas as palavras de Isaac lentamente foram absorvidas, e o olhar selvagem em seus olhos diminuiu ligeiramente. Ele deu um passo para trás, passando a mão pelos cabelos em frustração.
Embora eles sussurrassem, os Fae ainda tinham uma audição incrível. O oficial assistiu a cena com uma mistura de desdém e diversão. “Ouça seu amigo, Vossa Alteza. Você não gostaria de piorar as coisas para você mesmo — ou para Islinda.”
Aldric lançou um olhar mortal para o oficial. Ele era sortudo por ter a proteção do rei, caso contrário sua cabeça já estaria rolando no chão.
“Tudo bem,” Aldric murmurou, as palavras forçadas entre dentes cerrados. “Vocês podem esperar aqui, eu trarei Islinda.”
O oficial deu um aceno curto, um leve sorriso nos lábios. “Uma escolha sábia, Vossa Alteza. Esperaremos por ela bem aqui, mas não nos faça esperar por muito tempo.” Ele advertiu.
Os olhos de Aldric brilharam de raiva. Como se atrevia aquele ninguém a falar com ele daquela maneira?! No entanto, Isaac estava certo, lutar ou matar o exército de seu pai não facilitaria qualquer intenção que o rei Oberon tenha para Islinda.
Com isso, ele se virou e saiu com Isaac, deixando o oficial e seu exército de pé no pátio.
“Não podemos mandar Azula para eles,” Aldric disse assim que o oficial estava fora de alcance. “Você consegue imaginar o caos que ela causaria no palácio? E o que eles fariam quando descobrissem o que ela realmente é?”
“Não temos escolha. Azula tem que ir,” Isaac respondeu firmemente.
Aldric parou em seu caminho, olhando para Isaac como se não tivesse ouvido direito. “O quê?”
Isaac suspirou, encontrando o olhar incrédulo de Aldric com um olhar firme. “Dê algum crédito ao demônio, Príncipe Aldric. Ela está presa no corpo de Islinda e sabe o que aconteceria se ela chamasse a atenção errada no palácio. Ela passou vinte e dois anos naquele corpo. Ela não está preparada para voltar ao vazio tão cedo.”
“Você quer que eu arrisque o corpo de Islinda? Minha companheira?” A voz de Aldric aumentou, uma mistura de raiva e medo colorindo suas palavras.
“Não temos escolha a não ser arriscar!” Isaac rebateu, sua voz calma mas insistente. “Não há tempo para elaborar um novo plano, nem você pode escondê-la do Rei. Você já esgotou suas graças salvadoras com o Rei. Se você desobedecê-lo agora, é como se desse um tapa na cara dele. Seus inimigos estão por toda parte, esperando qualquer deslize para derrubá-lo. Mesmo a paciência de seu pai tem limites. Eles se aproveitariam disso, e você poderia perder tudo. Mas Azula esteve com Islinda o tempo todo. Ela pode agir como ela. Se chegarmos a um acordo com ela, podemos apenas sobreviver a isso.”
Aldric olhou para Isaac, sua expressão escurecida pela raiva e medo lutando dentro dele. Ele sabia que Isaac estava certo, mas a ideia de expor Islinda a tal perigo era insuportável. O que mais o irritava era que ele não tinha ideia do que seu pai preparava para ela.
“Além disso…” Isaac acrescentou, “Não posso deixar de pensar que se o rei tivesse más intenções com Islinda, seus soldados a estariam arrastando para fora do palácio, não esperando pacientemente para escoltá-la até o palácio. Seu pai está velho e entediado, talvez ele esteja curioso sobre ela, assim como da última vez.” Ele insinuou o momento em que o Rei Oberon tratou Islinda como uma Rainha.
Infelizmente, a atenção incomodava Aldric. Embora ele não tivesse sentido qualquer motivo oculto quando o Rei Oberon tratou Islinda como uma convidada importante, isso ainda o deixava desconfortável. Seu pai, Rei Oberon, era imprevisível, e se ele ousasse cobiçar sua companheira… Os olhos de Aldric brilharam com o pensamento. Ele dividiria esse reino em dois.
“Você está me pedindo para confiar em um demônio,” Ele lembrou a Isaac o que estava lhe pedindo para fazer. Valia a pena saber que os demônios eram a criatura menos confiável. Eles se comprometeriam com seu acordo, ainda assim arruinariam e te ferrariam. Do mesmo jeito que haviam feito com a Corte Noturna, graças à sua ganância.
“Estou pedindo para você fazer um risco calculado,” Isaac respondeu, seus olhos inabaláveis. “Pelo bem de Islinda. Pelo bem de todos nós.”
Aldric fechou os punhos, olhando para o chão enquanto lutava com a decisão.
O pensamento de enviar Azula para o palácio, confiando o corpo de Islinda em suas mãos, tinha que ser o movimento mais ridículo que ele já havia feito em sua vida. Mas Isaac estava certo. Eles estavam sem opções e sem tempo.
Finalmente, Aldric olhou para cima, uma determinação dura em seus olhos. “Certo. Mas se ela fizer qualquer coisa que coloque Islinda em risco…”
Isaac assentiu, compreendendo a ameaça não dita. “Eu sei. Mas por enquanto, precisamos confiar nela. É nossa melhor chance.”
“Vamos,” ele disse, sua voz sombria. “Precisamos falar com Azula.”
Enquanto isso….
Maxi e Azula foram deixadas sozinhas, o silêncio entre elas carregado de palavras não ditas. No entanto, Azula, sendo Azula, não pôde resistir a romper o silêncio com seu habitual comportamento provocativo.
Ela se recostou na cadeira, um brilho travesso em seus olhos. “Você sabe, Maxi, eu estive pensando.”
“Oh, isso deve ser bom,” Maxi murmurou, cruzando os braços e observando-a. Ela estava esperando por esse momento todo esse tempo.
Azula disse com um sorriso. “Você uma vez fez uma oferta, lembra? Sobre me tornar sua.”
“O quê?”
“Eu te disse, Islinda pode ter sido a única consciente, mas eu estive por perto.” Ela explicou, “Eu podia lembrar da noite vividamente. Foi a primeira vez que fugimos do palácio. Você e eu, juntas.”
“Oh merda….” Maxi lembrou. E sim, ela simplesmente estragou tudo. O que no mundo passou por ela naquela hora? Bem, ela estava sem uma companheira e se divertindo.
“Eu tive algum tempo para pensar nisso e decidi que não me importaria em aceitar sua oferta agora.” Azula piscou para ela.
Maxi revirou os olhos, a exasperação evidente em sua expressão. “Sexo é tudo em que você pensa?”
Azula riu, o som baixo e sedutor. “Basicamente. O prazer é o ápice de viver, querida Maxi. Não há nada como isso. É a forma definitiva de escape, de conexão, de viver o momento.”
“Tsk, Tsk, Tsk.” Maxi clicou a língua, balançando a cabeça. “E você se pergunta por que não tem amigos quando dorme com todos eles.”
“Eu não. Eu simplesmente mantenho todos meus amigos satisfeitos.” Ela afirmou orgulhosamente.
Um pequeno sorriso surgiu nos cantos dos lábios de Maxi contra sua vontade. “Você é inacreditável.”
“E você é curiosa,” Azula ronronou, inclinando-se para frente, seu olhar nunca deixando Maxi. “Eu tenho homens e mulheres no meu harém. Você se encaixaria perfeitamente. Por que negar a si mesma o prazer?”
Maxi disse a ela, “É hilário, você sabe, o que te faz pensar que Aldric permitiria que você usasse o corpo de Islinda para servir tanto homens quanto mulheres no seu harém?” Ela tentou não ser crítica.
“Ele não me possui. Mais cedo ou mais tarde, eu serei livre.” Azula disse, levantando o braço para exibir a runa em sua mão.
Curiosamente, a runa era bastante cativante e Azula não pôde deixar de passar a mão pelo design intricadamente e assistiu-a iluminar com um brilho dourado. Sentiu-se invasivo. Como se houvesse algo sob sua pele. Como se ela estivesse usando uma parte de Aldric, não que isso parecesse ruim agora que ela pensou sobre isso. Azula sorriu com o pensamento bobo em sua cabeça.
A boca de Maxi se contraiu enquanto lutava contra a vontade de dizer que Aldric a possuía. Islinda era a companheira de Aldric. E agora, Maxi não pôde deixar de se perguntar se o vínculo afetava Azula com a maneira como ela tocava aquela runa com esse estranho afeto em seus olhos. Se esse fosse o caso, então era melhor que mantivessem o segredo de Islinda ser a companheira de Aldric do demônio. Algo lhe dizia que eles precisariam jogar essa carta de triunfo no futuro.
A porta se abriu naquele momento e ambas olharam para ver Aldric e Isaac entrando.
“Precisamos conversar, Azula.”