Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 703
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Capítulo 703: O Último Rosto que Você Veria
Isso não era como Lola imaginou sua vingança, mas serviria. Aldric deveria ter sido o responsável por matar Islinda, sentindo a dor de destruir alguém querido. Mas tudo bem, ela já havia fantasiado sobre enviar a cabeça decepada de Islinda para ele em uma caixa, saboreando a expressão lendária no rosto de Aldric. Sim, isso serviria.
Sentada em uma cadeira perto do local onde havia jogado Islinda, Lola olhou para o céu, imaginando que horas eram. Certamente, Islinda já deveria estar morta. Lola então olhou para Maxi, ainda presa no ciclo interminável de dor que lançou sobre ela. Por agora, Islinda era sua prioridade; quando terminasse com ela, viria buscá-la.
“Hora de acabar com isso,” murmurou Lola, esfregando as mãos de contentamento. Ela se levantou e começou a procurar pelo corpo de Islinda, chamando em uma voz cantada, “Agora, onde você está, pequena aberração?”
Examinando a superfície congelada em busca do reflexo de Islinda, ela não encontrou nada. Supondo que a correnteza tivesse levado o corpo para outro lugar, Lola lançou um feitiço de localização, esperando um resultado rápido. Mas não houve resposta. Frustrada, repetiu o feitiço várias vezes, ficando frenética a cada tentativa fracassada.
“Como?” ela murmurou, a confusão dando lugar ao pânico. Islinda não poderia ter escapado. O Galho de Boku, aprimorado com feitiços adicionais, deveria tê-la mantido presa. O que estava acontecendo?
No meio de sua busca frenética, Lola de repente ouviu o som ominoso de gelo se rompendo sob seus pés. Ela congelou, o medo a dominando. O som ficou mais alto, e ela olhou para baixo para ver a rachadura final se formando sob seus pés.
“Ah não,” conseguiu dizer Lola, pouco antes de o gelo ceder e ela cair na água gelada abaixo. Ela gritou quando a água congelante a envolveu, afiada como agulhas perfurando sua pele, roubando seu fôlego e arrastando-a para as profundezas gélidas.
Ao contrário de Islinda, que estava com mãos e pernas amarradas, Lola estava livre. Ela lutou contra a correnteza, tentando desesperadamente nadar para a segurança. Mas a superfície estava congelada sólido, e ela não conseguia atravessar. O pânico a dominou quando percebeu que não havia como subir, seus pulmões queimando por ar. Ela procurou freneticamente por uma abertura, a água gelada entorpecendo seus membros e obscurecendo sua mente.
Quando pensou que estava à beira da morte, Lola avistou uma pequena abertura e se lançou em direção a ela com o resto de suas forças. Ela rompeu a superfície, ofegando por ar, e se arrastou para fora através do espaço.
Colapsando de lado na neve fria, ela expeliu água, sua respiração vindo em arquejos descontrolados. O frio era insuportável, cortando-a como facas. Ela ficou ali tremendo, encharcada como um rato molhado, seu corpo tremendo incontrolavelmente de frio.
A confiança de Lola foi destroçada e, enquanto ainda estava se recuperando do desastre inesperado, uma voz disse por trás: “Como foi o mergulho? Espero que tenha gostado.”
A voz era assustadoramente familiar, e Lola sentiu seu estômago revirar. Ela se ergueu, se virando para enfrentar a fonte. Como temia, era Islinda. Mas não era a Islinda que ela havia lançado no lago congelado.
Lola engoliu em seco, seu coração disparado. A Islinda diante dela era diferente. Suas mãos e pernas estavam soltas. Como isso era possível? O Barbante de Boku deveria tê-la prendido. Ela não poderia ter se soltado, a menos que quisesse – e ela nunca quis.
E isso não era tudo.
Seus cabelos agora eram um choque de loiro quase platinado, um contraste marcante com suas madeixas castanhas anteriores. Era antinatural, impossível. A transformação repentina era assustadora e desorientadora.
Mas a mudança mais perturbadora estava no comportamento de Islinda. Seus olhos continham um brilho perigoso, uma luz despreocupada mas letal que não estava lá antes. A Islinda ingênua e sem espinha dorsal, que Lola conhecia, havia sumido, substituída por uma confiança conhecedora, quase predatória. Era como se essa Islinda tivesse visto tudo que o mundo tinha a oferecer e tivesse saído do outro lado, inabalada e empoderada.
Ela quase se atreveu a dizer que Islinda havia deixado para trás seu antigo eu nas profundezas geladas e emergido como algo muito mais formidável. A realização fez o sangue de Lola gelar, o frio da neve nada se comparava ao pavor que se infiltrava em seus ossos.
Lola afastou o medo que a envolvia. Ela era uma bruxa. E uma bruxa talentosa, aliás. Talvez ela não a tivesse amarrado bem, ou o feitiço tivesse um pequeno defeito, o que não era surpreendente. Seu tempo estava se esgotando e isso começava a afetar sua magia.
“Truque legal,” ela riu, “Sair das amarras, posso ter que aplaudir você por isso. No entanto, o que há com o cabelo? Isso é para me assustar ou algo assim?”
No entanto, Islinda a encarou por mais de um minuto sem dizer uma palavra, e Lola teve que levantar uma sobrancelha para comunicar que precisava de uma resposta.
“Ah,” disse Islinda, como se se lembrasse, “Minhas desculpas. Faz tempo que estou dentro deste corpo e minha mente….” Ela gesticulou para sua cabeça, “está tentando se atualizar. Confie em mim, estou em um milhão de lugares ao mesmo tempo agora. Há tantas memórias para filtrar, é realmente exaustivo. Agora, onde estávamos? Ah, certo, o cabelo. E sim, eu perguntei sobre o mergulho primeiro, como foi?” Seu tom ficou mais profundo e ameaçador, “Quer outra rodada? É bastante refrescante, não acha?”
Lola ficou sem palavras por mais de um minuto. Seu instinto lhe dizia que algo estava errado. Ela perguntou, “Quem é você? Você não é Islinda, é?”
“Finalmente, você entendeu! Que inteligente você é!” Azula disse, dando um passo em direção a Lola, entusiasmada.
Mas Lola rapidamente recuou, observando essa Islinda estranha. Por algum motivo, ela se sentia como uma presa diante de um predador, e isso a deixava profundamente inquieta.
“Não se aproxime.” Ela avisou.
“Por quê? Porque você está com medo?” Islinda sorriu.
“Eu não tenho medo de você.” Lola rebateu com falsa bravata.
“Oh, você deveria ter. Mas primeiro, permita-me apresentar. Meu nome é Azula e eu serei o último rosto que você verá antes de deixar este reino.”