Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 715
Capítulo 715: Segredos
“Você acha que a família Raysin acreditaria nisso? Bruxa ou não, isso não apaga o fato de que Aldric matou a filha deles. A história já está se espalhando por Astária enquanto falamos!”
“Então eles seriam cegos para não reconhecer o corpo da filha.” Andre insinuou sobre as evidências que possuíam.
“Não, Theodore está certo. Neste momento, a família Raysin estaria tão furiosa que pensaria que qualquer palavra que dissermos a eles é uma falácia orquestrada. Sem mencionar a Rainha Maeve….” Rei Oberon hesitou, como se estivesse se perguntando se falar o que tinha em mente sobre sua rainha na frente de seus enteados era a coisa certa a fazer.
“Ela não toleraria isso.” Andre continuou de onde parou, como se estivesse lendo sua mente. “Com evidências ou não, ela procurava um jeito de se livrar de Aldric, agora é o momento perfeito para fazê-lo.”
A morte de Elena não foi apenas uma perda pessoal; foi uma catástrofe política. As alianças, a paz frágil—tudo pendia na balança.
Fae não podiam mentir, mas podiam manipular a verdade. Embora Andre soubesse a verdade e que Aldric não era o responsável pelo assassinato de Elena, ele não diria. Essa era a única maneira de proteger Islinda. Aldric estava em uma posição melhor para lidar com isso. E ele tinha a sensação de que Aldric também concordaria.
“Sua majestade,” Lennox disse, “Permita-me intervir.”
“Continue.”
“Temo que a família Raysin possa resolver isso por conta própria e ir atrás do Príncipe Aldric. Temos que agir agora antes que a situação saia completamente do controle.”
Oberon assentiu com determinação no queixo. “Você está certo. Isso indubitavelmente terá repercussões, Lennox. Devemos agir com cautela nesta situação. Vá, reúna o conselho. Devemos nos preparar para as consequências.”
“Sim, Sua Majestade,” Lennox fez uma reverência profunda, saindo da sala com a mesma urgência que o havia levado até lá em primeiro lugar. O conflito era comum no reino, mas este era o primeiro de seu tipo. Eles tinham que parar essa tempestade antes que todos fossem engolfados por ela.
A câmara ficou em silêncio por mais de um minuto, o Rei Oberon emitiu um comando de despedida, sua voz ecoando com autoridade, “Vocês podem sair também.”
Andre e Theodore trocaram um olhar, ambos se preparando para partir. Eles quase haviam chegado à porta quando a voz de Oberon cortou o ar novamente, mais cortante dessa vez. “Fique, Andre.”
Theodore congelou, suas costas enrijecendo à medida que as palavras penetravam. O comando parecia um tapa em seu rosto. Um insulto pessoal, e um grande lembrete de sua posição—ou da falta dela. Seu rosto se contorceu de fúria mal contida, mas ele rapidamente mascarou com uma semelhança de compostura.
O protesto borbulhou dentro dele, mas ele engoliu, sabendo que só o faria parecer mesquinho. Andre era o espião-mestre de seu pai, o confidente de confiança, o filho favorecido que tinha o ouvido de seu pai em todos os assuntos de estado e segurança.
Graças à posição e responsabilidade de Andre, não era incomum que ambos estivessem em recintos fechados conversando. Theodore era ciumento de seu relacionamento com o pai e da dependência de seu pai em Andre. Como o primeiro filho, doía não ser o braço direito de seu pai. Sem mencionar ser improdutivo para seu pai e para o reino de Astária o fazia se sentir inútil. Ele era o filho mais velho inútil.
“Como desejar, Sua Majestade,” Theodore disse, abaixando a cabeça para esconder a amargura em seus olhos.
Sua voz continha uma nota de resignação, a decepção pesando em seus ombros enquanto ele se virava e deixava a sala. A pesada porta se fechou atrás dele com um estrondo ressonante, selando-o fora do conselho privado que ele sabia que estava prestes a se desenrolar.
Uma vez que estavam a sós, o ar na câmara parecia pesado com palavras não ditas. Andre deixou o véu cair de sua mão, e uma rajada controlada de vento o carregou, cobrindo a cabeça grotescamente decepada de Elena. Os olhos do Rei Oberon, afiados e penetrantes, moveram-se da cabeça velada para Andre, carregados de suspeita e um toque de intriga.
O peso do olhar de Oberon perturbava Andre. Ele sentia que seu pai estava juntando algo, e uma fria realização o agarrou—será que seu pai suspeitava de Islinda como a verdadeira assassina? Andre sabia que Oberon tinha outros espiões. Um deles teria descoberto algo?
“Como está Aldric?” A pergunta do Rei Oberon interrompeu os pensamentos de Andre, pegando-o de surpresa.
“O quê?” Andre gaguejou, sua surpresa evidente.
“Onde está seu irmão agora?” Oberon esclareceu, seus olhos se estreitando enquanto estudava a reação de Andre.
“Ele está de volta ao seu castelo,” Andre respondeu, sua voz se firmando enquanto recuperava a compostura.
“E não está se escondendo? Esta situação está prestes a explodir,” Oberon disse, seu tom carregado de preocupação.
Andre encontrou o olhar de seu pai com um leve sorriso. “Aldric parece ser do tipo que se esconde?”
A testa de Oberon franziu, e ele soltou um suspiro baixo. “Temo que a família Raysin possa ir atrás dele antes que eu consiga controlar as coisas.”
“Eles estão convidados a tentar, mas seria suicídio para eles,” Andre disse sem pedir desculpas, um toque de diversão sombria em sua voz.
Os olhos de Oberon se estreitaram com a ousadia de seu filho.
Andre explicou.”Boa sorte para eles, de fato. Aldric fica mais forte a cada dia. Se eu fosse você, Pai, enviaria uma mensagem à Rainha Maeve, instando-a a conter seu povo. Caso contrário, será um massacre. Aldric não tem intenção de morrer tão cedo.”
Rei Oberon exalou com tremor, sua expressão perturbada. Virando as costas para Andre, ele juntou as mãos atrás das costas, olhando para o horizonte. “Rainha Maeve nunca vai ouvir. Podemos muito bem começar a preparar flores de condolências para as vítimas. Se alguém precisa ser convencido, são os pais de Elena.”
Os lábios de Andre se contraíram com a dura verdade nas palavras de seu pai. A família Raysin tinha os recursos e não pararia até que tenha vingado-se de Aldric.
“No entanto,” o Rei Oberon voltou-se abruptamente, seus olhos fixos nos de Andre, “eu estive pensando. Por que uma bruxa iria a tais extremos—possuindo uma Fae de Alto Escalão, confrontando Aldric? Não faz sentido, levando-me a uma pergunta.”
Ele deu um passo mais perto, seus olhos perfurando Andre. “Que segredo você escondeu de mim, espião-mestre?”
Andre engoliu seco.