Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 708
Capítulo 708: Juntos Nisso
“Eu não vim para insultá-la, Rainha Maeve. Eu vim para oferecer uma solução.”
A raiva de Maeve transmutou-se em curiosidade cautelosa. Ela ergueu uma sobrancelha cética, inclinando-se ligeiramente para frente. “O que você quer dizer com isso?”
O sorriso da Rainha Nirvana se alargou, sabendo que havia capturado o interesse de Maeve. “Por mais que eu me beneficiasse imensamente se o seu filho perder o duelo mortal…” ela começou cuidadosamente, observando os olhos de Maeve escurecerem, “as consequências não param aí. Se o príncipe fada sombrio derrotar Valerie, meu filho Theodore seria o próximo alvo dele. E se ele superar Theodore, ele pode então vir para Andre,” ela acrescentou, lançando um olhar significativo para a Rainha Vitória. “Aldric não vai parar até conseguir o que quer.”
Vitória, sentada entre elas, soltou um suspiro profundo. A tensão na sala intensificou-se, e ela podia sentir o aumento das apostas. O cenho de Maeve se aprofundou, seus olhos piscando com uma mistura de suspeita e interesse relutante.
“Então, você está sugerindo…?” Rainha Maeve provocou, sem querer baixar completamente a guarda.
Nirvana inclinou-se, abaixando a voz para um sussurro conspiratório. “Devemos nos unir, Maeve. Nossos filhos têm uma chance melhor se combinarmos nossas forças e recursos. É um jogo perigoso, mas juntos, podemos planejar e garantir que as ambições de Aldric de conseguir o trono de Astária sejam frustradas. Protegemos nossos filhos e asseguramos seus futuros.”
O olhar de Maeve oscilava entre ceticismo e consideração. A ideia de colaborar com Nirvana, sua rival, era desagradável, mas a ameaça representada por Aldric era grande demais para ignorar. Ela olhou para Vitória, que parecia relutante com esse arranjo.
Ela disse a ela, “O que você diz a isso, Vitória? Vamos seguir a ideia da Rainha Nirvana?”
“O-o quê?” Rainha Vitória gaguejou, enxergando através da pergunta. Era um teste.
Rainha Maeve se comprometia com qualquer coisa que Rainha Nirvana estivesse sugerindo somente se ela concordasse. Infelizmente, Rainha Nirvana queria que ela a apoiasse. Em uma palavra, era uma forma de garantir que ela estivesse nessa com elas. Droga, que se dane.
“Bem…” Ela quebrou o pesado silêncio limpando a garganta. “Se vamos considerar essa… aliança,” disse cautelosamente, “o que exatamente você propõe, Rainha Nirvana?”
Os olhos da Rainha Nirvana brilharam com determinação. “Achei que você não ia perguntar.”
A curiosidade da Rainha Maeve foi despertada, embora ela a escondesse sob uma fachada de ceticismo. “E que solução seria essa?”
“Costuma-se dizer para resolver cada questão pela raiz, e todos sabemos qual é a raiz deste problema,” declarou Rainha Nirvana, sua voz carregando um tom de revelação. Ela esperou com expectativa, mas ambas as Rainhas exibiam expressões vazias. Nirvana soltou um suspiro desapontado.
Maeve fez uma tentativa, dizendo, “Príncipe Aldric? Não é ele a raiz de todos os problemas que encontramos até agora?”
“Ao contrário do que pensa, Rainha Maeve, Aldric não foi um problema até que certa pessoa entrou em cena.”
“A humana, Islinda,” interveio a Rainha Vitória.
“Exatamente.” Nirvana estalou os dedos, reconhecendo o ponto. “Aldric sempre foi Aldric, causando problemas de suas maneiras únicas, mas ele só se tornou proeminente quando Islinda entrou em cena. Os problemas de seu filho começaram quando ele a conheceu também. Ele perdeu toda razão, alegando estar apaixonado por ela. E agora ela é a razão deste duelo mortal, ou estou mentindo, Rainha Maeve?”
Maeve sentou-se rigidamente, sua expressão ilegível. Interiormente, ela fervilhava de raiva e embaraço. Vitória estava certa—Islinda era realmente o catalisador para os fracassos recentes de Valerie. A mulher humana era uma praga, uma malignidade que precisava ser extirpada.
“Você está sugerindo que nós, sabe….” Vitória gesticulou nervosamente, “Eliminemos ela?”
Os lábios de Nirvana curvaram-se em um sorriso mordaz. “O que você acha?”
Vitória palideceu, seu desconforto era palpável. Ela parecia prestes a ficar doente.
“Oh, por favor, crie coragem, Vitória,” Nirvana repreendeu asperamente.
“Só me dê um momento.”
Maeve revirou os olhos e voltou-se para Nirvana. “Como matar Islinda resolve o problema de Valerie perder o duelo mortal?”
O olhar de Nirvana aguçou. “Onde está Valerie?”
Maeve respondeu, “Treinando. Você provavelmente não achou que ele estaria ocioso em um momento crítico como este?”
“Você quer dizer tentando dominar a chama azul?” O conhecimento de Nirvana surpreendeu Maeve.
Os olhos de Maeve se estreitaram. “Você tem espionado meu filho e a mim?”
A Rainha Vitória interveio, “Como se você não fizesse o mesmo. Ouça, Maeve, não estamos aqui para discutir sobre isso. Estamos aqui para resolver nosso problema.”
Os lábios de Maeve se apertaram em uma linha fina. A ideia de colaborar com Nirvana, a quem desprezava, era desagradável, mas a sobrevivência de Valerie exigia pragmatismo. Seu olhar endureceu, uma resolução relutante se formando. “Certo, vá em frente.”
“Falei com o astrônomo real. A primeira lua nasce esta noite. Valerie precisa de apenas duas luas para ser coroada rei, e Aldric não tem voz no assunto. Não há tempo suficiente para Valerie dominar a chama azul. O duelo é em três dias. Mesmo que seu filho seja um prodígio, não é suficiente. Ele precisa de tempo, e é isso que precisamos comprar.”
Maeve, intrigada apesar de si mesma, perguntou, “E como exatamente você pretende comprar esse tempo?”
O sorriso de Nirvana tornou-se conspiratório. “O que você acha que aconteceria se Islinda fosse atacada no meio da competição?”
Victoria respondeu, seu coração disparado, “Aldric e Valerie provavelmente ficariam distraídos. Se o ferimento for grave o suficiente, a luta pode ser cancelada, e nosso marido comandaria uma investigação. O duelo seria inevitavelmente adiado.”
Maeve parecia insatisfeita. “Mesmo que a garota morra, Aldric provavelmente se recuperaria rapidamente. Sua ambição de tomar o trono é inabalável.”
Os olhos de Nirvana brilhavam com cálculo frio. “Talvez, mas ganharíamos tempo. Todas as três poderíamos advogar pelo tempo antes de uma revanche. Enquanto isso, Valerie pode refinar suas habilidades e podemos elaborar mais estratégias. Nenhuma de nós pode trair as outras sem nos comprometer. Então me diga, Maeve, você tem uma ideia melhor?”
A expressão de Maeve era severa, sua mente a mil. Ela odiava o plano, mas sua lógica era inegável. Ela respirou fundo, sua voz baixa e resoluta. “Não, não tenho. Nenhuma de nós pode me trair, então digo que seguimos em frente com isso.”
Embora a aliança estivesse repleta de desconfiança e antigas animosidades, diante de um inimigo comum, até os rivais mais amargos podiam encontrar um terreno comum.
O peso da proposta de Nirvana se estabeleceu deixando a Rainha Victoria nervosa e ela falou, “Urm, ainda não acha que matar Islinda é um pouco demais? Quero dizer, pense na ira de Aldric quando ele descobrir que somos responsáveis pela morte de Islinda. Ele tem uma obsessão bastante doentia pela garota e temo que possamos desencadear um evento mais explosivo do que o duelo mortal.”
“Quem disse algo sobre matar Islinda? Mencionei um ataque. No entanto, se ela morrer no processo, então assumo que ela não estava destinada a viver tanto tempo de qualquer maneira.”
“Rainha Nirvana -”
“Rainha Victoria!” Ela a interrompeu, seus olhos reluzindo de raiva, “Você está tentando me dizer que as três Rainhas não conseguem realizar um ataque sem que o príncipe fada sombrio nos rastreie?”
“Não, só estou preocupada -”
“Aldric não pode fazer nada sem evidências. Além disso…” Rainha Maeve encarou a Rainha Victoria agora, “Está tentando me dizer que nunca ordenou uma morte sob essa fachada inocente sua?”
A boca da Rainha Victoria se abriu e fechou sem resposta.
“Era o que eu pensava.” Queen Maeve estava satisfeita consigo mesma.
Rainha Nirvana assumiu, “Aqui estamos nós com um acordo provisório. Pelo bem dos nossos filhos, estamos deixando de lado nossas diferenças. Você realmente quer arruinar isso? Ou acha que seu filho Andre está realmente seguro de Aldric?”
A criada entrou na sala com o chá naquele momento, a Rainha Victoria não esperou ser servida, ela pegou sua xícara da bandeja e engoliu tudo de uma vez enquanto suas co-esposas observavam, sem dizer nada.
Ela colocou a xícara de lado e depois respirou profundamente. Ela assentiu. “Tudo bem. Pela segurança do meu filho, Andre, eu concordo.”
Os olhos de Maeve encontraram os de Nirvana, ambas sorrindo, um reconhecimento silencioso da trégua instável que se formava entre elas.
“Bom.” Rainha Maeve estava satisfeita, “Eu sabia que você voltaria a si.” Ela tomou um gole do seu chá.
“Precisa de outro, minha rainha?” A criada perguntou, vendo que a xícara de Victoria estava vazia.
“Não, obrigada.” Rainha Victoria dispensou. Seu estômago já estava instável, não pelo chá, mas pela confusão em que estava se metendo.
Rainha Nirvana advertiu, “Sob nenhuma circunstância devemos revelar este plano aos nossos filhos. Isso é por eles. Estamos claras nisso?”
“Claro.”
“Claro.”
Com um grande sorriso se espalhando por suas feições, Rainha Nirvana estendeu a mão pela mesa e segurou as mãos de Rainha Maeve e Victoria nas suas.
Ela disse, “Vocês não sabem o quanto me deixa feliz ver-nos trabalhando juntas pelo bem deste reino.”
Rainha Maeve soltou um sorriso que não alcançou seus olhos. Ela só deixou Nirvana tocá-la por causa da nova aliança entre elas.
“Agora sem o título de Rainha Fae entre nós, finalmente podemos cumprir nossos papéis para com nosso marido e este reino,” disse Nirvana com uma expressão sonhadora.
Vadia. Maeve pensou.